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18 de janeiro de 2007
Atos de João
Apócrifo
Este escrito, que você verá a seguir, foi duplamente condenado, tanto pelo papa Leão I(440-461 d.C.) quanto pelo Concílio de Bispo de Nicéia (787 d.C.). Foi proibida sua reprodução e determinada sua destruição pelo fogo.
Introdução
Atos de João faziam parte das obras usadas pelos maniqueus no fim do século IV. Há indícios de terem sido compostos em Edessa, no final do século II d.C., em conjunto com Atos de Pedro, Paulo, André e Tomé, por um autor de nome Leucius Charinus, que viveu na Síria e teria sido discípulo de João. O Texto obedece às linhas mestras do Gnosticismo, nele encontramos uma passagem de rara beleza, trata-se do Hino anterior à Paixão.
É interessante antes de ler esse texto que você pegue um exemplar da Bíblia cristã, em Mateus 26, comece a lendo os versículos 26, 27,28,29, ao iniciar a leitura do versículo 30, você notará a falta de referencias aos salmos cantados pelos apóstolos. Pois bem, Atos de João nos revela esta fabulosa canção.
EVANGELHO CRISTÃO CANÔNICO:
(ver Bíblia; MATEUS, 26: versículos 26 a 29)
26 Enquanto comiam, tomou Jesus o pão e depois de pronunciar a benção, partiu-o e deu a Seus discípulos, dizendo: 27 "Tomai e comei: Isto é o Meu corpo". Tomou em seguida um cálice em Suas mãos, deu graças e o entregou dizendo: "Bebei dele todos. 28 Porque este é Meu sangue, sangue da aliança, que vai ser derramado por muitos para a remissão dos pecados. 29 Eu vos digo: Não beberei mais deste produto da videira até ao dia em que o hei-de beber de novo convosco no reino de Meu pai.
Complemento de Mateus 26, versículos 29A até 30
ntes que fosse preso pelo julgamento dos Judeus, O Mestre nos reuniu a todos e disse:
"Antes que eu seja entregues a eles, cantaremos um hino ao Pai e, em seguida, iremos ao encontro daquilo que nos espera."
Ele pediu que nos déssemos as mãos em roda e colocando-se no meio, disse:"Respondei-me Amém."
Começou , então a cantar um hino que dizia: "Gloria ao Pai". E nós ao redor lhe respondíamos:"Amém".
"Glória á Graça; glória ao Espírito; glória ao Santo; glória a sua glória." - Amém.
"Nós o louvamos, ó Pai; nós lhe damos graças, ó Luz em que não habita as trevas." - Amém.
"Agora direi porque damos graças:"
"Devo ser salvo e salvarei." - Amém.
"Devo ser liberto e libertarei."-Amém.
"Devo ser gerado e gerarei."-Amém.
"Devo ouvir e serei ouvido."-Amém.
"Devo ser lembrado e sempre lembrarei."-Amém.
"Devo ser lavado e lavarei."-Amém.
"A Graça dança em conjunto, eu devo tocar a flauta, dançai todos."-Amém.
"O reino dos anjos cantam louvores conosco."-Amém
"Ao universo pertence àquele que participa da dança."-Amém.
"Quem participa da dança, não sabe o que vai acontecer."-Amém.
"Devo ir mas vou ficar."-Amém.
"Devo honrar e devo ser honrado."-Amém.
"Não tenho morada mas estou em todas os lugares."-Amém.
"Não tenho templo mas estou em todos os templos."-Amém.
"Sou um espelho para aquele que me contempla."-Amém.
"Sou uma porta para aquele que bate."Amém.
"Sou um caminho para ti que passa."Amém.
"Se seguires minha dança, compreendes o que falo, guarda silêncio sobre meus mistérios."
"Tu, que participa da dança, compreende o que faço, pois a ti pertence esse sofrimento.!
"Tu não poderia de maneira alguma compreender o que sofre, se Eu não tivesse sido enviado como Logos do Pai."
"Viste o que sofro, me viste sofrendo, e não ficaste incessível, mas sim profundamente perturbado."
"Tu, que pela perturbação alcançaste a sabedoria, tens em mim um leito: repousa em mim."
"Saberás quem sou quando Eu tiver partido. O que pareço ser agora, não sou. Tu verás quando vieres."
"Se soubesse como sofrer, seria capaz de não sofrer mais. Aprende a sofrer e tornar-te-ás capaz de não mais sofrer."
"O que não sabes, eu mesmo vou ensinar. Sou teu Deus. Quero andar no mesmo ritmo das almas santas. Aprende comigo a palavra da sabedoria."
"Dize-me de novo: Glória ao Pai; glória ao Logo; glória ao Espírito Santo.
"Tu queres saber o que sou? Com a palavra revelei tudo, e não fui de modo algum revelado."
"Compreende bem: Eu estarei aqui. Quando tiveres compreendido, diz: Glória ao Pai !"-Amém.
EVANGELHO CRISTÃO, MATEUS 26 versículo 30
30 Depois do Canto dos Salmos, saíram para o monte as Oliveiras.
A revelação do mistério da cruz
dos Atos de João
Depois que o Senhor dançou conosco, meu amado, ele foi embora.
E nós ficamos como homens supresos e entorpecidos, e partimos para aqui e acolá.
E assim eu o ví sofrer, e não esperei por seu sofrimento, mas parti para o Monte das Oliveiras e chorei sobre o que veio a se passar. E quando ele estava pendurado sobre a cruz na Sexta-feira, na sexta hora do dia, veio uma escuridão sobre toda a terra.
