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19 de jan. de 2007
Chávez obtém aprovação inicial para governar por decreto
19 de Janeiro de 2007
Chávez pretende colocar em prática seu "socialismo do século 21"
A Assembléia Nacional da Venezuela aprovou nesta quinta-feira, por unanimidade, um projeto de lei que outorga ao presidente Hugo Chávez o poder de governar por decreto por 18 meses.
A lei foi aprovada em primeira instância. Deve passar ainda por nova votação na assembléia na próxima semana antes de receber a aprovação final.
A assembléia é totalmente composta por parlamentares leais a Chávez, já que a oposição se retirou da eleição legislativa de 2005. Com o boicote da oposição, Chávez conseguiu eleger 100% do Congresso.
Por isso, analistas dão como certa a aprovação final da nova lei.
"Socialismo do século 21"
Antes de sua posse, em 10 de janeiro, Chávez já falava da "lei das leis", uma legislação que permitiria a ele adotar medidas sem necessidade de aprovação pela Assembléia Nacional.
Depois da posse de Chávez, a presidente da assembléia, Cilia Flores, anunciou que a lei seria aprovada rapidamente.
Se a assembléia outorgar esses poderes a Chávez, o presidente venezuelano terá autoridade para colocar em prática seu projeto de "socialismo do século 21".
Chávez já anunciou sua intenção de nacionalizar importantes empresas dos setores de energia e telecomunicações.
"Processo revolucionário"
O presidente venezuelano também propôs reformar a Constituição para "acelerar o processo revolucionário".
Entre as reformas propostas por Chávez estão acabar com a restrição ao número de vezes que um presidente pode se reeleger (atualmente, a possibilidade de reeleição é limitada a dois mandatos consecutivos de seis anos cada) e incluir o termo "socialista" no nome do país.
Chávez também propôs a criação de um partido único, o Partido Socialista Unido da Revolução Venezuelana, que reuniria todos os integrantes de sua coalizão.
Opositores acusam Chávez de tentar construir uma ditadura totalitária.
Costa
18 de jan. de 2007
Atos de João
Apócrifo
Este escrito, que você verá a seguir, foi duplamente condenado, tanto pelo papa Leão I(440-461 d.C.) quanto pelo Concílio de Bispo de Nicéia (787 d.C.). Foi proibida sua reprodução e determinada sua destruição pelo fogo.
Introdução
Atos de João faziam parte das obras usadas pelos maniqueus no fim do século IV. Há indícios de terem sido compostos em Edessa, no final do século II d.C., em conjunto com Atos de Pedro, Paulo, André e Tomé, por um autor de nome Leucius Charinus, que viveu na Síria e teria sido discípulo de João. O Texto obedece às linhas mestras do Gnosticismo, nele encontramos uma passagem de rara beleza, trata-se do Hino anterior à Paixão.
É interessante antes de ler esse texto que você pegue um exemplar da Bíblia cristã, em Mateus 26, comece a lendo os versículos 26, 27,28,29, ao iniciar a leitura do versículo 30, você notará a falta de referencias aos salmos cantados pelos apóstolos. Pois bem, Atos de João nos revela esta fabulosa canção.
EVANGELHO CRISTÃO CANÔNICO:
(ver Bíblia; MATEUS, 26: versículos 26 a 29)
26 Enquanto comiam, tomou Jesus o pão e depois de pronunciar a benção, partiu-o e deu a Seus discípulos, dizendo: 27 "Tomai e comei: Isto é o Meu corpo". Tomou em seguida um cálice em Suas mãos, deu graças e o entregou dizendo: "Bebei dele todos. 28 Porque este é Meu sangue, sangue da aliança, que vai ser derramado por muitos para a remissão dos pecados. 29 Eu vos digo: Não beberei mais deste produto da videira até ao dia em que o hei-de beber de novo convosco no reino de Meu pai.
Complemento de Mateus 26, versículos 29A até 30
ntes que fosse preso pelo julgamento dos Judeus, O Mestre nos reuniu a todos e disse:
"Antes que eu seja entregues a eles, cantaremos um hino ao Pai e, em seguida, iremos ao encontro daquilo que nos espera."
Ele pediu que nos déssemos as mãos em roda e colocando-se no meio, disse:"Respondei-me Amém."
Começou , então a cantar um hino que dizia: "Gloria ao Pai". E nós ao redor lhe respondíamos:"Amém".
"Glória á Graça; glória ao Espírito; glória ao Santo; glória a sua glória." - Amém.
"Nós o louvamos, ó Pai; nós lhe damos graças, ó Luz em que não habita as trevas." - Amém.
"Agora direi porque damos graças:"
"Devo ser salvo e salvarei." - Amém.
"Devo ser liberto e libertarei."-Amém.
"Devo ser gerado e gerarei."-Amém.
"Devo ouvir e serei ouvido."-Amém.
"Devo ser lembrado e sempre lembrarei."-Amém.
"Devo ser lavado e lavarei."-Amém.
"A Graça dança em conjunto, eu devo tocar a flauta, dançai todos."-Amém.
"O reino dos anjos cantam louvores conosco."-Amém
"Ao universo pertence àquele que participa da dança."-Amém.
"Quem participa da dança, não sabe o que vai acontecer."-Amém.
"Devo ir mas vou ficar."-Amém.
"Devo honrar e devo ser honrado."-Amém.
"Não tenho morada mas estou em todas os lugares."-Amém.
"Não tenho templo mas estou em todos os templos."-Amém.
"Sou um espelho para aquele que me contempla."-Amém.
"Sou uma porta para aquele que bate."Amém.
"Sou um caminho para ti que passa."Amém.
"Se seguires minha dança, compreendes o que falo, guarda silêncio sobre meus mistérios."
"Tu, que participa da dança, compreende o que faço, pois a ti pertence esse sofrimento.!
"Tu não poderia de maneira alguma compreender o que sofre, se Eu não tivesse sido enviado como Logos do Pai."
"Viste o que sofro, me viste sofrendo, e não ficaste incessível, mas sim profundamente perturbado."
"Tu, que pela perturbação alcançaste a sabedoria, tens em mim um leito: repousa em mim."
"Saberás quem sou quando Eu tiver partido. O que pareço ser agora, não sou. Tu verás quando vieres."
"Se soubesse como sofrer, seria capaz de não sofrer mais. Aprende a sofrer e tornar-te-ás capaz de não mais sofrer."
"O que não sabes, eu mesmo vou ensinar. Sou teu Deus. Quero andar no mesmo ritmo das almas santas. Aprende comigo a palavra da sabedoria."
"Dize-me de novo: Glória ao Pai; glória ao Logo; glória ao Espírito Santo.
"Tu queres saber o que sou? Com a palavra revelei tudo, e não fui de modo algum revelado."
"Compreende bem: Eu estarei aqui. Quando tiveres compreendido, diz: Glória ao Pai !"-Amém.
EVANGELHO CRISTÃO, MATEUS 26 versículo 30
30 Depois do Canto dos Salmos, saíram para o monte as Oliveiras.
A revelação do mistério da cruz
dos Atos de João
Depois que o Senhor dançou conosco, meu amado, ele foi embora.
E nós ficamos como homens supresos e entorpecidos, e partimos para aqui e acolá.
E assim eu o ví sofrer, e não esperei por seu sofrimento, mas parti para o Monte das Oliveiras e chorei sobre o que veio a se passar. E quando ele estava pendurado sobre a cruz na Sexta-feira, na sexta hora do dia, veio uma escuridão sobre toda a terra.
E meu Senhor ficou no meio da caverna, iluminando-a disse:
"João, para o povo lá em baixo em Jerusalem,
Eu estou sendo crucificado e perspassado com lanças e espinhos,
e estão me dando vinagre e bílis para beber.
Mas para você Eu estou falando, escutai o que eu digo.
Eu coloquei em tua mente para vires a esta montanha
para que possais ouvir o que um discípulo
deve aprender de seu mestre e homem de Deus."
E quando ele disse isto, mostrou-me uma cruz de Luz firmemente fixa,
e em volta da cruz uma grande multidão, que não tinha nenhuma forma definida,
e na cruz estava uma outra forma, com a mesma aparência.
E eu ví o Senhor, ele mesmo, sobre a cruz, sem nenhuma forma,
mas apenas um tipo de voz; não aquela voz que conhecíamos,
mas uma que era doce e gentil e verdadeiramente a voz de Deus, que me disse:
"João, deve haver um homem para ouvir estas coisas de mim:
pois eu preciso de um que esteja pronto para ouvir.
Esta cruz de Luz é algumas vezes chamda de Logos por mim,
para vossos propósitos, algumas vezes Mente, algumas vezes Jesus.
Algumas vezes Cristo, algumas vezes uma porta, algumas vezes um caminho,
algumas vezes pão, algumas vezes semente, algumas vezes ressureição,
algumas vezes Filho, algumas vezes Pai, algumas vezes Espírito, algumas vezes Vida,
algumas vezes Pistis (Fé), algumas vezes Charis (graça);
e assim é chamada para propósitos do homem."
"Mas o que é verdadeiramente,
como conhecida em sí mesma e dito por nós, é que:
É a distinção de todas as coisas;
e a forte elevação do que está firmemente fixo, fora do que é instável,
e a harmonia da Sabedoria, sendo Sabedoria em harmonia.
Mas há lugares à direita e à esquerda,
Poderes, Autoridades, Principalidades e demônios,
ameaças, paixões, diabos, Satan, e a raiz inferior
de onde a natureza das coisas transientes provém."
"Esta cruz então é aquela que unificou todas as coisas pela palavra e
que as separou do que é transitório e inferior,
e que também compactou coisas dentro de mim.
Mas esta não é aquela cruz de madeira que você deverá ver quando descer daqui;
nem eu sou o homem que está sobre aquela cruz.
Eu, quem agora você não vê, mas apenas ouve a minha voz.
Eu fui tomado para ser aquilo o que eu não sou,
Eu, que não sou o que para muitos eu fui;
mas o que eles irão dizer de mim é penoso e indigno de mim.
Desde então o lugar de meu repouso não deve ser nem visto nem revelado.
Muito mais deverei eu, o Senhor deste lugar, ser nem visto nem revelado."
"A multidão ao redor da cruz, que não é de uma forma, é a natureza inferior.
E aqueles que voce viu na cruz, mesmo que eles ainda não tenham uma forma -
nem todos os membros daquele que desceu foram ainda reunidos.
Mas quando a natureza humana é tomada,
e a raça que vem a mim e obedecea minha voz,
então aquele que agora me ouve,
deverá unir-se a esta raça e não será mais o que ele é agora,
mas estará acima deles, como eu estou agora.
Por tanto tempo enquanto não te chamastes meu,
eu não sou o que sou, mas se me ouvís,
tú também como um ouvinte deverás ser o que eu era,
quando fores como eu sou comigo mesmo,
pois de mim tú és o que eu sou.
Portanto ignore os muitos e despreze aqueles que estão fora do mistério;
pois deves saber que eu sou totalmente com meu Pai, e o Pai comigo."
"Assim eu não sofri nada daquelas coisas das quais irão dizer de mim;
mesmo o sofrimento que eu mostrei a você e ao resto em minha dança,
eu desejo que isto seja chamado de mistério.
Pois o que voce é, que eu mostrei a voce, como voce vê;
mas o que eu sou, é apenas conhecido por mim mesmo, e niguém mais.
Deixa me ter o que é meu;
o que é teu deves ver através de mim;
mas a mim deves ver não verdadeiramente o que eu sou, como eu disse,
mas aquilo que voce, meu parente, é capaz de saber.
Tú ouvistes que eu sofri, e eu não sofri,
e aquilo que eu não sofri, ainda assim eu sofri,
e que eu fui transpassado, ainda assim eu não fui ferido,
que eu fui pendurado, ainda assim eu não fui pendurado,
que o sangue fluiu de mim, ainda assim ele não fluiu,
e, numa palavra,
aquilo que eles dizem de mim, eu não confirmo,
mas aquilo que eles não dizem,
estas coisas, eu sofri.
Agora, que coisas são estas, que eu secretamente mostro a voce;
pois eu sei que tú irás entender.
Tú deves conhecer a mim, então, como um tormento do logos,
o sangue do logos, as feridas do logos, o jejum do logos, a morte do logos.
E assim eu digo, descartando minha humanidade.
O primeiro então que deves conhecer é o Logos, despois deves
conhecer o Senhor, e em terceiro lugar o homem, e o que ele sofreu."
Quando ele disse estas coisas para mim, e outros a quem eu não sei como dizer, como ele desejava, ele foi tomado, sem que ninguém da multidão o visse. E descendo, eu rí deles todos, pois ele havia me dito o que eles diziam dele; e eu guardei esta única coisa em minha mente, que o Senhor realizou tudo como um símbolo (sinal)
e uma liberação para a conversão e salvação do homem.
Costa
Evangelho da Infância do Senhor Jesus
Apócrifo
EVANGELHO DA INFÂNCIA DO SENHOR JESUS
Segundo Tome, filosofo israelita
(Datado do século I)
I
Eu, Tomé Israelita, julguei necessário levar ao conhecimento de todos os irmãos descendentes dos gentios, a Infância de Nosso Senhor Jesus Cristo e tantas quantas maravilhas ele realizou, depois de nascer em nossa terra. O princípio é como segue.
II
Esse Menino Jesus, que na época tinha cinco anos, encontrava-se um dia brincando no leito de um riacho, depois de haver chovido. Represando o correnteza em pequenas poças, tornava-as instantaneamente cristalinas, dominando-as somente com sua a palavra.
Fez depois uma massa mole com barro e com ela formou uma dúzia de passarinhos. Era um Sabbath e havia outros meninos brincando com ele. Um certo homem judeu, vendo o que Jesus acabara de fazer num dia de festa, foi correndo até seu pai, José, e contou-lhe tudo:
— Olha, teu filho está no riacho e juntando um pouco de barro fez uma dúzia de passarinhos, profanando com isso o dia do Sabbath.
José foi ter ao local e, ao vê-lo, ralhou com ele dizendo:
— Por que fazes no Sabbath o que não é permitido?
Jesus, batendo palmas, dirigiu-se às figurinhas, ordenando-lhes:
— Voai!
Os passarinhos foram todos embora, gorjeando. Os judeus, ao verem isso, encheram-se de admiração e foram contar aos seus superiores o que haviam visto Jesus fazer.
III
Encontrava-se ali presente o filho de Anás, o escriba, e teve a idéia de fazer escoar as águas represadas por Jesus, usando uma planta de vime.
Ante essa atitude, Jesus indignou-se e disse:
— Malvado, ímpio e insensato. Será que as poças e as águas te estorvavam? Ficarás agora seco como uma árvore, sem que possas dar folhas, nem raiz nem frutos.
Imediatamente o rapaz tornou-se completamente seco. Os pais pegaram o infeliz, chorando a sua tenra idade, e o levaram ante José, maldizendo-o por ter um filho que fazia tais coisas.
IV
De outra feita, Ele andava em meio ao povo e um rapaz que vinha correndo esbarrou em suas costas. Irritado, Jesus disse-lhe:
— Não prosseguirás teu caminho.
Imediatamente o rapaz caiu morto. Algumas pessoas que viram o que se passara, disseram:
— De onde terá vindo esse rapaz, pois todas as suas palavras tornam-se fatos consumados?
Os pais do defunto, chegando a José, interpelaram-no, dizendo:
— Com um filho como esse, de duas uma: ou não podes viver com o povo ou tens de acostumá-lo a abençoar e não a amaldiçoar, pois causa a morte aos nossos filhos.
V
José chamou Jesus à parte e admoestou-o da seguinte maneira:
— Por que fazes tais coisas, se elas se tornam a causa de nos odiarem e perseguirem?
Jesus replicou:
— Bem sei que essas palavras não vêm de ti, mas calarei por respeito a tua pessoa. Esses outros, ao contrário, receberão seu castigo.
No mesmo instante, aqueles que havia falado mal dele ficaram cegos.
As testemunhas dessa cena encheram-se de pavor e ficaram perplexas, confessando que qualquer palavra de sua boca, fosse boa ou má, tornava-se um fato e convertia-se numa maravilha. Quando José percebeu o que Jesus havia feito, agarrou sua orelha e puxou-a fortemente.
O rapaz indignou-se e disse-lhe:
— A ti é suficiente que me vejas sem me tocares. Tu nem sabes quem sou, pois se soubesses não me magoarias. Ainda que neste instante eu esteja contigo, fui criado antes de ti.
VI
Naquela época, encontrava-se em um local próximo um certo rabino de nome Zaqueu, o qual, ouvindo Jesus falar dessa maneira com seu pai, encheu-se de admiração ao ver que, sendo menino, dizia tais coisas.
Passados alguns dias, aproximou-se de José e disse:
— Vejo que tens um filho sensato e inteligente. Confia-o a mim para que aprenda as letras. Eu, de minha parte, juntamente com elas, ensinar-lhe-ei toda espécie de sabedoria e a arte de saudar os mais velhos, de respeitá-los como superiores e pais e de amar seus semelhantes.
Disse-lhe todas as letras com grande esmero e clareza, desde Alfa até Ômega. Jesus, porém, fixou seus olhos no rabino Zaqueu e indagou-lhe:
— Como te atreves a explicar Beta aos outros, se tu mesmo ignoras a natureza do Alfa? Hipócrita! Explica primeiro a letra A, se é que sabes, e depois acreditaremos em tudo o que disseres com relação a B.
Começou a interrogar o professor sobre a primeira letra, porém este não pôde responder-lhe.
Disse então a Zaqueu, na presença de todos:
— Aprende, professor, a constituição da primeira letra e repara como tem linhas e traços médios, aqueles que vês unidos transversalmente, conjuntos, elevados, divergentes... Os traços contidos na letra A são de três sinais: homogêneos, equilibrados e proporcionados.
VII
O professor Zaqueu, quando ouviu a exposição feita pelo menino sobre tantas e tais alegorias acerca da primeira das letras, ficou desconcertado diante da resposta e da erudição que ele manifestava.
Disse aos presentes:
— Pobre de mim! Não sei o que fazer, pois eu mesmo procurei a confusão ao trazer este jovem para junto de mim. Leva-o, então, irmão José! Rogo-te! Não posso suportar a severidade do seu olhar. Não consigo fazer com que seu discurso seja inteligível para mim. Este jovem não nasceu na terra. É capaz de dominar até mesmo o fogo. Talvez tenha nascido antes da criação do mundo. Não sei qual o ventre que pôde tê-lo carregado e qual seio pôde havê-lo nutrido. Ai de mim! Meu amigo, estou aturdido. Não posso seguir o vôo de sua inteligência. Enganei-me, pobre de mim! Queria muito ter um aluno e deparei-me com um mestre. Percebo perfeitamente, amigos, a minha confusão, pois, velho e tudo o mais, deixei-me vencer por uma criança. É de se ficar arrasado e morrer por causa desse jovem, pois neste momento sou incapaz de olhá-lo fixamente. Que vou respondeu quando todos me disserem que me deixei vencer por um rapazote? Que vou explicar a respeito do que ele me disse sobre as linhas da primeira letra? Não sei, amigos, porque ignoro a origem e o destino dessa criatura. Por isso te rogo, irmão José, que o leves para casa. É algo extraordinário: ou um Deus ou um anjo, ou já não sei o que dizer.
VIII
Enquanto os judeus se entretinham em dar conselhos a Zaqueu, o menino pôs-se a rir com muita vontade e disse:
— Frutificai agora vossas coisas e abri os olhos à luz os cegos de coração. Vim de cima para amaldiçoar-vos e depois charmar-vos para o alto, pois esta é a ordem daquele que me enviou por vossa causa.
Quando o menino terminou de falar, sentiram-se imediatamente curados todos aqueles que haviam caído sob a maldição. Desde então, ninguém ousava irritá-lo para que ele não os amaldiçoasse ou viessem a ficar cegos.
IX
Dias depois, encontrava-se Jesus brincando num terraço. Um dos meninos que estavam com ele caiu do alto e morreu. Os outros, ao verem isso, foram-se embora e somente Jesus ficou. Pouco depois chegaram os pais do morto e puseram a culpa nele.
Disse-lhes Jesus:
— Não, não. Eu não o empurrei.
Apesar disso, eles o maltrataram. Jesus deu um salto de cima do terraço, vindo cair junto ao cadáver. Pôs-se a gritar bem alto:
— Zenon — assim se chamava o menino, — levanta-te e responda-me: fui eu quem te empurrou?
O morto levantou-se num instante e disse:
— Não, Senhor. Tu não me jogaste, porém me ressuscitaste.
Ao ver isso, todos os presentes ficaram consternados . Os pais do menino glorificaram a Deus por aquele maravilhoso feito e adoraram a Jesus.
X
Poucos dias depois, estava um jovem cortando lenha nas redondezas e aconteceu que o machado escapou e cortou a planta do seu pé. O infeliz estava morrendo rapidamente por causa da hemorragia.
Sobreveio por isso um grande alvoroço e juntou muita gente. Também Jesus veio ter ali. Depois de abrir espaço à força por entre a multidão, chegou junto do ferido e com suas mãos apertou o pé injuriado do jovem, que num instante ficou curado.
Disse então ao rapaz:
— Levanta-te já! Continua cortando lenha e lembra-te de mim!
A multidão, quando se deu conta do que havia acontecido, adorou o Menino dizendo:
— Verdadeiramente, o Espírito de Deus habita esse rapaz.
XI
Quando tinha seis anos, sua mãe deu-lhe certa vez um cântaro para que fosse enchê-lo de água e o trouxesse para casa. No caminho, Jesus tropeçou nas pessoas e a vasilha quebrou-se. Ele, então, estendeu o manto com o qual se cobria, encheu-o de água e levou-o a sua mãe. Esta, ao ver tal maravilha, pôs-se a beijar Jesus e foi guardando em seu íntimo todos os mistérios que o via realizar.
XII
Certa vez, sendo tempo de semeadura, saiu Jesus com seu pai para semear trigo em sua propriedade. Enquanto José esparramava as sementes, o Menino Jesus teve também vontade de semear um grãozinho de trigo. Após ceifar e debulhar, sua colheita somou cem coros, equivalente a quase quarenta mil litros. Convocou em sua propriedade todos os pobres da região e repartiu com eles os grãos. José, depois, levou para si o restante.
Jesus tinha oito anos, quando operou este milagre.
XIII
Seu pai, que era carpinteiro, fazia arados e cangas. Certa vez, recebeu o encargo de fazer uma cama para certa pessoa de boa posição. Aconteceu que uma das tábuas era mais curta que a outra e por isso José não sabia como proceder.
Então o Menino Jesus disse a seu pai:
— Põe no chão ambas as tábuas e iguala-as pela metade.
Assim fez José. Jesus foi até à outra extremidade, pegou a tábua mais curta e esticou-a, deixando-a tão comprida quanto a outra.
José, seu pai, encheu-se de admiração ao ver o prodígio e cobriu o menino de abraços e beijos dizendo:
— Feliz de mim, porque Deus me deu este menino.
XIV
José, percebendo que a inteligência do menino ia amadurecendo ao mesmo tempo que a idade, quis novamente impedir que ele permanecesse analfabeto, por isso levou-o até um outro professor e colocou-o a sua disposição.
Disse o professor:
— Ensinar-te-ei, em primeiro lugar as letras gregas, depois as hebraicas.
Era evidente que o professos conhecia bem a capacidade do rapaz e sentia medo dele. Depois de escrever o alfabeto, entretinha-se com ele por um longo tempo, sem obter nenhuma resposta de seus lábios.
Finalmente disse-lhe Jesus:
— Se és mestre de verdade e conheces perfeitamente as letras, dize-me primeiro qual é o valor de Alfa e então eu te direi qual é o de Beta.
Irritado, o professor bateu-lhe na cabeça. Quando o Menino Jesus sentiu a dor, amaldiçoou-o e imediatamente o professor desmaiou e caiu de bruços no chão.
