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27 de novembro de 2017

Ideias e realidade



A vinda de Jesus é a esperança que a Igreja tem para livrar-se de uma vez por todas da corrupção; do poder da carne, pela qual o pecado domina a alma descrente e ela fica impedida de acompanhar o espírito para juntar-se a Deus e adorá-lo, como fazem os que aguardam o dia da manifestação do Senhor Jesus Cristo para ressuscitar os que descaçam nEle e arrebatar os vivos que amam a sua vinda.

Uma coisa estranha é a diferença que existe na forma como muitas pessoas veem a vinda de Jesus atualmente. Uns dizem que Jesus pode vir arrebatar sua Igreja agora mesmo, não levando em contas as informações que o próprio Jesus deu como sinais de fatos que antecipam à sua vinda? Parece-me que os eventos que haverão de acontecer bem próximo do dia da vinda de Jesus, ainda precisam de um bom espaço no tempo, o qual não se pode precisar.

O apóstolo Paulo falando para a Igreja dos últimos dias disse: “Afirmamos a todos vós, pela Palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos quando se der o retorno do Senhor, certamente não precederemos os que dormem nele. Logo em seguida, nós, os que estivermos vivos sobre a terra, seremos arrebatados como eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E, assim, estaremos com Cristo para sempre!” (I Ts 4.15)

Precisamos entender que o trigo e o joio só serão separados na colheita, e que a palavra retorno aqui, significa voltar, regressar, vinda de quem foi e voltará, e etc. É bem melhor pensar como a Bíblia diz do que afirmar engenhosamente sem comprovação clara e convincente para quem estuda o assunto. Uma coisa sabemos que o galardão de todos está com Jesus, e Ele dará a cada um no dia de  sua vinda. Cristo receberá a Igreja nas nuvens, e de lá vem com ela para a terra, e com seus exércitos para eliminar o governo do anti-cristo, e assumir o trono de Davi (Mt 13.30; 16.27 Lc 1.32 At 1.11; 3.21; 15.16).

Segundo os apóstolos, a Igreja é recomenda a permanecer firme até a vinda de Jesus, é a vinda de Jesus quem faz cessar a tribulação dos santos, Jesus só vem uma vez, na hora certa para acabar a grande tribulação. Percebam o que Jesus e Pedro disseram: "Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu SENHOR. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Ora, tendo Cristo padecido na carne, armai-vos vós igualmente desse mesmo pensamento; pois aquele que sofreu em seu corpo rompeu com o pecado” (I Ts 4.15,17 II Ts 2.8 Jo 15. 20 I Pe 4.1). Se rompemos com o pecado, o mundo nos odeia, imagine como foi a vida dos crentes que viveram no império romano, você conhece a história deles? Os fatos ocorridos lá, são exemplo.

Uns dizem que Jesus virá buscar a Igreja sete anos antes do fim da grande tribulação, outros, três anos e meio antes da vinda de Jesus em glória: isto significa que Jesus determinou dois períodos de existência para a igreja; o primeiro dos dias de Jesus na terra até o arrebatamento, o segundo, do arrebatamento da Igreja até a vinda de Jesus em glória. Enquanto que a Bíblia registra que Jesus virá uma vez (Hb 9.28).  dizem que Jesus quando vir arrebatar sua Igreja, recebe-a nas nuvens, e de lá mesmo volta para o céu festejar as bodas com uma parte da Igreja, mas finda a festa, Jesus volta para buscar os que por algum motivo perderam o arrebatamento, e ficaram para sofrer na grande tribulação, e por isso perdem a festa das bodas. Porém, nem Jesus e nem os apóstolos, não falaram isto. De onde vem essa ideia?

Há outros que veem Jesus vindo buscar sua Igreja só no momento do fim da grande tribulação como o próprio Jesus fala nos Evangelhos. Tendo Jesus vindo uma vez como escreve o autor aos hebreus, Cristo aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação. (Hb 9.28). O Espírito Santo está dizendo aqui, que a Igreja será recebida por Jesus no dia do seu aparecimento em glória (I Jo 2.28; 3.2 I Pe 5.4 Tg 5.7 I Tm 6.14).

Jesus disse: “Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu SENHOR. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa”. É bom lembrar que a Igreja é perseguida desde o seu princípio, e o Senhor não a livra da perseguição enquanto não completar o número dos que devem morrer por amar e não desistir de Jesus. (Mt 15.20 I Pe 4.1 Ap 10.6).

A Igreja de Deus crer nas palavras de Jesus e dos apóstolos. Porém, a minha estranheza, é por que o apóstolo Paulo concorda que Jesus se manifestará na nas nuvens, na glória do seu Pai quando vir busca seus escolhidos com grande alarido. Mas nos dias atuais, dizem que Jesus primeiro arrebata a Igreja, e sete anos depois volta para salvar os judeus e os gentios que se converteram durante a grande tribulação. Podemos sim, concordar que alguém se converta durante a grande tribulação, por que Jesus ainda não veio, porém, depois de sua vinda só restará o reestabelecimento do caído tabernáculo de Davi. At 15.16)

Os apóstolos ensinam que não haverá esse arrebatamento como pregam atualmente, que Jesus arrebata a Igreja volta outra vez para o céu a festejar as bodas com a Igreja. Mas, que bodas são essas? Antes da vinda de Jesus? Sem a Igreja? As bodas do Cordeiro será em seguida a vinda de Jesus. Ele salva sua Igreja e os que restarem da casa de Israel, e acaba o sistema corrupto de governo humano, aí  é a hora da festa, o reino já está instalado, como diz o profeta Daniel na visão da estátua quando a interpreta. Cumprida essa etapa, será estabelecido o reino do Pai como disse Jesus na ceia para seus discípulos, ou como queiram dizer, reino milenar do Pai e do Filho, e ainda, reino do povo santo (Dn 2.44; 7.27 Mt 26.29).

