Resultados de Pesquisa

.

3 de jul. de 2007

Em decisão imperdoável, Bush comuta sentença de ex-assessor

Caio Blinder, de Nova York
NOVA YORK - A guerra do Iraque foi a mais controvertida decisão de George W. Bush. Por que não mais uma controvérsia? Por que não mais uma decisão desastrosa? Na segunda-feira, de forma abrupta, o presidente comutou a sentença de 30 meses de prisão de Lewis Libby, ex-alto assessor da Casa Branca e ex-chefe de gabinete do todo poderoso vice-presidente Dick Cheney, condenado por perjúrio e obstrução de justiça na convoluta investigação do vazamento por funcionários do governo da identidade de uma agente da CIA.
Um presidente tem o poder absoluto no ato de clemência. Mas costuma recorrer à prerrogativa em casos políticos quando está fechando as cortinas do mandato. Com fama de duro contra o crime, Bush foi leniente com um apaniguado, que, na prisão, poderia soltar a língua. Ainda com 18 meses de contrato de trabalho, ele decidiu pular nesta fogueira. Afinal, já está tão enfraquecido e isolado. Bush comutou a sentença, mas não deu o perdão, ou seja, Libby ainda precisa pagar a multa de US$ 250 mil.
Mesmo assim, os críticos do governo não perdoaram o presidente e o bastião mais conservador ficou decepcionado com a "timidez" no ato de clemência. Lewis Libby era um pilar do establishment. O vice Cheney foi o grande arquiteto da invasão do Iraque e Libby, um dos principais assessores da Casa Branca na decisão. A revelação da identidade da agente da CIA Valerie Plame WIlson foi parte de uma campanha para desacreditar seu marido, o ex-diplomata Joseph Wilson que denunciou o governo por manipular dados de inteligência para justificar a invasão de 2003. Libby não esteve entre os funcionários que vazaram o nome da funcionária da CIA, mas nas investigações sobre o caso ele acobertou o governo.
Lewis Libby foi o mais alto funcionário da Casa Branca sentenciado à prisão desde o escândalo Irã-Contras nos anos 80. Cerca de 70% dos americanos eram a favor a condenação, mas hoje Bush faz o que pode para manter o apoio de uma minoria desmoralizada pelo fiasco do seu governo. Ao assumir o cargo em 2001, Bush prometeu restaurar a integridade da Casa Branca depois dos escândalos da era Clinton (um presidente julgado e absolvido num caso de perjúrio). Ele se revela mais hipócrita e deixará o poder com um legado de escândalos ainda mais profundos.

Bolsa suspeita leva à desocupação do terminal 4 do aeroporto de Heathrow

Londres, 3 jul (EFE).- Parte do terminal 4 do aeroporto londrino de Heathrow, o de maior tráfego aéreo da Europa, foi desocupada hoje após a descoberta de uma bolsa suspeita, informaram fontes aeroportuárias.
A descoberta, que ocorre após os atentados fracassados do fim de semana passado em Londres e Glasgow (Escócia), ocorreu pouco antes do meio-dia, disse um porta-voz do operador aeroportuário BAA, que administra Heathrow.
Como medida de precaução adicional, a Polícia decidiu que todos os passageiros que embarcariam fossem revistados novamente, além da evacuação de parte da sala de embarque.
O porta-voz reconheceu que as novas revistas "causarão atrasos em alguns vôos que partem do terminal 4".
O incidente coincidiu com o reforço da segurança nos aeroportos e nas estações de trem do Reino Unido, assim como no metrô de Londres, após os ataques fracassados do fim de semana passado, que levaram à detenção de oito pessoas no Reino Unido e na Austrália.
Na sexta-feira passada, dois carros-bomba foram desativados em pleno centro de Londres, enquanto, neste sábado, dois homens lançaram um carro contra o terminal principal do aeroporto de Glasgow, na Escócia.
A Polícia relaciona o atentado em Glasgow com os dois carros-bomba encontrados em Londres, que, se tivessem explodido, teriam deixado vários mortos e feridos, segundo a Scotland Yard.
Os oito detidos por relação com os atentados fracassados em Londres e Glasgow têm vínculo com o Serviço Nacional de Saúde (NHS), revelou hoje a rede britânica "BBC". EFE ep an

