MOSCOU e LONDRES, 20 JUL (ANSA) - A Rússia culpou hoje ao novo governo britânico do primeiro-ministro Gordon Brown pela briga diplomática no caso do ex-espião russo Alexander Litvinenko, assassinado em Londres no dia 23 de novembro.
O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, afirmou que cada novo governo "necessita encontrar sua própria linha após assumir o poder".
No entanto, destacou que espera que o "senso comum" prevaleça na disputa entre Londres e Moscou, e que a situação "avance nessa direção".
Ontem, a Rússia confirmou que expulsará, em dez dias, quatro diplomatas britânicos em represália à medida similar anunciada por Londres na segunda-feira.
O governo da Grã-Bretanha disse que tomou essa decisão após a Rússia se negar a extraditar o empresário Andrei Lugovoi, principal suspeito do assassinato de Litvinenko.
Lavrov, que participa em Lisboa das reuniões do quarteto diplomático para o Oriente Médio, declarou que dependerá da Grã-Bretanha "determinar por quanto tempo durará a crise".
Lavrov condenou a também negativa britânica de cooperar com Moscou nos pedidos de extradição de suspeitos russos exilados na Grã-Bretanha.
O chanceler russo disse ainda que seu governo não viu "documentos precisos" vinculados ao caso Litvinenko e, por isso, não consegue entender por que as autoridades britânicas consideram Lugovoi o principal suspeito.
Litvinenko, ex-agente da KGB e crítico ferrenho do governo de Vladimir Putin, faleceu em um hospital londrino após ter ingerido altas doses do isótopo radioativo de polônio 210.
Rastros dessa substância foram encontrados em vários locais visitados por Lugovoi, que nega qualquer implicação com o caso. Ontem, o chanceler britânico, David Miliband, afirmou estar "decepcionado" com a decisão russa, que qualificou como "completamente injustificada".
Putin, no entanto, demonstrou esperança e disse que espera que ambos os países possam superar a "mini-crise".
De acordo com a Convenção Européia sobre a Extradição, criada em 1957, a Rússia tem o direito de se negar a extraditar seus cidadãos para que sejam julgados no exterior.
A Grã-Bretanha pode exigir que Lugovoi enfrente a julgamento na Rússia, mas o diretor da Procuradoria Geral britânica, Ken Macdonald, preferiu recusar essa opção. (ANSA)
Nenhum comentário:
Postar um comentário