Resultados de Pesquisa

.

18 de outubro de 2017

Mártires no império ( I )



Este texto é uma pesquisa sobre a história da Igreja no império romano nos primeiros séculos do cristianismo, o autor é desconhecido. A história é de um  linda fé dos cristãos no Cristo chamado Jesus, nascido em Belém de Judá, cresceu e viveu na Galileia, foi crucificado em Jerusalém por mãos romanas, pelos pecados do mundo inteiro, para salvação dos que invocam a Deus para a salvação de sua alma.

Por ser um texto longo dividido em 6 itens, o terceiro subdivide-se em 20 partes, será publicado fracionadamente para melhor proveito pelos leitores.

1. Os Mártires, testemunhas e mestres na fé Desde quando Cristo foi colocado numa cruz, teve início a história dos mártires cristãos, Ele disse: "Se perseguiram-me, perseguirão também a vós". É uma nota característica e perene da Igreja de Cristo: ela é Igreja de Mártires. Existem, porém, algumas páginas nessa história que merecem uma grande atenção, e são as que se referem aos mártires dos primeiros séculos da Igreja Cristã, quando o sangue foi derramado em grande abundância.

2. Os Atos dos Mártires são documentos oficiais e os mais antigos sobre as perseguições. São as atas dos processos dos Cristãos, chamados "Atos proconsulares" porque, em geral, o magistrado era um procônsul; são as narrações de testemunhas oculares; são as "paixões epistolares", isto é, cartas circulares sobre os mártires, enviadas por uma Igreja às demais comunidades cristãs; e as "paixões narrativas", ditadas em parte pelos próprios mártires.

Os Atos dos Mártires são reportados, na maior parte, por Eusébio de Cesareia (3º-4º século) em "De mortibus persecutorum"; mas também nas Cartas e no tratado "De Lapsis" de Cipriano (3º século); nas Apologias dos escritores gregos e nos panegíricos pronunciados pelos grandes oradores cristãos do Ocidente, como Ambrósio, Agostinho, Máximo de Turim, Pedro Crisólogo, e do Oriente, como Basílio, Gregório de Nissa e João Crisóstomo.

Os Atos dos Mártires eram lidos no dia de suas festas, durante a celebração eucarística. Com efeito, a memória, a lembrança do mártires, fundamenta-se no memorial de Cristo, porque a paixão do mártir renova a única paixão do Senhor, da sua morte e ressurreição.

3. Eusébio de Cesareia é a principal fonte dos Atos dos Mártires Nascido em Cesareia da Palestina pelo ano 265 e educado na escola do douto Pânfilo, Eusébio recebeu uma sólida formação intelectual, sobretudo histórica. Eleito bispo de sua cidade, foi o homem mais erudito do seu tempo. Escreveu muitas obras de teologia, exegese, apologética, mas a sua obra mais importante foi a "História eclesiástica", em 10 volumes, que são o fruto de 25 anos de pesquisa histórica, contínua e apaixonada. Ele narra, nos 7 primeiros livros, a história da Igreja das origens até 303.

Os livros 8º e 9º referem-se à perseguição iniciada por Diocleciano em 303 e concluída, no ocidente em 308, tendo continuado no oriente com Galério, até o Edito de tolerância de 311 e à morte de Maximino (313).

O livro 10º descreve a retomada da Igreja até à vitória de Constantino sobre Licínio e à unificação do império (323). Antes ainda dessa obra, Eusébio tinha recolhido e transcrito na "Coleção dos antigos Mártires", uma vasta documentação (atos dos processos de mártires, paixões, apologias, testemunhos de indivíduos e comunidades) sobre os mártires anteriores à perseguição de Diocleciano; o livro foi perdido, mas Eusébio tinha retomado o tema em parte na "História Eclesiástica".

Poupado pela perseguição de Diocleciano (303-311), Eusébio foi dela uma testemunha de importância excepcional, porque viu pessoalmente a destruição de igrejas, as fogueiras de livros sagrados e muitas cenas selvagens de martírio na Palestina, na Fenícia e até na distante Tebaida do Egito, deixando-nos de tudo, uma comovente memória de grande valor histórico.

Apesar de suas lacunas , a "História Eclesiástica" continua a obra histórica mais conhecida e digna de fé e, muitas vezes, a única fonte de informação.

Apresentamos, em seguida, uma brevíssima coleção de fatos históricos, uma pequena antologia tirada dos textos originais dos autores indicados, traduzidos com fidelidade. Conheceremos assim como os nossos primeiros irmãos na fé sabiam sofrer e enfrentar por Cristo a tortura e a morte.

O martírio é uma constante de toda a Igreja. Os mártires recordados nesta breve coleção pertencem a séculos diversos, a diferentes categorias de pessoas, extrato social e nacionalidade; representam a Igreja inteira.


São homens e mulheres, ricos e pobres, velhos (Simeão tem 120 anos) e jovens (os 7 "filhos" de Sinforosa); eclesiásticos (os bispos Simeão, Policarpo, Acácio, Ságaris; o sacerdote Piônio; os diáconos Êuplio e Papilo) e leigos (o senador Apolônio, o comerciante Máximo, o jardineiro Conão, os legionários "quarenta mártires de Sebaste, o centurião Marino, as mães de família Sinforosa e Agotonice); nobres, como Apolônio, e gente comum do povo, como Conão; muitas vezes cristãos cujos nomes ficaram desconhecidos. Todos testemunharam a própria fidelidade a Cristo com o sacrifício cruento da própria vida. Os Atos dos mártires contam a história mais verdadeira da Igreja das origens.


Organizado e publicado por:

  Domingos Teixeira Costa 



Nenhum comentário: