da Folha Online
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, demonstrou nesta quinta-feira sua esperança em que os países vizinhos da Colômbia cumpram seus compromissos de impedir que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) usem seus territórios "para continuar matando inocentes".
"Estamos muito preocupados com a situação regional (na América do Sul)", disse Rice em entrevista coletiva concedida nesta quinta em Brasília ao lado do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Alan Marques/Folha Imagem |
A secretária de Estado americana Condoleezza Rice em entrevista coletiva em Brasília |
A secretária declarou que os EUA "apreciam os esforços para promover a reconciliação e para reduzir as tensões" que foram registradas no marco da OEA (Organização dos Estados Americanos), mas disse que não se pode baixar a guarda em assuntos como "terrorismo e segurança".
No dia 1º de março, a Colômbia realizou uma ação militar em território equatoriano, matando o número dois do grupo, Raúl Reyes. O incidente desencadeou uma grave crise entre os dois países e a Venezuela, encerrada em reunião da OEA.
"Os países não podem ser ameaçados nem de dentro nem de fora. E devemos evitar que os terroristas continuem matando inocentes", afirmou a chefe da diplomacia americana, após se reunir com Amorim e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Rice insistiu em qualificar as Farc como "terroristas" e garantiu que "a lei e a ordem" foram restabelecidas na Colômbia por um "presidente democrático", em alusão a Álvaro Uribe.
A americana manifestou ainda a satisfação dos Estados Unidos por apoiar a Colômbia "na luta contra o narcoterrorismo" e elogiou os "esforços" do Brasil para "libertar a região daqueles que matam".
"Os Estados Unidos têm orgulho de serem parceiros da Colômbia e ajudar o país a encontrar os meios de proteger seus cidadãos contra o narcotráfico e narcoterroristas. Os EUA classificam as Farc como uma organização terrorista, porque eles mataram muitos colombianos inocentes".
Rice afirmou que tanto Colômbia como seus vizinhos devem manter a segurança nas fronteiras e disse que estas "são importantes, mas não podem ser usadas como esconderijos para matar inocentes".
Brasil
Em seu encontro com Amorim, a secretária também abordou a situação do Oriente Médio e estimou o interesse do Brasil em colaborar com a paz nessa região.
A chefe da diplomacia americana acrescentou que o Brasil pode assumir diferentes responsabilidades no âmbito internacional e disse que o país já demonstrou este potencial no Haiti, onde comanda uma força internacional da ONU.
"Atribuímos um grande valor à atuação do Brasil tanto em períodos de crise como em períodos de calma", afirmou a secretária, que chegou nesta quinta de manhã a Brasília protegida por um forte esquema de segurança e cuja presença foi motivo de protestos de organizações, como a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Em sua visita oficial ao Brasil, Rice assinou com Amorim um acordo sobre o combate à discriminação racial.
Após almoçar com o ministro brasileiro, a secretária americana foi a Salvador, para visitar programas sociais voltados a melhorar a vida das comunidades negras.
De Salvador, Rice irá ao Chile, segunda e última escala de sua breve viagem pela América do Sul.
Conselho de segurança
Em Brasília, Rice reafirmou o desejo dos EUA de que haja uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.
Ela disse ainda que o Brasil deverá ter um papel importante não só em questões regionais mas também em assuntos globais.
"O presidente [George W. Bush] reconhece que é necessária uma reforma e sempre consultamos os membros permanentes do conselho mas também países como o Brasil e outros. Nós valorizamos os esforços do Brasil em períodos de crise e de calma", afirmou.
Com Efe
www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u381711.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário