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16 de abr. de 2008

Windows XP: fãs protestam na internet contra aposentadoria do sistema Windows XP: fãs protestam na internet contra aposentadoria do sistema

EFEO Globo Online Foto: Reprodução, tela do Windows Vista: pouco aceito por usuários SÃO FRANCISCO - Milhões de usuários do sistema operacional Windows XP - que até então não se mostravam tão fãs quanto os usuários de Mac OS (Apple) e Linux - estão usando a internet para protestar contra a retirada do sistema das prateleiras, prevista para junho deste ano. Em um dos movimentos, incentivado pela publicação internacional InfoWorld, fãs de XP coletaram online mais de 140.000 assinaturas contrárias à retirada do sistema das prateleiras. ( Leia também: usuários falam da carência por atualizações em um ano de Windows Vista )

A Microsoft vai oferecer suporte técnico aos usuários de XP até abril de 2009 e, a partir daí, prestará um nível mínimo de assistência. A empresa espera estimular a adoção do sistema sucessor e mais novo, Windows Vista, versão lançada há mais de um ano e que, segundo analistas, não convence usuários em massa. ( Leia também: para executivo da Microsoft, há muito o que comemorar em um ano de Windows Vista )

" Que Deus nos ajude e nos salve do Vista (Carlos Prado, do movimento InfoWorld) "

Carlos Prado, um dos líderes do movimento da InfoWorld, afirma que "se (a Microsoft) o obriga a adotar o Windows Vista, me tornarei usuário do Linux", ameaça apoiada por diversos participantes. "Que Deus nos ajude e nos salve do Vista", afirmou outro usuário que participa do movimento. Um internauta, identificado apenas como Fritz opinou que "o Vista é uma vergonha para a engenharia americana". Além do movimento apoiado pela revista, dezenas de blogs e vídeos reúnem usuários contrários à retirada do sistema operacional Windows XP. ( Vote: a Microsoft demora muito para lançar um novo Windows? )

Segundo estimativas da consultoria IDC, 60% dos computadores residenciais em uso e 70% dos utilizados em empresas ainda operam baseados em Windows XP. Quando o objeto de estudo passa a ser computadores novos, o percentual sobe: 94% dos novos micros residenciais trazem Windows Vista pré-instalado, contra 75% dos novos computadores em empresas.

A Microsoft, que trabalha em uma nova versão de seu sistema operacional - chamado por enquanto de Windows 7 -, já havia adiado a retirada do Windows XP do mercado , e adiantou que não pretende repetir a estratégia.

"Não há planos de aumentar este prazo de vendas do Windows XP além do previsto, dia 30 de junho de 2008", afirmou Michael Dix, diretor-geral de gestão de produtos para clientes Microsoft, na página oficial da companhia.

Ainda segundo o comunicado, a fabricante teria tomado esta decisão após negociações com sócios e como parte da estratégia de fortalecimento do Windows Vista.

"Desde seu lançamento, há cerca de 16 meses, o Windows Vista se transformou no sistema operacional da Microsoft vendido mais rapidamente", acrescentou no comunicado, referindo-se às 100 milhões de licenças liberadas em todo o mundo.

http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2008/04/15/windows

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_sistema-426861429.asp

Greve de auditores causa prejuízo de R$ 1 bilhão em Manaus

da Agência Brasil, em Manaus

Já chega a R$ 1 bilhão o prejuízo acumulado pelas empresas do Pólo Industrial de Manaus em função da greve dos auditores fiscais da Receita Federal, iniciada em 18 de março. A greve nacional também é responsável pela paralisação parcial de 18 fábricas do pólo e pela licença remunerada ou falta de trabalho no pátio das fábricas de sete mil trabalhadores.

No Amazonas, onde atuam 175 auditores fiscais, apenas 30% do efetivo está cumprindo a jornada de trabalho devida na Receita Federal, no porto central e no aeroporto internacional, o que impede a liberação das matérias-primas necessária à continuidade das atividades nas fábricas de Manaus.

Segundo o presidente do Sinaees (sindicato das indústrias de eletrônicos do Amazonas), Wilson Périco, "a greve dos auditores tem impacto direto no pólo industrial e ameaça a estabilidade da economia local. O segmento eletroeletrônico é o mais prejudicado porque é o que trabalha com maior número de insumos e componentes importados".

Ele avalia que os prejuízos amargados vão além das indústrias beneficiárias dos incentivos na Zona Franca de Manaus.

