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30 de março de 2008

Após cessar-fogo, Iraque suspende toque de recolher em Bagdá

da Folha Online

O toque de recolher imposto em Bagdá pelo Exército será suspenso na manhã desta segunda-feira, depois do anúncio de cessar-fogo feito em comunicado pela milícia comandada pelo clérigo radical xiita Moqtada al Sadr, informou neste domingo a TV estatal.

"O comando militar em Bagdá decidiu suspender o toque de recolher a partir das 6h (0h de Brasília) desta segunda-feira", informou a rede de TV Al Iraqiya. A medida havia sido imposta na noite da última quinta-feira (27), dois dias depois do início dos confrontos entre tropas do governo e homens do Exército de Mehdi, que mataram 125 apenas em Bagdá.

Neste domingo, Al Sadr anunciou que seus seguidores deixarão as ruas do Iraque, dando fim aos confrontos, que tiveram início na segunda-feira (24) em Basra e se espalharam para outras cidades do sul do Iraque, e também para Bagdá.

"Devido à responsabilidade religiosa, para deter o derramamento de sangue de iraquianos, manter a unidade do Iraque e dar fim à sedição que os invasores querem espalhar entre o povo iraquiano, convocamos o fim das ações armadas em Basra e em outras Províncias", disse Al Sadr em comunicado. "Qualquer homem armado que estiver nas ruas, alvejando instituições do governo iraquiano, não será um de nós [Exército de Mehdi]", diz o texto.

Tropas do governo se confrontaram com partidários de Al Sadr em Basra durante seis dias, deixando ao menos 300 mortos nos no sul do país, que também se espalharam para Bagdá.

Em Basra, 550 quilômetros ao sul de Bagdá, onde a violência teve início, o número de vítimas civis chegou a 125 e o de feridos, a 500, segundo fontes do Ministério do Interior, que não ofereceram dados sobre o número de mortos pertencentes ao Exército.

Os mortos em Bagdá chegaram a 125 e os feridos, a 892, segundo fontes médicas citadas pela agência de notícias independente Aswat al Iraq. O bairro que mais sofreu a violência entre o Exército iraquiano --apoiado pelos EUA-- e os milicianos xiitas partidários de Al Sadr, é o Cidade de Sadr, situado a leste da capital e baluarte do clérigo em Bagdá.

No comunicado, o clérigo radical negou que seus partidários possuam armamentos pesados.

Segundo ele, o governo iraquiano deveria dar fim às prisões em massa de seus seguidores, e conceder anistia aos prisioneiros detidos.

Diálogo

O primeiro-ministro iraquiano rejeitou na sexta-feira (28) o diálogo com a milícia xiita, comparando-a com a Al Qaeda e qualificando o grupo de "criminosos e delinqüentes", postura apoiada pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

Frente à insistência governamental por uma solução armada, o grupo de Al Sadr solicitou reiteradamente o diálogo e a busca de uma solução pacífica do conflito.

A milícia de Al Sadr, segunda força xiita do Iraque, se mantinha inativa desde agosto de 2007, quando seu líder se comprometeu a não fazer uso da violência, o que contribuiu para a melhora da segurança no país.

Os enfrentamentos entre o Exército iraquiano e a milícia xiita eclodiram na segunda-feira, coincidindo com o começo de uma operação de segurança em Basra supervisionada no terreno por Al Maliki, batizada com o nome de "Carga de Cavalaria", com o objetivo de "impor na cidade o império da lei".

com Associated Press e Efe

www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u387233.shtml

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