E meu Senhor ficou no meio da caverna, iluminando-a disse:
"João, para o povo lá em baixo em Jerusalem,
Eu estou sendo crucificado e perspassado com lanças e espinhos,
e estão me dando vinagre e bílis para beber.
Mas para você Eu estou falando, escutai o que eu digo.
Eu coloquei em tua mente para vires a esta montanha
para que possais ouvir o que um discípulo
deve aprender de seu mestre e homem de Deus."
E quando ele disse isto, mostrou-me uma cruz de Luz firmemente fixa,
e em volta da cruz uma grande multidão, que não tinha nenhuma forma definida,
e na cruz estava uma outra forma, com a mesma aparência.
E eu ví o Senhor, ele mesmo, sobre a cruz, sem nenhuma forma,
mas apenas um tipo de voz; não aquela voz que conhecíamos,
mas uma que era doce e gentil e verdadeiramente a voz de Deus, que me disse:
"João, deve haver um homem para ouvir estas coisas de mim:
pois eu preciso de um que esteja pronto para ouvir.
Esta cruz de Luz é algumas vezes chamda de Logos por mim,
para vossos propósitos, algumas vezes Mente, algumas vezes Jesus.
Algumas vezes Cristo, algumas vezes uma porta, algumas vezes um caminho,
algumas vezes pão, algumas vezes semente, algumas vezes ressureição,
algumas vezes Filho, algumas vezes Pai, algumas vezes Espírito, algumas vezes Vida,
algumas vezes Pistis (Fé), algumas vezes Charis (graça);
e assim é chamada para propósitos do homem."
"Mas o que é verdadeiramente,
como conhecida em sí mesma e dito por nós, é que:
É a distinção de todas as coisas;
e a forte elevação do que está firmemente fixo, fora do que é instável,
e a harmonia da Sabedoria, sendo Sabedoria em harmonia.
Mas há lugares à direita e à esquerda,
Poderes, Autoridades, Principalidades e demônios,
ameaças, paixões, diabos, Satan, e a raiz inferior
de onde a natureza das coisas transientes provém."
"Esta cruz então é aquela que unificou todas as coisas pela palavra e
que as separou do que é transitório e inferior,
e que também compactou coisas dentro de mim.
Mas esta não é aquela cruz de madeira que você deverá ver quando descer daqui;
nem eu sou o homem que está sobre aquela cruz.
Eu, quem agora você não vê, mas apenas ouve a minha voz.
Eu fui tomado para ser aquilo o que eu não sou,
Eu, que não sou o que para muitos eu fui;
mas o que eles irão dizer de mim é penoso e indigno de mim.
Desde então o lugar de meu repouso não deve ser nem visto nem revelado.
Muito mais deverei eu, o Senhor deste lugar, ser nem visto nem revelado."
"A multidão ao redor da cruz, que não é de uma forma, é a natureza inferior.
E aqueles que voce viu na cruz, mesmo que eles ainda não tenham uma forma -
nem todos os membros daquele que desceu foram ainda reunidos.
Mas quando a natureza humana é tomada,
e a raça que vem a mim e obedecea minha voz,
então aquele que agora me ouve,
deverá unir-se a esta raça e não será mais o que ele é agora,
mas estará acima deles, como eu estou agora.
Por tanto tempo enquanto não te chamastes meu,
eu não sou o que sou, mas se me ouvís,
tú também como um ouvinte deverás ser o que eu era,
quando fores como eu sou comigo mesmo,
pois de mim tú és o que eu sou.
Portanto ignore os muitos e despreze aqueles que estão fora do mistério;
pois deves saber que eu sou totalmente com meu Pai, e o Pai comigo."
"Assim eu não sofri nada daquelas coisas das quais irão dizer de mim;
mesmo o sofrimento que eu mostrei a você e ao resto em minha dança,
eu desejo que isto seja chamado de mistério.
Pois o que voce é, que eu mostrei a voce, como voce vê;
mas o que eu sou, é apenas conhecido por mim mesmo, e niguém mais.
Deixa me ter o que é meu;
o que é teu deves ver através de mim;
mas a mim deves ver não verdadeiramente o que eu sou, como eu disse,
mas aquilo que voce, meu parente, é capaz de saber.
Tú ouvistes que eu sofri, e eu não sofri,
e aquilo que eu não sofri, ainda assim eu sofri,
e que eu fui transpassado, ainda assim eu não fui ferido,
que eu fui pendurado, ainda assim eu não fui pendurado,
que o sangue fluiu de mim, ainda assim ele não fluiu,
e, numa palavra,
aquilo que eles dizem de mim, eu não confirmo,
mas aquilo que eles não dizem,
estas coisas, eu sofri.
Agora, que coisas são estas, que eu secretamente mostro a voce;
pois eu sei que tú irás entender.
Tú deves conhecer a mim, então, como um tormento do logos,
o sangue do logos, as feridas do logos, o jejum do logos, a morte do logos.
E assim eu digo, descartando minha humanidade.
O primeiro então que deves conhecer é o Logos, despois deves
conhecer o Senhor, e em terceiro lugar o homem, e o que ele sofreu."
Quando ele disse estas coisas para mim, e outros a quem eu não sei como dizer, como ele desejava, ele foi tomado, sem que ninguém da multidão o visse. E descendo, eu rí deles todos, pois ele havia me dito o que eles diziam dele; e eu guardei esta única coisa em minha mente, que o Senhor realizou tudo como um símbolo (sinal)
e uma liberação para a conversão e salvação do homem.
Costa
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