O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reforçou ontem as perspectivas de cumprimento das metas fiscal e de inflação em 2010 pelo Brasil. "O BC espera que a meta (fiscal) de 2010 seja cumprida", disse ele, em relação à economia de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) que o governo terá de fazer no próximo ano.
Para a inflação do mesmo período, ele considerou que a taxa mostra-se "estável e dentro da meta" de 4,5%.
Meirelles também previu que o crescimento do PIB poderá se sustentar acima de 5% no próximo ano. "Esperamos um crescimento em 2010 de cerca de 5% ao ano. Talvez um pouco mais do que isso", disse à TV NBR, do governo federal, após participar de entrevista a emissoras de rádio no programa "Bom Dia, Ministro".
Esta é a primeira vez que o presidente do BC considera uma expansão do PIB acima dos 5%, porcentual já incorporado aos cálculos do governo. Esse crescimento estaria ancorado na geração de emprego e aumento do crédito, e se daria com a inflação sob controle. "Talvez seja a maior criação de empregos da história do Brasil em tempos normais."
Meirelles previu ainda que a trajetória para o câmbio flutuante é de equilíbrio no médio prazo. "Se o dólar ficar barato, tendem a entrar mais importações e (isso) tende a equilibrar (o dólar). Isso pode levar ao aumento de outras moedas no médio prazo." São dois fenômenos que estão por trás do comportamento do câmbio, segundo o presidente do BC: ao mesmo tempo em que o dólar perde valor por causa dos efeitos da crise nos EUA, o real ganha força com a entrada de recursos para investimentos. "O Brasil é o maior destino para investimentos hoje no mundo. E tem futuro promissor, pois, para crescer, é preciso investimento."
Na área política, o presidente do BC negou que tenha aspiração ao cargo de vice-presidente da República, na chapa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência em 2010. "Não tenho nenhuma pretensão a esse cargo", afirmou. Ele voltou a dizer que, até abril de 2010, quando deverá decidir se concorre ou não a um cargo eletivo, não pensará em mais nada que não seja 100% o BC. "Não tenho pretensão a cargos de âmbito nacional. Meu foco, no momento, é o Banco Central." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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