O jovem voltou para casa de José. Este encheu-se de pesar e disse a Maria que não o deixasse sair de casa, porque todos aqueles que o aborreciam vinham a morrer.
XV
Passado algum tempo, outro professor, que era amigo íntimo de José, disse-lhe:
— Leva teu filho à escola. Talvez com delicadeza eu possa ensinar-lhe as letras.
José replicou:
— Se te atreveres, irmão, leva-o contigo.
O professor o aceitou com muito receio e preocupação, porém o menino demonstrou boa vontade e progredia a olhos vistos.
Certo dia, ele entrou impetuosamente na sala de aula e encontrou um livro colocado sobre a carteira. Pegou-o e, sem parar para ler as letras que nele estavam escritas, abriu sua boca e começou a falar, levado pelo Espírito Santo, ensinando a Lei aos circunstantes que o escutavam. Uma grande multidão, que havia se juntado, ouvia-o, cheia de admiração pela maravilha da sua doutrina e pela clareza de suas colocações, considerando que era uma criança que assim lhes falava.
José, quando soube disso, encheu-se de medo e correu imediatamente até a escola, receando que também aquele professor pudesse ter sido maltratado.
Este, porém, disse-lhe:
— Saiba, irmão, que recebi este menino como se fosse um aluno comum e acontece que está sobejando graça e sabedoria. Leva-o, por favor, para tua casa!
Ao ouvir essas palavras o menino sorriu e disse:
— Agradeço a ti, por haveres falado com retidão e dado um testemunho justo. Será curado aquele que anteriormente foi castigado.
Imediatamente o outro professor sentiu-se bem. José pegou o menino e foram para casa.
XVI
Certa vez, José mandou seu filho Tiago juntar lenha e trazê-la para casa. O Menino Jesus acompanhou-o, mas aconteceu que, enquanto Tiago recolhia os gravetos, uma cobra picou-lhe a mão.
Tendo caído no cão, ficou completamente largado e estando já para morrer, quando Jesus aproximou-se e assoprou a mordida. Imediatamente desapareceu a dor, a cobra explodiu e Tiago recobrou imediatamente a saúde.
XVII
Aconteceu depois, nas vizinhanças de José, que um menino que vivia doente veio a falecer. Sua mãe chorava inconsolavelmente. Jesus, ao tomar conhecimento da dor daquela mãe e do tumulto que se formava, acudiu rapidamente. Encontrando o menino já morto, tocou-lhe o peito e disse:
— Pequenino, falo contigo! Não morras, mas vive feliz e fica com tua mãe!
No mesmo instante, o menino abriu os olhos e sorriu. Então disse Jesus à mulher:
— Anda, pega-o, dá-lhe leite e lembra-te de mim!
Ao presenciar o acontecido, os circunstantes encheram-se de admiração e exclamaram:
— Na verdade, este menino ou é um Deus ou um anjo de Deus, pois tudo o que sai da sua boca torna-se um fato consumado.
Jesus saiu dali e pôs-se a brincar com os outros jovens.
XVIII
Dias depois, sobreveio um grande tumulto, onde construíam uma casa. Jesus levantou-se e dirigiu-se até o local. Vendo ali um cadáver estendido no chão, tomou-lhe a mão e dirigiu-se a ele nos seguintes termos:
— Homem, falo contigo! Levanta-te e termina teu trabalho!
Ele se levantou em seguida e o adorou. A multidão que viu essa cena encheu-se de admiração e disse:
— Esse rapaz deve ter vindo do céu, pois tem livrado muitas almas da morte e ainda seguirá livrando mais durante sua vida.
XIX
Quando contava doze anos seus pais, como de costume, foram em caravana até Jerusalém, para assistir às festas da Páscoa. Quando as festas terminaram, voltavam para casa. No instante de partir, o Menino Jesus retornou a Jerusalém, enquanto seus pais pensavam que o encontrariam na comitiva.
Depois do primeiro dia de marcha, puseram-se a buscá-lo entre os seus parentes. Não o encontrando, preocuparam-se muito e voltaram a Jerusalém para procurá-lo.
Finalmente, depois do terceiro dia, encontraram-no no templo, sentado em meio aos doutores, escutando-os e fazendo-lhes perguntas.
Todos estavam atentos a ele e admiraram-se de ver que, menino como era, deixava os anciões e mestres do povo sem palavras, averiguando os principais pontos da lei e as parábolas dos profetas.
Aproximando-se, Maria, sua mãe, disse-lhe:
— Meu filho, por que agiste assim conosco? Veja com que preocupação temos estado a te procurar!
Jesus, porém, respondeu:
— E por que me procuravas? Não sabias acaso que devo ocupar-me das coisas que se referem ao meu Pai?
Os escribas e fariseus indagaram a ela:
— És tu, acaso, a mãe deste menino?
Ela respondeu:
— Assim é.
Eles retrucaram:
— Pois feliz de ti entre as mulheres, já que o Senhor teve por bem bendizer o fruto do teu ventre, por que semelhantes glória, virtude e sabedoria não ouvimos nem vimos jamais.
Jesus levantou-se e seguiu sua mãe. Era obediente a seus pais. Sua mãe guardava todos esses fatos no seu coração. Enquanto isso Jesus ia crescendo em idade, sabedoria e graça. Graças sejam dadas a ele por todos os séculos dos séculos.
Costa
O Evangelho Segundo Felipe
Apócrifo
O Evangelho Segundo Felipe
Apresentamos, numa versão modernizada, textos considerados apócrifos e que trazem importantes informações a respeito da vida de Cristo, preenchendo lacunas até então criadas pelos Evangelhos constantes da Bíblia.
O Evangelho de Feilipe provavelmente foi escrito originalmente em grego, ainda que não seja possível precisar se no primeiro, segundo ou terceiro século. O exemplar encontrado entre os textos da biblioteca de Nag Hammadi é uma tradução para o copto, a língua do alto Egito no início de nossa era, provavelmente efetuada no quarto século.
Ao contrário dos evangelhos canônicos, o Evangelho de Felipe não contém uma narrativa sistemática da vida e ministério de Jesus em ordem cronológica. Ele segue a linha da tradição oral de relatar, independente do contexto histórico, ensinamentos atribuídos a Jesus e interpretações de aforismos e práticas espirituais, presente em outros textos apócrifos, como o Evangelho de Tomé e o assim chamado Evangelho "Q" (inicial de Quelle, alemão para 'Fonte', que é tido como a fonte das logia do Senhor apresentadas nos evangelhos segundo Mateus e Lucas).
Dentre os ditados de Jesus em Felipe, nove são encontrados também, com algumas variações, nos evangelhos canônicos e oito são originais. A linguagem destes ditados é geralmente breve e enigmática. Sua interpretação requer o conhecimento da simbologia usada pelos grupos gnósticos daquela época.
O que torna o Evangelho de Felipe especialmente importante são as inúmeras passagens sobre os sacramentos que teriam sido instituídos por Jesus em sua forma original, antes de terem sido adaptados e ampliados pela Igreja para uso geral dos fiéis. Segundo a tradição esotérica, aqueles sacramentos eram ministrados somente aos discípulos do círculo interno, "os poucos", em circunstâncias que lembram os rituais dos Mistérios Maiores da antigüidade. Assim, as referências aos cinco sacramentos: o batismo, a crisma, a eucaristia, a redenção e a câmara nupcial, são feitas numa linguagem ainda mais velada do que a utilizada em outras partes do texto. Apesar do caráter oculto dessas passagens, elas oferecem ao estudioso uma clara indicação dos paralelos que existem entre as cinco grande Iniciações, as etapas da vida dos místicos e os sacramentos.
(pg 141) Um hebreu faz outro hebreu, e tal pessoa chama-se prosélito. Mas, um prosélito não faz outro prosélito ( ... ) assim como eles ( ... ) e fazem outros como a si mesmos, enquanto (outros) simplesmente existem.
O escravo só quer ser livre e não ambiciona adquirir os bens de seu senhor. Porém o filho não é somente um filho, pois reclama a herança do pai. Os que herdam dos mortos estão eles mesmos mortos e herdam os mortos. Os herdeiros do que é vivo estão vivos e são herdeiros tanto do que está vivo como do morto. Os mortos não são herdeiros de nada. Pois como pode aquele que está morto herdar? Se aquele que está morto herda o que é vivo ele não morrerá, mas o que está morto viverá ainda mais.
(pg 142) O pagão não morre, pois ele nunca viveu para que possa morrer. Aquele que acreditou na verdade encontrou a vida e corre o perigo de morrer, pois está vivo. A partir da vinda de Cristo, o mundo foi criado, as cidades embelezadas e os mortos levados embora. Quando éramos hebreus, éramos órfãos e só tinhamos a nossa mãe, mas, quando nos tornamos cristãos, tivemos tanto pai como mãe.
Os que semeiam no inverno colhem no verão. O inverno é o mundo, o verão é o outro reino eterno (eon). Semeemos no mundo para que possamos colher no verão. Por esta razão é apropriado que não oremos no inverno. O verão sucede o inverno. Porém, se algum homem colher no inverno ele, na verdade, não estará colhendo mas simplesmente arrancando, pois o inverno não oferecerá uma colheita para tal pessoa. Não só ( ... ) que não ( ... ) aparecerá, mas também no Sábado ( ... ) é estéril.
Cristo veio para resgatar alguns, salvar outros para redimir ainda outros. Ele resgatou os forasteiros e fê-los seus. E colocou os seus separados, aqueles que havia dado como garantia segundo seu plano. Não foi só quando apareceu que Cristo ofereceu voluntariamente sua vida, mas ofereceu-a voluntariamente desde o dia em que o mundo surgiu. Então, ele veio primeiro para tomá-la, pois ela havia sido dada como garantia. Ela havia caído em mãos de ladrões e foi feita prisioneira. Mas Ele a libertou, resgatando as pessoas boas do mundo assim como as más.
Luz e treva, vida e morte, direita e esquerda são irmãos entre si. São inseparáveis. Por isto, nem os bons são bons, nem os maus são maus, nem a vida é vida, mem a morte é morte. Assim é que cada um se dissolverá em sua origem primordial. Mas os que estão exaltados acima do mundo são indissolúveis, eternos.
Os nomes dados às coisas do mundo são muito enganadores, pois desviam nossos pensamentos do que é correto para o incorreto. Assim, quem ouve a palavra "Deus" não percebe o que é correto, mas sim o incorreto. O mesmo ocorre com "Pai", "Filho" e "Espírito Santo", "Vida", "Luz", "Ressurreição", "Igreja" e tudo o mais. As pessoas não percebem o que é correto mas sim o incorreto, (a menos) que tenham aprendido o que é correto. Os (nomes que se ouvem) estão no mundo ( ... enganam. Se) estivessem no reino eterno (eon), não seriam jamais usados como nomes no mundo. Tampouco foram colocados entre as coisas do mundo. Eles têm um propósito no reino eterno.
Só há um nome que não se pronuncia no mundo, o nome que o Pai deu ao Filho, (pg 143) e que está acima de todas as coisas: o nome do Pai. Pois o Filho não se tornaria Pai, a não ser que usasse o nome do Pai. Aqueles que têm este nome conhecem-no, mas não o pronunciam. Mas, aqueles que não têm este nome não o conhecem.
A verdade fez com que os nomes surgissem no mundo por nossa causa, pois não é possível aprendê-la sem estes nomes. A verdade é uma única coisa; é muitas coisas por nossa causa, para nos ensinar com amor sobre esta coisa una por meio de muitas coisas. Os regentes (arcontes) queriam enganar o homem, porque viram que ele tinha parentesco com aqueles que são verdadeiramente bons. Eles tomaram o nome daqueles que são bons e deram-no aos que não são bons, para que, por meio dos nomes, pudessem enganá-los e vinculá-lo aos que não são bons. E, depois, que favor os nomes lhes prestam! Fazem com que sejam tirados daqueles que não são bons e colocados entre os que são bons. Eles sabiam estas coisas, porque queriam apoderar-se do homem livre e torná-lo seu escravo para sempre.
