Sem favoritos para a final, apresentador faz um balanço desta edição do programa
O jornalista Pedro Bial costuma dizer que quando está trabalhando no Big Brother fica monotemático. É verdade. Durante três meses, pelos corredores dos bastidores da casa mais vigiada do Brasil, sua voz alta ecoa em análises - sempre precisas - sobre os confinados.
Mesmo tendo experiência suficiente para ser chamado de "Mr. Big Brother", o apresentador viveu um novo desafio durante os últimos 78 dias de confinamento: jogadores "reativos" que, ao invés de agirem naturalmente, pautaram suas atitudes basicamente nos participantes dos BBs anteriores.
Mesmo assim, Bial é só elogios aos 14 heróis da "nave louca" - que considera jogadores profissionais - e também ao público. Confira abaixo o balanço que Pedro Bial faz do Big Brother Brasil 8.
Qual o balanço que você faz do formato do programa ao final desta oitava edição?
Em alguns momentos, houve quase um embate entre os participantes que queriam fabricar falsas afinidades em vez de encarar suas diferenças e a direção e a apresentação do programa que insistiam em levantar o tapete e a poeira.
Como formato, o programa mostrou novos aspectos de sua versatilidade e as muitas possibilidades de adaptação e evolução.
Acho que o enredo dramático dessa edição foi desconcertante, absolutamente original. Não houve um conflito central, houve tensões escamoteadas e escancaradas, uma ausência de mocinhos e/ou bandidos, um aprimoramento de jogadores "profissionais" de Big Brother. Talvez o BBB8 tenha marcado o fim da inocência dos participantes.
Acima de tudo, os espectadores sofisticaram muito a sua capacidade de observação, julgando comportamentos não apenas por ações e palavras, como também por omissões e silêncios. Não consigo ver as coisas no BBB como algo a desejar ou deixar a desejar. Um dos atrativos do jogo é a liberdade total dos participantes: até onde eles podem ir, até onde vão os seus escrúpulos? Como diz a canção, "se você soubesse quem você é...".
Ver a que ponto chegou o isolamento de Gyselle, comendo sozinha no escuro do quarto, enquanto Nat, Marcos e Rafinha jantavam na cozinha. A cena me chocou. O isolamento da Gyselle é exógeno e endógeno, isto é, abriga os dois vetores: ela foi perseguida sim e ela esnobou os outros sim. Gyselle é um personagem tão intrigante quanto foi inusitada a trajetória do protagonista Marcelo.
Será uma final decidida no último minuto de votação. A polarização entre as torcidas de Rafinha e Gyselle beira o fanatismo. A paixão do brasileiro pelo BBB se equivale a nossa paixão pelo futebol. Só que o futebol tem regras e no BBB só não vale violência física.
"Se cheguei até a final, foi porque muita gente gostou de mim. Se gostaram de mim, devo ter desenhado uma história bacana no confinamento. Se o número de pessoas que gostam de mim é maior do que os que gostam do outro finalista, mereço um milhão."
Em 8 edições, já me apaixonei por uns e já odiei outros, mas nunca torci por ninguém. Só torço pelo Fluminense. Impossível arriscar um palpite para a final. Como se diz em inglês "it's too close to call", "está muito apertado para apostar"...
Sim. Não suporto mais a demagogia que se faz na internet, condenando o meu uso da palavra 'heróis' para me referir aos participantes. Eu não tenho medo das palavras, e palavras têm derivação de sentido, denotação e conotação. Ora, então os locutores esportivos não podem mais chamar, por exemplo, o Diego Tardelli de herói rubro-negro da Copa Guanabara de 2008. Francamente, meu ouvido é penico só até certo ponto...
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