Para bater recorde de 1996, falta apenas 1,9 mm.
Thiago ReisDo G1, em São Paulo
Rua Visconde de Taunay, no Bom Retiro, é chamada pelos moradores de 'recanto da enchente' (Foto: Bruno Azevedo / G1)
A cidade de São Paulo deve ter o mês de janeiro mais chuvoso desde 1995, ano em que teve início a medição feita pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura de São Paulo.
Segundo o CGE, a capital já teve nesses 21 primeiros dias do ano 316,9 mm de chuva. O recorde registrado pelo CGE é de 1996: 318,8 mm durante todo o mês. Ou seja, falta apenas 1,9 mm para que a marca seja batida nos dez dias restantes do mês.
"Está muito próximo do recorde. Faltam dez dias para o término do mês, mas as pancadas de chuva devem continuar e até o fim desta semana já deve ter ultrapassado a marca", diz o meteorologista do CGE Michael Pantera.
O bairro mais atingido pelos temporais nas três primeiras semanas do ano é a Consolação, no Centro. Foram 467,6 mm de chuva.
Logo depois, estão Aricanduva e Vila Formosa, na Zona Leste, com 456,1 mm. Na Zona Norte, Vila Maria, Vila Guilherme e Vila Medeiros registraram 454,9 mm. Na Zona Sul, Capela do Socorro teve 424 mm.
Outros bairros bastante afetados são Cidade Tiradentes (391,7 mm), Ipiranga (391,3 mm), Guaianazes (371,5 mm), Freguesia do Ó (359,4 mm), Lapa (355,6 mm), Sé (341,2 mm), Parelheiros (332,7 mm) e Pinheiros (320,9 mm).
O bairro menos atingido pelos temporais é o Jabaquara, na Zona Sul: 121, mm.
Segundo Pantera, os locais mais afetados são aqueles com a maior taxa de urbanização. "Além das áreas de calor, que favorecem a chuva, há o problema da impermeabilização do solo. No caso de vítimas, essas áreas tendem a ser mais afetadas em razão da ocupação irregular", diz.
De acordo com o CGE, São Paulo já registra um índice 33% acima da média prevista para janeiro, que é de 239 mm. Só nesta quinta-feira (21), oito pessoas morreram em razão de soterramentos. A chuva da madrugada, de 55,5 mm, equivale a quase 1/4 da esperada para janeiro.
Um homem de 37 anos e uma mulher de 33 anos foram encontrados por volta das 15h30, no Grajaú, Zona Sul de São Paulo. A filha deles, de 10 anos, também foi vítima das chuvas.
Um homem de 37 anos e uma mulher de 33 anos foram encontrados por volta das 15h30, no Grajaú, Zona Sul de São Paulo. A filha deles, de 10 anos, também foi vítima das chuvas.
Ainda na capital, um homem que estava na casa que desabou na Pompéia (Zona Oeste) também morreu. No ABC, um homem de 47 anos morreu em Santo André vítima de soterramento. Além dele, desmoronamentos causaram a morte de uma mulher de 33 anos em Mauá e de duas crianças em Ribeirão Pires.
Houve caos pela manhã, com o alagamento de avenidas, o fechamento de túneis, o bloqueio de estradas e o transbordamento dos rios Pinheiros e Tietê, além do Córrego do Ipiranga.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, diz que o excesso de áreas impermeáveis gerou os transtornos após a chuva que atingiu a capital na madrugada. "O problema dos alagamentos desta noite foi o crescimento desordenado da cidade, que impermeabilizou o solo."
Às 17h50, a chuva ainda causava transtornos em São Paulo. De acordo com o CGE, havia 28 pontos de alagamento ativos na cidade. O congestionamento, que na manhã chegou a 111 km, era de 22 km às 17h50, de acordo com a CET.
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