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24 de abr. de 2008

Mercados: Petrobras e Vale puxam queda de 0,57% na Bovespa

Valor Online

SÃO PAULO - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou hoje novo pregão de baixa. No entanto, o fraco desempenho das ações da Petrobras e Vale foi compensado pela alta nos ativos dos bancos e das elétricas, o que limitou o tamanho da perda. Ao final da quinta-feira, o Ibovespa apontava 64.576 pontos, baixa de 0,57%. O giro financeiro foi elevado, R$ 6,07 bilhões. Na mínima do dia, o Ibovespa chegou a cair 1,11%.

Em Nova York os investidores norte-americanos deixaram para trás a acentuada queda nas vendas de imóveis novos e focaram atenções nos balanços corporativos. Com isso, o Dow Jones reverteu as perdas da manhã e fechou o dia com alta de 0,67%, enquanto a Nasdaq ganhou 0,99%.

Segundo o assessor de investimento da Corretora Souza Barros, Luiz Roberto Monteiro, parte do tom negativo do dia pode atribuída à ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que não trouxe pistas suficientes sobre qual será o rumo da política monetária. Muita gente não entendeu nada nas entrelinhas do documento e ficou a dúvida sobre o ritmo das altas.

Semana passada, o Banco Central elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano, e sinalizou em seu comunicado que parte substancial do ajuste já teria sido feito. Hoje, os agentes aguardavam alguma explicação mais clara sobre tal ação, mas a ata indicou que o reajuste foi feito para conter as expectativas de inflação e o descompasso entre oferta e demanda.

Outro fator a estimular as vendas foi a queda no preço das commodities no mercado internacional, o que atingiu diretamente os preços das ações de Petrobras e Vale, que respondem por mais de 25% do Ibovespa.

Apesar da queda dos dois últimos dias, Monteiro considera que a realização de lucros é salutar. E mesmo com as baixas, o Ibovespa ainda apresenta alta de quase 6% em abril.

Puxando as perdas dentro do índice, as ações PN da Petrobras caíram 2,14%, para R$ 83,20. O papel chegou a subir a R$ 85,25 por alguns instantes, depois que surgiram rumores sobre o anúncio de mais uma descoberta, mas a história não ganhou fôlego.

Queda acentuada também para Vale PNA, que desvalorizou 2,82%, para R$ 51,21, e Vale ON perdeu 3,93%, para R$ 62,25.

Impedindo uma queda mais pronunciada, os bancos tiveram desempenho positivo. Bradesco PN subiu 1,77%, para R$ 36,13. Banco do Brasil ON avançou 3,13%, para R$ 25,32, e Itaú PN ganhou 0,11%, para R$ 43,20.

Forte alta para Eletropaulo PNB, que fechou com alta de 4,78%, para R$ 37,00. Cemig PN ganhou 3,93%, para R$ 35,65, e Braskem PNA aumentou 3,92%, para R$ 14,02. Os ativos PN da Duratex, Tim, Gol e Brasil Telecom SA também avançaram mais de 3% cada.

Na ponta oposta, Bradespar PN caiu 3,98%, para R$ 46,01. Natura ON recuou 3,56%, para R$ 17,60, e Metalúrgica Gerdau PN desvalorizou 3,09%, para R$ 81,40.

Depois de cair mais de 4%, o papel ON da Cosan fechou o dia a R$ 26,50, queda de 1,85%. Os papéis reagiram à compra dos ativos de distribuição e comercialização de combustíveis da Esso no Brasil anunciada hoje pela companhia por US$ 826 milhões, mais assunção de dívidas no valor de US$ 163 milhões e outros US$ 35 milhões em créditos.

(Eduardo Campos | Valor Online)

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2008/04/24/mercados_petrobras

_vale_puxam_queda_de_0_57_na_bovespa-427044132.asp

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23 de abr. de 2008

Ciro Gomes admite concorrer ao Palácio do Planalto em 2010

São Paulo, 23 de Abril de 2008 - O ex-ministro da Integração Nacional (governo Lula) e deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) admitiu ontem, em São Paulo, a possibilidade de concorrer ao Palácio do Planalto daqui a dois anos, embora tenha reiterado ser cedo para discutir as eleições presidenciais de 2010.

Integra do texto

São Paulo, 23 de Abril de 2008 - O ex-ministro da Integração Nacional (governo Lula) e deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) admitiu ontem, em São Paulo, a possibilidade de concorrer ao Palácio do Planalto daqui a dois anos, embora tenha reiterado ser cedo para discutir as eleições presidenciais de 2010. Animado e procurando exibir um perfil "paz e amor", o parlamentar não descartou ainda a hipótese de sair candidato a vice numa chapa encabeçada pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). Ciro reconheceu erros do passado e disse estar preparado para exercer o cargo.

