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19 de jan. de 2009

Teto de Templo desaba sobre fiéis em São Paulo

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A Igreja Renascer, uma das maiores de São Paulo, congregada em seu Templo à Rua Lins Vasconcelos, no centro da cidade de São Paulo, desabou seu teto ontem, sobre os fiéis.
Diante do mau ocorrido com o desabamento do teto do templo, o melhor de tudo isso, foi que o desabamento aconteceu no horário entre um culto e outro no final da tarde de ontem.
As informações dão contas nesta manhã, de que os feridos são cerca de 96, que foram socorridos por 15 hospitais nas cercanias do local do acidente.
As informações são de que houve 8 mortes e todas eram mulheres, a mais nova tinha 15 anos e a de maior idade possuía 87.
Os bombeiros trabalharam à noite toda no resgate das vítimas com intensivo de 100 bombeiros que se revezaram durante a noite.
Os familiares de um Sr de nome Lázaro de 47 anos, compareceram informando que o mesmo saiu de casa para assistir ao culto e não retornou até esta manhã, dizem que possivelmente esteja debaixo dos escombros que ainda não foram removidos.
No ato do acidente, os bombeiros fecharam a avenida e imediatamente, as ambulâncias tomaram a rua para tomada dos socorros às vítimas, que para sorte, o fato aconteceu no intervalo entre uma reunião e outra. Este foi o motivo de haver poucas pessoas dentro do templo, do contrário o número de vítimas teria sido maior.
Costa

17 de jan. de 2009

Israel declara cessar-fogo unilateral; Hamas o rejeita

Da EFE

Alberto Masegosa.

Jerusalém, 18 jan (EFE).- Israel anunciou na noite deste sábado que às 2h da madrugada de domingo (0h de Brasília) declarará um cessar-fogo unilateral na Faixa de Gaza, alguns minutos depois de o Hamas o ter previamente rejeitado.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e coloca fim, pelo menos provisoriamente, a 22 dias de ataques que deixaram 1200 mortos - mais da metade civis, e uma terça parte crianças e mulheres -, e 5000 feridos.

"As forças (israelenses) continuarão em Gaza e seus arredores", advertiu Olmert, embora tenha dito - sem estabelecer nenhum prazo -, que se retirariam da região em caso de o Hamas deter o lançamento de foguetes contra o sul de Israel.

O chefe do executivo israelense afirmou que foram cumpridos os objetivos fixados pela operação, iniciada em 27 de dezembro do ano passado, e justificou a cessação das hostilidades com o argumento de que o Hamas sofreu um duro golpe.

"(O Hamas) perdeu muitos de seus homens, os disparos de foguetes se reduziram e foram destruídos vários túneis que usava para o contrabando de armas", disse Olmert.

O primeiro-ministro de Israel fez estas declarações em entrevista coletiva após a decisão ser tomada em Tel Aviv no Conselho de Segurança, um órgão integrado por Governo, altos comandantes militares e chefes dos serviços inteligência.

Olmert não deixou passar a oportunidade de ressaltar que no cessar-fogo não foi levado em conta o Hamas. "Como outras organizações terroristas reconhecidas internacionalmente não deve fazer parte do acordo", assegurou.

O anúncio aconteceu minutos após de o Hamas ter rejeitado de antemão pela primeira vez, a partir de Gaza, uma trégua nessas condições.

"Nunca aceitaremos a presença de nenhum soldado (israelense) em Gaza, qualquer que seja o preço", disse Fawzi Barhoum, porta-voz do movimento islamita, em discurso perante as câmaras da televisão "Al Aqsa", controlada pelo Hamas.

Barhoum leu um manifesto no qual assegurou que a proposta do inimigo para um cessar-fogo unilateral significa que o conflito de Gaza foi unilateral e realizado contra seu povo.

O porta-voz do movimento islamita exigiu que Israel cesse suas agressões, se retire de Gaza, ponha fim a seu bloqueio (da região) e abra todas as passagens.

O Hamas tinha rejeitado do exterior da faixa uma trégua unilateral desde que o Governo israelense divulgou para a imprensa essa possibilidade.