Há poderes que ( ... ) o homem, não querendo que ele seja (salvo), para que eles possam ( ... ). Porque se o homem for (salvo, não haverá) nenhum sacrifício ( ... ) e não serão oferecidos animais aos poderes. Na verdade, eram aos animais que eles ofereciam sacrifícios. Eles eram realmente oferecidos vivos, mas quando os ofertavam eles morriam. Quanto ao homem, ofereceram-no morto a Deus, e ele viveu.
Antes da vinda do Cristo não havia pão no mundo. Também no Paraiso, o lugar onde estava Adão, havia muitas árvores para alimentar os animais, mas não havia trigo para sustentar o homem. O homem costumava alimentar-se como os animais, mas quando veio Cristo, o homem perfeito, ele trouxe pão dos céus para que o homem pudesse ser nutrido com o alimento de homem. Os regentes pensavam que era por seu próprio poder e vontade que faziam o que estavam fazendo. Mas o Espírito Santo, em segredo, estava realizando tudo através deles, segundo sua vontade. A Verdade, que existia desde o princípio, está semeada por toda parte. E muitos vêem-na sendo semeada, mas são poucos os que a vêem sendo colhida.
Alguns dizem que Maria concebeu por obra do Espírito Santo. Mas eles estão enganados. Não sabem o que dizem. Quando uma mulher alguma vez concebeu por obra de outra mulher? Maria é a virgem que nenhum poder conspurcou. Ela é uma grande anátema para os hebreus, que são os apóstolos e (os) seus seguidores. Esta virgem que nenhum poder violou ( ... ) os poderes violaram a si mesmos. O Senhor não (teria) dito "Meu (Pai que está nos) céus" (Mt 16:17) se não tivesse outro pai. Neste caso, teria dito simplesmente "(Meu Pai)".
(pg 144) O Senhor disse aos discípulos, ( ... ) de cada casa. Tragam para a casa do Pai. Mas não tomem nem carreguem (nada) da casa do Pai.
"Jesus" é um nome oculto, "Cristo" é um nome revelado. Por esta razão, "Jesus" não está particularmente ligado a nenhuma lingua; seu nome é sempre "Jesus". "Cristo", porém, em siríaco é "Messias" e em grego, "Cristo". Certamente todas as outras línguas referem-se a ele com suas próprias palavras. "O nazareno" é aquele que revela o que está oculto. Cristo tem tudo em si mesmo, seja homem, anjo ou mistério, e no Pai.
Os que dizem que o Senhor morreu primeiro e (então) se levantou estão enganados, pois ele primeiro se levantou e (então) morreu. Se alguém não alcança primeiro a ressurreição ele não morrerá. Assim como Deus vive, ele iria ...
Ninguém esconde um grande objeto de valor num lugar de destaque, mas muitas vezes se atiram milhares de tais objetos em algo que não vale um centavo. Vejam a alma: ela é uma coisa preciosa que se encontra num corpo desprezível.
Há os que têm medo de ressurgir nus. Por isto querem ressurgir na carne. Não sabem que são aqueles que vestem a (carne) que estão nus. (São) aqueles que ( ... ) despir-se que não estão nus. "Nem a carne (nem o sangue) herdarão o Reino de (Deus)." (1 Co 15:50). O que é que não herdará? Aquilo que usamos. Mas também o que é isto que herdará? É aquilo que pertence a Jesus e a seu sangue. Por isto Ele disse: "Aquele que não come a minha carne e bebe o meu sangue não tem vida em si" (Jo 6:53). O que quer dizer isto? Sua carne é a Palavra (o Verbo), e seu sangue é o Espírito Santo. Quem recebe tais coisas tem alimento, bebida e vestimenta. Recrimino os outros que dizem que (a carne) não ressuscitará, pois uns e outros estão errados. Tu dizes que a carne não ressurgirá. Dize-me, então, o que ressuscitará para que possamos te aplaudir. Falas do Espírito na carne, que é também esta luz na carne. (Porém) isto também é matéria que se encontra na carne, pois tudo o que disseres, não estará fora da carne. É preciso ressurgir nesta carne, já que tudo existe nela. Neste mundo, aqueles que usam roupas valem mais do que as vestes. No Reino dos Céus, as vestes valem mais do que os que as usam.
É por meio da água e do fogo que tudo é purificado -- o visível pelo visível, o oculto pelo oculto. Existem algumas coisas ocultas por meio das visíveis. Existe água na água e fogo na crisma.
(pg 145) Jesus pegou-os todos de surpresa, porque Ele não apareceu como era, mas da maneira como (seriam) capazes de vê-lo. Apareceu aos grandes como grande, aos pequenos como pequeno, aos anjos como anjo, e aos homens como homem. Por isto sua palavra ocultou-se de todos. Alguns realmente o viram, pensando que estavam vendo a si mesmos. Mas quando apareceu gloriosamente aos discípulos sobre a montanha não era pequenino. Ele se tornou grande, mas fez com que os discípulos ficassem grandes, para que pudessem percebê-lo em sua grandeza.
Disse naquele dia na ação de graças, "Vós que unistes a luz perfeita com o Espírito Santo, incorporai os anjos também a nós, como sendo as imagens". Não desprezeis o cordeiro, pois sem ele não é possível ver o Rei. Ninguém será capaz de ir ao Rei se estiver nu.
O homem celestial tem muito mais filhos do que o homem terreno. Se os filhos de Adão são muitos, apesar de morrerem, quanto mais os filhos do homem perfeito que não morrem e são continuamente gerados. O pai faz um filho, mas o filho não tem poder para fazer um filho. Pois aquele que foi gerado não tem o poder para gerar; o filho obtém irmãos para si, e não filhos. Todos os que são gerados no mundo, são gerados de maneira natural, enquanto os outros (são nutridos) do (lugar) do qual nasceram. Por ter sido destinado ao lugar celestial o homem (recebe) nutrição. ( ... ) dele da boca. (E se) a palavra tivesse saído daquele lugar, ela receberia a nutrição da boca e se tornaria perfeita. Por isto a palavra perfeita concebe e dá nascimento por meio de um beijo. Por esta razão nós também nos beijamos uns aos outros. Somos concebidos da graça que nos é comum.
Havia três que sempre caminhavam com o Senhor: sua mãe, Mria, sua irmã e Madalena, que era chamada sua companheira. Sua irmã, sua mãe e sua companheira todas chamavam-se Maria.
"O Pai" e "o Filho" são nomes simples; "Espírito Santo" é um nome composto. Eles estão em toda parte: acima e abaixo, no oculto e no revelado. O Espírito Santo está no revelado: está abaixo, e está no oculto: está acima.
Os santos são servidos por poderes malignos, pois estes ficam cegos, por obra do Espírito Santo, pensando que estão servindo um homem (comum), todas vezes que o fazem aos santos. Por isto um discípulo pediu um dia algo deste mundo ao Senhor. Ele lhe respondeu: "Pede a tua mãe, e ela te dará as coisas que pertencem a outrem".
(pg 146) Os apóstolos disseram aos discípulos: "Que toda nossa oferenda adquira sal". Eles chamavam (Sophia) de "sal". Sem sal nenhuma oferenda (é) aceitável. Mas Sophia é estéril, (sem) filhos. Por esta razão é chamada de "um traço de sal". Sempre que eles quiserem ( ... ) do seu jeito, o Espírito Santo ( ... ) seus filhos são muitos.
O que o Pai possui pertence ao filho. Enquanto este é pequeno, não se lhe confia o que é seu. Mas quando se faz homem, seu pai lhe dá tudo o que possui.
Aqueles que se desencaminharam, os que o próprio Espírito engendrou, geralmente se desencaminham também por causa do Espírito. Assim, com o mesmo sopro o fogo é atiçado e apagado.
Echamoth é uma coisa e Echmoth outra. Echamoth é simplesmente Sabedoria, enquanto Echmoth é a Sabedoria da morte, aquela que conhece a morte, sendo chamada "a pequena Sabedoria".
Existem animais domésticos, como o boi, o burro e outros deste tipo. Outros são selvagens e vivem isolados nas regiões ermas. O homem ara o campo com animais domésticos e, com isto, sustenta-se e alimenta os animais, sejam mansos ou selvagens. Compare com o homem perfeito. Ele cultiva por meio de poderes que lhe são submissos, preparando o surgimento de todas as coisas. É por causa disto que todo o mundo se mantém, seja bom ou mal, da direita ou da esquerda. O Espírito Santo apacenta a todos e governa (todos) os poderes, os "mansos" e os "selvagens", bem como os que são únicos. Pois, na verdade ele ( ... ) os mantêm presos, para que (se ... ) desejarem, eles não possam (escapar).
(Aquele que) foi criado é (lindo, mas) tu (não) acharias que os filhos dele são criações nobres. Se ele não fosse criado mas engendrado, tua acharias que os descendentes dele são nobres. Agora, porém, ele foi criado e gerou. O que há de nobre nisto? Primeiramente surgiu o adultério, em seguida assassinatos. E ele foi gerado no adultério, pois era o filho da serpente. Assim, tornou-se um assassino, como seu pai, e matou seu irmão. Na verdade, todo ato sexual que ocorra entre seres que não são semelhantes entre si é adultério.
Deus é um tintureiro. Assim como os bons corantes chamados de "autênticos" dissolvem-se nas coisas que são tingidas por eles, também o mesmo ocorre com aqueles a quem Deus tingiu. Como seus corantes são imortais, eles tornam-se imortais por meio de suas cores. Pois bem, Deus mergulha o que Ele mergulha na água.
Ninguém pode ver algo das coisas que realmente existem a menos que se torne como elas. Não é assim que se passa com o homem no mundo: ele vê o sol sem ser o sol; vê o céu, a terra e todas as outras coisas, mas ele não é estas coisas. Isto está de acordo (pg 147) com a verdade. Mas, tu viste algo daquele lugar e te converteste naquelas coisas. Viste o Espírito e te tornaste Espírito. Viste o Cristo e te tornaste Cristo. Viste o Pai e te tornarás o Pai. Assim, (neste lugar) vês todas as coisas e não (vês) a ti próprio, mas (naquele lugar) realmente vês a ti mesmo, e te tornarás o que vires.
A fé recebe, o amor dá. (Ninguém poderá receber) se não tiver fé. Ninguém será capaz de dar sem amor. Por esta razão, para que realmente possamos receber, cremos, e para que possamos amar, damos, pois se alguém dá sem amor não recebe benefício pelo que deu. Aquele que recebeu alguma outra coisa que não seja o Senhor ainda é um hebreu.
Os apóstolos que nos precederam chamavam-no assim: "Jesus, o Nazareno, Messias", isto é, "Jesus, o Nazareno, o Cristo". O último nome é "Cristo", o primeiro é "Jesus", o do meio é "o Nazareno". "Messias" tem dois significados, "o Cristo" e "o medido". "Jesus" em hebraico é "a redenção". "Nazara" é "a verdade". "O Nazareno", então, é "a verdade". "Cristo" ... foi medido. Foram "o Nazareno" e "Jesus" que foram medidos.
Quando a pérola é atirada na lama ela (não) passa a ser desprezada; tampouco se for banhada em óleo de bálsamo se tornará mais preciosa. Ela sempre manterá o seu valor aos olhos de seu dono. O mesmo ocorre com os filhos de Deus onde quer que estejam. Eles sempre têm valor aos olhos de seu pai.
Se disseres, "sou judeu", ninguém se inquietará; se disseres, "sou romano", ninguém se perturbará. Se disseres, "sou grego, bárbaro, escravo ou livre", ninguém se incomodará. Se disseres, "sou cristão", os ( ... ) tremerão. Quisera que eu pudesse ( ... ) desta forma, a pessoa cujo nome ( ... ) não será capaz de resistir (ouvindo).
Deus é antropófago. Por isto os homens são sacrificados a ele. Antes dos homens serem sacrificados, sacrificavam-se animais, pois aqueles a quem eram sacrificados não eram deuses.
Tanto as vasilhas de vidro como as de argila são feitas com o uso do fogo. Mas, se as de vidro quebram, elas são refeitas, pois surgiram por meio de um sopro. As de argila, no entanto, são destruídas, pois foram feitas sem sopro.
