Johnston foi capturado em Gazaem 12 de março
SÃO PAULO - O pesadelo do correspondente britânico da BBC Alan Johnston terminou na madrugada desta quarta-feira, 4, após mais de 100 dias de cativeiro, quando foi entregue por seus seqüestradores, o Exército do Islã, a dirigentes do Hamas, movimento que controla Gaza.
12 de março - Johnston, de 45 anos, o único correspondente ocidental que trabalha em tempo integral na Faixa de Gaza, é capturado por quatro homens armados quando deixava o trabalho e voltava para casa.
13 de março - O governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), liderado pelo Hamas, revela ter conhecimento sobre os responsáveis pela captura seqüestro. O Exército do Islã, um grupo militante pouco conhecido, assume a autoria do seqüestro e divulga vídeos exigindo a libertação de muçulmanos detidos no Reino Unido.
19 de março - O pai do repórter pede pela libertação do filho em rede nacional no Reino Unido.
20 de março - A ex-ministra de Relações Exteriores britânica, Margaret Beckett, comparece ao Parlamento e afirma estar utilizando todos os meios possíveis para conseguir a libertação do jornalista.
26 de março - O ex-primeiro-ministro da ANP, Ismail Haniyeh, também se compromete a fazer todos os esforços para localizar o repórter.
2 de abril - Jornalistas palestinos em Gaza iniciam uma greve de três dias como forma de protesto.
4 de abril - Dezenas de jornalistas bloqueiam a entrada do Parlamento palestinos, forçando a suspensão das sessões da Câmara.
12 de abril - O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, viaja para Ramallah para tentar a libertação do correspondente e é recebido pelo presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que garante a sobrevivência do jornalista.
A Arábia Saudita envia um emissário, e várias cadeias de televisão, entre elas a Al-Jazira, exibem programas especiais a favor da libertação. O Instituto Internacional de Imprensa (IPI) também participa do pedido. Os pais de Alan Johnston fazem um comovente apelo aos seqüestradores.
15 de abril - Uma organização palestina até o momento desconhecida, As Brigadas da Jihad e do Monoteísmo, divulgam comunicado afirmando que Johnston havia sido morto, segundo edições eletrônicas de vários jornais israelenses.
19 de abril - Abbas rebate a nota, afirmando em Estocolmo que o serviço de inteligência palestino confirmava que Johnston ainda estava vivo.
3 de maio - Em mensagem no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um pedido pela libertação imediata do jornalista.
1 de junho - Johnston afirma em gravação divulgada em um site islâmico que recebe bom tratamento e pede o fim do embargo ao governo da ANP. Na gravação, também enviada pelo Exército do Islã à agência de notícias palestina Ramattan, Johnston aparece em frente a um fundo negro.
17 de junho - O Hamas declara que Johnston seria libertado em breve. No entanto, o Exército do Islã alerta que, se suas condições não fossem cumpridas, o jornalista poderia ser executado.
18 de junho - Num impasse, o Hamas ameaça libertar o jornalista da BBC com o uso da força.
24 de junho - Segundo vídeo é divulgado e Johnston aparece vestido com um uniforme laranja e um cinto cheio de explosivos ao redor de sua cintura.
26 junho - Os seqüestradores do repórter ameaçam, em nota na internet, "degolá-lo como um cordeiro" se três membros presos da rede terrorista Al-Qaeda não fossem libertados.
4 de julho - Após 114 dias de cativeiro, Johnston é libertado. Segundo um membro do alto escalão do Hamas, Mahmoud Zahar, não foi feito nenhum acordo com os seqüestradores para a libertação do jornalista.
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