A trégua coloca o movimento islamita em uma situação difícil, que enfrenta o dilema de continuar as hostilidades e arriscar-se a que Israel retome sua ofensiva, ou frear seus ataques, e dar a imagem de que o Estado judeu fixa para ele o seu calendário de atividades.

Em ambos os casos sua posição nas negociações propostas pelo Egito ficaria debilitada. Essas gestões prosseguem com o apoio dos líderes europeus para tentar um acordo para uma trégua estável.

Em linha com o que foi antecipado por Barhoum, e uma vez que Olmert fez o anúncio de cessar-fogo, o braço armado do Hamas, as "Brigadas de Ezzedin al-Qassam", assegurou já de madrugada em comunicado que continuará a luta armada junto a outras facções palestinas.

O braço armado do Hamas advertiu que não deterá seus ataques "enquanto houver um soldado israelense na região e o bloqueio a Gaza continuar"

Mas o representante do Hamas no Líbano, Osama Hamdan, fez uma leitura propícia do anúncio israelense, o que indicaria que o movimento islamita procura uma fórmula política para sair da situação difícil em que se encontra.

Em declarações a redes de televisão árabes, Hamedan felicitou "seu povo por sua vitória", e assegurou que "o inimigo sionista matou civis e causou destruição, mas fracassou em romper a fortaleza da resistência". EFE

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL960626-5602,00-ISRAEL+DECLARA+CESSARFOGO+UNILATERAL+HAMAS+O+REJEITA.html

16 de jan. de 2009

Presidente do Senado abre Fórum em Maceió

Gazetaweb - reportagem de Bruno Soriano
O presidente do Senado e candidato à reeleição, Garivaldi Alves (PMDB-RN), participou do lançamento do Fórum de Integração do Legislativo, evento que teve início na manhã desta sexta-feira, no auditório do Maceió Atlantic Suítes, no bairro de Jatiúca. Na ocasião, Garibaldi voltou a elogiar o colega senador Renan Calheiros (PMDB-AL) – já havia feito o mesmo em solenidade que marcou o início das obras de duplicação da AL-101 Sul nessa quinta-feira –, cobrando-lhe apoio ao pleito que se aproxima.
“Não sei se vou, ou se fico. O meu futuro está nas mãos de Renan”, brincou o senador, referindo-se ao líder de seu partido no senado e que esteve presente ao evento. A preocupação de Garibaldi gira em torno da possibilidade de o PMDB indicar o ex-presidente do Senado, José Sarney, à disputa com Tião Viana (PT-AC).
Na seqüência, o senador potiguar elogiou também o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que não compareceu ao lançamento do Fórum. “O Brasil precisa tomar conhecimento de uma nova Alagoas. Temos de lembrar a sensibilidade do presidente Lula para com o estado, assim como a bravura do povo alagoano, que não se dobrou à crise”, afirmou o senador, que espera contar com o voto dos colegas João Tenório (PSDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL).
Já com relação ao Fórum, Garibaldi afirmou que a preocupação do Interlegis – criado há 10 anos com o objetivo de promover a integração e a modernização das Casas Legislativas do país – é capacitar os vereadores, a fim de que os mesmos ‘possam exercer cada vez melhor as suas atribuições, tanto no tocante à fiscalização, quanto à questão da proposição de leis’.
“Com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento, buscamos contribuir à busca por um melhor assessoramento desses vereadores, já que, até então, as casas legislativas não sabiam onde buscar esse aprimoramento”, emendou Garibaldi Alves, que anunciou, para fevereiro, o lançamento da TV Senado em canal aberto.
Já o senador Efraim Moraes, 1º secretário do Senado Federal, considerou positivo o encontro, ‘sobretudo àqueles que estão iniciando um mandato’. “O Interlegis em Alagoas representa o fortalecimento do legislativo no estado. Integrar as três esferas é de fundamental importância porque prepara o vereador a legislar e a fiscalizar”, comentou o senador, sobre o evento que debateu temas como ‘Uma visão da história política do Brasil: o papel dos municípios’, palestra ministrada pelo professor de História, Antônio José Barbosa.
O Interlegis disponibiliza tecnologia e informação, com computadores, impressoras e outros equipamentos, produtos e serviços, às Casas Legislativas. Pelo portal (www.interlegis.gov.br), o serviço mais usado desenvolve uma plataforma básica de operacionalização virtual de informações, que gera o portal personalizado de casa Casa na internet.
Também participaram do encontro o presidente da Assembléia Legislativa de Alagoas, Fernando Toledo (PSDB), o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Dudu Hollanda (PMN), e o prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB), além de deputados estaduais e dezenas de vereadores e prefeitos de municípios alagoanos.
http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=168520