Mesa do Senado quer levar caso Renan ao plenário

Senadores votariam representação; Mesa se isentaria de responsabilidade
Cida Fontes e Rosa Costa, do Estadão
BRASÍLIA - A Mesa Diretora do Senado se reuniu nesta terça-feira, 3, para analisar se arquiva ou determina que investigação do caso Renan recomece. Uma das alternativas que está sendo discutida pelos senadores é submeter ao plenário da Casa a representação contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Essa possibilidade foi admitida pelo primeiro vice-presidente da Mesa, senador Tião Viana (PT-AC).
Esta seria uma solução política e se algum senador quiser que o voto seja secreto terá que apresentar um requerimento que necessariamente terá de ser apreciado. Com isso, a Mesa se isentaria de qualquer responsabilidade. Outra saída é devolver o caso para o Conselho de Ética, cujas investigações já estão em curso.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), negou que a iniciativa do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), de devolver a representação do PSOL à Mesa seja uma manobra para arquivar o processo contra Renan.
"Não é manobra. Está voltando para a Mesa porque o processo estava errado", afirmou Jucá. O presidente do Senado chegou à Casa pouco antes das 10 horas pela garagem, e se dirigiu ao seu gabinete de apoio, na ala Afonso Arinos, onde permanece.
Quintanilha tomou a decisão de devolver a representação sem consultar o plenário do Conselho de Ética e com base em dois pareceres jurídicos que, na prática, podem até permitir o arquivamento do processo. A resolução pode, ainda, anular a investigação no Senado e enviá-la para o Supremo Tribunal Federal (STF) ou, alegando que é preciso “corrigir vícios”, zerar o processo e iniciar nova tramitação. Quintanilha defendeu a “correção dos vícios” alegando que evitará anulação futura do processo.
Os senadores de oposição exigiram reunião do colegiado para esta tarde, a fim de protestar contra a atitude unilateral do presidente do conselho, mas o encontro previsto para as 18h30 não está confirmado.
Oposição

A bancada do PSDB também iniciou uma reunião nesta manhã para definir como vai agir em relação ao caso Renan. Na sexta-feira o presidente do partido, senador Tasso Jereissati, disse que a decisão já estava tomada: o partido irá pedir o afastamento de Renan da presidência do Senado. Resta saber se essa posição será mantida após a reunião.
O DEM vem defendendo a renúncia desde a semana passada. Nas reuniões, a oposição pode pedir também a destituição de Quintanilha da presidência do Conselho de Ética.

2 de jul. de 2007

Carpa manda recado a Finazzi

Jogador diz que já está bem e poderia jogar. Técnico fala que problema ainda não é seu
Marcel Rizzo
Do GLOBOESPORTE.COM, em São Paulo
Para o técnico Paulo César Carpegiani, o atacante Finazzi ainda é problema do departamento médico. Depois, será problema do departamento físico e só então será problema seu. A resposta foi ao jogador, que no domingo à noite, em um programa de televisão, disse que já estava bem e que não entendia porque não viajaria para Recife, local do jogo de quarta-feira, contra o Sport. Ele chegou a falar que gostaria até de ter enfrentado o Palmeiras, no sábado passado.
- O Finazzi está entregue ao departamento médico. Depois será avaliado pelos preparadores físicos. Depois eu posso responder a vocês (jornalistas) quando ele vai voltar a jogar - afirma Paulo César Carpegiani.
Finazzi sofreu uma contratura muscular na coxa direita contra o Paraná Clube, há duas semanas. A previsão inicial era de que em dez dias voltasse aos treinos, mas o prazo se estendeu. Segundo o departamento médico do clube, ele deve voltar a treinar fisicamente, no campo, essa semana. Ele ainda não fez esse trabalho porque os médicos temiam apressar a recuperação e que ele sofresse nova lesão. Vale lembrar que Fábio Ferreira, zagueiro que sofreu lesão parecida com a de Finazzi, e no mesmo dia, também não retornou aos exercícios físicos no campo.
Antes da lesão, o jogador analisava uma proposta do futebol árabe. O contrato dele com o Corinthians vale até o final do ano, mas a multa rescisória é baixa: R$ 150 mil. Nada de oficial chegou até o momento ao Timão.

