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8 de mai. de 2007

Mais de 6 mil benefícios bloqueados em MT

Adepto à Teologia da Libertação e, por isso, inquirido por Ratzinger, o bispo aposentado de São Félix acredita que opção pelos pobres será considerada pelo Papa
RODRIGO VARGAS
Da Reportagem
Década de 1980. Em campanha aberta contra a Teologia da Libertação, o pontificado de João Paulo II convoca vários de seus principais expoentes ao Vaticano. Interrogatórios, advertências e punições são anunciados.
O bispo de São Félix do Araguaia, Pedro Casaldáliga, também é chamado a se explicar. Notório defensor da causa dos excluídos na América Latina, ele é também um respeitado teórico da “opção pelos pobres”, base do movimento progressista na Igreja Católica.
Seus interrogatórios foram conduzidos por um dos principais conselheiros do Papa, o cardeal alemão Joseph Ratzinger. “Me pareceu um homem inteligente, culto e até com um certo senso de humor”, lembra o hoje bispo aposentado, por telefone.
Ratzinger, à época prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, é desde 2005 o líder maior dos católicos. E, na próxima semana, inicia sua primeira visita ao Brasil como Bento XVI. Um momento de emoção e fé, mas também de discussões sobre o futuro da Igreja.
Recentemente, a publicação de uma carta assinada por Casaldáliga foi entendida como um libelo contra as direções adotadas pelo novo pontífice. Embora não cite em momento algum o nome do Papa, o texto reafirma o que propõe a teologia da libertação.
“A opção pelos pobres define toda política e toda religião”, escreveu Casaldáliga, endereçando ainda solidariedade ao teólogo jesuíta Jon Sobrino, punido pelo Vaticano por conta do teor de duas publicações centradas na figura de Jesus Cristo.
Segundo o bispo, é sintomático que a punição seja anunciada às vésperas da chegada de Bento XVI ao Brasil e da realização da 5ª Conferência Geral dos Bispos da América Latina e do Caribe, em Aparecida (SP).
Um cardeal da Cúria romana já tinha declarado que antes de Aparecida estaria liquidada a Teologia da Libertação. Esse ilustre purpurado (elevada dignidade cardeal) terá de reconhecer, imagino, que depois de Aparecida continuará vivo e ativo o Deus dos pobres”.
A carta provocou reações iradas em defesa de Bento XVI. Seu autor, porém, assegura que o texto não tinha um destinatário específico. “Um jornal chegou a colocar a manchete: ‘Casaldáliga enfrenta o Papa’. Isso não é verdade”.
De acordo com o bispo, o contexto deu à carta uma dimensão exagerada. “O que pretendi foi apenas contribuir nas discussões que certamente serão feitas durante a conferência. O novo arcebispo de São Paulo [Odilo Pedro Scherer] disse que a Teologia da Libertação é coisa do passado. Eu, por exemplo, acho que é do presente e do futuro”.
Sobre a visita de Bento XVI, Casaldáliga voltou a defender a perspectiva de uma igreja mais próxima dos fiéis. “Não gostaria que o Papa continuasse a ser um chefe de Estado, com essa sobriedade toda. Deveria a Igreja ser mais simples, do dia-a-dia”.
{Costa}