15 de jan. de 2009

Hermas Brandão quer “zerar” processos pendentes em 2009

Novo presidente do TC diz que pretende julgar todas as contas atrasadas até o final do ano

Ivan Santos
Franklin de Freitas
Hermas Brandão e Nestor Baptista, ontem na posse: 40% das contas são desaprovadas hoje
Hermas Brandão e Nestor Baptista, ontem na posse: 40% das contas são desaprovadas hoje
O ex-deputado estadual Hermas Brandão assumiu ontem a presidência do Tribunal de Contas prometendo “zerar” até o final do ano o julgamento de prestações de contas pendentes de municípios e órgãos estaduais. A promessa foi uma resposta à cobrança pela demora no julgamento de casos antigos, como o do deputado estadual e ex-prefeito de Londrina, Antonio Belinati (PP), que teve as contas de prefeito relativas a 1999 reprovadas pelo TC, mas obteve uma liminar em maio de 2008, às vésperas da eleição, que o permitiu concorrer novamente ao cargo. Belinati acabou tendo o registro da candidatura cassado pela Justiça Eleitoral, que convocou novas eleições e determinou a posse do presidente da Câmara Municipal como prefeito interino.
“Antes da Lei Orgânica acontecia dos processos ficarem engavetados. Hoje tem prazo”, justificou Brandão, referindo-se a Lei Orgânica do TC, que entrou em vigor em 2006, determinando que o tribunal tem prazo de no máximo um ano para julgar as prestações de contas de gestores municipais e estaduais. Segundo o novo presidente, o acúmulo de processos antigos pendentes ocorreu justamente por conta da falta de prazo para esses julgamentos, até a entrada em vigor da nova lei.
Autor do parecer aprovado pelos conselheiros, que deram liminar suspendendo a inclusão de Belinati na lista dos inelegíveis por irregularidades em um convênio entre a prefeitura de Londrina e o Estado, Brandão lembrou que assim como em outros tribunais, o TC permite que prefeitos e administradores possam recorrer até três vezes para suspender condenações por irregularidades em suas contas. “Temos todos os trâmites normais de outros tribunais”, alegou. Questionado sobre se o excesso de recursos não favoreceria manobras protelatórias de políticos condenados, com o objetivo de continuar disputando eleições, o conselheiro afirmou que esses recursos estão previstos em lei. “Não posso ferir a Constituição. Temos que cumpri”, disse. “O que podemos fazer é agilizar esses processos”, afirmou.
Segundo o presidente, o índice de desaprovação de contas de municípios gira hoje em torno de 40%. De acordo com Brandão, a maior parte dessas condenações ocorre por erros formais provocados por falta de documentação ou de capacitação dos técnicos das prefeituras. “90% dos problemas são erros técnicos, não de má-fé”, insistiu.
Questionado sobre as denúncias feitas pelos prefeitos que assumiram recentemente, de terem recebido municípios em situação de caos, com acúmulo de dívidas, salários atrasados, equipamentos e veículos comprometidos, o novo presidente do TC reconheceu, porém, que ela indica a prevalência de administradores inescrupulosos.
“Temos 10% de irresponsáveis”, afirmou, convocando os novos prefeitos a buscarem ajuda do tribunal para fazer o levantamento da situação de seus municípios e assim, responsabilizarem os gestores pelas eventuais irregularidades praticadas. Brandão, entretanto, relativizou as denúncias, afirmando que elas também fazem parte do jogo político. “Muitas vezes, por conta da disputa política, tenta se criar fatos graves contra os antecessores”, considerou.
O dirigente garantiu que o TC está atento, e já aplicou multas de R$ 300 milhões nos últimos anos contra administradores que praticaram irregularidades. Mas lembrou que a ação do tribunal está restrita as provas e documentos. “Analisamos o que está dentro do processo. Não temos como verificar se são falsos os documentos apresentados”, disse.
www.bemparana.com.br/index.php?n=93937&t=hermas-brandao-quer-zerar-processos-pendentes-em-2009

