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16 de mar. de 2008

Governo tibetano no exílio estima 80 mortes em confrontos

O governo do Tibete no exílio estima que pelo menos 80 pessoas morreram nos protestos contra o domínio chinês na região autônoma na sexta-feira e no sábado.

As autoridades tibetanas beaseadas na Índia afirmam que o número foi confirmado "por diversas fontes", mas o governo da região autônoma, que tem o apoio de Pequim, reconhece dez mortos.

"As informações vêm de parentes e de fontes do nosso departamento de segurança. Elas (informações) foram confirmadas várias vezes", disse Tenzin Takla, uma fonte próxima ao Dalai Lama, líder espiritual dos tibetanos.

Ainda segundo Takla, entre os 80 mortos estariam 26 pessoas mortas no sábado perto da prisão de Dratchi, em Lhasa.

Outros corpos foram encontrados perto do templo budista de Ramoche, de uma mesquita e de uma catedral.

As restrições impostas pela China à entrada de jornalistas estrangeiros no Tibete torna a apuração do que está acontecendo no local extremamente difícil.

Genocídio cultural

Neste domingo, o líder espiritual do Tibete, Dalai Lama, pediu uma investigação internacional sobre o que caracterizou como genocídio cultural cometido pelas autoridades chinesas na região autônoma.

Em uma entrevista à BBC, o lama - palavra tibetana que designa o mestre ou líder espiritual - disse ter sentido "o mesmo espírito de 1959", quando o último grande levante tibetano contra a ocupação chinesa acabou obrigando-o a se exilar no exterior.

"(A situação) se tornou muito, muito tensa. O lado tibetano está determinado. O lado chinês está igualmente determinado. Isso significa: mortes e mais sofrimento", declarou ele.

"O governo chinês não está vendo a realidade. Eles acham que só porque têm armas têm o controle. Sim, podem controlar. Mas não podem controlar a mente humana. Quanto mais repressão, mais ocupação militar e mais repressão militar, mais ressentimento."

As declarações foram feitas em Dharamsala, no norte da Índia, onde o guru vive desde 1959. Mais tarde, ele falou a um grupo de jornalistas e pediu uma investigação para "descobrir o que está acontecendo" na região do Tibete.

"Por favor, investiguem por sua conta, ou se possível com alguma organização internacional, primeiro, qual é a situação no Tibete, e quais são os prejuízos", pediu ele aos repórteres.

"Que o governo chinês admita ou não, este é o problema. O problema é que uma nação com um patrimônio cultural antigo está enfrentando sérios perigos."

Amigos e inimigos

Neste domingo, a capital do Tibete, Lhasa, amanheceu tranqüila, com soldados chineses patrulhando as ruas da cidade e do centro velho.

Uma emissora de TV de Hong Kong afirmou que cerca de 200 veículos militares, cada um carregando 60 soldados armados, estão na cidade.

A BBC apurou que tropas da província vizinha de Chengdu tiveram as férias canceladas e estão aquarteladas.

"Diferencie entre inimigos e amigos, mantenha a ordem", diz uma mensagem emitida em altos-falantes públicos na cidade.

Jovens radicais

O governo deu aos manifestantes um prazo até a meia-noite da segunda-feira para se renderem.

As autoridades tibetanas prometeram poupar aqueles que se arrependerem - e responder "com força" aos que insistirem no que qualificam de "atos criminosos".

Mas o Dalai Lama disse não poder garantir que os manifestantes voltem atrás, mesmo que ele faça apelos pelo fim da violência.

"Não sei (se os manifestantes estão dispostos a se render)", disse ele à BBC. Segundo o lama, as gerações mais jovens, tanto no Tibete quanto no exílio, estão mais ressentidas e menos tolerantes em relação à China que gerações anteriores.

Na sexta-feira, os manifestantes perseguiram chineses que vivem na cidade, acenderam fogueiras para incendiar seus pertences, realizaram saques e queimaram lojas.

