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13 de outubro de 2011

Obama ameaça Irã com sanções duras após suposto complô

O presidente dos Estados Unidos fala durante evento em Washington, EUA, em 12 de outubro. Obama prometeu pedir "sanções mais duras" contra o Irã.
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Legenda: O presidente dos Estados Unidos fala durante evento em Washington, EUA, em 12 de outubro. Obama prometeu pedir "sanções mais duras" contra o Irã. (reuters_tickers)
Por Arshad Mohammed e Alister Bull


WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou nesta quinta-feira que o Irã pode sofrer as mais duras sanções possíveis por causa do suposto complô para matar o embaixador saudita em Washington. O Banco Central iraniano é um dos prováveis alvos das autoridades norte-americanas.

Também nesta quinta-feira, a Arábia Saudita acusou o Irã de fomentar a instabilidade na região do golfo Pérsico, mas prometeu uma "resposta comedida" ao suposto complô que contrapõe os dois principais produtores de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Em visita à Áustria, o chanceler saudita, Saud al-Faisal, disse que há sinais de que "o Irã é responsável" pelo complô contra o diplomata, e que não é a primeira vez que Teerã tenta "interferir" nos assuntos dos países árabes.

"Nós os responsabilizamos por qualquer ação que eles realizarem contra nós", disse o chanceler. "Qualquer ação que eles realizarem contra nós terá uma resposta comedida por parte da Arábia Saudita."

"O objetivo (do Irã) é bastante claro -- eles querem causar problemas, romper as boas relações e promover a instabilidade nas relações internacionais", acrescentou. "Isso nos dói muito. O Irã é um dos nossos vizinhos, é uma terra islâmica, e nunca pensamos que o Irã poderia dar tal passo e planejar tal ataque."

Questionado sobre eventuais retaliações sauditas, ele disse: "Teremos de esperar para ver."

Em Washington, Obama disse em entrevista coletiva que seu país não descarta nenhuma opção contra o Irã, uma expressão que geralmente alude à possibilidade de uma ação militar.

"(O suposto plano) é parte de um comportamento perigoso e imprudente por parte do governo iraniano", disse Obama em suas primeiras declarações sobre o caso.

Na terça-feira, os EUA anunciaram ter desbaratado um plano para matar o embaixador saudita Adel al-Jubeir, envolvendo dois homens ligados às agências iranianas de segurança. Um dos suspeitos foi preso em setembro, e o outro está supostamente no Irã.

Teerã disse que as acusações foram fabricadas para prejudicar suas relações com países vizinhos.

ISOLAMENTO FINANCEIRO

Os EUA já impuseram várias sanções ao Irã por causa do seu programa nuclear, que Washington suspeita estar voltado para o desenvolvimento de armas atômicas. Teerã garante que seu objetivo é gerar energia para fins pacíficos.

O Departamento do Tesouro dos EUA disse que agora está cogitando novas sanções à República Islâmica, tendo como alvo o seu Banco Central, na tentativa de aprofundar o isolamento financeiro do país.

Na entrevista coletiva, Obama disse que os EUA irão continuar a "aplicar as sanções mais duras e a mobilizar a comunidade internacional para assegurar que o Irã fique cada vez mais isolado e pague um preço por esse tipo de comportamento."

"Agora, não retiramos nenhuma opção da mesa em termos de como operamos com o Irã, mas o que vocês podem esperar é que continuaremos a aplicar todo tipo de pressão que tenha um impacto direto sobre o governo iraniano, até que ele faça escolhas melhores em termos de como vai interagir com o resto da comunidade internacional."

Instituições financeiras dos EUA em geral já são proibidas de fazer negócios com qualquer banco do Irã, inclusive o Banco Central. Mas o Tesouro dos EUA disse que novas medidas, se tiverem apoio internacional, isolarão ainda mais a instituição.

O Irã diz que os EUA fazem as acusações para tentar semear a discórdia entre duas importantes potências regionais.

"Não temos problema nenhum com a Arábia Saudita", disse o chanceler Ali Akbar Salehi à rádio estatal nesta quinta-feira. "Embora nossa interpretação dos fatos regionais seja diferente ... espero que os sauditas estejam cientes do fato de que nossos inimigos não querem que tenhamos convergência e cooperação."

(Reportagem adicional de Susan Cornwell, Angus McDowall e Sylvia Westall)



Reuters




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