Mais de 6 mil benefícios bloqueados em MT

Mais de 6 mil benefícios bloqueados em MTMDS identifica possíveis irregularidades cadastrais em 9,2 mil famílias beneficiadas no Estado; bloqueio imediato atingirá 4% do total
RODRIGO VARGAS
Da Reportagem
Auditoria do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) detectou possíveis irregularidades no cadastro de 9,2 mil famílias beneficiadas pelo Bolsa Família em Mato Grosso. Mais de 6 mil benefícios serão imediatamente bloqueados, o que corresponde a cerca de 4% do total no Estado.
De acordo com o ministério, o bloqueio atingirá 330 mil famílias em todo o país. A medida foi anunciada após um trabalho de fiscalização que comparou a renda declarada no Cadastro Único de Programas Sociais com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre 2004 e 2005.
Divergências entre as duas bases levaram os cadastros à malha fina. “O Ministério bloqueou os benefícios de famílias com maiores indícios de estarem fora do perfil do programa. Os bloqueios correspondem a pouco menos de 3% do total de 11,1 milhões de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família”, expôs o ministério, em comunicado à imprensa.
Mato Grosso tem 212 mil famílias no Cadastro Único. Destas, 136 mil já recebem o dinheiro do programa. Sua proporção de cadastros bloqueados é a sétima maior do país – o campeão, nominal e proporcional, é São Paulo, com mais de 66 mil benefícios irregulares.
O ministério explica que as famílias terão a possibilidade de buscar o desbloqueio. Para isso, será necessário buscar os gestores do programa em cada município e pedir a atualização da renda no Cadastro Único - a renda mensal por integrante da família não pode ser superior a R$ 120,00.
“Se a família realmente tem renda superior àquela prevista nas regras do Bolsa Família, o benefício será cancelado. Se porventura a renda informada no cadastro não for revisada no prazo de 90 dias, estes benefícios serão cancelados”.
De acordo com levantamento do Banco Mundial, o Bolsa Família tem conseguido atingir a parcela da população que mais precisa. O índice de “focalização”, como aponta o MDS, é o melhor entre os programas similares em implementação na América Latina.
Desde o início do programa, 1,5 milhão de benefícios foram bloqueados ou cancelados. “Estas medidas ajudaram a destinar o benefício àquelas famílias que realmente precisam e se enquadram no critério”.
{Costa}

Papa visita o Brasil com 'fortes mensagens' à região, diz jornal

O papa Bento 16 chega na quarta-feira ao Brasil para sua primeira visita à América Latina trazendo “fortes mensagens” contra a pobreza, a injustiça social, a violência, o aborto e a proliferação das seitas que roubam fiéis da Igreja Católica, segundo afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário argentino La Nación .
O jornal cita o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, que adiantou os temas da visita do papa e afirmou que a Igreja Católica acompanha de perto os problemas que afetam a América Latina, mas também vê “grandes sinais de esperança e de recuperação da atividade missionária”.
Segundo a reportagem, a dois dias da chegada do papa não se percebia em São Paulo um clima de expectativa, mas sim de indiferença. “Na imensa Catedral da Sé, não se via nem a sombra de uma bandeira do Vaticano, nem uma foto de Bento 16”, relata o diário.
{Costa}

Cientistas acreditam que pode existir novo tipo de supernova

Cientistas americanos acreditam que pode existir um novo tipo de supernova, tomando por base a explosão mais brilhante alguma vez registada, anunciou hoje a NASA em comunicado, com análises do Observatório de Raios-X Chandra.
«Esta é verdadeiramente uma explosão monstruosa, cem vezes mais energética que uma típica supernova», disse Nathan Smith, o astrónomo que liderou as equipas de cientistas das universidades da Califórnia e do Texas na investigação.
O astrónomo acredita que esta explosão, nunca antes vista, terá assumido a maior proporção possível para uma estrela, cerca de 150 vezes maior que o Sol.
Os cientistas pensam que a maioria das estrelas de uma primeira geração eram deste tamanho e este novo tipo de supernova pode desvendar um pouco como as primeiras estrelas do Universo morreram.
A descoberta desta supernova, conhecida por SN 2006gy, demonstra que a morte de uma estrela tão grande é muito diferente da teoria.
«De todas as explosões de estrelas, esta foi a rainha«, disse Alex Filippenko, astrónomo que conduziu a investigação nos observatórios da Califórnia e do Havai.
A observação através do Chandra permitiu excluir a hipótese que muitas vezes explica este tipo de supernovas, a explosão de uma estrela anã, que tem uma massa um pouco maior que o Sol, num ambiente denso e muito rico em hidrogénio.
Se fosse o caso de erro na interpretação, a SN 2006gy teria de ser mil vezes mais brilhante do que a explosão que o Chandra detectou.
«Isto dá-nos uma prova consistente de que a SN 2006gy foi, de facto, a morte de uma estrela muito grande», disse Dave Pooley, da Universidade da Califórnia, que conduziu as observações do Chandra.
As supernovas ocorrem quando estrelas com muita energia esgotam o seu combustível e colapsam na sua própria gravidade.
Os astrónomos acreditam que no caso da SN 2006gy foi um efeito diferente que despoletou a explosão.
Em determinadas condições, a massa interior da estrela produz tanta radiação que parte da energia se converte em partículas e anti-partículas, resultando num colapso sobre a sua própria gravidade.
Depois de um colapso tão violento, seguem-se reacções termonucleares e a estrela acaba por explodir, atirando os restos para o espaço.
As informações sobre a SN 2006gy sugerem que as primeiras supernovas das estrelas do Universo eram mais comuns do que se acreditava.
«Há uma grande diferença entre as duas possibilidades em termos do efeito que é produzido nos primórdios do Universo«, diz Nathan Smith.
«Uma polui a galáxia com grandes quantidades de novos elementos e a outra fecha-se em si para sempre num buraco negro», concluiu.
Diário Digital / Lusa
{Costa}