De outro lado, a polícia teria utilizado bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que desafiaram o toque de recolher imposto pelo governo chinês.

"Não estamos querendo independência ou secessão", disse o Dalai Lama. "Estou totalmente comprometido com a estabilidade, unidade. Isto é essencial. Mas a estabilidade e a unidade devem vir do coração."

O líder espiritual tibetano enfatizou que ainda apóia a realização das Olimpíadas em Pequim, em agosto.

Em sua opinião, é a oportunidade para os chineses demonstrarem alinhamento aos princípios da democracia e da liberdade de expressão.

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/03/16/governo _tibetano_no_exilio_estima_80_mortes_em _confrontos-426257990.asp

15 de mar. de 2008

MEC diz que não tem como impedir a falsificação de diplomas

Demétrio Weber - O Globo; Agência Brasil; O Globo Online; CBN; TV Centro América; TV Morena; Portal ORM; Jornal Hoje; ClicRBS; Gazeta do Povo Online
Ação da PF tenta desmontar quadrilha que vendia diplomas falsos pela internet - Certificado tinha carimbo do MEC - Reprodução de TV

BRASÍLIA E RIO - O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Ronaldo Mota, classificou nesta sexta-feira de criminosa a falsificação de diplomas constatada pela Polícia Federal. Ele admitiu, no entanto, que, do ponto de vista administrativo, não há como impedir o delito. Na manhã desta sexta-feira, a PF desencadeou a Operação Cola, com a finalidade de desmantelar o esquema. Um rapaz foi preso em Tangará da Serra, Mato Grosso, acusado de ser o responsável por produzir os certificados fraudulentos. (Comente o caso no blog Educação à brasileira)

"Em que pese a existência de farta legislação e regulamentação a respeito de diplomas, nada assegura que pessoas má intencionadas (não) possam tentar falsificá-los, bem como possa existir clientela interessada em compartilhar do crime comprando", disse Mota, em nota divulgada por sua assessoria.

O secretário informou que denúncia de fraude semelhante chegou ao ministério, em dezembro, e teria sido encaminhada à Polícia Federal em Brasília. Ele contou que o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) do Rio Grande do Sul enviou à ouvidoria do MEC uma cópia de e-mail em que eram oferecidos diploma e histórico escolar de faculdades, assim como certificados de cursos técnicos e de ensino médio.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê que as universidades são as responsáveis pelos diplomas que expedem. No caso de instituições não-universitárias, o registro deve ser feito por universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

PF cumpre 34 mandados de busca em 14 estados
Tiago Francisco Vieira Pereira, de 22 anos, é acusado de ser o responsável pela venda de diplomas falsos pela internet - Reprodução de TV

Acusado de comandar a falsificação de diplomas, Tiago Francisco Vieira Pereira, de 22 anos, foi preso nesta sexta-feira e levado para a Superintendência da PF em Cuiabá. A PF também cumpre 34 mandados de busca e apreensão em 14 estados. Doze diplomas já foram apreendidos em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e no Paraná. O falsificador está indiciado pelos crimes de estelionato e falsificação de documentos, e pode pegar até seis anos de prisão. (Você conhece alguma história de falsificação de diploma? Conte-nos)

Durante a operação, um outro jovem de 24 anos foi preso em Alvorada, no Rio Grande do Sul, depois que a polícia encontrou na sua casa três revólveres e duas espingardas sem registro. Os policiais também levaram da casa do estudante dois discos rígidos e um notebook.

De acordo com a PF, os certificados eram negociados através de um fórum na internet e custavam aproximadamente R$ 1.800. Eles eram produzidos no município de Tangará da Serra, no Mato Grosso, e distribuídos para todo o país via Sedex. Foram encontrados pela PF certificados falsos de cursos como medicina, fisioterapia, direito, enfermagem e engenharia.