Um burro, girando uma pedra de moinho, caminhou cem milhas. Quando ele foi solto percebeu que ainda estava no mesmo lugar. Existem homens que fazem muitas (pg 148) jornadas, mas sem fazer nenhum progresso em qualquer direção. Quando o crepúsculo os surpreende, não encontraram nenhuma cidade nem vilarejo, nenhum produto humano nem fenômeno natural, poder nem anjo. Labutaram em vão, os coitados!
A eucaristia é Jesus, pois ele se chama "Pharisatha" em siríaco, que é "aquele que está estendido", pois Jesus veio para crucificar o mundo.
O Senhor entrou na loja de corantes de Levi, tomou setenta e duas cores diferentes e jogou-as na tina. Ao retirá-las estavam todas brancas. E ele disse: "Da mesma forma, o filho do homem veio (como) tintureiro".
A Sophia, que é chamada de "a estéril," é a mão (dos) anjos. E a companheira do ( ... ) Maria Madalena. ( ... amava-a) mais do que (todos) os discípulos (e costumava) beijá-la (frequentemente) em seus ( ... ). Os demais (discípulos ... ). Eles lhe disseram: "Por que a amas mais do que a todos nós?" O Salvador respondeu dizendo: "Por que não os amo como a ela? Quando um cego e uma pessoa normal estão juntos na escuridão, não são diferentes um do outro. Quando chega a luz, então, aquele que vê verá a luz, e o cego permanecerá na escuridão".
O Senhor disse: "Bem aventurado aquele que é antes de chegar a existir. Pois, aquele que é foi e será."
A superioridade do homem não é óbvia à visão, mas encontra-se no que está escondido da vista. Por isto ele domina os animais que são mais fortes do que ele, grandes em termos do óbvio e do oculto. Isto os capacitam a sobreviver. Mas quando o homem se separa deles, mordem e matam uns aos outros. Devoram-se porque não encontram nenhum alimento. Porém, agora encontraram comida porque o homem preparou o solo.
Se alguém entra nágua e sai dela sem nada haver recebido e diz, "sou cristão," simplesmente tomou o nome emprestado a juros. Porém, se recebeu o Espírito Santo, recebe o nome de presente. Aquele que recebe um presente não precisa devolvê-lo. Mas, daquele que tomou empretado a juros, o pagamento é exigido. É assim que (acontece com) quem experimenta um mistério.
Grande é o mistério do casamento! Pois (sem) ele o mundo (não existiria). Agora a existência do (mundo ... ), e a existência ( ... casamento). Pense sobre o ( ... relacionamento), pois ele possui ( ... ) poder. Sua imagem consiste numa (corrupção).
As formas dos espíritos malévolos abrangem machos e fêmeas. Os machos são os que se unem com as almas que habitam uma forma feminina, enquanto as fêmeas são as (pg 149) que se misturam com os que se encontram em forma masculina, porém que são desobedientes. E não se consegue escapar deles, pois detêm a pessoa se ela não receber um poder masculino ou feminino, o noivo e a noiva. Eles são recebidos na câmara nupcial espelhada. Quando as mulheres devassas vêem um homem sozinho, lançam-se sobre ele, entretendo-o e maculando-o. Igualmente, os homens voluptuosos, quando vêm uma mulher bonita sozinha, procuram persuadi-la e possuí-la, desejando corrompê-la. Porém, se vêem um homem com sua esposa juntos, a fêmea não pode se aproximar do homem, nem o macho da mulher. Assim, se a imagem e o anjo estão unidos um ao outro, não pode haver nenhum risco ao homem ou à mulher.
Aquele que sai do mundo e portanto não pode mais ser detido pelo fato de ter estado no mundo, evidentemente, está acima do desejo do ( ... ) e medo. Ele domina ( ... ). É superior à inveja. Se ( ... ) vem, eles o apanham e sufocam-no. E como (este) será capaz de escapar dos (grandes ... ) poderes? Como será capaz de ( ... ). Alguns (dizem), "Temos fé", para que ( ... os espíritos imundos) e os demônios. Pois, se tivessem o Espírito Santo, nenhum espírito imundo teria se agarrado a eles. Não tenha medo da carne nem a ame. Se a temeres, ela te dominará. Se a amares, ela te devorará e paralizará.
Ou se está neste mundo, na ressurreição ou no local intermediário. Deus me livre de encontrar-me lá! Neste mundo existe o bem e o mal. As coisas boas do mundo não são boas, e as coisas más não são más. Porém, depois deste mundo, existe mal que realmente é mal - o que é chamado de "o meio," o lugar intermediário. É a morte. Enquanto se está neste mundo é apropriado buscar-se a ressurreição, para que, quando venhamos a despir-nos da carne possamos encontrar o descanso e não caminhar no meio. Porque muitos se perdem no caminho. É melhor sair do mundo antes de pecar.
Alguns nem querem nem podem; outros não tiram proveito mesmo querendo: pois eles não agiram de acordo, (eles acreditam,) ( ... ) torna-os pecadores. E se não querem, a justiça vai se esquivar deles em ambos os casos: e será sempre uma questão da vontade e não da ação.
Um apostólico, numa visão, percebeu algumas pessoas fechadas numa casa em fogo, presos com ( ... ) flamejantes, deitados ( ... ) em chamas ( ... ) eles em ( ... ) fé ( ... ). E eles disseram, "( ... ) poderão ser salvos?" ( ... ) "Eles não desejam isto. Receberam ( ... ) castigo, que é chamado "a escuridão ( ... ), porque ( ... )"
(pg 150) A alma e o espírito vieram à existência a partir da água e do fogo. É da água, do fogo e da luz que o filho da câmara nupcial (veio a existir). O fogo é a crisma, a luz é o fogo. Não estou me referindo ao fogo que não tem forma, mas ao outro fogo cuja forma é branca, que é brilhante e belo e que irradia beleza.
A verdade não veio nua ao mundo, mas veio em modelos e imagens. O mundo não receberá a verdade de qualquer outra forma. Há um renascimento e uma imagem do renascimento. Certamente é necessário nascer outra vez por meio da imagem. Qual delas? A ressurreição. A imagem deve levantar-se outra vez por meio da imagem. A câmara nupcial e a imagem devem entrar na verdade através da imagem: isto é a restauração. Não só aqueles que produzem o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo devem fazê-lo, mas (aqueles) que os produziram para ti. Se a pessoa não os adquire, o nome (cirstão) também lhe será retirado. Porém a pessoa recebe a unção do ( ... ) do poder da cruz. Este poder os apóstolos chamaram "a direita e a esquerda". Pois esta pessoa não é mais um cristão, mas Cristo.
O Senhor fez tudo num mistério, um batismo, uma crisma, uma eucaristia, uma redenção e uma câmara nupcial.
( ... ) ele disse, "Vim fazer (as coisas abaixo) como as coisas (acima, e as coisas) fora como aquelas (dentro. Vim para uni-las) no lugar". ( ... ) aqui por meio de (modelos ... ). Aqueles que dizem, "(Existe um homem celestial e) existe outro acima (dele", estão enganados. Porque é o primeiro destes dois (homens) celestiais, aquele que se manifesta, que é chamado "aquele que está abaixo"; e aquele a quem pertence o oculto é (supostamente) o que está acima dele. Portanto, seria melhor dizerem, "O interior e o exterior, e o que está fora de exterior". Por causa disto o Senhor chamou a destruição "a escuridão exterior"; não existe nada além dela. Ele disse: "Meu Pai que está em segredo". Ele disse, "Entra em teu aposento, fecha a porta e ora a teu Pai que está em segredo" (Mt 6:6), aquele que está no interior de tudo. Mas o que está no interior de tudo é a plenitude. Mais interior do que ela não existe nada. É sobre isto que dizem, "O que está acima deles".
Antes do Cristo alguns saíram de um lugar no qual não conseguiam mais entrar e foram para onde não mais conseguiam sair. Então veio o Cristo. Ele retirou aqueles que entraram e pôs para dentro os que sairam.
Quando Eva ainda estava em Adão a morte não existia. Quando ela se separou dele a morte passou a existir. Se ele entrar outra vez e alcançar o seu ser primordial, a morte deixará de existir.
(pg 151) "Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste, ó Senhor?" (Mc 15:34 e outras). Foi na cruz que ele disse estas palavras, porque havia deixado aquele lugar.
( ... ) que foi gerado através dele que ( ... ) de Deus.
O ( ... ) dos mortos. ( ... ) para ser, mas agora ( ... ) perfeito. ( ... ) carne, mas isto ( ... ) é a verdadeira carne. ( ... ) não é verdade, mas ( ... ) só uma imagem do verdadeiro.
Uma câmara nupcial não é para os animais, nem para os escravos, nem para as mulheres violadas; mas é para os homens livres e virgens.
Somos realmente engendrados outra vez pelo Espírito Santo, mas somos engendrados pelo Cristo nos dois. Somos ungidos por meio do Espírito. Quando somos engendrados somos unidos. Ninguém pode ver-se na água ou num espelho sem luz. Tampouco podes ver-te na luz sem água ou espelho. Por esta razão, é apropriado batizar nos dois, na luz e na água. Pois bem, a luz é a crisma.
Havia três lugares específicos para sacrifício em Jerusalém. O que estava voltado para o poente era chamado de "o sagrado." Outro, voltado para o sul, era chamado de "o santo do santo." O terceiro, voltado para o nascente, era chamado "o santo dos santos," o lugar onde só o Sumo Sacerdote podia entrar. O Batismo é o edifício "sagrado." A Redenção é "o santo do santo," e a Câmara Nupcial "o santo dos santos." O Batismo inclui a Ressurreição (e a) Redenção; a Redenção (ocorre) na câmara nupcial. Mas a Câmara Nupcial ocorre naquele lugar que é superior ao ( ... ) tu não encontrarás ( ... ) são aqueles que oram ( ... ) Jerusalém. ( ... ) Jerusalém, ( ... ) aqueles chamados "o santo dos santos" ( ... o) véu foi rasgado ( ... ) câmara nupcial exceto a imagem ( ... ) acima. Por esta razão seu véu rasgou-se de alto a baixo. Pois era apropriado que alguns de baixo fossem para cima.
Os poderes não vêem aqueles que estão vestidos com a luz perfeita e, por isto, não podem detê-los. A pessoa pode vestir-se sacramentalmente com esta luz na união.
Se a mulher não tivesse se separado do homem, ela não morreria com o homem. Sua separação tornou-se o começo da morte. Por isto o Cristo veio, para reparar a separação que houve no princípio e unir os dois outra vez e para dar vida àqueles que morreram devido à separação, unindo-os de novo. Mas a mulher uni-se a seu marido na câmara nupcial. Na verdade, aqueles que foram unidos na câmara nupcial não mais serão (pg 152) separados. Portanto, Eva separou-se de Adão porque não foi na câmara nupcial que ela se uniu a ele.
A alma de Adão chegou à existência por meio de um sopro. O companheiro de sua alma é o Espírito. Sua mãe é a coisa que lhe foi dada. Sua alma foi-lhe tomada e substituída por um (espírito). Quando ele estava unido (ao Espírito), (pronunciou) palavras incompreensíveis aos poderes. Eles o invejaram ( ... ) parceiro espiritual ( ... ) escondido ( ... ) oportunidade ( ... ) somente para eles ( ... ) câmara nupcial para que ( ...)
Jesus apareceu ( ... ) Jordão, a (plenitude do reino) dos céus. Ele que (foi engendrado) antes de todas as coisas foi engendrado novamente. Ele (que foi ungido) outrora foi ungido novamente. Ele que tinha sido redimido, redimiu (outros) por sua vez.
Realmente, um mistério deve ser dito. O pai de todas as coisas uniu-se com a virgem que havia descido, e o fogo brilhou para ele naquele dia. Ele apareceu na grande câmara nupcial. Portanto, seu corpo passou a existir naquele dia. Deixou a câmara nupcial como alguém que veio à existência por meio do noivo e da noiva. Desta forma, Jesus estabeleceu todas as coisas nela por meio deles. É conveniente que cada um dos discípulos entre em seu repouso.