"É natural a especulação em torno do meu nome. Serei candidato se entender que minha candidatura serve ao País. Se for meu destino, será uma honra", afirmou Ciro, reconhecendo a chance de enfrentar, na corrida presidencial, outros candidatos da base governista. "Se amanhã, o País necessitar que eu abra mão de minhas justas pretensões, aí não serei candidato a nada. Não estou aqui admitindo ser vice do Aécio. Admito examinar o assunto na oportunidade", acrescentou o deputado durante sabatina promovida pela jornal Folha de S.Paulo.

Conhecido pelo temperamento forte, o ex-ministro disse que o destempero verbal pode atrapalhar numa eventual candidatura a presidente. "Qualquer destempero é incabível para quem pretende governar o País". No entanto, negou o estilo "paz e amor", estratégia adotada com sucesso nas últimas duas eleições pelo presidente Lula. "Não mudei de comportamento. Sou a mesma pessoa. Se exagerei, não foi de má fé", justificou.

Ciro se disse agradecido por não ter sido eleito presidente em 2002. "Agradeço a Deus não ter sido eleito naquela época. Não estava maduro". Ele também aproveitou para alfinetar o governador paulista, José Serra, provável candidato do PSDB em 2010, ao lembrar da origem de sua divergência com o tucano. "O Serra, sem conversar com ninguém, dá a seguinte entrevista: PSDB é contra revisão constitucional. Me liga o então ministro da Fazenda FHC e diz que querem sabotar o seu plano Real. Vou à Brasília para dizer que ele (Serra) não pode agir solitariamente e que ele vai ter que desdizer ou perder a liderança. Nunca mais me perdoou. Mas servi o País."

Explicações

O ex-ministro cobrou explicações do seu irmão e governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), que em viagem oficial à Europa ofereceu carona à sogra. Além disso, defendeu a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, das acusações de ter elaborado o dossiê sobre os gastos com cartão corporativo e contas do tipo B do governo Fernando Henrique Cardoso. Para ele, é normal a Casa Civil ter reunido informações sobre gastos sigilosos de presidentes e ex-presidentes, uma vez que há uma CPI investigando o uso do cartões corporativos.

Em relação às eleições municipais na capital paulista, o deputado reiterou que as negociações em torno de alianças com outros partidos estão sendo costuradas pelo deputado federal, Márcio França (PSB-SP). Caso não tenha candidato próprio, o PSB estuda coligar-se com alguma legenda do bloco de esquerda, composto ainda por PCdoB e PDT. Outra alternativa seria apoiar os demais partidos da base aliada do governo Lula. Ciro, porém, admitiu conversas com o ex-governador Geraldo Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab (DEM).

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Fernando Taquari Ribeiro)

www.gazetamercantil.com.br/integraNoticia.aspx?Param

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Caso Isabella: quatro testemunhas devem ser ouvidas nesta quarta

Esses são os depoimentos que faltam para fechar inquérito de caso Isabella. Além de avô e tia da menina, dois vizinhos do prédio devem ser ouvidos.
Do G1, com informações do Bom Dia São Paulo

Quatro testemunhas devem prestar depoimento sobre a morte da menina Isabella no 9º Distrito Policial, do Carandiru, Zona Norte de São Paulo, nesta quarta-feira (23). Além do avô e da tia da criança, Antonio e Cristiane Nardoni, que devem falar as 16h, dois vizinhos do prédio de onde Isabella foi jogada devem prestar esclarecimentos às 14h.

Cobertura completa: caso Isabella

A polícia considera os vizinhos como testemunhas 'imprescindíveis' para a conclusão do inquérito do caso. Segundo reportagem da TV Globo, as duas testemunhas foram indicadas pela defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, considerados pela polícia suspeitos pela morte de Isabella.

As identidades dessas duas testemunhas foram mantidas em sigilo. Os advogados haviam entregue uma lista com mais de 20 testemunhas que gostariam que fossem ouvidas no processo.

Adiamento

O avô e a tia de Isabella seriam ouvidos na tarde de terça (22). Mas a polícia decidiu cancelar os depoimentos, pela segunda vez. A primeira ocorreu no sábado (19), devido ao cansaço da família.

