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19 de jul. de 2007

Por Vanessa Stelzer

SÃO PAULO (Reuters) - Parte do mercado já antecipava e o placar apertado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) corroborou: os próximos cortes do juro brasileiro ocorrerão em ritmo menor, de 0,25 ponto percentual.

Segundo analistas, a aceleração da inflação corrente e do crescimento econômico, o ajuste ligeiramente para cima nas previsões para o IPCA deste ano e a alta internacional do petróleo são os fatores que embasam a decisão prevista para a reunião de 4 e 5 de setembro.

Na quarta-feira, o Copom cortou a Selic em 0,50 ponto pelo segundo mês seguido, para 11,50 por cento ao ano, mas três dos sete membros votaram por uma redução de 0,25 ponto. Na reunião anterior, o placar havia sido de 5 votos a 2.

"A decisão foi mais apertada e nos leva a esperar um possível corte de 0,25 ponto na próxima reunião e também nas reuniões seguintes, em outubro e dezembro", afirmou Sandra Utsumi, economista-chefe do Bes Investimento.

Fatores pontuais aceleraram a inflação em junho, fazendo com que alguns economistas elevassem as previsões para o ano, mas para taxas ainda abaixo do centro da meta. Isso fez com que uma boa parte do mercado já começasse a prever que julho seria o último mês de corte da Selic em 0,50 ponto.

"A probabilidade agora da volta ao ritmo de 0,25 ponto é superior à manutenção dos cortes de 0,50 ponto", avaliou Alexandre Póvoa, economista-chefe da Modal Asset Management.

"A recente piora do balanço de riscos entre uma inflação crescente e atividade em aceleração deve ter afetado a decisão do Copom (placar dividido), mesmo com o real tendo se valorizado no período."

POLÊMICA COM META DE INFLAÇãO

Póvoa lembrou ainda que a polêmica em torno do centro da meta de inflação de 2009 --mantida em 4,5 por cento, mas com o comentário de que o Banco Central pode perseguir 4 por cento-- é mais uma preocupação para a autoridade monetária.

"Pode ser que o BC esteja preocupado com uma potencial contaminação das expectativas, não só por conta dos dados recentes mais fortes de inflação e atividade, como também por toda a polêmica criada em torno da meta de inflação de 2009."

Para o diretor da Global Financial Advisor, Miguel Daoud, o placar mais dividido deste mês "trouxe para o mercado a confiança que (o BC) precisaria resgatar" depois dos ruídos com a divulgação da meta de 2009.

O mercado ainda aguarda os dados econômicos previstos até setembro, mas as perspectivas são de um arrefecimento apenas leve da inflação e, principalmente, de continuidade do crescimento econômico. Com isso, a visão dos economistas não deve se alterar.

"Os argumentos (para um corte menor do juro) se concentram no comportamento da demanda e seu potencial impacto sobre os preços --o que exige do BC uma postura mais conservadora, dado que estaríamos nos aproximando de uma zona de maior risco", apontou a Tendências Consultoria em relatório.

(Colaborou Juliana Siqueira)

18 de jul. de 2007

Coréia do Norte está disposta a abandonar programa nuclear até o fim do ano

A Coréia do Norte se mostrou hoje disposta a abandonar todo o seu programa nuclear até o fim do ano, segundo afirmaram diversos delegados que participaram da reunião de seis lados na qual se discutiu a necessidade de se criar um inventário detalhado de suas instalações atômicas.

" Coréia do Norte expressou sua intenção de declarar e desmantelar (seus programas nucleares) até o fim do ano", disse hoje Chun Yung-Woo, delegado sul-coreano, no primeiro dia da reunião dos chefes de delegação do diálogo entre as duas Coréias, Estados Unidos, Rússia, Japão e China para o desarmamento nuclear norte-coreano.

Chun declarou à agência "Xinhua" que o delegado norte-coreano, Kim Kye-gwan, disse estar "disposto a declarar todos os seus programas nucleares, sem omitir nenhum", e também as "armas nucleares e mecanismos nucleares". "Tudo estará incluído na declaração", afirmou.