São estas algumas das palavras de Jesus e seus apóstolos sobre o dia que o Senhor voltará à terra para se fazer conhecido a quem possa ou não interessar quem ele é. Depois de haver sido rejeitado pelo mundo em sua primeira vinda, desta vez, todos saberão quem ele é, e o que veio fazer, e por bem ou mal, não haverá quem o possa impedir de fazer justiça ao mundo, polo contrário; todos sem exceção estarão sujeitos às suas determinações naquele grande dia escolhido por ele mesmo, para mostrar a todos o quanto ele é justo para com todos os moradores da terra, embora sua justiça não interesse a todos, ele a fará conhecida, entregado a todos o que lhes será justo (Dt 32.4 Is 3.10 Mt 16.27 Rm 2.6).

A BÍBLIA
Mt 16.27 Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com  os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras.
Mt 24.27 Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do filho do homem.
Mt 24.29 Logo depois da tribulação daqueles dias, escurecerá o sol, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados.
Mt 24.30 Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.
Mt 24.31 E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.
Mc 13.26 Então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.
Mc 13.27 E logo enviará os seus anjos, e ajuntará os seus eleitos, desde os quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu.
Lc 17.24 pois, assim como o relâmpago, fuzilando em uma extremidade do céu, ilumina até a outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia.
Lc 17.28 Como também da mesma forma aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;
Lc 17.29 mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os destruiu a todos;
Lc 17. 30 assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.
Lc 21.27 Então verão vir o Filho do homem em uma nuvem, com poder e grande glória.
At 1.9 Tendo dito estas palavras, foi Jesus elevado às alturas enquanto eles o contemplavam, até que uma nuvem o encobriu da vista deles. 
At 1.10 E aconteceu que estando eles com os olhos fixos no céu, enquanto Ele subia, surgiram junto deles dois homens vestidos de branco, 
At 1.11 que lhes comunicaram: “Homens galileus, por que estais contemplando as alturas? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado ao céu, retornará do mesmo modo como o viste subir”.
At 3.21 É necessário que Jesus permaneça no céu até que chegue o tempo em que Deus restaurará todas as coisas, conforme já decretou há muito tempo, por intermédio dos seus santos profetas. 
Rm 2.9 Ele trará tribulação e angústia sobre todo ser humano que persiste em praticar o mal, em primeiro lugar para o judeu, e, em seguida, para o grego; 
Rm 2.10 porém, glória, honra e paz para todo aquele que perseverar na prática do bem; primeiro para o judeu, depois para o grego. 
Rm 5.9 Agora, como fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda, por intermédio dele, seremos salvos da ira de Deus!
I Co 1.7 de maneira que nenhum dom vos falta, enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo,
I Co 1.8 o qual também vos confirmará até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo.
I Co 15.23 Cada um, porém, na sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda.
I Co 15.52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados.
Cl 3. 4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.
I Ts 2.19 Porque, qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória, diante de nosso Senhor Jesus na sua vinda? Porventura não o sois vós?
I Ts 3.13 para vos confirmar os corações, de sorte que sejam irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos.
I Ts 4.14 Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer juntamente com ele.
I Ts 4.15 Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que já dormem.
I Ts 4.16 Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
I Ts 4.17 Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.
I Ts 5.23 E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
II Ts 2.3 Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,
II Ts 2.8 e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda;
I Tm 6.14 a que guardes este mandamento sem mácula e irrepreensível até a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo;
I Tm 6.15 a qual, no tempo próprio, manifestará o bem-aventurado e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores;
II Tm 4.8 Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.
Hb 9.28 assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.
Tg 5.7 Portanto, meus irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor. Observai como o lavrador aguarda o precioso fruto da terra, esperando com paciência, até que receba as primeiras chuvas de outono e as que encerram a primavera. 
I Pe. 1.5 que sois protegidos pelo poder de Deus, por meio da fé, até a chegada da Salvação prestes a ser plenamente revelada no final dos tempos. 
I Pe. 1.6 Portanto, nesta verdade, exultais! Mesmo considerando que agora, e por algum tempo ainda, tenhais de ser afligidos por toda espécie de provação. 
I Pe. 1.7 Assim acontecerá para que a sinceridade da vossa fé seja atestada, muito mais preciosa que o ouro que se corrompe, ainda que refinado pelo fogo, resultando em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado. 
I Pe. 1.13 Assim sendo, estai com a mente preparada, prontos para agir; alertas, depositai toda a vossa esperança na graça que vos será outorgada na plena revelação de Jesus Cristo. 
 I Pe. 2.12 Seja exemplar o vosso comportamento entre os gentios, para que naquilo que falam mal de vós, como se fôsseis pessoas que vivem praticando o que é mau, ao observarem as vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia em que receberem a sua revelação. 
I Pe. 4.1 Ora, tendo Cristo padecido na carne, armai-vos vós igualmente desse mesmo pensamento; pois aquele que sofreu em seu corpo rompeu com o pecado, 
I Pe. 4.13 Contudo, alegrai-vos por serdes participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também vos alegreis e exulteis na revelação da sua glória.
I Pe. 5.4 Ora, assim que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imperecível coroa da glória! 
II Pe. 1.16 Porque não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, pois fomos testemunhas oculares da sua majestade. 
I Jo 2.28 Sim, queridos filhinhos, permanecei nele, para que tenhamos segurança quando Ele se manifestar e não sejamos envergonhados diante dele na sua vinda. 
I Jo 3.2 Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, todavia, sabemos que quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, pois o veremos como Ele é. 
Ap 1.7 Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
Ap 1.8 Eu sou o Alfa e o ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
Ap 2.25 mas o que tendes, retende-o até que eu venha.
Ap 3.10 Porquanto guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam sobre a terra.
Ap 11.18  E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o  tempo de destruíres os que destroem a terra.
Ap 19.7 Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou,
Ap 19.8 e foi-lhe permitido vestir-se de linho fino, resplandecente e puro; pois o linho fino são as obras justas dos santos.
Ap 19.9 E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. Disse-me ainda: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.
Ap 19.11 E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça.
Ap 19.19 E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava montado no cavalo, e ao seu exército.
Ap 19.20 E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.
Ap 19.21 E os demais foram mortos pela espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo; e todas as aves se fartaram das carnes deles.
Ap 22.7 Eis que cedo venho; bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.
Ap 22.12 Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra.
Ap 22.17 E o Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida.
Ap 22.20 Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus.

