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18 de fevereiro de 2009

Cabul celebra reforços dos EUA mas afegãos temem ataques

Soldadaos americanos patrulham a província de Paktika, na fronteira afegã-paquistanesa

CABUL, Afeganistão (AFP) — As autoridades afegãs saudaram nesta quarta-feira a decisão do presidente americano Barack Obama de enviar mais 17.000 soldados para lutar contra os talibãs no Afeganistão, mas seus cidadãos temem que mais tropas sejam sinônimo de mais ataques.

Em sua primeira resolução militar desde que assumiu o cargo em janeiro, Obama anunciou, na terça-feira, que as tropas americanas no Afeganistão receberão o reforço de uma brigada do Exército e outra dos Fuzileiros Navais, num total de 17.000 homens, que partirão nos próximos meses.

"Não há dever mais solene como presidente do que a decisão de mobilizar nossas forças armadas para enfrentar uma situação de perigo", declarou Obama, através de um comunicado.

"Hoje, eu o faço consciente de que a situação no Afeganistão e Paquistão requer atenção urgente e uma ação diligente", acrescentou.

O presidente explicou que sua decisão responde a uma solicitação feita há alguns meses pelo comandante dos Estados Unidos no Afeganistão, David McKiernan, que pediu mais 30.000 soldados.

"Este aumento é necessário para estabilizar uma situação que está se deteriorando no Afeganistão, que não recebeu atenção estratégica, direção e recursos de que necessita de forma urgente", estimou.

De acordo com as informações divulgadas pela Casa Branca, os 17.000 militares devem chegar ao Afeganistão antes das eleições gerais do país, marcadas para o dia 20 de agosto, elevando de forma significativa o atual efetivo americano no território afegão (38.000 soldados).

A brigada dos Fuzileiros Navais (Marines Corps) contará com 8.000 homens, e a do Exército, com 4.000, além de 5.000 elementos de apoio logístico.

Obama disse que as forças destinadas ao Afeganistão estavam mobilizadas para servir no Iraque, mas a redução de forças no front iraquiano "nos permitiu flexibilidade para aumentar nossa presença no Afeganistão".

"É um gesto positivo", declarou à AFP o porta-voz do ministro afegão da Defesa, Mohammad Ishaq Payman.

"Mas temos nossa próprias condições. Queremos que estas tropas sejam posicionadas nas zonas onde possam desempenhar um papel positivo eliminando os terroristas", afirmou Payman.

Muitos dos ataques no Afeganistão são realizados or militantes radicados nas zonas tribais do vizinho Paquistão, que penetram em território afegão através de uma fronteira montanhosa, de 2.400 km de extensão.

O presidente afegão, Hamid Karzai, viajará nesta quinta a Islamabad a fim de estreitar os laços entre vizinhos em todas as frentes, informou a chancelaria afegã.

Cerca de 70.000 soldados da Otan e da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos já se encontram no país para lutar contra os rebeldes e treinar as novas forças de segurança afegãs, aniquiladas por uma guerra civil nos anos 1990. Desses efetivos, 38.000 são americanos.

www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hZWNTSLf4stUHAiga2zLeT9nQYfg
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