A disposição de Pyongyang também foi confirmada pelo delegado japonês presente à reunião, Kenichiro Sasae. Pela primeira vez em quatro anos de diálogo, os delegados se centraram hoje em questões técnicas, como um calendário para o inventário do arsenal nuclear, o desmantelamento e a forma de fornecer a ajuda energética prometida a Pyongyang. Segundo fontes presentes à reunião, tudo foi discutido em um tom "positivo, eficaz e útil".

A existência do programa nuclear norte-coreano foi demonstrada pela primeira vez em 9 de outubro, com seu primeiro teste atômico. Sua disposição a abandoná-lo ocorre no mesmo dia em que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou o fechamento das cinco instalações norte-coreanas de plutônio de Yongbyon.

"As medidas apropriadas foram tomadas", explicou de Kuala Lumpur (Malásia), o diretor da AIEA, Mohamed ElBaradei. O primeiro dia da reunião, que acabará amanhã, se centrou em definir o inventário, no qual se incluiriam todas as instalações nucleares norte-coreanas, incluindo o suposto programa de enriquecimento de urânio que disparou a atual crise em 2002, e cuja existência ainda não foi verificada.

"É um desses elementos que colocamos sempre. É parte da declaração, porque não podemos ter uma declaração parcial", explicou Christopher Hill, máximo negociador dos EUA nesta crise. O encontro de hoje incluiu conversas bilaterais, e uma reunião de duas horas e meia dos chefes de delegação.

"Concluímos que os primeiros passos já estão sendo dados", disse Hill, ao referir-se à fase inicial contida no acordo firmado de 13 de fevereiro, que previa o fechamento de Yongbyon em troca da chegada parcial da primeira carga das 50 mil toneladas de petróleo pesado prometidas ao país asiático. As 6.200 toneladas chegaram à Coréia do Norte no último sábado.

Tudo parece indicar que há um acordo acerca do calendário para iniciar o desmantelamento até o fim do ano, antes do encerramento do mandato do atual presidente dos Estados Unidos, George W.

Bush."Primeiro necessitamos saber o que é preciso desmantelar. Precisamos de uma lista", explicou Hill, ao referir-se a todas as instalações e também ao material físsil (plutônio e urânio com os quais se fabricam as bombas de fissão), e os aparatos explosivos.

Na declaração de fevereiro não eram especificados estes materiais, e por isso a reunião de hoje representa um avanço. "Neste sentido, é necessário que as palavras 'verificação' e 'controle' apareçam na declaração do material", explicou Hill.

Outro aspecto espinhoso é a maneira pela qual se realizará o desmantelamento, já que tecnicamente há várias formas de fazê-lo, que permitem ou não uma reativação das instalações nucleares.

Além disso, o envio de 950 mil toneladas de petróleo pesado adicionais em troca da declaração e desmantelamento de todo o arsenal norte-coreano enfrenta um outro problema: o regime norte-coreano só tem capacidade para processar 50 mil toneladas mensais, o que estenderia o processo por outros 20 meses. "Estamos buscando meios de fornecimento de energia equivalentes ao petróleo, como a renovação de usinas ou o aumento do fornecimento de eletricidade", explicou Hill.

A simultaneidade e seqüência de todos estes passos foram analisadas hoje, e espera-se que amanhã, quinta-feira, a China, país anfitrião, divulgue uma declaração explicitando todos os detalhes.

Segundo o acordo de fevereiro, cinco grupos de trabalho se ocuparão de temas como desarmamento, ajuda energética e econômica, estabelecimento de vínculos diplomáticos dos EUA e Japão com a Coréia do Norte e estabelecimento de um mecanismo de paz entre as duas Coréias.

"Por nossa parte, temos que tirar os norte-coreanos da lista de estados patrocinadores do terrorismo, e da Ata de Comércio com o Inimigo, que proíbe as empresas dos EUA de comerciar com a Coréia do Norte", explicou Hill.

Segundo Hill, o mecanismo de paz na península coreana só poderá ser implementado no momento em que a desnuclearização estiver em andamento. Agência EFE

Secreta britânica impede homicídio de refugiado

d.r.
Boris Berezovsky era alvo de homicídio

Crise diplomática Londres/Moscovo

Os serviços secretos britânicos conseguiram impedir o homicídio de um outro refugiado russo, em Londres, noticiou esta quarta-feira o tablóide 'The Sun'.