Estas são algumas das informações do Novo Testamento sobre a vinda de Jesus. Precisamos atentar bem para as palavras marcadas em vermelho. Se Deus não poupou seu Filho, como nos poupará das tribulações deste mundo? Diz Pedro: “Ora, tendo Cristo padecido na carne, armai-vos vós igualmente com esse mesmo pensamento; pois aquele que sofreu em seu corpo rompeu com o pecado” ( I Pe 4.1).

Paulo disse: “porque, se Deus não poupou os ramos naturais, não te poupará a ti”. Estes ensinos foram aplicados às Igrejas de Deus por aqueles que aprenderam boca a boca com Jesus. Pedro disse em sua segunda carta: ”Porque não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, pois fomos testemunhas oculares da sua majestade”.

Sinceramente, não podemos dizer nada que não esteja nas Escrituras Sagradas, e por isso, depois de um cuidadoso exame no Novo Testamento, e não havermos encontrado nada da parte de Jesus ou dos seus apóstolos falando que haverá um arrebatamento antecipado em sete ou três anos e meio à manifestação de Jesus na sua glória, do Pai e dos seus santos anjos. Então temos que nos conformar com o que está registrado como palavras de Jesus e seus apóstolos, isto é, se cremos que a Bíblia é realmente a palavra de Deus, e digna de inteira aceitação.

Em face às Escrituras, faz-se necessário darmos nossa atenção ao que Jesus diz: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim.” Judeus e gentios estão juntos desde o princípio da Igreja nesta história, e a diferença genealógica em nada altera aos que pertencem ao corpo de Cristo, seja ele judeu ou gentio. Juntos serão chamados ao som da mesma trombeta e sem acepção, serão reunidos a Cristo nas nuvens, segundo as Escrituras Sagradas (Mt 25.31 Jo 5.39 Rm 10.12; 11.21 Gl 3.28 Cl 3.11 I Tm 1.15 I Pe. 4.1 II Pe 1.16).


Depois de verificadas as referências acima, podemos nos posicionar conforme Jesus e seus apóstolos, e esperarmos a gloriosa manifestação da sua vinda para a completa salvação dos santos que pacientemente guardam a vinda de Jesus como é grafada no singular, a nossa esperança segundo a promessa de Deus para a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.


Domingos Teixeira Costa

24 de novembro de 2017

Mártires no Império (XIX)




Conclusão

6.Os mártires, testemunhas radicais "Ser mártir é uma vocação. O Espírito Santo, não o juiz ou carnífice, faz os mártires, isto é, as grandes testemunhas. É o modo como cada vocação exprime uma dimensão da existência cristã que é comum a todos". É esse o fio condutor da reflexão que segue sobre a necessidade, atualidade e radicalidade do martírio e sobre a sua força de atração.

Os Sínodos da África, da América e da Ásia enumeraram o martírio e a memória dos mártires entre os pontos mais importantes da vida cristã atual e da nova evangelização. Da vida e não da história cristã! Os mártires não são apenas "glórias" ou "exemplos", mas revelação viva de uma dimensão do ser cristão: o testemunho de Cristo e da verdadeira vida.

Martírio, no sentido original do termo, indicava a deposição de uma testemunha, por escrito e sob juramento, com valor de prova: o máximo, portanto, que se podia pedir de credibilidade, de garantia de verdade.

O Evangelho aplica a palavra a Jesus que dá testemunho do Pai e da verdadeira vida com a palavra e a ação; mas sobretudo, com a paixão e morte. Ele é a testemunha, o mártir por excelência. Aplica-a depois àqueles que narraram a ressurreição de Jesus ou, em seguida, a anunciavam. Isso comportava expor-se à falência e à derrisão e também ao risco de morte, como verificou-se já no início da Igreja com o martírio de Estêvão.

O próprio Jesus associa a confissão de seus discípulos à assistência do Espírito Santo. "Sereis levados aos tribunais... e haverão de torturar-vos... sereis minhas testemunhas diante deles e diante dos pagãos... Não vos preocupeis com o que devereis dizer ou como o direis. Não sereis vós a falar, mas será o Espírito do vosso Pai que falará por vós" (Mt 10,17-18.20).

