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4 de janeiro de 2007

MÃE DE GUERRILHEIRO MORTO NO BRASIL FAZ APELO POR CORPO D0 FILHO

CONSENZA (ITÁLIA), 3 JAN (ANSA) - Uma italiana lançou hoje, através da agência ANSA, um chamado ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, para que o corpo de seu filho, morto em 1974 no Brasil, quando lutava contra a ditadura militar, seja repatriado. Elena Gibertini, com quase 90 anos de idade, fez o apelo ao governo para poder dar o último adeus a seu filho, Libero Giancarlo Castiglia. "Estou quase no fim da minha vida e meu último desejo é dar um último adeus ao meu filho", disse a mulher. "Neste último momento de minha vida, queria poder chorar sobre o túmulo de meu filho", continuou a senhora, que vive em Lungro, um povoado de Cosenza, Calábria, sul da Itália. Elena pediu ao presidente italiano que "intervenha diante das autoridades brasileiras para obter a devolução dos restos mortais de meu filho". Nos últimos meses, os familiares de Libero Castiglia têm enviado cartas com esse pedido ao ministro das Relações Exteriores, Massimo D'Alema, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Fausto Bertinotti. "Da política nunca obtivemos respostas", disse Walter, outro filho de Elena. "Nós não dispomos de recursos econômicos para repatriar o corpo de Libero e por isso, queríamos ajuda do Estado", continuou. Libero Castiglia, que morreu na região de Araguaia, fazia parte de um grupo guerrilheiro e era membro do comitê central do Partido Comunista do Brasil. Segundo parentes, seria o único estrangeiro morto em combate contra militares da ditadura. Libero, que era conhecido como Joca, havia adotado o falso nome de João Bispo Ferreira da Silva. Em mais de uma ocasião, seus irmãos e sua sobrinha Lara viajaram ao Brasil para solicitar que os restos mortais de Libero fossem individualizados e devolvidos para que fossem sepultados pela família. (ANSA) 03/01/2007 17:27

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