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6 de janeiro de 2007

Governo e milicianos islâmicos se enfrentam na Somália

06 de janeiro de 2007 - 09:38 Combates ocorridos no sul do país deixaram três pessoas mortas na sexta-feira EFE MOGADÍSCIO - Três pessoas morreram em combates ocorridos na sexta-feira no sul da Somália entre soldados do governo de transição, apoiados por tropas etíopes, e cerca de 300 milicianos islâmicos que se entrincheiraram na fronteira com o Quênia. Os confrontos ocorreram nos arredores da aldeia de Sanguni, em Ras Kamboni, o último reduto das milícias da União das Cortes Islâmicas, que batem em retirada desde que o governo e as forças etíopes lançaram uma ofensiva terrestre e aérea, em 24 de dezembro. O governo anunciou na sexta-feira que fará, neste fim de semana, intensos bombardeios aéreos e ataques de infantaria contra as posições dos milicianos islâmicos. As autoridades disseram que ou os rebeldes se rendem ou serão "jogados ao mar". As Cortes Islâmicas tomaram o controle em junho de Mogadíscio, a capital da Somália, e de outras cidades estratégicas do sul do país, onde impuseram um regime fundamentalista baseado na "sharia" (lei islâmica) e tentavam controlar o resto do território. A Etiópia se envolveu no conflito ao se sentir ameaçada pelo avanço dos militantes islâmicos, que recebiam armas e apoio de forças da Eritréia, sua antiga inimiga. Os países mantêm até hoje uma disputa pela delimitação de sua fronteira comum. Apesar de terem sido desalojados de Mogadíscio e do porto de Kismayo, principal acesso marítimo do sul da Somália, os milicianos islâmicos prometeram lançar uma guerra inspirada na situação atual do Iraque. Para isso, os rebeldes receberam o apoio, pelo menos moral, da Al Qaeda. Em comunicado divulgado pela internet na sexta-feira, o movimento do saudita Osama bin Laden incita os combatentes islâmicos a fazer emboscadas, colocar minas terrestres e cometer ataques suicidas contra as "forças invasoras dos cruzados etíopes que violaram o solo da amada Somália muçulmana". Os ataques guerrilheiros começaram no fim de semana passado, quando um miliciano islâmico abriu fogo contra um comboio militar em Jilib, uma comunidade agrícola do sul do país, e matou três soldados etíopes. As forças governamentais mataram o agressor. Outros dois soldados etíopes foram assassinados na quinta-feira em Mogadíscio por agressores não identificados e que usavam pistolas com silenciadores, segundo testemunhas. Aparentemente, funcionários governamentais ordenaram à imprensa que não informasse sobre o Atentado. Na sexta-feira, outro grupo miliciano roubou um caminhão-cisterna de combustíveis no centro da capital, mas nem as forças governamentais nem os etíopes fizeram comentários a respeito. O governo de transição somali foi criado em 2004 no Quênia e é o primeiro a contar com reconhecimento internacional desde a queda, em 1991, do ditador Mohammed Siad Barre, o que afundou o país no caos. No entanto, até a intervenção militar etíope, o governo não tinha conseguido impor sua atoridade além de Baidoa, cidade situada cerca de 250 quilômetros a noroeste de Mogadíscio, na qual teve que instalar sua sede devido à falta de segurança na capital.

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