Logo e para sempre na história, o martírio tomou o sentido de oferta da vida em morte cruenta como testemunho da fé. O mártir não se defendia com argumentos para demonstrar a própria inocência diante de quem o acusava.

Aproveitava para falar de Jesus, declarava o quanto fosse importante para si a fé em Cristo, confessava a sua pertença ao grupo cristão. Tinha até mesmo a coragem de exortar juizes e carnífices a mudar de opinião e ser sensatos. Ainda hoje, mata-se por motivo de fé, religiosos, religiosas e leigos, caídos onde grassavam o integralismo ou formas mágicas de religiosidade.

Outros morreram e morrem no exercício da caridade ou no esforço de reconciliação durante conflitos étnicos, guerras civis e situações de insegurança geral. É mais frequente, porém, uma razão "humana", ligada profundamente à fé.

Assim, os regimes ideológicos do século XX fizeram massacres de crentes, católicos, protestantes, ortodoxos sob a acusação de oposição ao bem do povo, de subversão, de favorecimento dos inimigos do Estado.

Não perguntavam nem sequer se o acusado queria renunciar à fé. Eliminavam-no sem processo. Difamavam-no, muitas vezes, através de uma imprensa poderosa e encenavam tribunais fantoches. É interessante ver como realiza-se a palavra de Jesus: esquecemo-nos das montagens acusatórias.

Recordamo-nos e somos beneficiados daquilo que os mártires proclamaram com o próprio sofrimento e silêncio: o valor da vida, a dignidade da pessoa chamada à comunhão com Deus e à responsabilidade diante dele, a liberdade de consciência, a crítica contra desvios trágico como o racismo, o integralismo, o poder absoluto do Estado, a discriminação, a exploração dos pobres. Diz-se que nenhuma causa vai adiante sem os seus mártires, sem aqueles que acreditam nela a ponto de dar a vida pelo que creem. A fé comporta sempre uma certa violência.

Jesus ensina que se chega à vida plena através da morte. Ele chegou à glória através da paixão. Quem quiser a coroa, diz Paulo, deve suportar a luta, e quem quiser a meta deve agarrar-se à corrida; e treinar com sacrifício.

Hoje, este pensamento não nos é muito congenial. Há um dom do Espírito Santo que no-lo faz entender e assumir: a fortaleza. Todos precisamos dela. Ninguém, provavelmente, quererá matar-nos em vista da nossa crença religiosa. Existe, porém, toda uma concepção cristã da existência a ser sustentada e opções de vida que exigem lucidez e resistência. E há circunstâncias pessoais, doenças, situações de família e de trabalho, que exigem uma sólida ancoragem na esperança.

Ser mártir é uma vocação. O Espírito, não o juiz ou o carnífice, faz os mártires, isto é, as grandes testemunhas. E como toda vocação, exprime uma dimensão da existência cristã que é comum a todos.

Em Roma, a lembrança dos mártires é familiar. Tem-na viva muitas igrejas, mas sobretudo as catacumbas, que fazem referência às condições precárias da comunidade cristã nos tempos de perseguição, aos acontecimentos nos quais se viram envolvidos indivíduos cristãos por acusações que se referiam à sua religião. Pinturas, desenhos, incisões, sarcófagos e ambientes são uma verdadeira catequese, uma reflexão sobre a fé feita em "tempos" de martírio: tempos de minoria, significatividade provocadora, provações, adesões e amor.

Em outros contextos é uma realidade atual, mas nem sempre se encontra a meditação intensa, rica e articulada que nos impressiona nesses lugares clássicos. Os pressupostos, as implicações, aquilo que está à base do martírio, é parte não prescindível da formação na fé. Ela é fonte de alegria e de luz, mas não é oferecida de modo "barato". Isso é-nos recordado pela parábola do "tesouro escondido", pelo qual o comprador deve vender tudo o que possuía.

O martírio está relacionado com uma das notas sem as quais o Evangelho perde o seu colorido, o seu sabor, o seu fio, a radicalidade. É uma espécie de dinamismo interno pelo qual se almeja o máximo possível e é típico da fé. Não é integralismo, adesão cega à materialidade das proposições; não é maximização, pretensão e ostentação de coerência nas ideias e exigências. É "gosto" e conhecimento da verdade, adesão de amor à pessoa de Cristo.

Diante dos fatos relacionados neste comentário, podemos dizer que existe registros da história de fé do povo de Deus, daqueles que estão sendo contados como martes por causa do testemunho deram de sua fé na palavra de Deus e de seu Filho Jesus Cristo. No cumprimento de vida santa em meio a um mar de incrédulos, para que haja o fiel cumprimento das verdadeiras palavras de Jesus a respeito do sofrimento na tribulação por ele predita, desde o seu dias, até o tempo do fim (Dn 12.1,4,13, Jo 15.20 Ap 6.9-11).  



Domingos Teixeira Costa



22 de novembro de 2017

Mártires no império (XVIII)




5. Concluindo, e como comentário à leitura dos Atos dos Mártires, apresentamos alguns pensamentos sobre o significado e o valor do martírio como "testemunho coerente do amor de Cristo e da Igreja e como prova eloquente da verdade da fé", e uma reflexão sobre a radicalidade e atualidade do martírio na Igreja das origens.