Pelo menos 20 morrem em dois atentados

IRAQUE
A explosão de dois carros-bomba contra um mercado e uma delegacia de polícia em Ramadi, a 110 km a oeste de Bagdá, matou pelo menos 20 pessoas ontem. O primeiro ataque, ocorrido em um mercado público, ocorreu por volta do meio-dia no horário local (5 horas em Brasília), matando dez civis e ferindo outras 30 pessoas.
Cerca de 15 minutos mais tarde, um segundo ataque atingiu uma delegacia de polícia, matando cinco policiais e cinco civis, além de deixar outros dez feridos. O Exército dos Estados Unidos tenta há anos, sem sucesso, controlar a violência em Ramadi, capital da Província de Anbar, considerada um bastião insurgentes no Iraque.
Também ontem, cinco pessoas morreram e duas ficaram feridas em Baiyaa, região sunita e xiita do oeste de Bagdá, que vem sendo alvo de crescente tensão. A violência também atingiu o norte de Bagdá, para onde muitos insurgentes seguiram após o início da operação de segurança liderada pelos Estados Unidos na capital, em 14 de fevereiro.
Em Baquba, bastião insurgente do nordeste de Bagdá, uma explosão matou dois soldados iraquianos e feriu outros três. Cerca de seis horas mais tarde, homens armados atacaram uma delegacia da cidade, matando dois policiais e ferindo outros dois.
A violência ocorre um dia depois que explosões mataram oito soldados americanos. No mais violento ataque contra forças dos Estados Unidos neste domingo, ocorrido em Diyala, ao nordeste de Bagdá, seis soldados americanos e um fotógrafo russo morreram após uma explosão que atingiu o comboio onde viajavam, segundo o Exército norte-americano. Ontem, o fotógrafo foi identificado como Dmitri Chebotayev, segundo fontes diplomáticas russas.
Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), 39 jornalistas morreram no Iraque em 2006. Desde o início da Guerra do Iraque, em março de 2003, mais de 155 profissionais da comunicação morreram no país.
(das agências)
{Costa}