Adão veio a ser por meio de duas virgens, do Espírito e da Terra virgem. O Cristo, portanto, nasceu de uma virgem para retificar a queda que houve no princípio.
Existem duas árvores crescendo no Paraíso. Uma sustenta (animais) e a outra sustenta homens. Adão (comeu) da árvore que nutria animais. (Ele) tornou-se um animal e produziu animais. Por esta razão os filhos de Adão adoram (animais). A árvore ( ... ) fruto é ( ... ) aumentado. ( ... ) comeu o ( ... ) fruto da ( ... ) nutre homens, ( ... ) homem. ( ... ) Deus criou o homem. ( ... os homens) criaram Deus. É desta maneira que são as coisas no mundo, os homens criam deuses e adoram a sua criação. Seria apropriado que os deuses adorassem os homens!
Certamente a realização de um homem depende de sua habilidade. Por isto referimo-nos as suas realizações como suas "habilidades." Entre suas realizações encontram-se seus filhos. Eles têm sua origem num momente de repouso. Portanto, suas habilidades determinam o que ele pode realizar, mas este repouso mostra-se evidente nos filhos. Isto se aplica diretamente à imagem. Aqui está o homem feito de acordo com a imagem realizando coisas com sua força física, mas produzindo seus filhos com facilidade.
Neste mundo, os escravos servem os livres. No Reino dos Céus, os livres vão (pg 153) cuidar dos escravos: os filhos da câmara nupcial vão cuidar dos filhos do casamento. Os filhos da câmara nupcial têm (um só) nome: repouso. (De modo geral) eles não precisam tomar (nenhuma) outra forma (porque têm) a contemplação, ( ... ). São numerosos ( ... ) nas coisas ( ... ) as glórias ( ... ).
Aqueles ( ... ) descem à água. ( ... ) saem (da água), vão consagrar ( ... ) aqueles que têm ( ... ) em seu nome. Pois ele disse, "(Assim) devemos cumprir toda a justiça" (Mt 3:15).
Aqueles que dizem que devem morrer primeiro para depois ressuscitar estão enganados. Se eles não receberem primeiro a ressurreição enquanto estiverem vivos, quando morrerem não receberão nada. Assim também, quando falam sobre o batismo dizem, "O batismo é uma grande coisa," pois se as pessoas o receberem viverão.
Felipe, o apóstolo, disse: "José, o carpinteiro, plantou um jardim porque precisava de madeira para seu ofício. Foi ele que fez a cruz das árvores que plantou. Sua própria descedência ficou pendurada naquilo que ele plantou. Sua descendência foi Jesus, e o plantio foi a cruz." Mas a árvore da vida está no meio do jardim. Porém é da oliveira que recebemos a crisma, e da crisma a ressurreição.
Este mundo é um devorador de cadáveres. Todas as coisas que se comem nele também morrem. A verdade alimenta-se da vida. Portanto, ninguém nutrido pela (verdade) morrerá. Foi daquele lugar que Jesus veio e trouxe alimento. Aos que desejavam ele deu (vida para que) eles não morressem.
Deus ( ... ) um jardim. O homem ( ... ) jardim. Existem ( ... ) e ( ... ) de Deus. ( ... ) As coisas que estão no ( ... ) eu desejo. Este jardim (é o lugar em que) me dirão, "( ... coma) isto ou não coma (aquilo, da maneira que) desejares." No lugar em que comerei todas as coisas está a árvore do conhecimento. Aquela matou Adão, mas aqui a árvore do conhecimento faz com que o homem viva. A lei era a árvore. Ela tem o poder para outorgar o conhecimento do bem e do mal. Ela nem o removeu do mal, nem o colocou no bem, mas criou a morte para aqueles que comiam dela. Pois quando ele disse, "Come isto, não coma aquilo," isto foi o começo da morte.
A crisma é superior ao batismo, pois foi a partir da palavra "crisma" que fomos chamados de "cristãos," e certamente não por causa da palavra "batismo." E é por causa da crisma que "o Cristo" recebeu seu nome. Porque o Pai ungiu o Filho, o Filho ungiu os apóstolos, e os apóstolos nos ungiram. Aquele que foi ungido tem tudo. Ele tem a ressurreição, a luz, a cruz e o Espírito Santo. O Pai deu-lhe isto na câmara nupcial; ele (pg 154) meramente aceitou (a dádiva). O Pai estava no Filho e o Filho no Pai. Isto é o Reino dos Céus.
O Senhor falou bem: "Alguns entraram no reino dos céus rindo, e sairam ( ... ) porque ( ... ) um cristão, ( ... ). E logo que ( ... desceu) à água ele veio ( ... ) tudo (deste mundo), ( ... ) porque ( ... ) um pouco, mas ( ... cheio de) menosprezo por este ( ... ) reino dos (céus ... ). Se ele despreza ( ... ) e o desdenha um pouco ( ... ) sairá rindo. Assim é também com o pão e o cálice de óleo, apesar de haver outro superior a estes.
O mundo foi criado por engano. Porque aquele que o criou queria fazê-lo imperecível e imortal. Ele não conseguiu realizar o seu desejo, pois o mundo nunca foi imperecível, e tampouco aquele que fez o mundo. Porque as coisas não são eternas, mas os filhos são. Nada será capaz de tornar-se eterno se não se tornar primeiramente um filho. Mas, ele que não tem a habilidade de receber, não será muito mais incapaz de dar?
O cálice da oração contém vinho e água, já que foi indicado para o tipo de sangue com o qual se realiza a ação de graça. Ele está pleno do Espírito Santo e pertence ao homem inteiramente perfeito. Quando bebermos deste cálice, receberemos o homem perfeito. A água viva é um corpo. Precisamos vestir-nos com o homem vivo. Portanto, quando ele está prestes a descer à água, despe-se para vestir-se com o homem vivo.
Um cavalo procria um cavalo, um homem gera um homem, um deus faz surgir um deus. Compare (o) noivo e a (noiva). Eles vieram do ( ... ). Nenhum judeu ( ... ) ( ... ) existiu. E ( ... ) dos judeus. ( ... ) cristãos, ( ... ) estes ( ... ) são referidos como "o povo escolhido de ( ... )," "o verdadeiro homem," "o filho do homem" e "a semente do filho do homem." Esta raça verdadeira é renomada no mundo ... em que os filhos da câmara nupcial moram.
Enquanto neste mundo a união é entre marido e mulher, um exemplo de força complementada pela fraqueza (?), no reino (eon) eterno, a forma de união é diferente, apesar de nos referirmos às duas pelo mesmo nome. Porém, existem outros nomes. Eles são superiores a todos os nomes indicados e são mais fortes do que o forte. Pois, quando ocorre uma demonstração de força, aparecem aqueles que se distinguem pela força. Estas coisas não são separadas, sendo ambas esta única coisa. Isto é aquilo que não será capaz de se elevar acima do coração de carne.
(pg 155) Não é preciso que aqueles que têm tudo conheçam a si mesmos? Alguns, de fato, que não conhecem a si mesmos, não serão capazes de gozar do que possuem.
Não só serão incapazes de deter o homem perfeito, mas não serão capazes de vê-lo, pois, se o virem, irão detê-lo. Não há outro meio para uma pessoa adquirir esta qualidade, exceto vestindo a luz perfeita (e) tornando-se também luz perfeita. Aquele que (a tiver vestido) entrará (... ). Quem recebe tudo ( ... ) deste lado ( ... ) será capaz ( ... ) aquele lugar, mas vai ( ... o meio) como imperfeito. Somente Jesus sabe o fim desta pessoa.
O sacerdote é inteiramente santo, até mesmo o seu corpo. Pois, se tomar o pão, o consagrará. Ele consagrará o cálice e tudo o mais que receber. Assim, como não vai consagrar o corpo também?
Ao aperfeiçoar a água do batismo, Jesus a esvaziou da morte. Assim descemos à água, mas não baixamos à morte para que não sejamos vertidos no espírito do mundo. Quando aquele espírito sopra, ele traz o inverno. Quando o Espírito Santo sopra, chega o verão.
Aquele que tem o conhecimento da verdade é um homem livre, porém o homem livre não peca, pois "aquele que peca é escravo do pecado" (Jo 8:34). A verdade é a mãe, o conhecimento o pai. Aqueles que pensam que o pecado não se aplica a eles são chamados de "livres" pelo mundo. "Conhecimento" da verdade "torna estas pessoas meramente arrogantes," que é o que as palavras "os tornam livres" significam. Isto lhes dá um sentimento de superioridade sobre todo o mundo. Mas "o amor constrói" (1 Co 8:1). Na verdade, aquele que, por meio do conhecimento, é realmente livre, torna-se um escravo, devido ao amor por aqueles que não foram ainda capazes de alcançar a liberdade do conhecimento. O conhecimento torna-os capazes de serem-se livres. O amor (nunca chama) algo de seu, ( ... ) ele ( ... ) possui ( ... ). Ele nunca (diz, "Isto é seu") ou "Isto é meu," (mas, "Tudo isto) é seu." O amor espiritual é vinho e fragrância. Todos que com ele se ungem se deleitam nisto. Enquanto aqueles que foram ungidos estiverem presentes, os que estão por perto também se aproveitam (da fragrância). Porém, quando os que foram ungidos com o ungüento se retirarem, deixando-os, então aqueles que não foram ungidos, mas estavam meramente por perto, permanecerão em meio a seu mau odor. O samaritano não deu ao homem ferido nada mais do que vinho e óleo. Isto nada mais é do que o ungüento, que cura as feridas, pois "o amor cobre inúmeros pecados" (1 Pe 4:8).
(pg 156) As crianças que uma mulher dá a luz se parecem com o homem que a ama. Se o seu marido a ama, então eles se parecem com seu marido. Se este for um adúltero, então elas se parecerão com o adúltero. Com freqüência, se uma mulher (adúltera) se deita com seu marido por conveniência, enquanto seu coração está com o amante, com quem ela geralmente tem relações, a criança que ela terá nascerá parecendo-se com o adúltero. Portanto, vós que viveis com o Filho de Deus, não ameis o mundo, mas sim o Senhor, para que os filhos que vierdes a engendrar não se parecem com o mundo, mas com o Senhor.
O ser humano tem relação sexual com um ser humano. O cavalo com um cavalo, um jumento com um jumento. Membros de uma raça geralmente se associam (com) pessoas da mesma raça. Assim o Espírito se mistura com o Espírito, o pensamento se relaciona com o pensamento, e a (luz) compartilha (com a luz. Se) nasceres como um ser humano, será (um ser humano) que te amará. Se te tornares (um espírito), será o Espírito que se unirá a ti. Se te tornares pensamento, será o pensamento que se associará contigo. Se te tornares luz, é a luz que compartilhará contigo. Se te tornares um daqueles que pertencem ao alto, são aqueles que pertencem ao alto que repousarão em ti. Se te tornares um cavalo, um jumento, um touro, um cão, uma ovelha ou qualquer outro animal que estão fora ou embaixo, então, nenhum ser humano, espírito, pensamento ou luz será capaz de amar-te. Nem os que pertencem ao alto nem os que pertencem ao interior serão capazes de repousar em ti, e não terás parte deles.
Aquele que é escravo contra o seu desejo será capaz de tornar-se livre. Aquele que se tornou livre devido ao favor de seu mestre, e depois vendeu-se como escravo novamente, não será mais capaz de ser livre.
A agricultura no mundo requer a cooperação de quatro elementos essenciais. A colheita será reunida no celeiro somente se houver a ação natural da água, da terra, do vento e da luz. A agricultura de Deus, da mesma forma, é baseada em quatro elementos: fé, esperança, amor e conhecimento. A fé é a terra em que fincamos raiz. A esperança é a água por meio da qual somos nutridos. Amor é o vento por meio do qual crescemos. O conhecimento, então, é a luz, por meio da qual (amadurecemos). A graça existe de (quatro maneiras: ela é) nascida da terra, é (celestial, ... ) do mais alto céu, ( ... ) no ( ... ).