A MEMÓRIA DOS MÁRTIRES testemunho perene do amor de Cristo e da Igreja "A Igreja do primeiro milênio - É um testemunho que não se deve esquecer," a história da Igreja é uma história de santidade e de martírio... por isso a Igreja em todos os ângulos da terra deverá permanecer ancorada no testemunho dos mártires e defender ansiosamente a memória deles".

"Um sinal perene, e hoje particularmente eloquente, da verdade do amor cristão é a memória dos mártires. O seu testemunho não fique esquecido. Eles anunciaram o Evangelho, dando a vida por amor. Sobretudo nos nossos dias, o mártir é sinal daquele amor maior que contém em si todos os outros valores.

A sua existência reflete aquela palavra suprema, pronunciada por Cristo na cruz: "Perdoa-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34). O fiel que tenha considerado seriamente a sua vocação cristã, dentro da qual o martírio aparece como uma possibilidade preanunciada na Revelação, não pode excluir esta perspectiva do horizonte da própria vida.

Estes dois mil anos depois do nascimento de Cristo estão marcados pelo persistente testemunho dos mártires. Também a época atual, conheceu numerosíssimos mártires, sobretudo por causa do nazismo, do comunismo e das lutas raciais ou tribais. Sofreram pela sua fé pessoas das diversas condições sociais, pagando com o sangue a sua adesão a Cristo e à Igreja ou enfrentando corajosamente infindáveis anos de prisão e de privações de todo o gênero, para não cederem a uma ideologia que se transformou num regime de cruel ditadura.

Do ponto de vista psicológico, o martírio é a prova mais eloquente da verdade da fé, que consegue dar um rosto humano inclusive à morte mais violenta e manifestar a sua beleza mesmo nas perseguições mais atrozes. Inundados pela graça, poderemos mais vigorosamente erguer ao Pai a nossa gratidão, o exército resplandecente dos mártires que "lavaram as suas vestes e as tornaram cândidas no sangue do Cordeiro" (Ap 7, 14).

Por isso, a Igreja espalhada por toda a terra deverá permanecer ancorada ao seu testemunho e defender zelosamente a sua memória. Possa o povo de Deus, revigorado na fé pelos exemplos destes autênticos campeões de diversa idade, língua e nação, cruzar com confiança o limiar do terceiro milênio.


À admiração pelo seu martírio associe-se, o desejo de poder, com a graça de Deus, seguir o seu exemplo, caso o exijam as circunstâncias.


Organizado e publicado por
Domingos Teixeira Costa 



20 de novembro de 2017

Mártires no Império (XVII)




3.20. Martírio dos ascetas Xiamuna e Gurias. Diocleciano não perturbou a paz da Igreja nos primeiros 19 anos de governo; por instigação de Galério, enfim, decretou que o exército fosse depurado dos cristãos (ano 297), fossem destruídas e queimadas as igrejas e as Escrituras, fossem destituídos dos cargos públicos os nobres cristãos e privados da liberdade os cristãos plebeus (ano 303).

Houve mártires, porém, desde o ano 289. Os dois ascetas Xiamuna e Gurias tiveram que responder em Edessa (Ásia Menor): - Obedeceremos ao Rei dos reis que está nos céus e ao seu Cristo, e não faremos a vontade dos pecadores; não morreremos, porém, viveremos se fizermos a vontade daquele que nos criou; se obedecêssemos aos teus príncipes seríamos precipitados na morte...

Poucos dias depois, em Antioquia, o governador Misiano de Urai transmitiu ordens precisas: - Ordenam os nossos príncipes que deveis sacrificar aos deuses; queimar incenso, derramar vinho diante de Zeus; não vos oponhais à vontade deles porque não tereis força para resistir às torturas que vos esperam.

Como eles (os cristãos) estavam irredutíveis, ordenou a Leôncio que os dependurassem pelos braços e os puxassem cruelmente, deixando-os ali das nove às duas da tarde. Era surpreendente a resistência deles.

Uma vez que os próprios carnífices ficaram cansados, o governador ordenou-lhes que parassem e os levassem à prisão chamada "buraco escuro", onde ficaram de agosto a meados de novembro.

O governador, então, mandou-os comparecer à sua presença, mas eles insistiam: - Já confessamos a nossa fé, estamos inabaláveis e, quanto a ti, faz o que te foi ordenado; tens poder sobre nossos corpos, não, porém, sobre nossas almas.
Visto que o governador estava disposto a condená-los à morte, foram invadidos pela alegria e disseram: - Seja louvado Aquele que nos julgou dignos de suportar todo tormento pelo nome de Jesus Cristo.

Chegando a uma colina, o carnífice mandou-os descer do carro; estavam cheios de alegria ao verem finalmente chegado o dia da coroa. Pediram um pouco de tempo para rezar (orarem), e o carnífice permitiu-o dizendo: - Orai também por mim, pelo mal que faço diante de Deus.

4.Quantos foram os Martires? Qual o número dos mártires? È impossível precisá-lo. Foram muitos, antes e depois de Constantino, para que a palavra de Cristo fosse salva ou não fosse dita em vão.

Estavam já às portas as perseguições dos persas, que de 309 a 438 fizeram outros mártires, sob Sapor II e Baram V. Poderíamos acrescentar aos mártires já nomeados dos três primeiros séculos, os que, no ocidente e no oriente, marcaram de maneira particular a história da cruz de Cristo, e poderiam ser propostos como modelo da sua vitória sobre o mundo pagão ou paganizante: as sete virgens da Galácia; Judite, viúva da Capadócia; Zenóbio, médico e sacerdote; Pânfilo, douto e santo; Cassiano, humilde mestre de escola; o homem do povo Taraco e o nobre Próbo; a cortesã convertida Afra e o pobre taberneiro Teódoto de Ancira, etc.

