A polícia espanhola deteve 44 brasileiros numa operação que permitiu desarticular uma rede dedicada a falsificar documentação para favorecer a imigração ilegal, com a qual obtinha lucros de mais de 2 milhões de euros por ano, anunciou hoje o Ministério do Interior espanhol. Na operação, 29 indivíduos foram detidos em Girona e Salt (Girona), 11 em Santa Coloma de Gramenet (Barcelona) e 4 em Barcelona.
Os detidos foram acusados dos delitos de falsificação de documentos, favorecimento da imigração ilegal, associação ilícita e burla, já que alegadamente vendiam documentos de identidade portugueses falsos a compatriotas seus para facilitar a respectiva residência legal em Espanha.
Na operação foi localizado e desmantelado um «laboratório», situado num local de Barcelona, onde se realizavam as falsificações, com a ajuda de grande quantidade de material informático de última geração.
Segundo a polícia, um dos cabecilhas da organização recebia todas as semans a encomenda de pelo menos 50 clientes interessados em documentos de identidade falsos.
Após as detenções, a polícia prodeceu a 11 rusgas em que foram encontradas 529 bilhetes de identidade portugueses falsos, 60 cartas de condução portugueses igualmente falsas, 120 formulários com fotos e impressões digitais para elaborar documentos falsos, 500 plásticos de segurança para cartas portuguesas, 28 bilhetes de identidade italianos falsos e 190 fotografias tipo passe de diferentes pessoas, além de 84 cadernetas bancárias, 27 cartões de crédito, 10 cartões de saúde e 74 certificados do Número de Identificação de Estrangeiros.
A polícia apreendeu também 14 computadores portáteis, alguns dos quais com programas informáticos para realizar falsificações, seis impressoras com scanner, uma impressora a laser de última generação, uma plastificadora, programas informáticos e discos CD para realizar falsificações juntamente com material diverso, como laminados plásticos, tintas, selos, colas incolores, lupas de precisão e prensas manuais, além de 6 veículos, 8.850 euros em dinheiro e 60 telemóveis.
A investigação começou depois de terem sido detectadas em algumas esuqadras espanholas várias pessoas que afirmavam ser portugueses mediante a apresentação de um documento de identidade portugués falsificado.
Tratava-se de imigrantes brasileiros que através dos documentos falsificados pretendiam que lhes fosse atribuído um Número de Identificação de Estrangeiro para obterem o cartão de residentes comunitários e poder residir e trabalhar legalmente em Espanha.
Posteriormente, os investigadores descobriram a existência de uma rede organizada de cidadãos brasileiros isntalada nas povoações de Santa Coloma de Gramenet, Salt e Girona, dedicada à falsificação dos bilhetes de identidade portugueses.
A rede funcionava através de vários grupos especializados, dedicados a captar vítimas, solicitar certificados de Número de Identificação de Estrangeiro ou de membro da Segurança Social e falsificar e fabricar os documentos.
Segundo a polícia, os detidos também utilizavam documentos falsos para abrir contas-poupança ou contas correntes em entidades bancárias e depois usavam os cartões de crédito para comprar de forma fraudulenta todo o tipo de artigos em centros comerciais.
Aparentemente, os membros da rede mantinham ligações com Inglaterra e Portugal, enquanto enviavam para o Brasil os fundos obtidos, embora a polícia também tenha podido detectar a compra de três apartamentos com documentação falsa.
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