A ação foi desenvolvida pela Delegacia Fazendária da Polícia Federal de Mato Grosso e São Paulo, juntamente com a Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos em Brasília. Os mandados de busca e apreensão são cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Pernambuco, Maranhão, Acre, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. A venda de diplomas é considerada crime pelo Código Penal, com pena que varia de dois a seis anos de prisão.

Delegado: Quem comprou diploma pode ser preso

O delegado Marco Aurélio Fáveri - Reprodução de TV
O delegado da Polícia Fazendária Marco Aurélio Fáveri, que participou da operação, disse nesta sexta-feira que quem comprou certificados falsos também pode ser preso pela PF.

- Essas pessoas serão presas se forem encontradas em flagrante atuando na profissão respectiva. E serão indiciadas por tais crimes que estiverem cometendo.

Cinco mandados já foram cumpridos em Minas Gerais

Em Minas Gerais, foram cumpridos cinco dos seis mandados de busca e apreensão na casa de clientes em Belo Horizonte, Itajubá, Mantena e Araponga. De acordo com a PF, os diplomas teriam até certificações falsas do MEC. Seis equipes de policiais foram orientados a recolher os diplomas falsos, documentos, e computadores utilizados na falsificação e comercialização dos mesmos em endereços residenciais e comerciais de supostos clientes.

Ainda nesta sexta-feira, a PF ouviu na capital uma mulher acusada de comprar um diploma falso de medicina. Segundo as investigações, ela exercia ilegalmente a profissão numa cidade do interior.

Os policiais também apreenderam, em outra casa, um diploma de Ciências da Computação, que tinha até registro falso do MEC.

No Rio, três equipes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão. Um dos diplomas falsos foi encontrado num prédio de luxo no Recreio dos Bandeirantes.

Diplomas apreendidos no Mato Grosso do Sul

No Mato Grosso do Sul, foram apreendidos dois diplomas de administração e os policiais ainda confiscaram documentos referentes a inscrições em pós-graduação e outras especializações, que foram emitidas com base nos diplomas falsificados. A operação em Campo Grande começou por volta de 5h30m e um dos endereços vistoriados fica na Vila Popular. Segundo a PF, a partir destes dois casos, já se sabe que há outros compradores no estado. Assim, outras apreensões ainda devem ocorrer.

Certificado falso apreendido no Pará
Policiais federais cumprem mandados de busca no Rio de Janeiro, para desbaratar quadrilha que vendia diplomas falsificados pela internet - Reprodução

No Pará, o mandado de busca e apreensão já foi cumprido em Belém. De acordo com a PF local, o diploma falso foi apreendido no bairro da Cidade Velha. A polícia não divulgou de que curso era o certificado, mas uma pessoa foi detida para prestar esclarecimentos sobre o material. O suposto proprietário do diploma presta depoimento na sede da PF e sua identidade não foi revelada.

Em Curitiba, a PF apreendeu um diploma e um certificado de conclusão de curso superior falsos. Além dos documentos, foram retidos para investigação cinco discos rígidos dos computadores das pessoas que compraram ou intermediaram as atividades.

OAB: Qualidade do ensino deve ser prioridade do governo

O presidente em exercício do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Vladimir Rossi Lourenço, mostrou preocupação com o caso.

- A despreocupação governamental com o importante aspecto da qualidade de ensino permite o surgimento de efeitos colaterais danosos, como a venda de 'diplomas' pela Internet, felizmente surpreendidos e coibidos pela Polícia Federal - afirmou Lourenço.

Na avaliação do presidente em exercício da OAB, a qualidade do ensino deve ser prioridade do governo, isso porque o ensino superior no Brasil está perdendo a qualidade em face de inúmeros fatores, sendo o mais importante deles a mercantilização, que tomou conta desse segmento.

- É preciso ter presente que quantidade não é e nunca significou sinônimo de qualidade - afirmou Lourenço, lembrando as recorrentes críticas feitas pela OAB à falta de fiscalização de instituições de ensino de baixa qualidade pelo governo.