O exemplo deles sirva-nos de estímulo a viver cristãmente a vida, usando dos bens terrenos sem perder de vista os bens celestes, orando pelos perseguidores e irradiando a alegria do Ressuscitado enquanto ainda estão no corpo mortal.


Somos chamados a testemunhar o Evangelho, no calvário da doença ou entre as outras cruzes quotidianas. Em certo sentido, a perseguição sempre esteva ativa. Seja-o também o nosso testemunho de fidelidade a Cristo e à sua Igreja.


Organizado e publicado por
Domingos Teixeira Costa


  

17 de novembro de 2017

Mártires no império (XVI)





3.18. Mártires a não mais acabar - Martiri a non finire No mesmo ano 250, na Ásia Menor, foi martirizado Acácio, bispo de Antioquia da Psídia, que teria sido enganado pelo legado do imperador Décio: - Vives sob a lei romana; amas, então, os nossos príncipes.

- Ninguém ama o imperador mais do que nós - respondeu Acácio - que dirigimos a Deus constantes orações pela sua longa vida de governo justo dos povos na paz; oramos também pela salvação dos saldados e pela prosperidade do império e do mundo, mas o imperador não pode exigir que nós que aos deuses sacrifiquemos.

Máximo, homem do povo, que exercia o pequeno comércio, preso e lavado diante do procônsul da Ásia, suportou as torturas em nome do Senhor, achando-as doces como bálsamo em relação às eternas.

- Se fosse infiel aos mandamentos do meu Senhor - dizia - se não seguisse o Evangelho, perderia a minha vida... não sinto nem as chicotadas, nem as unhas de ferro, nem o fogo, pois está em mim a graça de Cristo.

Em Nicomédia (ainda na Ásia Menor) entre 250 e 251 foram queimados vivos Luciano, que, de antigo "perseguidor", tornara-se "pregador", e Marciano, que já havia adorado deuses falsos e se tinha convertido ao culto do Deus verdadeiro.

3.19. Martírio de Conão Na Panfília (Ásia Menor) foi martirizado o velho Conão, "servo de Cristo, sem malícia, alma simples". O governador: Diz-me, grande homem, de onde és? Quem são os teus pais, e qual o teu nome? Conão: Sou de Nazaré da Galiléia, mas não tenho parentela com o Cristo, que nós reconhecemos como Deus do universo e a quem servimos de pai para filho.

O tirano: Se reconheces o Cristo, porque não reconhecer os nossos deuses? Conão: Que descaramento blasfemar assim contra o Deus do universo! O tirano, então, ordenou que o fizessem correr com os pés presos ao seu carro, enquanto era chicoteado por dois soldados; ele, porém, não opunha resistência, mas cantava as palavras do salmo.


- Coloquei toda a minha esperança no senhor, que se curva para mim e escuta a minha oração. Perdidas as forças, caiu elevando os olhos ao Mestre: - Senhor Jesus Cristo, recebe a minha alma... Depois, entregou a alma a Deus.


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Domingos Teixeira Costa 



15 de novembro de 2017

Mártires no império (XV)





3.17. As pérolas da Igreja pisadas pelos porcos. Martírio de Piônio Em Esmirna (Turquia), Piônio foi preso, com Sabina, Asclepíade, Macedônia e Lino, quando celebrava o aniversário de Policarpo. Estavam concluindo as orações e tinham acabado de tomar o pão consagrado, quando apresentou-se Polemone, guarda dos templos, com os esbirros encarregados de prender os cristãos e levá-los a sacrificar aos ídolos e comer as carnes imoladas. - Conheceis sem dúvida - acusou-os Polemone - o decreto do imperador que vos ordena sacrificar aos deuses.

Piônio respondeu: - Nós conhecemos o mandamento de Deus que nos ordena adorar somente a ele. Homens de Esmirna, que, orgulhosos da vossa cidade, vos gloriais de serem incluídos entre os concidadãos de Homero, rides dos Apóstolos, escarnecei dos que espontaneamente vão sacrificar ou não recusam de o fazer porque serão obrigados, mas deveríeis seguir o conselho de vosso Homero que diz ser uma coisa ímpia burlar de quem está para morrer.

É doce viver, mas nós estamos em busca de uma vida melhor. É bela a luz, mas nós desejamos a verdadeira luz! Sei que a terra é bela, mas ela é obra de Deus. Nós não renunciamos a ela por desgosto ou desprezo, mas porque preferimos bens melhores. Sabina sorria e, à pergunta de Polemone e de seu séquito, se estava contente, respondeu: - Sim, somos cristãos por graça de Deus; aqueles que acreditam em Cristo estão certos de ir para a felicidade eterna.

E eles: - As mulheres que se recusam a sacrificar devem preparar-se para a casa de prostituição; isso não te desagrada? - O Deus de santidade velará por mim - respondeu Sabina.

Aos que, depois de terem apostatado, foram vê-los na prisão, disse Piônio: - Tenho uma tristeza que me destroça o coração, ao ver pisadas pelos porcos as pérolas da Igreja, caídas por terra as estrelas do céu, destruída pelo javali a vinha plantada pela mão direita do Senhor; a Satanás foi permitido abanar-nos como o trigo na peneira, e o Verbo de Deus tem nas mãos um tridente de fogo para limpar a eira; em sua misericórdia, está pronto a acolher-vos novamente.