Recorde anima montadoras a elevar produção

O novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, anuncia hoje mais um recorde de produção da indústria automobilística, referente ao primeiro quadrimestre deste ano. As montadoras trabalham em ritmo acelerado, inclusive com a abertura de novos turnos, graças ao forte crescimento nas vendas de veículos para o mercado doméstico. O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, lançou um desafio ao setor: alcançar 5 milhões de unidades produzidas por ano até 2010. No ano passado, a indústria brasileira alcançou 2,6 milhões de unidades. Para este ano, estão previstos cerca de 2,8 milhões. Seria necessário, portanto, praticamente dobrar a produção anual das montadoras nos próximos três anos.
Mas para Cledorvino Belini, presidente da Fiat Automóveis, não se trata de um desafio inalcançável. “5 milhões é um número bom, mas somando os mercados brasileiro e argentino. Eliminando alguns gargalos nas montadoras é possível chegar a esse volume de veículos produzidos com facilidade”, diz.
Somados, os mercados automotivos brasileiro e argentino produziram no ano passado 3,04 milhões de unidades. Nos três primeiros meses do ano, o crescimento na produção dos dois mercados foi de 6%, em comparação ao mesmo período do ano passado, alcançando 752,6 mil unidades. Mas as empresas estão trabalhando para ampliar a produção, uma vez que as vendas locais estão crescendo na casa dos dois dígitos, tanto no Brasil quanto na Argentina.
A Renault iniciou recentemente um segundo turno de produção, visando o lançamento de seu novo modelo para o mercado doméstico, o compacto Logan. Ele também será vendido na Argentina. Há ainda a expectativa do anúncio de produção de uma picape a partir do ano que vem, em parceria com a Nissan. A expectativa da montadora francesa, em função do aquecimento do mercado doméstico, é fechar o ano com um incremento de 63,4% na fabricação de veículos em São José dos Pinhais (PR), alcançando 111,7 mil unidades.
A Fiat recentemente ampliou a produção de sua planta em Betim (MG), que agora trabalha nas 24 horas do dia. A decisão foi tomada por causa da forte demanda no mercado local, que gerou a falta de alguns modelos nas concessionárias. Ainda há casos de fila de espera pelos modelos mais procurados. No mês passado foram contratados mais 1,2 mil funcionários, elevando a produção para 2,6 mil veículos por dia, podendo chegar a 3 mil unidades diárias. Em 2006, a Fiat produziu 562 mil carros e agora trabalha com a meta de repetir o recorde histórico de 1997, de 619 mil.
Um novo turno também foi aberto na Iveco, fabricante de veículos pesados do grupo Fiat. Belini conta ainda que, caso esgote a capacidade de produção da planta de Betim (MG), a empresa ainda possui uma fábrica em Sete Lagoas (MG) e em Córdoba, na Argentina, se surgirem novos projetos e investimentos .
Mas ele ressalta que, para alcançar este número, algumas medidas precisam ser tomadas pelo governo. Uma delas é a mudança da cobrança tributária. “De cada três veículos que produzimos, um fica com o governo em forma de impostos”, diz Belini. O presidente sugere que esta cobrança seja transferida para o uso do veículo, de forma gradativa. A medida é aprovada por Schneider. “A estrutura tributária pode ser calcada no uso do veículo, e não na produção, como é feito hoje. Isso geraria mais empregos para o setor”, diz o presidente da Anfavea.
Forte crescimento
Segundo dados preliminares da Anfavea, de janeiro a abril foram comercializados 671,3 mil automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, 22,4% a mais que o registrado em igual período de 2006. Empresários do setor creditam este crescimento à estabilização da economia, ao aumento de renda do brasileiro e às facilidades do financiamento (leia texto ao lado, nesta página).
Este crescimento deverá se sustentar pelo menos até o final do segundo trimestre, avisam os fornecedores de matéria-prima. “Até junho haverá demanda alta. Não vejo sinais de desaquecimento nos pedidos para o setor automotivo”, diz Christiano Freire, presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). A venda dos distribuidores bateu recorde no primeiro trimestre, ficando 20% acima da do mesmo período do ano passado. Freire conta que o setor que mais puxou este aumento foi o automotivo: “Ficou acima dos 20%. Está mais forte do que os demais”.
Os distribuidores costumam fornecer aço para as empresas de autopeças, enquanto as montadoras compram diretamente das usinas. Mas as próprias usinas encontram dificuldades em atender ao aumento da demanda. “A Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) está com a carteira de pedidos lotada. Tanto que atualmente prioriza o atendimento às montadoras e tem dificuldade de atender aos distribuidores”, conta Freire.
RankingNo primeiro quadrimestre a Fiat manteve a sua liderança no mercado doméstico, com 25,1% dos veículos comercializados. A Volkswagen ampliou a distância na vice-liderança, com 23,5% de participação, enquanto a General Motors (GM) possui 21,4% dos veículos comercializados no mercado doméstico. Na quarta posição aparece a Ford — que em abril bateu recorde de vendas, com 20,6 mil unidades comercializadas —, com 11,7%. Da quarta à oitava colocação a briga está apertada: Toyota tem 3,4%, Honda 3,3%, mesma participação da Peugeot, e a Renault possui 3,2% de market share.
{Costa}