Bem aventurado é aquele que em nenhuma ocasião causou a uma alma ( ... ). Esta pessoa é Jesus Cristo. Ele foi a toda parte e não prejudicou ninguém. Portanto, bem aventurado é aquele que age desta forma, porque é um homem perfeito. Pois a palavra (pg 157) nos diz que este tipo de homem é dificil de encontrar. Como seremos capazes de realizar uma coisa tão nobre? Como esta pessoa dará consolo a todos? Acima de tudo, não é apropriado causar tristeza a ninguém - seja importante ou modesto, crente ou sem crença - dando, então, consolo somente àqueles que se comprazem em boas ações. Alguns acham vantajoso proporcionar auxílio aos que fazem o bem. Aquele que faz boas ações não pode auxiliar tais pessoas, pois não se apega ao que gosta. Porém, é incapaz de causar tristeza, já que não aflige a ninguém. Na verdade, aquele que faz o bem, às vezes, causa tristeza aos outros -- não que seja sua intenção fazer isto -- ao contrário, é a própria maldade dos outros que é responsável pela tristeza que sentem. Aquele que tem as qualidades (do homem perfeito) confere alegria aos bons. Algumas pessoas, no entanto, sentem-se terrivelmente aflitas com tudo isto.
Havia um chefe de família que tinha todas as coisas imagináveis: filhos, escravos, gado, cachorros, porcos, milho, cevada, palha, pastagens, ( ... ), carne e bolotas . (Ele era, porém,) uma pessoa sensata e conhecia o alimento de cada um. Servia pão às crianças ( ... ). Servia farinha aos escravos ( e ... ). Lançava cevada, palha e capim ao gado. Dispensava ossos aos cachorros e bolotas e lavagem aos porcos. O mesmo ocorre com o discípulo de Deus: se ele for uma pessoa sensata compreende as necessidades do discipulado. As formas corporais não o enganarão, e ele examinará a condição da alma de cada um falando de acordo. Existem muitos animais no mundo que se apresentam de forma humana. Quando o discípulo os indentifica, lança bolotas aos porcos, cevada, palha e capim ao gado, ossos aos cães. Aos escravos proporcionará somente as lições elementares, às crianças oferecerá a instrução completa.
Existe o Filho do Homem e o filho do Filho do Homem. O Senhor é o Filho do Homem, e o filho do Filho do Homem é aquele que cria por meio do Filho do Homem. O Filho do Homem recebe de Deus a capacidade para criar. Ele também tem a capacidade para gerar. Aquele que recebeu a habilidade para criar é uma criatura. Aquele que recebeu a habilidade para gerar é um descendente. Aquele que cria não pode gerar. Aquele que gera não tem o poder de criar. É dito, no entanto, "Aquele que cria gera." Mas, a sua denominada "prole" é meramente uma criatura. Por causa da ( ... ) do nascimento, eles não são seus descendentes mas ( ... ). Aquele que cria trabalha abertamente e é visível. Aquele que gera o faz (em privacidade), ficando escondido, já (pg 158) que ( ... ) imagem. Da mesma forma, aquele que cria (o faz) abertamente. Mas, o que gera (engendra) os filhos em privacidade. Ninguém (pode) saber quando (o marido) e a esposa têm relações sexuais, a não ser os dois. Realmente, o casamento no mundo é um mistério para os que assumiram uma esposa. Se existe uma qualidade oculta no casamento da corrupção, maior ainda será o verdadeiro mistério do matrimônio não profanado! Ele não é carnal mas puro. Não pertence ao desejo mas à vontade. Não pertence à escuridão nem à noite, mas ao dia e à luz. Quando um casamento está aberto ao público, tornou-se prostituição, e a noiva faz o papel de prostituta não só quando é inseminada por outro homem, mas ainda quando sai de seu quarto e é vista. Ela só deve mostrar-se a seu pai, sua mãe, ao amigo do noivo e aos filhos do noivo. A estes é permitido entrar todos os dias na câmara nupcial. Aos outros resta simplesmente ansiar por ouvir a voz da noiva e deleitar-se com seu bálsamo. Eles que se alimentem das migalhas que caem da mesa, como os cães. O noivo e a noiva pertencem à câmara nupcial. Ninguém poderá ver o noivo e a noiva, a menos que (torne-se) um com eles.
Quando Abraão ( ... ) que ele veria o que devia ver, (ele cortou) a carne do prepúcio, ensinando-nos que é apropriado destruir a carne.
(A maior parte das coisas) no mundo, enquanto suas (partes internas) estão ocultas, ficam de pé e vivem. (Se são reveladas), morrem, como é ilustrado pelo homem visível: (enquanto) os intestinos do homem estão escondidos, o homem está vivo; quando seus intestinos são expostos e saem de dentro dele, o homem morre. O mesmo ocorre com a árvore: enquanto a raiz está escondida ela brota e cresce. Se suas raizes são expostas, a árvore seca. Assim ocorre com todo nascimento no mundo, não só com o revelado, mas (também) com o oculto. Porque enquanto a raiz da maldade está escondida, esta permanece forte. Mas quando é reconhecida ela se dissolve. Quando é revelada ela morre. É por isto que a palavra disse: "O machado já está posto à raiz das árvores" (Mt 3:10). Ele não só cortará -- o que é cortado brota outra vez -- mas o machado penetra profundamente até trazer a raiz para fora. Jesus arrancou inteiramente a raiz de todas as coisas, enquanto outros só o fizeram parcialmente. Quanto a nós, que cada um cave em busca da raiz do mal que está dentro de si, e que ela seja arrancada do coração de cada um pela raiz. Ela será arrancada se nós a reconhecermos. Mas se a ignorarmos, o mal se enraizará em nós e produzirá seus frutos em nosso coração. Ele nos dominará. Seremos seus escravos. Ele nos mantém cativos, para que façamos o que não queremos e não façamos o que queremos. Ele é poderoso porque nós não o reconhecemos. Enquanto (existe) permanece ativo. A ignorância é a mãe de (todos os (pg 159) males). A ignorância resultará na (morte, porque) aqueles que vivem na ignorância não foram, não (são) nem serão. ( ... ) será perfeito quando toda a verdade for revelada. Porque a verdade é como a ignorância: enquanto está escondida repousa em si mesma, mas quando é revelada e reconhecida, passa a ser louvada porque é mais forte do que a ignorância e o erro. Ela dá liberdade. A Palavra disse, "Se conhecerdes a verdade, a verdade vos libertará" (Jo 8:32). A ignorância é uma escrava. Conhecimento é liberdade. Se conhecermos a verdade, encontraremos os frutos da verdade dentro de nós. Se nos unirmos com ela, nos trará a plenitude.
No momento temos as coisas manifestadas da criação. Dizemos, "Os fortes que são tidos em alta estima são grandes indivíduos. E os fracos que são desprezados são os obscuros." Contraste esta situação com as coisas manifestas da verdade: elas são fracas e desprezadas, enquanto as coisas ocultas são fortes e tidas em alta estima. Os mistérios da verdade são revelados, ainda que por meio de modelos e imagens. A câmara nupcial, no entanto, permanece oculta. É o santo do santo. O véu inicialmente ocultava (a forma) como Deus controla a criação, mas quando o véu é rasgado e as coisas interiores são reveladas, esta casa ficará desolada, ou melhor, será (destruída). E toda a deidade (inferior) fugirá daqui, mas não para os santos (dos) santos, porque não será capaz de se misturar com a (luz) pura e com a plenitude (perfeita), mas para baixo das asas da cruz (e debaixo) de seus braços. Esta arca será (sua) salvação quando a enchente das águas surgir sobre eles. Se alguns pertencem a ordem sacerdotal, serão capazes de retirar-se para dentro do véu com o sumo sacerdote. Por esta razão o véu não se rasgou somente no alto, pois neste caso estaria aberto somente para os do alto; nem foi rasgado somente em baixo, pois neste caso teria sido revelado somente para os de baixo. Mas foi rasgado de alto a baixo. Aqueles acima abriram para nós as coisas abaixo, para que pudéssemos penetrar o segredo da verdade. Isto realmente é o que é tido em alta consideração (e) que é forte! E iremos lá por meio de modelos inferiores e formas de fraqueza. Eles são realmente inferiores quando comparados com a glória perfeita. Há uma glória que ultrapassa a glória e um poder que ultrapassa o poder. Portanto, as coisas perfeitas se abriram para nós, juntamente com as coisas ocultas da verdade. O santo dos santos foi revelado, e a câmara nupcial nos convida a entrar.
Enquanto ela estiver escondida, a fraqueza é realmente ineficaz, pois ela não foi removida do âmago da semente do Espírito Santo. Eles são escravos do mal. Mas, quando ela for revelada, então, a luz perfeita vai brilhar sobre todos. E todos os que (pg 160) estiverem em seu bojo (receberão a crisma). Então, os escravos serão libertados, (e) os cativos serão resgatados. "(Toda) planta (que) meu pai que está nos céus (não tiver) plantado será arrancada" (Mt 15:13). Aqueles que estiverem separados se unirão ( ... ) e serão preenchidos. Quem (entrar) na câmara nupcial vai acender a (luz), porque ( ... ) assim como nos casamentos que são ( ... ) acontece a noite. Aquele fogo ( ... ) só de noite e é apagado. Mas, por outro lado, os mistérios daquele casamento são aperfeiçoados de dia e sob a luz. Nem aquele dia nem sua luz jamais terminam. Se alguém tornar-se um filho da câmara nupcial, este receberá a luz. Se alguém não recebê-la enquanto estiver aqui, não será capaz de recebê-la no outro lugar. Quem receber aquela luz não será visto, nem poderá ser detido. E ninguém será capaz de atormentar uma pessoa como aquela, mesmo quando ela estiver vivendo no mundo. E também, quando se retirar do mundo, ela já terá recebido a verdade em imagens. O mundo tornou-se o reino (eon) eterno, porque o reino eterno é a plenitude para ela. E isto ocorre desta forma: é revelado a ela sozinha, não escondido na escuridão e à noite, mas escondido num dia perfeito e sob a luz sagrada.
Fonte: THE NAG HAMMADI LIBRARY
James M. Robinson (ed.)
Harper San Francisco, 1994, pg. 141-160
Tradução: Raul Branco
Revisão: Edilson Pedros
Costa
Apoclípese das Semanas de Enoch
Apócrifo
APOCALIPSE DAS SEMANAS
Livro de Enoch 93:1-10 , 91:11-17*
4 Qumran Henoc g (4Q212) III-IV § versão espanhol português E C M - enochm@terra.com.br 14/04/2001
Enoch relembrou seu discurso dizendo: "A propósito dos filhos da Justiça e acerca do Eleito do mundo, que havia crescido de uma planta de verdade e de justiça, eles falaram e deram a conhecer a mim Enoch, filhos meus, segundo o que me foi revelado todo o entendimento por uma visão celestial e pela voz dos anjos guardiães e dos santos. Nas tábuas celestiais é tudo lido e entendido ".
Continuou falando Enoch e disse: "Eu, Enoch, nasci o sétimo, na primeira semana, na época em que a justiça ainda era firme. Depois de mím, virá a segunda semana na que crescerá a mentira e a violência e durante ela terá lugar o primeiro Final, então, um homem será salvo. E quando esta semana haver acabado, a injustiça crescerá e Deus fará uma lei para os pecadores.
"Depois, haverá o final da terceira semana, um homem será eleito como planta de juízo justo, através do qual crescerá como planta de justiça para a eternidade. Logo, ao terminar a quarta semana, as visões dos santos e dos justos aparecerão e será preparada uma lei para gerações de gerações e um cercado.
"Depois, no final da quinta semana, uma casa de gloria e poder será edificada para a eternidade. Logo, na sexta semana, os que viverem durante ela serão cegados em seu coração, infielmente, se afastarão da sabedoria. Então um homem subirá ao céu no final desta semana, a casa de dominação será consumida pelo fogo e será dispersado todo a linhagem da raiz escolhida.
"Logo, na sétima semana surgirá uma geração perversa; numerosas serão suas obras, mas todas estarão no erro. E no final desta semana serão escolhidos os eleitos como testemunhas da verdade e da planta de justiça eterna. Lhes será dada sabedoria e conhecimento por setuplicado. Para eles executar o juízo arrancarão da raiz as causas da violência e nela a obra da falsidade.