Foi levada a lenha, e foram amontoados os feixes ao redor dos condenados; Piônio fechou os olhos, e a multidão pensou que tivesse morrido, mas ele rezava em silêncio; concluída a oração, reabriu os olhos, enquanto a chama subia. Com intensa alegria nos olhos, disse: - Amém, Senhor, recebe a minha alma. Um leve estertor, e depois expirou sem dor.


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Domingos Teixeira Costa



13 de novembro de 2017

Mártires no império (XIV)




3.16. "Gosto de viver" - Martírio de Apolônio, "santo e nobilíssimo apóstolo de Cristo" Apolônio, senador romano, era conhecido entre os cristãos da Urbe pela elevada condição social e profunda cultura.

Denunciado provavelmente por um escravo, o juiz convidou Apolônio a justificar-se diante do senado. Ele "apresentou - escreve Eusébio de Cesareia - uma eloquentíssima defesa da própria fé, mas foi igualmente condenado à morte.

O procônsul Perênio, em respeito à nobreza e fama de Apolônio, estava sinceramente desejoso de salvá-lo, mas foi obrigado a emitir a sentença de condenação devido ao decreto do imperador Cômodo (por volta do ano 185).

 Apresentamos algumas passagens do processo, no qual o mártir afirma o seu amor pela vida, recorda as normas dos Cristãos, recebidas do Senhor Jesus, e proclama a esperança de uma vida futura.

Apolônio: Os decretos dos homens não podem suprimir o decreto de Deus; quantos mais crentes matares, mais será multiplicado o seu número por obra de Deus. Não achamos difícil morrer pelo verdadeiro Deus, porque, por meio dele, somos o que somos; para não morrer de morte ruim, suportamos tudo com constância; vivos ou mortos, somos do Senhor.

Perênio: Com estas ideias, Apolônio, provas que gostas de morrer! Apolônio: Eu gosto de viver, mas é só por amor à vida que não temo realmente a morte; não existe, sem dúvidas, nada mais precioso do que a vida, mas da vida eterna que é imortalidade da alma para quem viveu bem nesta vida terrena.

A palavra de Deus, o nosso Salvador Jesus Cristo, "ensinou-nos a deter a ira, a moderar o desejo, a mortificar a concupiscência, a superar as dores, a ser abertos e sociáveis, a aumentar a amizade, a destruir a vanglória, a não buscar a vingança contra os que nos fazem o mal, a desprezar a morte pela lei de Deus, a não trocar ofensa com ofensa, mas a suportá-la, a crer na lei que ele nos deu, a honrar o soberano, a venerar somente o Deus imortal, a crer na alma imortal, no juízo que virá depois da morte, a esperar no prêmio dos sacrifícios pela virtude, que o Senhor concederá após a ressurreição daqueles que viveram santamente.

Quando o juiz pronunciou a sentença de morte, Apolônio disse: "Dou graças ao meu Deus, procônsul Perênio, junto com todos os que reconhecem como Deus o seu onipotente e unigênito Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo, também por esta tua sentença que é, para mim, fonte de salvação".

Apolônio morreu decapitado em Roma no dia 21 de abril de 183. Eusébio comenta assim a morte de Apolônio: "O mártir, muito amado por Deus, um santíssimo lutador de Cristo, foi ao encontro do martírio com alma pura e coração fervoroso. Seguindo o seu fúlgido exemplo, vivificamos a nossa alma com a fé".

Sabemos ainda do mesmo Eusébio que o acusador de Apolônio e mais tarde do bispo Calisto foi condenado a ter as pernas despedaçadas. De fato, segundo uma disposição imperial, trazida por Tertuliano (Ad Scap. IV, 3), atribuída a Marco Aurélio, os acusadores dos cristãos deviam ser condenados à morte. Os Atos do martírio de Apolônio, descobertos no século passado, existem também em versão armênia e grega, e em várias traduções modernas.



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Domingos Teixeira Costa



11 de novembro de 2017

Mártires no império (XIII)




3.15. "Porque sorris?" - Martírio de Carpo, Papilo e Agatonice Foram martirizados naquele tempo, na cidade de Pérgamo (Ásia Menor), o bispo Carpo, o diácono Papilo e a fiel Agatonice, mãe de família cheia do temor de Deus.

 Ao processo, Carpo declarou: "Sou cristão, não posso aderir às vossas práticas" Disse o procônsul: "Sacrifica aos deuses, ou o que dizes?" Carpo respondeu: "É impossível que eu sacrifique; realmente, jamais sacrifiquei aos ídolos".

O procônsul, imediatamente, mandou suspende-lo num poste e esfolá-lo; o mártir gritou: "Sou cristão!". Esfolado por muito tempo, ficou sem forças e não pode mais falar.

O procônsul, então, passou ao outro. Diante do convite a sacrificar, Papilo disse com orgulho: "Sempre servi a Deus, desde a juventude; jamais sacrifiquei aos ídolos porque sou cristão; nada existe para mim de maior e mais belo do que me oferecer como vítima ao Deus vivo e verdadeiro".

Os tormentos ocupavam os carnífices por turno, mas ele não emitiu qualquer lamento: "Não sinto as torturas - disse -, não existem para mim porque há alguém que sofre em mim; tu não o podes ver". Enfim, tanto o bispo como o diácono foram condenados a queimar vivos.

