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15 de novembro de 2017

Mártires no império (XV)





3.17. As pérolas da Igreja pisadas pelos porcos. Martírio de Piônio Em Esmirna (Turquia), Piônio foi preso, com Sabina, Asclepíade, Macedônia e Lino, quando celebrava o aniversário de Policarpo. Estavam concluindo as orações e tinham acabado de tomar o pão consagrado, quando apresentou-se Polemone, guarda dos templos, com os esbirros encarregados de prender os cristãos e levá-los a sacrificar aos ídolos e comer as carnes imoladas. - Conheceis sem dúvida - acusou-os Polemone - o decreto do imperador que vos ordena sacrificar aos deuses.

Piônio respondeu: - Nós conhecemos o mandamento de Deus que nos ordena adorar somente a ele. Homens de Esmirna, que, orgulhosos da vossa cidade, vos gloriais de serem incluídos entre os concidadãos de Homero, rides dos Apóstolos, escarnecei dos que espontaneamente vão sacrificar ou não recusam de o fazer porque serão obrigados, mas deveríeis seguir o conselho de vosso Homero que diz ser uma coisa ímpia burlar de quem está para morrer.

É doce viver, mas nós estamos em busca de uma vida melhor. É bela a luz, mas nós desejamos a verdadeira luz! Sei que a terra é bela, mas ela é obra de Deus. Nós não renunciamos a ela por desgosto ou desprezo, mas porque preferimos bens melhores. Sabina sorria e, à pergunta de Polemone e de seu séquito, se estava contente, respondeu: - Sim, somos cristãos por graça de Deus; aqueles que acreditam em Cristo estão certos de ir para a felicidade eterna.

E eles: - As mulheres que se recusam a sacrificar devem preparar-se para a casa de prostituição; isso não te desagrada? - O Deus de santidade velará por mim - respondeu Sabina.

Aos que, depois de terem apostatado, foram vê-los na prisão, disse Piônio: - Tenho uma tristeza que me destroça o coração, ao ver pisadas pelos porcos as pérolas da Igreja, caídas por terra as estrelas do céu, destruída pelo javali a vinha plantada pela mão direita do Senhor; a Satanás foi permitido abanar-nos como o trigo na peneira, e o Verbo de Deus tem nas mãos um tridente de fogo para limpar a eira; em sua misericórdia, está pronto a acolher-vos novamente.


Foi levada a lenha, e foram amontoados os feixes ao redor dos condenados; Piônio fechou os olhos, e a multidão pensou que tivesse morrido, mas ele rezava em silêncio; concluída a oração, reabriu os olhos, enquanto a chama subia. Com intensa alegria nos olhos, disse: - Amém, Senhor, recebe a minha alma. Um leve estertor, e depois expirou sem dor.


Organizado e publicado por
Domingos Teixeira Costa