Em SP, petistas apostam em favoritismo de Marta com cisão entre PSDB e DEM

MARINA NOVAES

Colaboração para a Folha Online

Em seminário organizado neste sábado (15) pelo diretório estadual do PT, em São Paulo, o presidente nacional do partido e deputado federal, Ricardo Berzoini (SP), confirmou a ministra do Turismo, Marta Suplicy, como favorita à candidatura petista pela Prefeitura de São Paulo em 2008, e disse acreditar em clima favorável à sua eleição com a cisão entre o PSDB e DEM.

"É obvio que, quando os adversários estão desunidos, é melhor para quem está montando uma estratégia eleitoral", afirmou Berzoini, quanto à possibilidade dos democratas e tucanos lançarem candidaturas próprias à prefeitura, mas ponderou: "Ainda não há um comunicado oficial sobre a sua candidatura".

Para o deputado e secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo (SP), que vinha sendo apontado pelo partido como um dos possíveis nomes para concorrer às eleições deste ano, a candidatura da ex-prefeita de São Paulo é quase certa. "Marta Suplicy é, sem dúvidas, a melhor candidata para o cargo. Estamos aguardando apenas sua decisão pessoal."

No seminário, que contou ainda com as participações dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Aloizio Mercadante (PT-SP) e acontece até o final da tarde de hoje, o clima era de campanha pró-Marta. Com adesivos estampando a frase "Volta Marta", membros do partido debatiam sobre as propostas do partido para a cidade e as estratégias para enfrentar a oposição nas eleições.

Para Mercadante, que também afirmou apoiar a candidatura da ministra do Turismo, os resultados das eleições de 2004 não devem se repetir este ano. "Estamos mais preparados agora, e o Brasil está melhor", disse, apoiando-se em números sobre a geração de empregos no país e o crescimento econômico brasileiro.

Em 2004, Marta Suplicy, que disputava a reeleição à prefeitura, foi derrotada pelo hoje governador do Estado, José Serra (PSDB). Questionados sobre as alianças do PT em torno da candidatura de Marta, Berzoini e Cardozo afirmaram estar articulando apoios. "O diálogo com partidos como PC do B, PSB e PDT, entre outros, é fundamental para não repetirmos os erros de 2004", concluiu o secretário-geral.

www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u382259.shtml

14 de mar. de 2008

Equipe que busca Madeleine diz ter encontrado ossos em rio

A equipe de mergulhadores que busca o corpo da menina inglesa Madeleine McCann disse nesta sexta-feira ter encontrado um saco com ossos na represa do Rio Arade, no sul de Portugal.

O grupo foi organizado pelo advogado português Marcos Aragão Correia, que financia as buscas com o apoio de uma empresa de construções.

"Hoje, às 15h30, os mergulhadores encontraram um saco com ossos na barragem", afirmou Telma Fernandes, assistente do advogado. "Imediatamente, repassamos os ossos para a polícia, para que verificasse."

A menina inglesa de 4 anos desapareceu em 4 de maio de 2007 de um apartamento na Praia da Luz, no Algarve, na região sul de Portugal, onde passava férias com a família.

Segundo a assistente do advogado, os mergulhadores não poderiam mexer nos ossos para verificar se eram mesmo de Madeleine porque poderiam inutilizar elementos de prova.

"Agora é a polícia que vai ter de ver se são humanos e se são de Madeleine", disse Telma Fernandes.

Denúncia

O advogado português tomou a iniciativa de organizar as buscas por considerar que a Polícia Judiciária de Portugal teria ignorado uma denúncia sobre a localização do corpo da menina.

Segundo informação que o advogado diz ter recebido, o corpo de Madeleine teria sido atirado na barragem dois dias depois do seu desaparecimento.

Correia afirma que fez a denúncia para as autoridades portuguesas, mas nunca foi contatado pela polícia.

Em dezembro, Correia contratou uma equipe de mergulhadores e pagou de seu próprio bolso cerca de 5 mil euros (aproximadamente R$ 13,5 mil).