"São R$ 60 milhões de prejuízo que essas 18 empresas amargam diariamente há pelo menos 12 dias. E não pára por aí. Não podemos ignorar que o prejuízo não está só no que deixou de ser produzido, mas também no impacto às empresas que prestam serviço às indústrias locais, como as fornecedoras de alimentos", disse Périco.

Atualmente, buscando ultrapassar as barreiras impostas pela greve dos auditores, o sindicato e parte das empresas prejudicadas com a retenção de suas matérias-primas aguardam da Justiça o cumprimento de duas liminares coletivas e outras individuais para liberação dos insumos necessários à fabricação no pólo de Manaus.

Em Manaus, aproximadamente 500 fábricas estão instaladas no PIM e, no primeiro bimestre deste ano, registraram faturamento de US$ 4,3 bilhões, com alta de 30,05% em relação às exportações realizadas no primeiro bimestre de 2007.

De acordo com os indicadores de desempenho da Superintendência da Zona Franca de Manaus o resultado positivo também se reflete no número de empregos gerados: 101 mil postos de trabalho diretos nas linhas de produção.

www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u392526.shtml

15 de abr. de 2008

Haddad confirma Roberto Aguiar para reitor interino da UnB

GlobonewsTV; Demétrio Weber, Carolina Brígido, Chico de Gois e Roberto Stuckert - O Globo; O Globo Online

Estudantes decidem, em assembléia, manter ocupação da reitoria da UnB - Agência Brasil

BRASÍLIA - O ministro da Educação, Fernando Haddad, confirmou na noite desta terça-feira que o professor aposentado de direito da UnB e ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro no governo Benedita da Silva, Roberto Aguiar, é o reitor interino da instituição até que o novo reitor seja eleito. Aguiar foi o promeiro colocado da lista tríplice entregue nesta terça a Haddad. Roberto Aguiar foi o mais votado, com 40 votos, seguido por Lurde Bandeira (Departamento de Sociologia), que obteve 30 votos, e Gileno Marcelino (Faculdade de Ciências Sociais), 24 votos.

Antes do anúncio, Roberto Aguiar, de 67 anos, já falava como reitor. Ele disse que, caso nomeado, suas primeiras providências serão liberar o prédio da reitoria, que está ocupado por estudantes desde o último dia 3, analisar as contas da instituição e retomar "o mínimo de normalidade" no funcionamento da universidade.

Aguiar afirmou em seguida que travará um diálogo com todos os seguimentos da universidade para realizar as eleições que escolherão o futuro reitor. Ele evitou fixar prazos sobre o cronograma eleitoral e disse que daqui a 20 dias acredita que já será possível ter clareza sobre a consulta.

O professor defendeu uma investigação feita pela própria universidade sobre a relação da instituição com suas fundações de apoio.

" A gente tem que erradicar qualquer tipo de desvio de conduta "

- Não se pode brincar com investigação. Se for para abrir uma investigação, é de verdade. Só para inglês ver não pode. Fundação é para ser investigada. O que tem de errado é para ser punido. A gente tem que erradicar qualquer tipo de desvio de conduta - disse.

Ele criticou Timothy Mulholland, ressalvando, porém, que não há condenação judicial contra o ex-reitor. E avisou também que não fará uso do apartamento funcional.

- Não gosto de julgar as pessoas. Não dá para falar que alguém é culpado antes de ser condenado. No mínimo, foi um tremendo erro administrativo.

Sobre a reivindicação dos estudantes de que se faça um leilão com a mobília do apartamento funcional, ele disse que primeiro quer verificar o que foi comprado e quais itens podem ser utilizados por departamentos da universidade.

- Às vezes a gente faz leilão e depois a universidade precisa - disse, brincando sobre a lixeira de R$ 990 - Essa aí é para fazer um símbolo.

Em relação ao grupo que administrava a universidade nas três gestões passadas, Aguiar disse:

- Ela (a universidade) foi encampada por um grupo que se fechou e não deixou a universidade participar (...) Chega de dinastias.

" Ela (a universidade) foi encampada por um grupo que se fechou e não deixou a universidade participar (...) Chega de dinastias "

Ao falar para os membros do Consuni e estudantes que acompanhavam a reunião, Aguiar defendeu a paridade - peso igual para professores, funcionários e alunos nas eleições - deve ser discutida, mas evitou se comprometer com a questão:

- Têm várias nuances no Brasil inteiro. Tem que fazer a paridade da maneira mais adequada para a estrutura da universidade - disse Aguiar em entrevista, lembrando casos de instituições que adotaram a paridade e não tiveram êxito com o sistema.

