A prisão de Paulo
em Jerusalém trouxe muitos transtornos no curso dos seus projetos,
realmente como o profeta disse aconteceu; foi preso em Jerusalém, e os judeus
queriam tirar-lhe a vida, e para escapar da morte foi transferido de Jerusalém
para a segura prisão de Cesareia. Festo por ocasião da visita do rei
Agripa conversaram a respeito de Paulo que era acusado pelos judeus infundadamente
como digno de morte, sendo ouvido por Festo em Jerusalém este não viu nele
crime para condenação como queriam os seus acusadores, as acusações apresentadas
não podiam ser comprovadas e por isso o acusado apelou para César porque o
queriam matar, disse Festo. Logo depois o rei Agripa mostrou disposição para
ouvir o preso já em Cesareia, ao ouvi Paulo dizer que estava sendo julgado por
causa da promessa de Deus feita aos pais, e que era aguarda pelas doze tribos
que serviam a Deus de dia e de noite querendo alcançar essa esperança, é por
isso que agora sou julgado. O rei ouvindo isto declarou que também não havia
nele nada que lhe condesse, mas como já havia apelado para César, para César
iria (At 26.7).
Como o apóstolo
Paulo apelou para ser julgado pelo imperador saiu de Cesareia para Roma sub o
Comando do Centurião Júlio da coorte romana, embarcando em um navio que
visitaria os portos asiáticos, no dia seguinte chegaram a Sidom, e o
centurião tratando Paulo com bondade permitiu-lhe ver os amigos e deles receber
os cuidados necessários. Saindo de Sidom, passou por traz de Chipre por
causa do vento que era contrário, passando o mar da Cilícia e Panfília,
chegaram a Mirra, apanharam um navio de Alexandria que ia par a Itália,
vagarosamente por causa do vento, estando já defronte de Cnido,
navegaram abaixo de Creta junto a Salmone e com bastante
dificuldade a um local chamado de Bons Portos próximo à cidade de Laséia,
a viagem fica muito perigosa e Paulo adverte que haverá perigo não só para a
carga do navio mas até para as vidas dos viajantes, como o Centurião confiava
mais no piloto e no dono do navio do que no que Paulo dizia, não aceitaram a
ideia de Paulo para invernar naquele porto, pois não achavam cômodo para
invernar ali, e partiram querendo invernar em Fênice um porto de Creta, vendo
eles que um vento leve soprava saíram costeando a ilha de Creta, depois de
saírem, levantou-se um tufão de vento chamado de euro-aquilão, e como não
podiam navegar se deixaram levar pelo vento, indo eles pelo lado detrás da ilha
Claudia, onde fizeram reparos no navio e se desfizeram de parte da carga sendo
levados sem controle pelo vento, os dias erem sem sol, as noites sem estrelas, e
quase perderam a confiança de salvarem suas vidas.
Os navegantes depois
de muitos dias sem se alimentarem, então se levanta o apóstolo Paulo e os
exorta dizendo que se tivessem aceitado meu conselho não teriam sofrido avarias
e perdas, disse ele; tenham bom ânimo, não sofreremos perda de vidas, só mesmo
do navio, nesta noite um anjo do Deus que eu sirvo me disse; importa que compareças
diante de César e que Deus me deu a todos os que estão comigo, ninguém perecerá.
Sendo já o decimo
quarto dia à deriva no mar, encontravam-se no mar Adriático à noite, foi quando
entenderam que estivessem próximo da terra, com medo de bater em rochedos
lançaram as âncoras de madrugada, os presos querendo sair do navio Paulo disse
ao Centurião e soldados; se estes não permanecerem no navio vós não podereis
salvar-vos, então os soldados cortaram as cordas do Batel para que não fugissem
por ele, e como a quatorze dias não
comiam, Paulo os incentiva a comeram alguma coisa, e tomando o pão deu graças
na presença de todos e começou a comer, e alimentados resolveram aliviar o
navio lançando o trigo ao mar, o navio estava com proa encalhada e a popa se
desfazia pela força das ondas, e os soldados queriam matar os presos para que
não fugissem a nado, mas o centurião querendo salvar a Paulo mandou que quem
soubesse nadar salvasse-se a nado para a terra, e os demais através dos
destroços do navio, e eram ao todo, duzentos e setenta e seis pessoas
embarcadas ( At 27.23-43 ).
Estando a salvos
em terra e em contato com os habitantes da Ilha souberam que estavam na Ilha
de Malta no Mar Adriático, era inverno, chovia muito, fazia bastante frio. Paulo
enquanto preparava uma fogueira para aquecerem-se, foi picado por uma víbora e
do seu veneno ninguém escapava uma vez picado, porém, Paulo nada sofreu.
Ficaram hospedados
na casa do chefe da Ilha por três dias, estado doente o pai do dono da casa, Paulo o curou de febre e desinteira,
sabendo os demais enfermos da ilha, vieram a Paulo e ele em nome de Jesus os
curou.
Depois de
permanecerem na ilha por três meses, embarcaram em um navio de Alexandria que
invernara lá, intitulado de Castor e Pólux e partiram para Siracusa onde
passaram três dias, saindo dali em dois dias chegaram a Putéoli e
permaneceram lá por sete dias nas casas de alguns irmãos naquele lugar, de onde
saíram direto para Roma. Estando Paulo na praça de Ápuio e três
Vendas, os irmãos romanos ao saberem que Paulo estava em Roma vieram ao seu
encontro e ele deu graças a Deus por estar com eles ( At 28). Como o tema que
estamos trabalhando é “a noite”, grande foi a noite na vida de Paulo de
Jerusalém até Roma.
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Domingos
Teixeira Costa