Também na terça foi cancelada a divulgação dos laudos do Instituto Médico-Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) sobre a morte de Isabella. Os documentos foram anexados aos seis volumes do inquérito policial. As informações de legistas e peritos estão agora oficialmente disponíveis para os advogados de defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.

Durante entrevista para explicar os cancelamentos, o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano, afirmou que a polícia não usou os laudos, ainda não divulgados oficialmente, no interrogatório do casal.

"Essas perguntas foram feitas com base. Quando o delegado (Calixto Calil Filho) esteve no local do crime e quando o delegado se reuniu com os peritos. Em nenhum momento ela foi feita enquanto se lia o laudo e depois se perguntava", disse Galiano.

A policia negou também que Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella, tenha sido agredida por outras mulheres, quando ficou presa oito dias no 89º Distrito Policial. "Não sofreu qualquer agressão. Quando passou por exame de corpo de delito, não disse ao médico a existência de qualquer lesão".

Os advogados do casal só deverão conhecer a interpretação dos delegados do inquérito no dia da reconstituição do crime, que será feita no próximo fim de semana. Mesmo com a entrega dos laudos para a polícia, que foram anexados ao inquérito nesta terça, a defesa do casal Alexandre e Anna Carolina informou que irá manter o envio de representação à Corregedoria da Polícia Civil, anunciado na segunda-feira (21).

Alegações da defesa

Segundo os advogados, o inquérito possui várias falhas:

- a polícia teria pressionado o pedreiro a negar informações sobre um arrombamento numa casa nos fundos do prédio do casal;

- a defesa considerou ainda sem credibilidade o depoimento de testemunhas que disseram ter visto Cristiane, a irmã de Alexandre num bar, quando ela estava em outro;

- e que não haveria consenso entre os peritos sobre a existência ou não de sangue no carro.

O promotor do Ministério Público, Francisco Cembranelli, disse nesta tarde que não há divergências entre os peritos. “Havia sangue, foi encontrado dentro do veículo. Não há divergência alguma entre peritos”, disse. Segundo ele, que não quis adiantar os resultados do trabalho da perícia, tudo indica que se trata mesmo de sangue da menina Isabella.

Pedreiro

Na terça-feira, a polícia ouviu pela segunda vez o pedreiro Gabriel Santos Neto, que trabalha na obra de um terreno que fica nos fundos do Edifício London, de onde Isabella foi jogada. Ele voltou a dizer a polícia que o local não foi arrombado.

A declaração do pedreiro havia sido questionada pela defesa nos últimos dias. Segundo os advogados do casal, a polícia teria pressionado a testemunha a negar o arrombamento do portão da obra na noite do crime.
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL421797-5605,00 -CASO+ISABELLA+QUATRO+TESTEMUNHAS+DEVEM+SER +OUVIDAS+NESTA+QUARTA.htmlEnvie um e-mail para mim!

Mortos em Darfur podem chegar a 300 mil, diz ONU

da Folha Online

O subsecretário-geral de ajuda humanitária das Nações Unidas, John Holmes, disse nesta terça-feira que o número de mortos no conflito de Darfur, região do oeste do Sudão, pode chegar a 300 mil.

Essa nova estimativa, apresentada por Holmes em um encontro do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, representa um aumento de 50% sobre o cálculo anterior, que era de 200 mil mortos nos cinco anos de conflito.

O número anterior era baseado em um estudo feito em 2006 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nessa estimativa, estão incluídas tanto as pessoas mortas nos combates como aquelas que morreram de doenças e de desnutrição por causa do conflito.

Holmes afirmou que o número de 2006 "deve estar bem maior agora", mas disse que o novo cálculo não está baseado em um estudo.

"Não estou tentando sugerir que este é um número com base científica", disse Holmes a jornalistas, após a reunião do Conselho de Segurança.

As declarações de Holmes foram criticadas pelo embaixador do Sudão na ONU, Abdul Mahmoud Abdel-Halim, que o acusou de exagerar no cálculo.

Segundo Abdel-Halim, cerca de 10 mil pessoas morreram na região de Darfur como resultado dos conflitos iniciados em 2003.

O embaixador sudanês afirmou que o cálculo de seu governo leva em conta apenas os mortos em combate.

Força de paz

No encontro do Conselho de Segurança, o representante da força de paz conjunta da ONU e da União Africana para Darfur, Rodolphe Adada, disse que é pouco provável que a missão chegue ao número total previsto de homens, de cerca de 20 mil, antes de 2009.

Segundo Adada, atualmente a força opera com menos de 40% desse número, e a previsão é de que possa atingir 80% desse contingente até o final deste ano.