Na época, as buscas duraram quatro dias, mas nada foi encontrado. Agora, o advogado conseguiu o patrocínio de uma empresa de construção do Algarve, que cobre metade das despesas.

Caso se confirme que os ossos são de Madeleine McCann, cai por terra a principal teoria seguida pela polícia portuguesa - de que os pais da menina estariam envolvidos no seu desaparecimento.

As informações que fizeram com que o advogado começasse a busca são de que o crime incluiria rapto, violação e assassinato.

Correia afirma que o autor do crime seria a mesma pessoa responsável pela morte da menina espanhola Mari Luz, cujo corpo foi encontrado na semana passada em um rio em Huelva, na Espanha, a apenas 180 km do local onde Madeleine desapareceu.

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Condoleeza Rice pede que países vizinhos à Colômbia controlem fronteiras

Secretária de Estado ressaltou que o ‘Brasil é claramente um líder na região’.
Ela cobrou um controle mais rígido no território da América do Sul.
Do G1, em São Paulo, com informações do Jornal da Globo

Em entrevista exclusiva à Rede Globo em Salvador, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, destacou o papel de liderança do Brasil na região e exigiu um maior controle na fronteira entre os países vizinhos na América do Sul.

Veja o site do Jornal da Globo

Rice elogiou a atuação brasileira para solucionar a crise diplomática entre Equador e Colômbia. “O Brasil é claramente um líder na região e, cada vez mais, um líder global, não apenas regional”, afirma a secretária de Estado. Ela apoiou a criação de um Conselho Regional Sul-americano para resolver problemas relativos aos países da América do Sul. Para ela, o Brasil tem sido efetivo em “ajudar a melhorar a vida do seu povo”.

A cooperação entre Brasil e Estados Unidos foi lembrada em projetos na África do Sul e na questão do biocombustível. A secretária de Estado fez elogios o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltando o empenho brasileiro em trazer ao foco o biocombustível.

"O presidente Lula se destaca por sua sabedoria, por sua capacidade de unir a região, por sua visão. E não só por sua visão sobre a região, mas por ter conseguido melhorar a vida do seu povo e por ter relações com países como os Estados Unidos. Acho que ele vai conseguir colocar os biocombustíveis no mapa como maneira de resolver os terríveis problemas que estamos enfrentando de oferta de energia e mudanças climáticas." Sobre a Venezuela e a relação com Hugo Chávez, Rice crê que é possível voltar a ter contatos com o país. “Historicamente temos boas relações com a Venezuela”, conta. Ela diz ainda que “a questão não é de onde você está no espectro ideológico, mas, sim, se você respeita valores democráticos e instituições democráticas”. Para ela, não importa que o presidente seja de esquerda ou direita, mas, sim, dos valores que prega. Quanto às Farc, considerada uma “organização terrorista” na visão dos Estados Unidos, Condoleezza acredita que os países têm de ter um controle mais rígido nas fronteiras entre os países, pois as Forças Armadas estão atuando além do território colombiano. “É uma exigência da ONU que seus países membros façam tudo o que pode ser feito para evitar que terroristas usem o sistema financeiro ou territórios remotos para atacar pessoas inocentes”, enfatiza. Ela ressaltou que os Estados Unidos já estavam envolvidos em ajudar a Colômbia que enfrenta a insegurança permanente no país, com o narcotráfico e terrorismo. Ela citou o exemplo de Medellín que “antes era um sinônimo de problema e agora é uma cidade que está crescendo e a prosperidade faz parte da rotina de novo”. Condoleezza Rice lembrou ainda que os Estados Unidos dobraram a ajuda externa na América Latina “porque o atual presidente tem se preocupado com a justiça social”. Para finalizar a entrevista, Condoleeza explica que foi um desejo pessoal a viagem para a Bahia: “é lindo aqui, eu sinto ter demorado tanto a conhecer a Bahia”. Após a passagem pelo Brasil, ela irá para o Chile. http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL350314-5601,00 -CONDOLEEZA+RICE+PEDE+QUE+PAISES+VIZINHOS +A+COLOMBIA+CONTROLEM+FRONTEIRAS.html

13 de mar. de 2008

Rice afirma que países vizinhos da Colômbia negarão abrigo às Farc

da Folha Online

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, demonstrou nesta quinta-feira sua esperança em que os países vizinhos da Colômbia cumpram seus compromissos de impedir que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) usem seus territórios "para continuar matando inocentes".