O professor afirmou que estava com viagem marcada para o Chile no próximo dia 19, e que soube por telefone que seu nome foi colocado em votação. Ele disse que está com um pepino e afirmou apostar em diálogo com outros setores. Ele ressaltou que não será candidato a reitor nas eleições, ficando apenas no cargo pro-tempore, se for o escolhido por Haddad.

Nesta segunda-feira, os estudantes decidiram, em assembléia, manter a ocupação da UnB. Para desocupar o local, os estudantes exigem que todas as reivindicações sejam aceitas e não se contentam apenas com a renúncia do reitor Timothy Mulholland, acusado de improbidade administrativa. (Veja fotos da assembléia de estudantes)

Mulholland é suspeito de usar verba da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), ligada à universidade, para gastos uma reforma luxuosa do seu apartamento funcional. Nesta segunda, foram anunciadas medidas para impedir que as fundações ligadas às universidades federais sejam utilizadas como fachada para gastos irregulares com verbas públicas. Na quinta-feira, Mulholland pediu licença por 60 dias e o vice-reitor Edgar Mamiya o substituiu provisoriamente. No sábado, Mamiya também pediu afastamento. No domingo, Mulholland anunciou seu afastamento definitivo do cargo . Em carta, disse que deixa o cargo "com certeza do dever cumprido" e com a convicção de que o ministro saberá conduzir bem o processo. . (Veja fotos da ocupação) .

Estudantes querem paridade nas eleições

Agora, a principal reivindicação dos estudantes é a paridade nas eleições - que o voto dos alunos e servidores tenham o mesmo peso do voto dos professores da UnB. Atualmente, os votos dos professores têm peso de 70%, contra 15% para estudantes e 15% para funcionários.

Estudante da UnB segura carta com pauta de reivindicações de alunos, que ocupam reitoria - Agência Brasil

Com a demissão de reitor e vice, todos os decanos (diretores de área), por ocuparem cargos de confiança, perdem o posto. Isso significa que o terceiro vértice das investigações de mau uso de verbas de pesquisa da UnB, o decano de Administração, Érico Weidle, também está fora do comando da UnB.

Mulholland e Weidle foram denunciados à Justiça por desvio de uso de R$ 470 mil do Fundo de Apoio Institucional da UnB, que foram empregados na decoração do apartamento funcional do reitor.

Mamiya não foi denunciado, mas é investigado por procuradores da República e promotores do Distrito Federal no caso de uma viagem, que teria sido custeado com recursos para programa de saúde indígena, e por 32 almoços e jantares pagos com verbas de convênios firmados por fundações de apoio à pesquisa ligadas à UnB.

14 de abr. de 2008

TJ de São Paulo julga mérito do habeas corpus dia 22

Alexandre Nardoni e Anna Carolina correm o risco de voltar para a cadeia
De: Agência Último Segundo
O casal Alexandre Nardoni e Anna Jatobá está em liberdade

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que deve julgar na próxima semana o mérito do habeas-corpus concedido ao casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella Nardoni. Na sexta-feira, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Caio Eduardo Canguçu de Almeida, concedeu a liminar. O mérito será julgado por Canguçu e mais dois desembargadores.

Geralmente, o julgamento acontece às terças-feiras, mas o TJ-SP já adiantou que para esta semana estão previstas as análises de outros habeas. Caso os outros dois desembargadores votem contra, o casal pode voltar para a cadeia.

Nesta manhã, mais dois vizinhos do casal Nardoni prestaram depoimento no 9º Distrito Policial. O depoimento do casal, que também mora no prédio onde a menina Isabella foi encontrada, durou cerca de 2 horas.

A Secretaria de Segurança afirmou que outras testemunhas devem ser ouvidas, mas não confirmou quantas seriam ou para quando estão previstos esses depoimentos. Até o momento, 53 pessoas já prestaram depoimento. O inquérito, segundo a secretaria, está com três volumes, 600 páginas no total.

Isabella, de 5 anos, morreu no dia 29 de março, após cair do 6º andar do prédio onde o pai mora com a mulher e os dois filhos do casal. A Justiça decretou a prisão temporária de Alexandre e Anna Carolina passada em 2 de abril e o casal se apresentou à polícia no dia seguinte.

www.tribunadonorte.com/?page=teste&id_nots=38042&pagina=Brasil

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13 de abr. de 2008

Berlusconi deve vencer eleições na Itália, diz analista

FERNANDA BARBOSA

Colaboração para a Folha Online

Em meio à crise econômica e ao descontentamento da população com o atual governo, a Itália realiza neste domingo e nesta segunda-feira as suas eleições parlamentares. O cargo de prêmie é disputado por Silvio Berlusconi, líder do partido conservador Povo da Liberdade (PDL), e Walter Veltroni, do Partido Democrático (PD).