Os servos do mal despiram Papilo de suas roupas e crucificaram-no, depois elevaram o poste; a chama começou a subir, e o mártir serenamente entregou a alma a Deus.

Passaram depois a Carpo, e os presentes, vendo-o sorrir, perguntaram-lhe: - Porque sorris? - Vi a glória do Senhor e enchi-me de alegria. Bendito sejas tu, Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, porque fizeste de mim, pecador, digno da tua morte.

Havia entre os espectadores um mulher chamada Agatonice, que vendo Carpo em contemplação da glória do Senhor, compreendeu que era um chamado do céu e disse em voz alta: - Este banquete está preparado também para mim; eu também devo participar dele; quero degustar esse alimento de glória.

Tirando o manto, chamou a atenção dos que a olhavam pela sua beleza e, alegre, estendeu-se sobre a fogueira. Os presentes não podiam segurar as lágrimas e diziam: "Terrível juízo e injustos decretos!".

Agatonice, lambida pelas chamas, gritou três vezes: - "Senhor, Senhor, Senhor, vem em meu auxílio; em ti eu me refugiei!". Em seguida, entregou a alma a Deus e consumou o martírio entre os santos.

Os cristãos recolheram às escondidas os seus restos e conservaram-nos para a glória de Cristo e louvor dos mártires. Foi também martirizado na Ásia naquele tempo, o bispo de Laodicéia, Sagaris, do qual não temos aqui a história do seu martírio. (Eusébio, História Eclesiástica, l. IV, 26,3.5).



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Domingos Teixeira Costa



9 de novembro de 2017

Mártires no império (XII)




3.13. Crucificado um ancião de 120 anos: martírio de Simeão O martírio de Simeão, bispo de Jerusalém na Palestina, não se deve à aplicação das disposições do imperador Trajano ("rescrito" de Trajano a Plínio), mas à perseguição judaica.

O historiador Hegesipo, testemunha bem informada das coisas da Palestina, informa-nos que, por volta de 117 d.C., o bispo foi acusado de pertencer à estirpe de Davi e ser cristão, para mal estar de judeus heréticos. Estes aproveitaram um momento crítico do império em luta contra os Partos, desfrutando o estado de espírito do imperador contrariado pelas veleidades das insurreições judaicas.

Segundo o testemunho de Eusébio, a perseguição causada sobretudo por tumultos populares atingiu Simeão, filho de Cléofas à idade de 120 anos. O parente do Senhor, como escreve Eusébio - "foi atormentado durante muitos dias com duríssimos tormentos, mas confessou sempre com firmeza a fé em Cristo; fê-lo com tal força que o próprio procônsul Ático e todos os presentes ficaram admirados ao ver como um velho de 120 anos pudesse resistir a tantos tormentos: por sentença do juiz, foi finalmente crucificado" (Eusébio, História eclesiástica, III, 3 2,1-6).

3.14. "Tenho prontas as feras..." - Martírio de Policarpo O martírio de Policarpo é uma das mais antigas "paixões epistolares". Discípulo do apóstolo João, Policarpo foi feito bispo de Esmirna, uma das mais importantes comunidades cristãs.

Em Esmirna (Turquia), no ano 155, a intolerância manifestou-se com o martírio do bispo Policarpo, provocado pela multidão enfurecida. O magistrado Herodes procedeu à prisão do bispo que, entretanto tinha deixado a cidade. Mandou-o levar ao estádio onde procurou convence-lo a renegar a fé: - Pensa na tua idade e jura pelo gênio de César, convence-te uma vez por todas a gritar a morte dos ateus. - Sim, morram os ateus! - Jura e coloco-te em liberdade; amaldiçoa o Cristo. - Fazem 86 anos que o sirvo, e ele nada fez de errado para comigo; como posso blasfemar contra o meu Rei e Salvador? - Tenho prontas as feras; se não mudas de idéia lanço-te a elas. - Chama-as! Nós cristãos não admitimos que se mude, passando do bem ao mal, mas acreditamos que é preciso converter-nos do pecado à justiça. - Se não te importam as feras e se continuas a ter a mesma idéia fixa farei com que sejas consumido pelo fogo. - Ameaças-me com um fogo que queima por pouco e depois se apaga; vê-se que não conheces aquele do juízo futuro, da pena eterna reservada aos ímpios. Porque queres ser condescendente? Faz o que quiseres. Dizia isso com coragem e serenidade, irradiando tal graça do seu rosto, que nem parecia que fosse ele o processado, mas sim o Procônsul.

Quando a fogueira foi preparada, amarraram-no com as mãos às costas, como um carneiro de um grande rebanho escolhido para o sacrifício, holocausto aceito por Deus. Elevando os olhos, ele rezou: - Eu te bendigo, Senhor Deus onipotente, porque me fizeste digno deste dia e desta hora, de ser enumerado entre os mártires, de compartilhar o cálice do teu Cristo, para ressuscitar à vida eterna da alma e do corpo na incorruptibilidade do Espírito Santo.

Concluída a oração, a fogueira foi acesa; as chamas, porém, dobrando-se em forma de abóbada, como se fosse uma vela inchada pelo vento, circundou o corpo do mártir como um muro. Estava no meio não como corpo que queima, mas como pão que se doura assando ou como ouro e prata que são refinados no cadinho; sentiu-se um perfume como de incenso ou outro aroma precioso. Afinal, um carnífice matou-o com a espada.



Organizado e publicado por:
Domingos Teixeira Costa