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20 de novembro de 2017

Mártires no Império (XVII)




3.20. Martírio dos ascetas Xiamuna e Gurias. Diocleciano não perturbou a paz da Igreja nos primeiros 19 anos de governo; por instigação de Galério, enfim, decretou que o exército fosse depurado dos cristãos (ano 297), fossem destruídas e queimadas as igrejas e as Escrituras, fossem destituídos dos cargos públicos os nobres cristãos e privados da liberdade os cristãos plebeus (ano 303).

Houve mártires, porém, desde o ano 289. Os dois ascetas Xiamuna e Gurias tiveram que responder em Edessa (Ásia Menor): - Obedeceremos ao Rei dos reis que está nos céus e ao seu Cristo, e não faremos a vontade dos pecadores; não morreremos, porém, viveremos se fizermos a vontade daquele que nos criou; se obedecêssemos aos teus príncipes seríamos precipitados na morte...

Poucos dias depois, em Antioquia, o governador Misiano de Urai transmitiu ordens precisas: - Ordenam os nossos príncipes que deveis sacrificar aos deuses; queimar incenso, derramar vinho diante de Zeus; não vos oponhais à vontade deles porque não tereis força para resistir às torturas que vos esperam.

Como eles (os cristãos) estavam irredutíveis, ordenou a Leôncio que os dependurassem pelos braços e os puxassem cruelmente, deixando-os ali das nove às duas da tarde. Era surpreendente a resistência deles.

Uma vez que os próprios carnífices ficaram cansados, o governador ordenou-lhes que parassem e os levassem à prisão chamada "buraco escuro", onde ficaram de agosto a meados de novembro.

O governador, então, mandou-os comparecer à sua presença, mas eles insistiam: - Já confessamos a nossa fé, estamos inabaláveis e, quanto a ti, faz o que te foi ordenado; tens poder sobre nossos corpos, não, porém, sobre nossas almas.
Visto que o governador estava disposto a condená-los à morte, foram invadidos pela alegria e disseram: - Seja louvado Aquele que nos julgou dignos de suportar todo tormento pelo nome de Jesus Cristo.

Chegando a uma colina, o carnífice mandou-os descer do carro; estavam cheios de alegria ao verem finalmente chegado o dia da coroa. Pediram um pouco de tempo para rezar (orarem), e o carnífice permitiu-o dizendo: - Orai também por mim, pelo mal que faço diante de Deus.

4.Quantos foram os Martires? Qual o número dos mártires? È impossível precisá-lo. Foram muitos, antes e depois de Constantino, para que a palavra de Cristo fosse salva ou não fosse dita em vão.

Estavam já às portas as perseguições dos persas, que de 309 a 438 fizeram outros mártires, sob Sapor II e Baram V. Poderíamos acrescentar aos mártires já nomeados dos três primeiros séculos, os que, no ocidente e no oriente, marcaram de maneira particular a história da cruz de Cristo, e poderiam ser propostos como modelo da sua vitória sobre o mundo pagão ou paganizante: as sete virgens da Galácia; Judite, viúva da Capadócia; Zenóbio, médico e sacerdote; Pânfilo, douto e santo; Cassiano, humilde mestre de escola; o homem do povo Taraco e o nobre Próbo; a cortesã convertida Afra e o pobre taberneiro Teódoto de Ancira, etc.

O exemplo deles sirva-nos de estímulo a viver cristãmente a vida, usando dos bens terrenos sem perder de vista os bens celestes, orando pelos perseguidores e irradiando a alegria do Ressuscitado enquanto ainda estão no corpo mortal.


Somos chamados a testemunhar o Evangelho, no calvário da doença ou entre as outras cruzes quotidianas. Em certo sentido, a perseguição sempre esteva ativa. Seja-o também o nosso testemunho de fidelidade a Cristo e à sua Igreja.


Organizado e publicado por
Domingos Teixeira Costa


  

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