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20 de janeiro de 2010

Mulher é encontrada viva uma semana após o terremoto


Porto Príncipe, 20 jan (EFE).- Entre as milhares de histórias de mortes que o terremoto de Porto Príncipe deixou no Haiti também há algumas com final feliz, como a de uma jovem de 25 anos que foi resgatada com vida hoje, após passar uma semana entre escombros.


  • Especial Haiti


  • A mulher, Hoteline Losama, esteve durante todo o tempo em um espaço formado entre forros e pedras, presa por uma geladeira e perto de um cadáver, disse uma fonte do grupo de resgate, que diz que foi "uma bênção" ter conseguido salvar a moça.

    Depois que saiu do edifício derrubado, na maca onde esperava para entrar em uma ambulância, com as mãos juntas e lágrimas nos olhos, a jovem considerou seu caso "um milagre".



    Especialistas em resgates de diferentes países que estão em Porto Príncipe para buscar sobreviventes do tremor tinham repetido há vários dias que as possibilidades de encontrar pessoas vivas eram mínimas depois dos primeiros três ou quatro dias.

    No entanto, a realidade foi outra em vários casos, alguns deles hoje, perto da catedral e da Universidade da capital, onde foram resgatadas algumas pessoas. O último caso, até agora, foi o de Hoteline.

    Os trabalhos para resgatar a jovem começaram por volta das 13h locais (16h de Brasília), e terminaram às 23h30 (2h30 de Brasília), quando ela foi retirada do buraco no qual se encontrava e colocada em uma maca enquanto entoava cânticos religiosos.

    Durante as dez horas e meia do resgate, as equipes de salvamento falaram com ela e comprovaram seus sinais vitais. A moça contou que rezava todos os dias.

    "Está contente. Sabe que vai ser salva", dizia à agência Efe, duas horas antes do final do resgate, o bombeiro haitiano Ardouin Zepherin, o primeiro a saber do caso, após ser alertado por um jornalista.

    Zepherin chegou rapidamente ao lugar, o centro comercial "Olympique Mall", com sua equipe, e todos eles iniciaram o trabalho de salvamento. Entretanto, como não tinham as ferramentas adequadas, chamaram uma equipe dos EUA.

    Quando seus integrantes chegaram, já estavam ali os especialistas franceses, que tinham sido alertados pelos moradores.

    Os membros dos grupos de socorro deram a Hoteline uma Bolsa de soro para que bebesse o conteúdo e evitasse se desidratar.

    Depois foi necessário fazer um buraco suficientemente grande para que um médico pudesse chegar ao lugar onde ela estava presa e injetar-lhe medicação. Só depois, pouco a pouco, foi feita uma abertura maior para que ela fosse retirada.

    O resgate foi liderado por soldados franceses, e também participaram haitianos e turcos, com o apoio de especialistas dos EUA.

    Na operação, trabalharam bombeiros, enfermeiros, médicos e engenheiros para dar orientação aos demais sobre o estado do edifício parcialmente destruído.

    O salvamento terminou com abraços, felicitações e aplausos entre os voluntários e perante o atento olhar de um grupo de curiosos, ansiosos pelo final feliz da história.
    O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 (Brasília) da terça-feira passada e teve epicentro a 15 quilômetros da capital haitiana, Porto Príncipe. Em declarações à Agência Efe, o primeiro-ministro do Haiti, Jean Max Bellerive, disse que o número de mortos superará 100 mil.
    O Exército brasileiro informou que pelo menos 17 militares do país que participavam da Minustah morreram em consequência do terremoto.
    A médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti, também morreram no tremor.




    http://br.noticias.yahoo.com


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