Calcula-se que mais de 2 milhões tenham sido obrigadas a deixar suas casas desde 2003 por causa dos conflitos em Darfur.

As hostilidades se iniciaram em 2003, depois que um grupo rebelde começou a atacar alvos do governo, alegando que a região estava sendo negligenciada pelas autoridades sudanesas em Cartum.

A retaliação do governo veio na forma de uma campanha de repressão. Há relatos de intenso bombardeio de vilarejos por aviões da força aérea, seguidos de ataques das milícias Janjaweed, formadas por africanos muçulmanos de origem árabe.

Refugiados e observadores externos afirmam que há uma tentativa deliberada de se expulsar a população negra africana de Darfur.

O governo do Sudão admite a existência de "milícias de auto-defesa", mas nega que tenha ligações com os Janjaweed e diz que as acusações são exageradas.

www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u394731.shtml

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As eleições no Paraguai

A Aliança Patriótica para a Mudança conseguiu quebrar a hegemonia de 61 anos do Partido Colorado à frente do governo do Paraguai, nas eleições de domingo. Com 40,82% dos votos, o ex-bispo Fernando Lugo elegeu-se presidente, batendo a candidata oficialista Blanca Ovelar (30,72% dos votos) e o general Lino Oviedo (21,98%), que liderou uma dissidência do Partido Colorado. Fernando Lugo elegeu-se prometendo fazer profundas reformas políticas, sociais e econômicas no Paraguai. No início de sua campanha eleitoral, apresentou-se como um reformista radical, em tudo semelhante a Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa. Afirmava, por exemplo, que exigiria do governo brasileiro a revisão do Tratado de Itaipu, por considerar que seus termos espoliam o Paraguai de sua principal riqueza. Também anunciou uma reforma agrária que, na prática, significaria a expulsão de grande parte dos fazendeiros brasileiros - os brasiguaios - que há décadas se instalaram na faixa de fronteira. No domingo, já como presidente eleito, seu discurso havia perdido a virulência inicial. Quanto ao Brasil, afirmou que fará “uma aproximação amistosa, no marco de um relacionamento sério e de respeito recíproco. Não guardamos o menor sentimento de confrontação em relação ao país irmão”. Sobre a reforma agrária, esclareceu que fará, inicialmente, um cadastro das terras e tratará de regularizar sua posse, não pretendendo expulsar os brasileiros que lá se instalaram. Também afirmou que as reformas que pretende fazer na estrutura do Estado paraguaio serão apenas iniciadas, pois os cinco anos de seu mandato não seriam suficientes para completá-las. O tom agora moderado de Fernando Lugo é uma conseqüência natural da correlação de forças políticas evidenciada pelo pleito de domingo. A Aliança Patriótica para a Mudança tirou o Partido Colorado do poder, mas não obteve maioria suficiente para promover reformas radicais. A Aliança, na verdade, é uma coalizão feita sob medida para ganhar as eleições, não para governar. Ela é composta por 9 partidos políticos e 20 movimentos sociais, cobrindo um espectro ideológico que vai da centro-direita à extrema esquerda. O elemento mais poderoso desse conglomerado é o Partido Liberal Radical Autêntico, de centro, presidido por Federico Franco, que se elegeu vice-presidente. E, para Franco, as reformas terão de ser feitas aos poucos, sem sobressaltos, pois “o Paraguai não está preparado para uma esquerda ao estilo de Hugo Chávez”. O próprio Lugo reconhece que seu socialismo se distancia do de Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e Daniel Ortega. Seu modelo, afirma, é semelhante ao do moderado presidente uruguaio, Tabaré Vázquez. Não bastasse ter de conciliar interesses conflitantes na coalizão que foi formada há apenas oito meses, Fernando Lugo terá de administrar uma máquina estatal que se confunde com a máquina do Partido Colorado. Quase um terço da população tem a carteira de membro do partido - sem a qual ainda não se faz negócios ou se arruma emprego. Praticamente todos os postos da cúpula e dos níveis médios da administração pública estão ocupados por colorados. Os eleitores, por sua vez, não foram muito generosos com Lugo. Deram-lhe a presidência, mas não a maioria parlamentar necessária para fazer, com alguma tranqüilidade, a reforma do Estado. Num Senado de 45 cadeiras, o Partido Colorado já ficou com 16 vagas; o Liberal, com 13; as duas dissidências do Colorado, com 9 e 4 cadeiras; e outras 3 ficaram com pequenos partidos de esquerda. Dos 17 departamentos, pelo menos 10 terão governadores colorados. Com essa fragmentação, resta saber como Fernando Lugo poderá executar um programa de governo que inclui a criação de empregos para 100 mil famílias em obras públicas e comunitárias, a construção de 40 mil casas por ano e a distribuição de 30 mil lotes de terras para indígenas e camponeses, além de uma profunda reforma constitucional. Ele certamente insistirá na revisão do Tratado de Itaipu, apesar de o presidente Lula ter dito, neste fim de semana, que não atenderá à reivindicação. Quando muito, o governo brasileiro concordará em aumentar o preço da energia excedente de Itaipu, mas não nos níveis pretendidos por Lugo. http://txt.estado.com.br/editorias/2008/04/23/edi-1.93.5.20080423.3.1.xml
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22 de abr. de 2008

