Dinheiro para casa própria cresce 67,4% no semestre

Leda Rosa

Do Diário do Grande ABC

A cada dia aumenta o número de brasileiros que recorrem ao financiamento imobiliário. No primeiro semestre deste ano, foram financiados quase R$ 7 bilhões, segundo balanço divulgado segunda-feira pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). O volume indica crescimento de 67,4% nas operações efetuadas no primeiro semestre de 2006.

Caso o ritmo da abertura de novas linhas de crédito seja mantido, o número de famílias atendidas neste ano pode superar 150 mil, nova quebra de recorde. No balanço anterior, em 2006, foram contratados R$ 9,2 bilhões para financiar 114 mil unidades.

O setor teve 80.907 unidades financiadas no primeiro semestre. No mesmo período de 2006, foram 51.031 contratos. Apenas no mês de junho, haviam sido negociados 16.704 imóveis, contra 16.249 em maio. O ritmo de captação dos recursos também cresceu. Os depósitos na poupança em junho superaram os saques em R$ 1,8 bilhões.

Os resultados do setor ao longo dos últimos 12 meses são igualmente favoráveis. O total de recursos destinados ao mercado para financiamento por meio do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) superou R$ 12 bilhões. Apenas em março de 2007, os valores contratados (R$ 2,9 bilhões) registraram crescimento de 85,7% em relação a fevereiro. Em abril, o aumento foi de 71% e, em maio, 70%.

“A base de comparação já está muito alta. Para os proximos meses devemos continuar crescendo, mas as taxas serão mais suaves, mantendo números absolutos significativos”, diz o superintendente técnico da Abecip, José Pereira Gonçalves.

Conjuntura - Para o especialista, o bom momento deve-se à conjunção de vários fatores positivos. “O principal é a estabilidade econômica – que dá segurança aos mutuários, incorporadores e agentes financeiros – pois financiamentos imobiliários são operações de longo prazo, para as quais a estabilidade econômica é fundamental.”

As causas ainda envolvem a queda dos índices de correção das dívidas, a recuperação da renda dos trabalhadores e a tendência de oferta pelos bancos de prazos maiores de financiamento.

Outra razão apontada é a flexibilização por parte das instituições financeira do total financiado sobre o valor do imóvel. “Até 2002, o mercado costumava financiar 50% do valor do imóvel. Hoje, de 80% a 85%, reduzindo a necessidade de poupança para 15% a 20% da entrada”, diz Gonçalves.