Para Giovani Orsina, professor de Ciência Política da Universidade Livre Luiss Guido Carli (Roma), Berlusconi é o favorito na disputa. "Mesmo que ele não obtenha a maioria no Senado, deve vencer as eleições", disse o analista em entrevista à Folha Online.

AP
Os candidatos a premiê na Itália, Walter Veltroni e Silvio Berlusconi
Os candidatos a premiê na Itália, Walter Veltroni e Silvio Berlusconi

Questionado sobre a possibilidade de empate, o professor afirmou que, caso haja uma votação muito acirrada no Senado, os partidos concorrentes provavelmente farão uma coalizão. "Acredito que os dois partidos estão mais próximos do que antes, e que Berlusconi e Veltroni legitimam um ao outro".

Na entrevista, o professor italiano diz que a Itália "está se tornando mais democrática" desde 1994. "Eu acredito que, mesmo muito vagarosamente e com muitos problemas, nós estamos chegando a uma situação onde todos os partidos podem governar e se alternar no poder", afirma.

Segundo Orsina, os italianos estão "desiludidos" com a crise econômica e esperam um governo estável, mas o país tem "problemas estruturais que não serão resolvidos "da noite para o dia".

Leia a íntegra da entrevista concedida à Folha Online:

Folha Online - Berlusconi aparece oito pontos à frente de Veltroni nas últimas pesquisas de intenção de voto. Você acredita que ele é mesmo o favorito?

Giovani Orsina - Sim. Oito pontos parecem muito para mim, acredito que ele esteja cinco ou seis pontos na frente, mas os números das pesquisas não importam tanto. De qualquer maneira, acredito que Berlusconi deve vencer as eleições. Mesmo que não obtenha a maioria no Senado, ele deve ganhar.

Folha Online - Analistas políticos têm apontado a possibilidade de empate entre Berlusconi e Veltroni, e a formação de uma coalizão. Isso é provável?

Giovani Orsina - Isso dependerá do resultado no Senado. Há uma grande possibilidade de que Berlusconi alcance a maioria na Câmara. Porém, em razão do sistema eleitoral diferente, pode ser que ele não consiga a maioria no Senado. Neste caso, o governo de coalizão pode ser uma possibilidade.

Folha Online - Mas Veltroni e Berlusconi poderiam governar juntos com tranquilidade?

Giovani Orsina - Eu acredito que sim. Essa campanha eleitoral tem sido bem diferente das anteriores. Apesar de, nesses últimos dias, ambos terem retornado para uma estratégia de ataque verbal, a campanha de 2008 tem sido muito mais calma do que as de 2006, 2001 e 1996.

Então, acredito que os dois partidos [Partido Povo da Liberdade, de Berlusconi, e Partido da Democracia, de Veltroni] estão mais próximos do que costumavam ser. E, de qualquer maneira, Berlusconi e Veltroni legitimam um ao outro.

O governo de coalizão será possível desde que sejam estabelecidos pontos programáticos precisos. Eles precisam definir o que vão fazer juntos para depois de alguns anos rumarem para uma nova dissolução, em uma nova eleição.

Folha Online - A falta de apoio do partido opositor prejudicou o ex-premiê italiano Romano Prodi?

Giovani Orsina - Prodi foi prejudicado porque sua coalizão era muito dividida e havia muitas brigas. Esse foi o maior problema, e não a oposição. E esse é o motivo do Partido Democrata [de Veltroni] ter ido sozinho para as eleições deste ano, em vez de em uma coalizão com o Partido Arco-Íris, de esquerda.

Folha Online - Em um programa de TV nesta semana, Berlusconi atacou Veltroni, criticando seu passado como comunista, além de sugerir que o seu partido é o ex-Partido Comunista com um outro nome. Estas questões são apenas marketing ou possuem um significado político?

