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26 de janeiro de 2023

A prisão de Satanás por mil anos


Nenhum dos temas bíblicos é fácil de ser interpretado. Aqui temos Apocalipse capitulo 20.1-15, como exemplo. É um assunto de difícil interpretação, uma razão para isso é que sua leitura não pode ser compreendida literalmente como algumas partes da revelação da Ilha de Pátmos, que foi entregue por Deus às sete igrejas da Ásia, por mãos do Apóstolo João (Ap 1.11).

No versículo primeiro, João viu descer um anjo do céu com uma corrente e uma chave na mão. No verso dois Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, por mil anos. No verso três, lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos, sendo que, decorrido esse período, ele será solto por pouco tempo.

Logo que encontrei este tema nada entendi sobre o milênio, porém, só tempos depois, resolvi escrever timidamente este texto, tentando a possibilidade de animar outros a tomarem interesse pela leitura e estudo da Bíblia por temas, com a intensão de apressar o aprendizado de outros.

A prisão de Satanás pode ser entendida como uma realidade consumada, segundo Jesus, o Reino de Deus também já é real entre os homens, Ele disse: se Eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo o Reino de Deus é chegado (Mt 12.28).

Todas as operações de sinais e maravilhas que Jesus realizou entre o povo e também os seus discípulos, são provas da presença do Reino de Deus na terra, somados aos sinais que atualmente são operados através de sua Igreja. O Reino de Deus está em seu povo, ao contrário do tempo da lei de Moisés, em que Deus habitava no templo de Jerusalém, sendo que hoje sua habitação é na vida de sua Igreja, ela sendo o seu corpo, e Jesus a cabeça, e Deus a cabeça de Cristo (Lc 10.9,11; 11.20).

Jesus ainda disse: em verdade vos digo, que dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o Reino de Deus com poder (Mc 9.1). E seis dias depois de haver dito isto, tomou a Pedro, Tiago e João, e os conduziu ao monte Tabor, e lá transfigurou-se diante deles, e seus discípulos viram a Moisés e Elias falando com Jesus. E a glória do Reino de Deus foi contemplada pelos três, o que viram era de fazer esquecer a vida terrena, e a tudo que eles viram, nenhuma glória deste mundo poderia ser comparável àquela glória que o mundo nunca viu, tão somente eles viram, a qual a Igreja de hoje naquele será integrada eternamente (Mt 17.3 Lc 9.30,33).

Os mil anos de que fala Apocalipse vinte, à vista de muitos, parece tratar-se de um tempo futuro, porém, o tempo é presente, os mil anos começam com o nascimento de Jesus, e findarão com a soltura de Satanás da sua prisão, iniciando-se assim, o período da grande tribulação, e esta será encerrada com a vinda de Jesus na glória do seu Pai e seus santos anjos. Lembremo-nos do que diz o profeta Malaquias: “Quem suportará o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho, o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo” (Ml 3.2; 4.1). Os textos proféticos aqui transcritos dizem que, com a chegada dEle o homem material deixará de existir, ou seja, não é possível que o homem, como natural, subsista após o dia da sua vinda, fato este que delimita a existência da humanidade, passando, a partir daí a um novo momento, que é o do julgamento e depois virá o tempo da justiça eterna, que não pode coexistir com a natureza da humanidade na forma pecaminosa como atualmente.

O evento citado pelo profeta Malaquias, e também pelo Apostato Pedro (Ml 3.2; 4.1; II Pe. 3.10), abre espaço para a criação do novo céu e nova terra, anunciados em Apocalipse 21.1-4. Se tudo já é passado, não resta mais homem material (pecador). Portanto, podemos entender que o milênio só é possível existir se os homens existirem, o que é atualmente no tempo dos homens pecadores quando Jesus pregou o evangelho do Reino ao mundo dizendo: O Reino de Deus é chegado. E também na mesma linha seus discípulos continuaram pregando e dizendo: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (At 3.19).

Deus precisou encarnar seu Filho para que, por um pouco de tempo, pudesse habitar com os homens e como o homem é carne, também Jesus precisava ser carne, para que através da sua carne e sangue nos resgatasse dos nossos pecados pala sua morte e ressurreição. Triunfando, assim, sobre o poder de Satanás, amarrando-o e sujeitando-o por sua palavra e poder alcançado e declarado aos seus discípulos logo após sua ressurreição, limitando o espaço de operação do engano de Satanás sobre as nações, até o fim do milênio (Cl 2.15). Disse Jesus: Este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, então virá o fim (Mt 24.14). O fim dos mil anos, é também o de toda a natureza do pecado, não sobrará pecado algum, por que toda carne será eliminada, e esta terra desaparecerá. Vejamos o que profetiza Malaquias a respeito do fim: "E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que estou preparando, diz o Senhor dos Exércitos" (Ml 4.3).

Quando os mil anos se completarem, Satanás será solto por pouco tempo e passará novamente a enganar as nações, induzindo-as a se levantarem para juntas irem contra Jerusalém, a cidade amada e o arraial dos santos, e de Deus descerá fogo do céu, e os devorará. O diabo, o sedutor deles, será lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram, não só a besta, como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos. (Ap 20.9,10).

O profeta Daniel também viu o reino do povo santo, e tronos e o ancião de dias se assentou, e assentou-se o tribunal, e se abriram os livros (Dn 2.44; 7.9,10). O Apóstolo João também viu tronos e neles se assentaram os que receberam a autoridade de julgar, viu também as almas dos que foram decapitados por causa da palavra de Deus e do testemunho que deram de Jesus e dos que não adoraram a besta e nem receberam sua marca na fronte e nem na mão; reviveram e reinaram com Cristo mil anos, porem os que não foram achados inscritos no livro da vida, foram lançados para dentro do lado de fogo (Ap 20.4,14,15).

Quero lembrar ao leitor que ainda não é ambientado com a leitura da Bíblia, que quando ela fala de mil anos, para os homens isto não significa que a Bíblia esteja falando de mil anos literais segundo o nosso calendário, como se ela estivesse adaptada aos homens, estes sim, devem adaptar-se a ela, para entender o que ela nos fala, por que ela é a palavra de Deus, portanto, para Deus mil anos são como o dia de ontem que passou, assim descobriremos que este tempo é determinado segundo o calendário de Deus. Mil anos para Deus é para nós o que não sabemos contar, ou prever este espaço do tempo, exatamente. Isto é impossível de ser feito por nós humanos (Sl 90.4; II Pe. 3.8).

É de máxima importância compreender o plano de salvação preparado por Deus para os homens. Tendo em vista que Jesus veio para nos livrar da condenação eterna. Sendo que a hora é chegada de aceitarmos o evangelho pregado por Jesus e continuado por seus discípulos. O evangelho nos ensina que somos pecadores, carentes da salvação do nosso Deus. Devemos aceitar o evangelho de Jesus Cristo, por que ele é a única Arca de salvação das nossas almas. Precisamos ingressar no Reino de Deus, se estivermos a fim de que, quando chegar o tempo do fim, sejamos guardados por nosso Deus e Senhor da destruição eterna que sofrerão todos os ímpios. Por que Deus prometeu novo céu e nova terra para os que lhe amam e esperam ansiosos pela vinda de seu Filho Jesus Cristo. Nossa alma deve estar pacificada em Deus, sabendo que nossa confiança esteja harmoniosamente depositada nele, e conscientes que Deus é fiel para cumprir o que prometeu ao seu povo: a justiça eterna.

 

Domingos Teixeira Costa

 

 

 

 

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