Choque de avião com urubus deixa piloto de 22 anos cego

Carlos Willian Pereira Fraga voou inconsciente durante quase meia hora - a aeronave estava no piloto automático.
SÃO PAULO - Carlos Willian Pereira Fraga, de 22 anos, ficou cego de um olho depois que urubus atingiram o bimotor que ele pilotava, no domingo, em Jundiaí, a 60 km de São Paulo. Uma das aves bateu na fuselagem e outra quebrou o pára-brisas, que atingiu o rosto do piloto.
Conforme a Rede Globo, Carlos Willian voou inconsciente durante quase meia hora - a aeronave estava no piloto automático. Após recobrar a consciência, ele pousou no Aeroporto de Jundiaí, de onde foi levado a um hospital. Os médicos tiveram que lhe retirar o globo ocular esquerdo.
O avião pertence a uma empresa de Goiânia, que presta socorro médico aéreo. Carlos Willian tinha deixado um paciente no Campo de Marte, em São Paulo, e seguia com um médico e uma enfermeira para Jaú, também no interior paulista, quando houve o acidente.
(APM)

1 de jul. de 2007

Número de vítimas de grupo de jovens chega a oito

Podem ser ser oito as vítimas dos jovens que espancaram uma empregada doméstica, na Barra da Tijuca. Segundo uma nova denúncia feita à polícia, quando chegavam em casa, eles ainda agrediram outras três pessoas. O delegado Carlos Augusto Nogueira revelou neste sábado que Leonardo Pereira de Andrade e Rubens Pereira Arruda vão ser processados por dano qualificado e injúria.
As acusações surgiram depois que duas mulheres prestaram depoimento nesta sexta-feira numa delegacia da Barra. Duas mulheres e um homem estavam se despedindo na frente do prédio onde mora Rubens Arruda, quando os rapazes chegaram. De acordo com os depoimentos, Rubens e Leonardo xingaram os três e usaram uma garrafa para quebrar o vidro do carro do homem. Depois, os jovens teriam corrido e entrado no prédio.
Segundo o delegado responsável pelo caso, sobe para oito o número de vítimas do grupo de jovens na madrugada de sábado passado. A primeira vítima foi uma prostituta que estava num ponto de ônibus na Avenida Lúcio Costa. Identificada como Ângela, ela prestou depoimento na madrugada desta quinta-feira e reconheceu um dos jovens. Em seguida, o grupo parou o carro e um outro ponto de ônibus, onde espancou a doméstica, a manicure e a prostituta identificada como Ana Cláudia, que deve prestar depoimento nesta sexta.
O depoimento de Ângela, nesta quinta, confirma a suspeita da polícia de que esses jovens teriam um histórico de agressões a garotas de programa da região.
Mais tarde, os rapazes ainda seguiram com o carro para um posto de gasolina na Avenida das Américas, onde se envolveram em uma briga com outras 15 pessoas. Os jovens teriam agredido um rapaz, morador da região, que já teria sido identificado, mas está com medo de prestar depoimento. Um funcionário do posto que viu a briga já prestou depoimento, assim como o taxista que anotou a placa dos jovens. A doméstica se encontrou com ele nesta quinta-feira, e chamou o motorista de 'herói'.
Até então apontado como apenas um jovem debochado que assistiu, rindo, ao espancamento da empregada doméstica Sirlei Dias de Carvalho, o técnico de informática Leonardo Pereira de Andrade, de 19 anos, foi reconhecido nesta sexta-feira por uma testemunha como sendo o rapaz que a assaltou, com uma arma, em março passado. Leonardo e Rodrigo dos Santos Bassalo da Silva, de 21 anos, também acusado da agressão à doméstica, teriam assaltado uma jovem de 19 anos, quando ela saía do trabalho, num posto de gasolina da orla da Barra. Ela prestou depoimento à polícia e não teve dificuldade para reconhecer os dois acusados. Outra testemunha, que estava no ponto de ônibus com Sirlei, compareceu à delegacia para testemunhar contra o grupo.
Também acusado da agressão à doméstica, Felippe de Macedo Nery vai responder ainda por coação no curso do processo. Segundo o delegado Carlos Augusto Norgueiro, responsável pelo caso, Felippe ameaçou Sirlei durante o reconhecimento. Em frente ao espelho, o jovem disse que ela ia pagar pelo que estava fazendo
Novo crime corrobora acusação de formação de quadrilha