Giovani Orsina - Elas já tiveram um significado verdadeiro, pois a política italiana se tornou uma luta bipolar desde 1994, entre o anticomunismo do partido de Berlusconi e o "antiberlusconianismo" dos partidos de esquerda. Mas a campanha deste ano tem sido muito diferente das outras. Nós não tivemos quase nenhum sinal de anticomunismo ou "antiberlusconianismo" até os últimos dias. No último momento, a questão veio à tona como parte do jogo. Eu acredito que agora isso é somente marketing político. O radicalismo é algo que ficou para trás, mas está sendo utilizado para convencer eleitores.

Folha Online - Isso significa que, se Berlusconi vencer as eleições, ele vai suspender os ataques e suas posições mais polêmicas?

Giovani Orsina - Ele está propenso a isso. Bom, a política italiana sempre foi baseada em brigas verbais, e eles não vão parar com isso repentinamente. Mas os dois partidos tenham um interesse comum: fazer a política italiana girar em torno deles mesmos, para que todos os pequenos partidos sejam marginalizados ou desapareçam. Se Berlusconi vencer, vai tentar abrir um diálogo com Veltroni, que estará interessado nessa comunicação para manter a política italiana entre eles e enfraquecer os partidos menores.

Folha Online - A Itália passou por diversos governos em seus 60 anos como república. Isso quer dizer que os governantes nunca conseguiram o apoio suficiente dos outros partidos, ou é um sinal de democracia?

Giovani Orsina - Eu acredito que não há democracia sem alternância de poder. Na verdade, a Itália é uma democracia desde 1948, quando nossa Constituição foi escrita. Mas a democracia não era completa, não havia alternância no poder. O partido de oposição era o Partido Comunista, fortemente ligado à Moscou, e isso tornou impossível que ele fosse eleito o partido governante. O que tem acontecido desde 1994, é que a Itália, mesmo com muitos problemas, está mais democrática. Eu acredito que, mesmo muito vagarosamente e com muitos problemas, nós estamos chegando a uma situação onde todos os partidos podem governar e se alternar no poder.

Folha Online - Um provável governo de coalizão que pode unificar os interesses dos partidos deve prejudicar ou colaborar com a democracia?

Giovani Orsina - Se não houver maioria clara no Senado, muitas coisas podem ocorrer. Acredito que a melhor alternativa, que não será fácil de colocar em prática, é um governo de coalizão entre Berlusconi e Veltroni. Se Berlusconi vencer também no Senado, não será do seu interesse fazer um governo de união, e ele irá governar sozinho. De qualquer maneira, será do interesse dos dois discutir reformas para fazer da Itália uma democracia viável, com dois partidos que se alternem no poder. Eu não estou dizendo que as coisas vão se tornar melhores do que estão. Existem muitas contingências, tudo será difícil.

O sistema político italiano tem problemas de estabilidade, e todos os partidos políticos sabem disso. Então, independentemente de quem vencer, os problemas terão de ser enfrentados. E se eles vão ter êxito ou não, nós só saberemos vendo.

Folha Online - A economia italiana está em crise. Quais ações os candidatos devem colocar em prática após as eleições para atenuar o problema?

Giovani Orsina - O sentimento na Itália é que a crise deve ser dura. O país tem problemas estruturais que não podem ser resolvidos da noite para o dia, e os dois partidos não estão prometendo muito. Até mesmo Berlusconi, que é sempre otimista, não disse que vai solucionar o problema. Todos dizem que a situação é difícil, que os problemas italianos são profundos. Eles vão fazer o que puderem, mas os próximos anos serão duros.

Folha Online - Qual o papel dos eleitores que votam de outros países nas eleições italianas? Eles podem influenciar no resultado final?

Giovani Orsina - Se o resultado for claro, não. O que aconteceu nas últimas eleições foi que o resultado no Senado foi muito apertado e [Romano] Prodi teve uma vantagem tão pequena que cada voto fez a diferença. Nesse caso, os senadores eleitos por votos fora da Itália tiveram uma importância. Mas somente nesse caso, com uma margem de vitória muito pequena no Senado, os votos do exterior podem ser importantes.

Folha Online - Berlusconi criticou Veltroni por ser muito liberal nas políticas de imigração. Caso ele seja eleito, que medidas devem ser tomadas?

Giovani Orsina - O governo Berlusconi (2001 - 2006) colocou limites mais exigentes para a imigração, abriu centros para os imigrantes ilegais, que poderiam ser capturados e deportados e fixou cotas para imigrantes. O governo de [Romano] Prodi foi mais liberal nesta questão. Na verdade, acredito que os imigrantes ilegais são um problema real, mas as cotas estabelecidas por Berlusconi eram rígidas demais. O que vai acontecer é que eles devem manter algum tipo de política intermediária.