"Depois disso virá a oitava semana, a da justiça, na qual se entregará uma espada a todos os justos para que julguem justamente aos opressores, que serão entregues em suas mãos. E ao final desta semana os justos adquirirão honestamente riquezas e será construído o templo da realeza de O Grande, em seu esplendor eterno, para todas as gerações.
"Após isto, na nona semana se revelarão a justiça e o juízo justo à totalidade dos filhos da terra inteira e todos os opressores desaparecerão totalmente da terra e serão lançados ao pouso eterno e todos os homens verão o caminho justo e eterno.
"Depois disso, na décima semana, em sua sétima parte, terá lugar o Juízo Eterno. Será o tempo do Grande Juízo e Ele executará a vingança no meio dos santos. Então o primeiro céu passará e aparecerá um novo céu e todos os poderes dos céus se levantarão brilhando eternamente sete vezes mais. E depois disso, haverá muitas semanas, cujo número nunca terá fim, nas quais se fará o bem e a justiça. O pecado já não será mencionado jamais."
O livro de Enoch é um texto apócrifo que é mencionado por algumas cartas do Novo Testamento (Judas, Hebreus e 2ª de Pedro). Até a elaboração da Vulgata, por volta do ano 400, os primeiros seguidores de Cristo o mencionavam abertamente em seus textos e o aceitavam como real. Após a Vulgata ele caiu no esquecimento. Entretanto, o livro é muito interessante e parece real. O livro de Enoch foi preservado somente em uma cópia, na totalidade, em etíope e, por esta razão, também é chamado de Enoch etíope. Este documento foi encontrado, incompleto, entre os Manuscritos do Mar Morto.
CAPITULO I - Profecias sobre o fim dos tempos
"1 - Eis as palavras de Enoch pelas quais abençoou os eleitos e os justos que viverão no tempo da aflição, quando serão reprovados todos os maus e ímpios. Enoch, homem justo que caminha diante do Senhor, quando seus olhos foram abertos, e quando contemplou uma santa visão nos céus, fala e pronuncia: Eis o que me mostram os anjos,
2 - Esses anjos me revelarão todas as coisas e me darão a inteligência do que jamais vi, que não deve ocorrer nesta geração, mas numa geração afastada, para o bem dos eleitos,
3 - Foi por eles que pude falar e conversar com aquele que deve deixar um dia sua celeste morada, o Santo e Todo-poderoso, o Senhor desse mundo,
4 - Que um dia deve pôr em convulsão o pico do monte Sinai, aparecer em seu tabernáculo e se manifestar com toda a força de sua celeste potência.
5 - Todos os vigilantes serão surpreendidos, todos ficarão consternados.
6 - Todos serão tomados pelo medo e pelo espanto, mesmo nas extremidades da terra. As altas montanhas serão sacudidas, as colinas elevadas serão diminuídas, escoar-se-ão diante de sua face como o círio diante da drama. A terra será submersa e tudo aquilo que a habitar, perecerá, ora, todos os seres serão julgados, mesmo os justos.
7 - Mas os justos obterão a paz, Ele conservará os eleitos e sobre eles exercerá sua clemência.
8 - Então tornar-se-ão a propriedade do Senhor Deus, e serão por Ele cumulados de felicidade e bênçãos; e o esplendor da Divindade os iluminará."
CAPITULO XLIV - Profecias sobre Jesus, os tempos atuais e a perseguição aos cristãos
1 - Lá, vi então o Ancião dos dias cuja cabeça estava como que coberta de lã branca e com ele, um outro, que tinha a figura de um homem. Esta figura era plena de graça, como a de um dos santos anjos. Então interroguei a um dos anjos que estava comigo e que me explicou todos os mistérios relativos ao Filho do homem. Perguntei-lhe quem era ele, de onde vinha e porque acompanhava o Ancião dos Dias.
2 - Respondeu-me nessas palavras: "Este é o Filho do homem a quem toda justiça se refere, com quem ela habita, e que tem a chave de todos os tesouros ocultos; pois o Senhor dos espíritos o escolheu preferencialmente e deu-lhe glória acima de todas as criaturas.
3 - Esse Filho do homem que viste, arrancará reis e poderosos de seu sono voluptuoso, fá-los-á sair de suas terras inamovíveis, colocará freio nos poderosos, quebrará os dentes dos pecadores.
4 - Expulsará os reis de seus tronos e de seus reinos, porque recusam honrá-lo, de tornarem públicos seus louvores e de se humilharem diante daquele a quem todo reino foi dado. Colocará tormentos na raça dos poderosos; forçá-los-á a se deitarem diante dele. As trevas tornar-se-ão sua morada e os vermes serão os companheiros de sua cama; nenhuma esperança para eles de sair desse leito imundo, pois não consultaram o nome do Senhor dos espíritos.
5 - Desprezarão os astros do céu e elevarão as mãos contra o Todo-Poderoso; seus pensamentos serão voltados apenas para a terra na qual desejarão estabelecer sua morada eterna; e suas obras serão apenas obras de iniquidade. Colocarão suas alegrias em suas riquezas e sua confiança nos deuses fabricados por suas próprias mãos. Recusar-se-ão a invocar o Senhor dos espíritos, expulsá-lo-ão de seus templos.
6 - E os fiéis serão perseguidos pelo nome do Senhor dos espíritos.
CAPITULO XLV - Profecias sobre o julgamento
1 - Nesse dia, as preces dos santos subirão da terra até ao pé do trono do Senhor dos espíritos.
2 - Nesse dia, os santos que habitam nos céus se reunirão e com voz unânime, rezarão, suplicarão, celebrarão, louvarão, exaltarão o nome do Senhor dos espíritos, pelo sangue dos justos, espalhado por ele; e essas preces dos justos elevar-se-ão incessantemente ao trono do Senhor dos espíritos, a fim de que lhes faça justiça, e que sua paciência pelos maus não seja eterna.
3 - Nesse tempo, vi o Ancião dos dias, sentado no trono de sua glória. 0 livro da vida estava aberto diante dele e todas as potências do céu se mantinham curvadas diante dele e ao seu redor.
4 - Então os corações dos santos estavam inundados de alegria, porque o tempo da justiça era chegado, a prece dos santos havia sido ouvida e o sangue dos justos havia sido apreciado pelo Senhor dos espíritos.
Costa
A Doutrina dos Apóstulos
Apócrifo
CAPITULO I
1 Existem dois caminhos no mundo: o da vida e o da morte; o da luz e o das trevas. Neles foram estabelecidos dois anjos: o da justiça e o da iniqüidade. Porém, grande é a diferença entre esses dois caminhos. 2 Este é o caminho da vida: em primeiro lugar, deves amar ao Deus eterno que te criou; em segundo lugar, [deves amar] o teu próximo como a ti mesmo; assim, tudo o que não quiserdes que seja feito contigo, não o farás a outro. 3 A explicação destas palavras é a que segue.
CAPITULO II
1... 2 Não cometerás adultério; não matarás; não prestarás falso testemunho; não violarás a criança; não fornicarás; não praticarás a magia; não fabricarás poções; não matarás a criança mediante aborto, nem matarás o recém-nascido; não cobiçarás nada do teu próximo. 3 Não proferirás perjúrios; não falarás mal, nem recordarás das más-ações. 4 Não darás mal conselho, nem teu linguajar terá duplo sentido, pois a língua é uma armadilha para a morte. 5Tua palavra não será vã, nem enganosa. 6 Não serás ambicioso, nem avarento, nem voraz, nem adulador, nem parcial, nem de maus costumes; não admitirás que se crie uma armadilha para o teu próximo. 7 Não odiarás a qualquer homem, mas o amareis mais que a tua própria vida.
CAPITULO III
1 Filho: afasta-te do homem mal e do homem falso. 2 Não sejas irado porque a ira conduz ao homicídio, nem desejes a maldade e a paixão pois disto tudo nasce a ira. 3... 4Não sejas astrólogo, nem purificador, pois estas coisas conduzem à vã superstição; nem sequer desejes ver ou ouvir estas coisas. 5Não sejas mentiroso porque a mentira conduz ao roubo; nem amante do dinheiro, nem da vadiagem, pois de tudo isto nascem os roubos. 6 Não sejas murmurador porque isto conduz à difamação; não sejas temerário, nem penses mal, pois de tudo isto nascem as difamações. 7 Ao contrário, sê manso, porque os mansos possuirão a terra santa. 8 Sê também paciente em teu trabalho; sê bom e temeroso de todas as palavras que escutas. 9 Não te enaltecerás nem te gloriarás perante os homens, nem infundirás a soberba na tua alma; não te unirás em espírito com os orgulhosos, mas te juntarás aos justos e humildes. 10 Receberás como bem as coisas adversas que te ocorrerem, sabendo que nada ocorre sem Deus.
CAPITULO IV
1 Daquele que te ensina a palavra do Senhor Deus, te recordarás dia e noite. O respeitarás como ao Senhor, pois onde se apresentam as coisas relativas ao Senhor, ali está o Senhor. 2 Assim pois, busca o rosto dos santos, para que te entretenhas nas suas palavras. 3 Não causes divisões, mas põe paz entre os que se desentendem; julga retamente sabendo que também tu serás julgado; não derrubarás ninguém em desgraça. 4 Não terás dúvidas se será ou não verdadeiro. 5 Não sejas como aqueles que estendem a mão para receber e encolhem para dar. 6 Sim, graças às tuas mãos, tens a redenção dos pecados; não terás dúvidas ao dar, sabendo quem será o remunerador dessa recompensa. 7 Não te desviarás do necessitado, mas compartilharás todas as coisas com teus irmãos e não dirás que sãos tuas. Se somos co-partícipes no imortal, quanto mais devemos iniciá-lo já, a partir daqui? Eis que o Senhor quer dar a todos os Seus dons. 9 Não afastarás as tuas mãos dos teus filhos, mas desde a juventude lhes ensinarás o temor a Deus. 10 A teu servo ou a tua serva, que esperam no mesmo Senhor, não os obrigarás, com ira, que venham a temer ao Senhor e a ti, pois Ele não veio para discriminar pessoas, mas para aqueles em quem encontrou um espírito humilde. 11 Vós, servos, permanei submissos aos vossos senhores como a Deus, com pudor e temor. 12 Odiarás toda hipocrisia e não farás o que não agrada a Deus. 13 Assim, pois, guarda, filho, o que tens ouvido e não lhe acrscentes coisas contrárias, nem as reduza. 14 Não te cerques da oração cm maus propósitos. Este é o caminho da vida.
V. 1 Por outro lado, o caminho da morte é contrário àquele. Para começar, é mau e cheio de maldições: adultérios, homicídios, falsos testemunhos, fornicações, maus desejos, atos mágicos, poções malditas, roubos, vãs superstições, furtos, hipocrisias, repugnâncias, malícia, petulância, cobiça, linguajar imoral, inveja, ousadia, soberba, orgulho, vaidade. 2 Os que não temem a Deus, os que perseguem os justos, os que odeiam a verdade, os que amam a mentira, os que não conhecem a recompensa da verdade, os que não se aplicam ao bem, os que não têm um reto juízo, os que não cuidam pelo bem mas pelo mal 3- dos quais se esgota a paciência e cerca a soberba - os que perseguem aos remuneradores, os que não se compadecem do pobre, os que não se afligem com o aflito, os que não conhecem a seu Criador, os que assassinam os seus filhos, os que cometem o aborto, os que se afastam das boas obras, os que oprimem o trabalhador, os que se esquivam do conselho dos justos: Fillho, afasta-te de todos estes!
CAPITULO VI
1 E vigia para que ninguém te afaste desta doutrina; do contrário, serás considerado sem disciplina. 2... 3... 4 Se a cada, com cuidado, fizeres estas coisas, estarás próximo do Deus vivo; se não o fizeres, estarás longe da verdade. 5 Põe todas estas coisas em teu espírito e não perderás a tua esperança; ao invés, por estes santos combates, chegarás à coroa. 6 Por Jesus Cristo, o Senhor que reina e é Senhor com Deus Pai e o Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
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