A tentativa de homicídio teve lugar no hotel Hilton, em Londres, nas últimas duas semanas, tendo sido impedida pelos serviços secretos britânicos em cooperação com os agentes do combate ao terrorismo da Scotland Yard.

De acordo com o jornal, o homicida fazia-se acompanhar por uma criança para, supostamente, não levantar suspeitas, tendo sido detido antes de disparar “na parte de trás da cabeça” do visado.

O alvo do homicida era Boris Berezovsky, nacionalidade russa, de 61 anos e refugiado no Reino Unido desde 2000.

Berezovsky é considerado como um dos cidadãos que as autoridades russas pretendem que regresse ao país para ser julgado por ter alegadamente desviado milhões de euros da companhia aérea ‘Aeroflot’, lavagem de dinheiro e conspiração contra o regime.

Quando entrevistado, o russo indicou que estaria disposto a “ir a um terceiro país e ter um julgamento justo”, refutando as acusações de Moscovo de que colaborou na morte de Litvinenko e acrescentando que, “ao mesmo tempo, Lugovoi deve aceitar o mesmo”.

Boris Berezovsky confessou que preferia que o julgamento de realizasse na Alemanha, Dinamarca ou Noruega, chegando a acusar o presidente russo. "Tenho 100% de certeza que por detrás deste homicídio não está apenas Lugovoi, mas o próprio Putin”.

CASO LUGOVOI

Andrei Lugovoi é suspeito da autoria do homicídio em 2006 de Alexander Litvinenko, ex-espião do KGB, amigo próximo de Boris Berezovsky e crítico do Presidente russo, Vladimir Putin.

LitvinenKo morreu envenenado com a substância radioactiva polónio 210, em Novembro, num hotel londrino.

Espanha:Detidos 44 brasileiros em rede de falsificação (act.)

A polícia espanhola deteve 44 brasileiros numa operação que permitiu desarticular uma rede dedicada a falsificar documentação para favorecer a imigração ilegal, com a qual obtinha lucros de mais de 2 milhões de euros por ano, anunciou hoje o Ministério do Interior espanhol. Na operação, 29 indivíduos foram detidos em Girona e Salt (Girona), 11 em Santa Coloma de Gramenet (Barcelona) e 4 em Barcelona.

Os detidos foram acusados dos delitos de falsificação de documentos, favorecimento da imigração ilegal, associação ilícita e burla, já que alegadamente vendiam documentos de identidade portugueses falsos a compatriotas seus para facilitar a respectiva residência legal em Espanha.

Na operação foi localizado e desmantelado um «laboratório», situado num local de Barcelona, onde se realizavam as falsificações, com a ajuda de grande quantidade de material informático de última geração.

Segundo a polícia, um dos cabecilhas da organização recebia todas as semans a encomenda de pelo menos 50 clientes interessados em documentos de identidade falsos.

Após as detenções, a polícia prodeceu a 11 rusgas em que foram encontradas 529 bilhetes de identidade portugueses falsos, 60 cartas de condução portugueses igualmente falsas, 120 formulários com fotos e impressões digitais para elaborar documentos falsos, 500 plásticos de segurança para cartas portuguesas, 28 bilhetes de identidade italianos falsos e 190 fotografias tipo passe de diferentes pessoas, além de 84 cadernetas bancárias, 27 cartões de crédito, 10 cartões de saúde e 74 certificados do Número de Identificação de Estrangeiros.

A polícia apreendeu também 14 computadores portáteis, alguns dos quais com programas informáticos para realizar falsificações, seis impressoras com scanner, uma impressora a laser de última generação, uma plastificadora, programas informáticos e discos CD para realizar falsificações juntamente com material diverso, como laminados plásticos, tintas, selos, colas incolores, lupas de precisão e prensas manuais, além de 6 veículos, 8.850 euros em dinheiro e 60 telemóveis.

A investigação começou depois de terem sido detectadas em algumas esuqadras espanholas várias pessoas que afirmavam ser portugueses mediante a apresentação de um documento de identidade portugués falsificado.

