Este texto é uma pesquisa sobre a história da Igreja no império romano
nos primeiros séculos do cristianismo, o autor é desconhecido. A história é de
um linda fé dos cristãos no Cristo
chamado Jesus, nascido em Belém de Judá, cresceu e viveu na Galileia, foi
crucificado em Jerusalém por mãos romanas, pelos pecados do mundo inteiro, para
salvação dos que invocam a Deus para a salvação de sua alma.
Por ser um texto longo dividido em 6 itens, o terceiro subdivide-se em 20
partes, será publicado fracionadamente para melhor proveito pelos leitores.
1. Os Mártires, testemunhas e mestres na
fé Desde quando Cristo foi colocado numa cruz, teve início a história dos
mártires cristãos, Ele disse: "Se perseguiram-me, perseguirão também a
vós". É uma nota característica e perene da Igreja de Cristo: ela é Igreja
de Mártires. Existem, porém, algumas páginas nessa história que merecem uma
grande atenção, e são as que se referem aos mártires dos primeiros séculos da
Igreja Cristã, quando o sangue foi derramado em grande abundância.
2. Os Atos dos Mártires são documentos
oficiais e os mais antigos sobre as perseguições. São as atas dos processos dos
Cristãos, chamados "Atos proconsulares" porque, em geral, o
magistrado era um procônsul; são as narrações de testemunhas oculares; são as
"paixões epistolares", isto é, cartas circulares sobre os mártires,
enviadas por uma Igreja às demais comunidades cristãs; e as "paixões
narrativas", ditadas em parte pelos próprios mártires.
Os Atos dos Mártires são reportados, na maior parte, por Eusébio de
Cesareia (3º-4º século) em "De mortibus persecutorum"; mas também nas
Cartas e no tratado "De Lapsis" de Cipriano (3º século); nas
Apologias dos escritores gregos e nos panegíricos pronunciados pelos grandes
oradores cristãos do Ocidente, como Ambrósio, Agostinho, Máximo de Turim, Pedro
Crisólogo, e do Oriente, como Basílio, Gregório de Nissa e João Crisóstomo.
Os Atos dos Mártires eram lidos no dia de suas festas, durante a
celebração eucarística. Com efeito, a memória, a lembrança do mártires,
fundamenta-se no memorial de Cristo, porque a paixão do mártir renova a única
paixão do Senhor, da sua morte e ressurreição.
3. Eusébio de Cesareia é a principal
fonte dos Atos dos Mártires Nascido em Cesareia da Palestina pelo ano 265 e
educado na escola do douto Pânfilo, Eusébio recebeu uma sólida formação
intelectual, sobretudo histórica. Eleito bispo de sua cidade, foi o homem mais
erudito do seu tempo. Escreveu muitas obras de teologia, exegese, apologética,
mas a sua obra mais importante foi a "História eclesiástica", em 10
volumes, que são o fruto de 25 anos de pesquisa histórica, contínua e
apaixonada. Ele narra, nos 7 primeiros livros, a história da Igreja das origens
até 303.
Os livros 8º e 9º referem-se à perseguição iniciada por Diocleciano em
303 e concluída, no ocidente em 308, tendo continuado no oriente com Galério,
até o Edito de tolerância de 311 e à morte de Maximino (313).
O livro 10º descreve a retomada da Igreja até à vitória de Constantino
sobre Licínio e à unificação do império (323). Antes ainda dessa obra, Eusébio
tinha recolhido e transcrito na "Coleção dos antigos Mártires", uma
vasta documentação (atos dos processos de mártires, paixões, apologias,
testemunhos de indivíduos e comunidades) sobre os mártires anteriores à
perseguição de Diocleciano; o livro foi perdido, mas Eusébio tinha retomado o
tema em parte na "História Eclesiástica".
Poupado pela perseguição de Diocleciano (303-311), Eusébio foi dela uma
testemunha de importância excepcional, porque viu pessoalmente a destruição de
igrejas, as fogueiras de livros sagrados e muitas cenas selvagens de martírio
na Palestina, na Fenícia e até na distante Tebaida do Egito, deixando-nos de
tudo, uma comovente memória de grande valor histórico.
Apesar de suas lacunas , a "História Eclesiástica" continua a
obra histórica mais conhecida e digna de fé e, muitas vezes, a única fonte de
informação.
Apresentamos, em seguida, uma brevíssima coleção de fatos históricos,
uma pequena antologia tirada dos textos originais dos autores indicados,
traduzidos com fidelidade. Conheceremos assim como os nossos primeiros irmãos
na fé sabiam sofrer e enfrentar por Cristo a tortura e a morte.
O martírio é uma constante de toda a Igreja. Os mártires recordados
nesta breve coleção pertencem a séculos diversos, a diferentes categorias de
pessoas, extrato social e nacionalidade; representam a Igreja inteira.
São homens e mulheres, ricos e pobres, velhos (Simeão tem 120 anos) e
jovens (os 7 "filhos" de Sinforosa); eclesiásticos (os bispos Simeão,
Policarpo, Acácio, Ságaris; o sacerdote Piônio; os diáconos Êuplio e Papilo) e
leigos (o senador Apolônio, o comerciante Máximo, o jardineiro Conão, os legionários
"quarenta mártires de Sebaste, o centurião Marino, as mães de família
Sinforosa e Agotonice); nobres, como Apolônio, e gente comum do povo, como
Conão; muitas vezes cristãos cujos nomes ficaram desconhecidos. Todos
testemunharam a própria fidelidade a Cristo com o sacrifício cruento da própria
vida. Os Atos dos mártires contam a história mais verdadeira da Igreja das
origens.
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