Folha Online - O que os italianos esperam das eleições?

Giovani Orsina - A população está desiludida. Já passou por governos de direita e governos de esquerda, mas nenhum deles conseguiu resolver alguns problemas básicos do país. A população não espera muito das eleições, mas gostaria de ter um governo estável, com uma maioria clara e possivelmente algum tipo de diálogo entre os dois principais partidos para que sejam feitas algumas reformas constitucionais capazes de estabilizar o sistema político nacional.

www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u391571.shtml

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Pai e madrasta de Isabella vão a Guarulhos ver os filhos

da Folha Online

O pai e a madrasta da menina Isabella Nardoni, 5 --Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24-- deixaram pela primeira vez, na manhã deste domingo, a casa do pai dele, no Tucuruvi, na zona norte de São Paulo, segundo o canal "Globo News". Eles estavam na residência do pai de Alexandre desde a última sexta-feira, quando foram libertados após oito dias de prisão por terem sido apontados pela Polícia Civil como suspeitos da morte da menina.

Ainda segundo a emissora, eles se encaminharam para a casa do pai de Anna Carolina Jatobá, em Guarulhos, onde estão os filhos do casal, de 3 anos e de 11 meses. Em entrevista à Folha, Alexandre Jatobá, pai da madrasta da menina Isabella, disse que os netos acham que a mãe e o pai estão viajando.

Ontem (12), a tia de Isabella e irmã de Alexandre, Cristiane Nardoni, afirmou que as crianças estavam longe dos país "por segurança".

Isabella Nardoni morreu no dia 29 de março após ser encontrada caída no jardim do prédio onde mora o pai, Alexandre, e a madrasta, Jatobá. A suspeita da polícia é de que a menina, de 5 anos, teria sido atirada do apartamento do pai, no 6º andar.

Até a tarde deste sábado, a Polícia Civil ouviu 47 depoimentos de pessoas ligadas ao caso. Há a previsão de que outras cinco pessoas sejam ouvidas hoje, segundo a delegada-assistente Renata Pontes do 9º DP (Carandiru).

A expectativa é que a tia de Isabella, Cristiane Nardoni, seja chamada a depor pelo delegado Calixto Calil Filho, que comanda as investigações sobre a morte da menina. A polícia quer saber detalhes do telefonema sobre a morte da sobrinha, que ela recebeu quando estava em um bar.

Pontes disse, ontem, que o depoimento de Cristiane "não é prioridade' e ela será ouvida "no momento oportuno".

Ainda acordo com a polícia, o casal Alexandre e Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina, só deve voltar a ser ouvido quando os laudos forem concluídos.

O inquérito, atualmente, corre em segredo, por determinação do delegado Calixto Calil Filho, do 9º DP (Carandiru), que preside o procedimento.

Novas provas

O promotor de Justiça Francisco Cembranelli afirmou na sexta-feira (11) que as polícias Civil e Técnico-Científica já têm "informações preliminares" que vinculam Nardoni e Jatobá às lesões sofridas por Isabella no dia em que ela morreu. Ele afirmou que respeita a decisão de liberar o casal como uma decisão processual, mas que ainda não acredita na versão da defesa --a de que o crime foi cometido por uma terceira pessoa.

Investigações

Nardoni e Jatobá estavam presos por força de um mandado de prisão temporária válido por 30 dias (porém prorrogáveis por mais 30 dias) que foi concedido pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri.

No pedido de prisão, a Polícia Civil, corroborada pelo Ministério Público, argumentava que, uma vez solto, o casal retornaria ao apartamento em que o crime ocorreu, prejudicando o acesso dos peritos, e entraria em contato com testemunhas como funcionários do prédio e vizinhos, dificultando o andamento do inquérito.

No pedido de habeas corpus, a defesa do casal argumentou que os dois têm endereço fixo, não possuem antecedentes criminais e não oferecem risco às investigações. Em sua decisão ao conceder o habeas corpus, o desembargador Caio Eduardo Canguçu de Almeida diz ter entendimento de que as provas contra Nardoni e Jatobá são insuficientes.

"Qualquer decisão que se profira não pode vir fundada em simples e falíveis suspeitas, em desconfianças ou deduções cerebrinas, ditadas pela gravidade e clamor decorrentes de um crime", afirmou. O desembargador considerou ainda o fato de Nardoni e Jatobá terem se apresentado à Polícia Civil espontaneamente, após a decretação da prisão.

www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u391643.shtml