Tratava-se de imigrantes brasileiros que através dos documentos falsificados pretendiam que lhes fosse atribuído um Número de Identificação de Estrangeiro para obterem o cartão de residentes comunitários e poder residir e trabalhar legalmente em Espanha.

Posteriormente, os investigadores descobriram a existência de uma rede organizada de cidadãos brasileiros isntalada nas povoações de Santa Coloma de Gramenet, Salt e Girona, dedicada à falsificação dos bilhetes de identidade portugueses.

A rede funcionava através de vários grupos especializados, dedicados a captar vítimas, solicitar certificados de Número de Identificação de Estrangeiro ou de membro da Segurança Social e falsificar e fabricar os documentos.

Segundo a polícia, os detidos também utilizavam documentos falsos para abrir contas-poupança ou contas correntes em entidades bancárias e depois usavam os cartões de crédito para comprar de forma fraudulenta todo o tipo de artigos em centros comerciais.

Aparentemente, os membros da rede mantinham ligações com Inglaterra e Portugal, enquanto enviavam para o Brasil os fundos obtidos, embora a polícia também tenha podido detectar a compra de três apartamentos com documentação falsa.

Chega a dez número de mortos em terremoto no Japão

Tóquio, 18 jul (EFE).- O número de mortos em conseqüência do terremoto registrado na segunda-feira na província de Niigata, no centro do Japão, subiu para dez depois que um novo corpo foi encontrado hoje pelas autoridades, segundo a agência "Kyodo".O corpo foi resgatado dos escombros de um templo que desabou durante o tremor.

O terremoto, de 6,8 graus na escala Richter, deixou mais de mil feridos e 12 mil desabrigados, destruiu 900 casas, estradas e ferrovias, e deixou mais de 25 mil casas sem energia elétrica, e outras 35 mil sem água e gás.

O Governo da cidade de Kashiwazaki ordenou hoje a suspensão total das atividades da usina nuclear atingida pelo terremoto.

O tremor superou a intensidade máxima para a qual o complexo nuclear japonês estava preparado e provocou pelo menos 12 incidentes nas instalações.

Os maiores problemas detectados até o momento na usina nuclear, a maior do mundo em capacidade de produção, foram um vazamento de líquido radioativo, que foi parar no Mar do Japão, e a queda e ruptura de vários depósitos de resíduos tóxicos.

As autoridades investigam se o terremoto que atingiu os depósitos de resíduos provocaram um segundo vazamento.

A empresa gerente da central, Tokio Electric Power, divulgou hoje que a intensidade radioativa do material que vazou durante o terremoto era maior do que a informada em um primeiro momento, apesar de não ter superado os níveis de periculosidade padrão. EFE fab ev/dgr

Avião da TAM aterrisou acima da velocidade, diz Demóstenes

Jorge Franco

Agora há pouco no aeroporto de Congonhas, durante entrevista coletiva, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), relator da CPI do Apagão Aéreo no Senado, afirmou que o avião da TAM que se chocou ontem em um terminal de cargas da companhia, estava acima da velocidade observada em outras aeronaves no procedimento de pouso.

O parlamentar participou de uma reunião com a Infraero e assistiu ao vídeo da aterrissagem do Airbus da TAM. Demóstenes relatou que podem ser observados “dois clarões”, referentes a explosões provocadas pela colisão. O senador também afirmou que chovia no momento da aterrissagem.

De acordo com o relator da CPI, foi solicitada ao TCU (Tribunal de Contas da União) uma auditoria para apurar as causas do acidente. Além de uma perícia a ser realizada pela Polícia Federal, sob a coordenação do delegado Renato Sayão, que participou das investigações do acidente com o Boeing da GOL, em setembro do ano passado.

Naquela ocasião, 154 pessoas morreram. O senador goiano também disse que o aeroporto de Congonhas “está operando muito acima de sua capacidade”. Entre as alternativas sugeridas pelo parlamentar, estão a construção de um novo aeroporto e a ampliação de Congonhas. O democrata afirmou que no momento a pista principal do aeroporto está fechada pois a Polícia Federal realiza perícia no local.

Demóstenes ressaltou que é necessário esperar as investigações a respeito do caso e que as duas caixas pretas do avião já foram localizadas. Elas serão enviadas amanhã para os Estados Unidos para que sejam submetidas à perícia.