Em depoimento, a jovem, identificada como Vanessa, contou que saía a pé do posto de gasolina onde trabalhava, na Avenida Lúcio Costa, quando foi abordada por rapazes que ocupavam um carro preto. Eles levaram a sua bolsa e a xingaram pensando que fosse uma prostituta. Segundo a testemunha, Leonardo estava armado.
'Um carro com vários jovens, parou, fechou a menina ao sair do posto de gasolina, a confundiram com uma prostituta, tomaram seus pertences. Dois desses jovens, um que apontou a arma para ela, foram reconhecidos. Um jovem é o Leonardo, que estava com a arma, e outro o Rodrigo',- contou o delegado Carlos Augusto Nogueira, responsável pelo caso.
Leonardo e Rodrigo vão prestar novo depoimento na Delegacia da Barra da Tijuca, na segunda-feira. De acordo com o policial, a informação sobre esse crime agrava a situação dos jovens porque é mais uma acusação: 'É mais um crime de roubo, com aumento de pena. Aí também corrobora a formação de quadrilha. Outros elementos estavam no interior do carro, mas ela não conseguiu observar'.
Além de Vanessa, depôs uma manicure, identificada apenas por Maria, de 42 anos, que estava no ponto de ônibus ao lado de Sirlei e de uma garota de programa, e também foi agredida. Ela reconheceu os cinco rapazes, apontando Rubens Arruda como sendo o primeiro a bater. 'Ela reconheceu os rapazes como agressores, falou que eles bateram muito na Sirlei e que o primeiro a bater nela e na Sirley foi Rubens', contou o delegado.
Sirlei participa de audiências na Alerj e na OA
BSirlei participou ontem de uma audiência da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos na Assembléia Legislativa do Rio. Participantes do encontro solicitaram à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Civil rapidez na solução do caso. Ela também esteve na OAB-RJ onde se encontrou com o presidente da entidade, Wadih Damous.
O objetivo da audiência na Alerj foi permitir o acesso a informações que servirão de base para a cobrança de agilidade na condução dos processos de Sirlei e do sargento da Polícia Militar Marcelo Silva, vítimas de preconceito no último fim de semana. Ambos foram ouvidos e Sirlei disse que não vai parar de contar sua história porque acredita que serve de exemplo para outras mulheres agredidas.
'Se eu conseguir que 1% desses jovens que costumam se divertir agredindo os outros pare, já terá valido cada pancada que levei', afirmou.
Nesta quinta, a Justiça prorrogou a prisão temporária de quatro dos cinco jovens presos. Rodrigo dos Santos Bassalo da Silva, Rubens Pereira Arruda Bruno, Leonardo Pereira de Andrade e Julio Junqueira Ferreira ficarão presos pelo prazo de dez dias, conforme parecer do Ministério Público, o que, segundo o juiz, é possível porque a lei estabelece o seu período máximo em 30 dias. A prisão de Felippe Nery já havia sido prorrogada nesta quarta.
Também nesta quinta-feira o sexto jovem acusados de envolvimento na agressão à empregada doméstica, Arthur Fernandes da Paz, prestou depoimento na 16ªDP, mas não foi indiciado. Cercado de repórteres ao deixar a delegacia, ele disse que é contra toda covardia, principalmente contra mulher. Segundo o delegado, ele confirmou que estava com o grupo no carro, mas que estava embriagado e que ficou no veículo. Arthur chegou vestido de terno e acompanhado de dois advogados. Ele não foi reconhecido por Sirlei.
Além de agressão e roubo, tráfico
Um dos acusados de agredir a doméstica também está sendo investigado por tráfico de drogas. O estudante de gastronomia Júlio Junqueira é acusado de vender drogas dentro do condomínio onde ele mora, na Barra. Dois moradores do condomínio Parque das Rosas, onde vive a família do jovem, estiveram nesta quinta-feira na 16ª DP (Barra da Tijuca) para denunciá-lo.
O pai um dos rapazer presos declarou que está com medo. O empresário de informática Sérgio Andrade, pai do jovem Leonardo disse que está recebendo cerca de 200 ameaças por dia pela internet ."Leonardo tem um filho, que fará 3 anos na próxima semana. As pessoas mandam mensagens ameaçando até o menino".
Da Agência O Globo