Brasil aceita discutir tarifa, mas não tratado de Itaipu, diz Itamaraty

Lula disse que não pretende mudar acordo; Amorim admitiu rever reajuste de valores. Novo presidente do Paraguai quer preço maior por energia comprada pelo Brasil.
Fausto Carneiro Do G1, em Brasília entre em contato
ALTERA O TAMANHO DA LETRA

O Itamaraty informou nesta terça-feira (22) que o Brasil pode renegociar o valor da tarifa paga pela energia paraguaia gerada na Usina de Itaipu, mas não pretende rediscutir o tratado que define a fórmula de cálculo. Na segunda-feira (21), Lula disse em Gana (África) que não aceita alterar as regras do tratado. Mais tarde, também em Gana, o chanceler Celso Amorim declarou que não está descartado um eventual reajuste dos valores pagos ao Paraguai pela energia a que o país vizinho tem direito mas não usa. Segundo o Itamaraty, as declarações de Lula e Amorim não são contraditórias e “se complementam” porque tratam de coisas diferentes. O pedido de revisão do valor da tarifa e de vários pontos do tratado foi uma das bandeiras de campanha de Fernando Lugo, eleito neste domingo (20) presidente do Paraguai. No começo de abril, Lugo tratou do assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita a Brasília. Segundo o Itamaraty, a revisão do tratado "está fora de discussão".

Pelas regras do tratado, o cálculo da tarifa é revisto anualmente no mês de outubro. A fórmula, porém, permanece inalterada. Ela prevê que o valor da energia deve ser suficiente para pagar todas as despesas de Itaipu, inclusive a parcela anual de US$ 2 bilhões com o financiamento da obra. O cálculo leva em conta uma série de itens, como modernização da usina, investimentos em máquinas, contratação de pessoal, pagamento da mão-de-obra, encargos, abatimento do financiamento da construção de Itaipu e até ações socioambientais. O custo total é então dividido pela capacidade de geração de energia. Por essa conta, a tarifa hoje está em US$ 45 por megawatt produzido, informou a assessoria de Itaipu ao G1. Segundo a assessoria, o Paraguai quer o aumento no valor pago pela energia, já que o país fica com apenas 5% de sua cota –o restante é vendido ao Brasil. O problema é que nesse caso, a conta seria paga pelo consumidor brasileiro, segundo a assessoria de Itaipu.

Foto: Valter Campanato/Antonio Cruz/Agência Brasil
O chanceler brasileiro, Celso Amorim (esquerda), e o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo (Fotos: Valter Campanato/Antonio Cruz/Agência Brasil)

Dos US$ 3,2 bilhões da receita anual de Itaipu, US$ 2 bilhões são usados para abatimento do financiamento da obra, que vai até 2023. O restante é dividido entre os dois países. Com o repasse do excedente de energia ao Brasil, o Paraguai fica com um saldo de caixa de US$ 550 milhões anuais. Para o diretor-geral da usina de Itaipu, Jorge Samek, o valor é justo. Até a variação cambial influi nas pretensões paraguaias, de acordo com a assessoria de Itaipu. Com a desvalorização do dólar, o valor pago pelo Brasil pela energia excedente do Paraguai também fica menor no caixa do país vizinho após a conversão para a moeda paraguaia. No começo de abril, depois de conversar com o presidente Lula no Palácio da Alvorada, Samek havia descartado reajustes na tarifa. Segundo ele, a usina era “um bom negócio” para o Paraguai.
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL420928-5601,00 -BRASIL+ACEITA+DISCUTIR+TARIFA+MAS+NAO+TRATADO +DE+ITAIPU+DIZ+ITAMARATY.htmlEnvie um e-mail para mim!