"Estamos muito preocupados com a situação regional (na América do Sul)", disse Rice em entrevista coletiva concedida nesta quinta em Brasília ao lado do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

Alan Marques/Folha Imagem
A secretária de Estado americana Condoleezza Rice em entrevista em Brasília
A secretária de Estado americana Condoleezza Rice em entrevista coletiva em Brasília

A secretária declarou que os EUA "apreciam os esforços para promover a reconciliação e para reduzir as tensões" que foram registradas no marco da OEA (Organização dos Estados Americanos), mas disse que não se pode baixar a guarda em assuntos como "terrorismo e segurança".

No dia 1º de março, a Colômbia realizou uma ação militar em território equatoriano, matando o número dois do grupo, Raúl Reyes. O incidente desencadeou uma grave crise entre os dois países e a Venezuela, encerrada em reunião da OEA.

"Os países não podem ser ameaçados nem de dentro nem de fora. E devemos evitar que os terroristas continuem matando inocentes", afirmou a chefe da diplomacia americana, após se reunir com Amorim e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rice insistiu em qualificar as Farc como "terroristas" e garantiu que "a lei e a ordem" foram restabelecidas na Colômbia por um "presidente democrático", em alusão a Álvaro Uribe.

A americana manifestou ainda a satisfação dos Estados Unidos por apoiar a Colômbia "na luta contra o narcoterrorismo" e elogiou os "esforços" do Brasil para "libertar a região daqueles que matam".

"Os Estados Unidos têm orgulho de serem parceiros da Colômbia e ajudar o país a encontrar os meios de proteger seus cidadãos contra o narcotráfico e narcoterroristas. Os EUA classificam as Farc como uma organização terrorista, porque eles mataram muitos colombianos inocentes".

Rice afirmou que tanto Colômbia como seus vizinhos devem manter a segurança nas fronteiras e disse que estas "são importantes, mas não podem ser usadas como esconderijos para matar inocentes".

Brasil

Em seu encontro com Amorim, a secretária também abordou a situação do Oriente Médio e estimou o interesse do Brasil em colaborar com a paz nessa região.

A chefe da diplomacia americana acrescentou que o Brasil pode assumir diferentes responsabilidades no âmbito internacional e disse que o país já demonstrou este potencial no Haiti, onde comanda uma força internacional da ONU.

"Atribuímos um grande valor à atuação do Brasil tanto em períodos de crise como em períodos de calma", afirmou a secretária, que chegou nesta quinta de manhã a Brasília protegida por um forte esquema de segurança e cuja presença foi motivo de protestos de organizações, como a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Em sua visita oficial ao Brasil, Rice assinou com Amorim um acordo sobre o combate à discriminação racial.

Após almoçar com o ministro brasileiro, a secretária americana foi a Salvador, para visitar programas sociais voltados a melhorar a vida das comunidades negras.

De Salvador, Rice irá ao Chile, segunda e última escala de sua breve viagem pela América do Sul.

Conselho de segurança

Em Brasília, Rice reafirmou o desejo dos EUA de que haja uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

Ela disse ainda que o Brasil deverá ter um papel importante não só em questões regionais mas também em assuntos globais.

"O presidente [George W. Bush] reconhece que é necessária uma reforma e sempre consultamos os membros permanentes do conselho mas também países como o Brasil e outros. Nós valorizamos os esforços do Brasil em períodos de crise e de calma", afirmou.

Com Efe

www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u381711.shtml