Os principais estudos sobre o novo remédio anti-retroviral, Maraviroc, da companhia Pfizer foram apresentados na tarde deste domingo, na 4 Conferência de Patogênese, Tratamento e Prevenção do HIV da Associação Internacional de Aids (IAS 2007), em Sydney, Austrália. O anti-retroviral previne a entrada do vírus HIV na célula, interceptando uma de suas ligações com o CCR5 (gene co-receptor das células CD4).
O fármaco, que deverá ser usado por via oral, se aprovado, servirá para pacientes que já estão em falha terapêutica. Mesmo assim, uma das limitações, é que alguns tipos de HIV podem se ligar a uma célula por outro co-receptor, o CXCR4.
A empresa Monogram Biosciences desenvolve um estudo para um kit que detecte qual tipo de vírus um paciente possui, ou seja, se o HIV se conecta por ambos co-receptores, ou apenas por um deles. Tropismo, como é conhecido o teste, poderá detectar qual o tratamento de inibidor de entrada mais útil ao paciente.
No entanto, estas variedades de HIV estão associadas com baixas contagens de células CD4, com desenvolvimento rápido da Aids. As variedades CXCR4 trópicas surgem à medida que as contagens de células CD4 caem, e os estudos sugerem que o CXCR4 se torna a população dominante de vírus em pessoas com a doença avançada (CD4 inferior a 200 células/mm3). Uma minoria de variedades pode usar tanto os correceptores CCR5 como CXCR4 para penetrar nas células CD4. O único problema é que o maraviroc poderia atuar de forma a selecionar células com o CXCR4 neste último caso.
O fármaco aguarda aprovação nos Estados Unidos e já foi liberado na Europa.Rodrigo Vasconcellos, de Sydney
A Agência de Notícias da Aids faz a cobertura da IAS 2007 com o apoio do Programa Nacional de DST e Aids e do laboratório Roche
Marie-Pierre Poirier
O Brasil possui uma das respostas mais efetivas ao HIV/aids do mundo. Entretanto, há ainda grandes desafios que devem ser enfrentados para que cada criança, adolescente e gestante tenha plenas condições de proteger-se do vírus. Esses desafios ampliam-se ainda mais quando voltamos nossos olhares para regiões como o Semi-árido brasileiro, que agrega quase 1,5 mil municípios nos nove estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.
No Semi-árido, encontram-se alguns dos mais baixos indicadores sociais do País. Na região, 75% dos 13 milhões de crianças e adolescentes vivem em situação de pobreza nos 1,5 mil municípios da região, quando a média nacional é de 45%. Além disso, o acesso dos cidadãos aos serviços de saúde, à educação de qualidade e à assistência social é mais precário do que em outras regiões do País.
No País, a epidemia do HIV/aids amplia-se em três direções: avança para as cidades pequenas e desloca-se para o interior do País; cresce mais rapidamente entre as mulheres; aumenta entre as pessoas de baixa renda. Ainda sabe-se pouco sobre a epidemia do HIV/aids no Semi-árido, mas, diante dessas tendências nacionais, pode-se supor que a epidemia do HIV/aids avança entre as pessoas que vivem no Semi-árido brasileiro, principalmente entre as mulheres jovens dessa região.
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