14 de jan. de 2009

Violência no Brasil: 50 vezes mais mortos que na Faixa de Gaza

Human Rights Watch condena "crise de segurança pública" que resulta em 50 mil homicídios por ano. Para ONG, violações em presídios, tortura, trabalho forçado e ameaças a indígenas e sem-terra no campo continuam recorrentes

Por Repórter Brasil

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch divulgou, nesta quarta-feira (14), o seu relatório anual que traça um panorama das violações dos direitos humanos no mundo. A "crise da segurança pública" - que, , segundo a entidade, afeta especialmente comunidades pobres de grandes cidades e é perpretada pela ação de gangues criminosas e pelo abuso policial - aparece como um dos principais destaques da seção sobre o Brasil.
"Aproximadamente 50 mil homicídios ocorrem a cada ano no Brasil", sublinha a Human Rights Watch. O relatório veio a público no mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que mais de mil palestinos morreram e cinco mil ficaram feridos nos 19 dias de ataques israelenses na Faixa de Gaza. Dez soldados israelenses morreram em combate (cinco por "fogo amigo") e três civis perderam a vida por causa dos foguetes de grupos árabes que atingiram o território de Israel.
Além do problema da violência urbana, as condições dos presídios, a tortura, o trabalho forçado, as ameaças aos povos indígenas e camponeses sem-terra e a impunidade fazem parte do relatório da ONG internacional.
Violência urbana
No Rio de Janeiro, realça a entidade, centenas de comunidades de baixa renda estão sendo ocupadas e controladas por gangues rotineiramente envolvidas com tráfico ilegal de drogas, extorsão e crimes violentos. A violência policial foi definida como "um problema crônico". Dados oficiais repetidos no relatório mostram que a polícia foi responsável, no estado fluminense, por cerca de um em cada cinco mortes intencionais no primeiro semestre de 2008.
"A polícia alega que essas mortes ocorrem nos confrontos com os criminosos, e registram as ocorrências como ´ações de resistência´ - 757 mortes em decorrência de ação policial foram registradas no estado fluminense (uma média de quatro por dia) no período de janeiro a junho de 2008", detalha a ONG de defesa dos direitos humanos, Human Right Watch.
O relatório cita ainda relatórios sobre ataques indiscriminados por parte da polícia do Rio de Janeiro nas chamadas "megaoperações" em favelas e casos de abusos de policiais fora do serviço. De todos os homicídios no estado de Pernambuco, promotores estimam que 70% são cometidos por esquadrões da morte. Acredita-se que policiais façam parte desses grupos.
O caso das milícias, que também conta com alguns policiais fora de serviço, também é lembrado. Numa das favelas do Rio controladas por milícias, um morador e três empregados do diário "O Dia", que trabalhavam na cobertura jornalística das atividades do grupo no local, foram sequestrados e torturados em maio de 2008. As vítimas sofreram agressões, sufocamento, choques elétricos, ameaças de violência sexual e de morte. Por causa da repercussão na mídia, pelo menos dois integrantes da milícia foram presos e aguardam julgamento - incluindo um dos supostos líderes, que é inspetor policial.
Presídios e tortura
"A tortura permanece como um problema sério no Brasil", avalia a ONG. O relatório oficial da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do sistema penitenciário, divulgado em junho de 2008 com base em evidências coletadas nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, concluiu que o sistema nacional de detenção está corroído pela "tortura física e psicológica".
Em seis estados - Rondônia, Piauí, Mato Grosso, Ceará, Maranhão e Goiás - "assim como em muitos outros", membros da CPI se depararam com "cicatrizes de torturas" em prisioneiros. A comissão constatou ainda que agressões "são rotina nas prisões brasileiras" e que abusos ocorrem nos centros de internação de adolescentes infratores.
"As condições desumanas, a violência e a superlotação que têm marcado historicamente os centros de detenção brasileiros continuam sendo um dos principais problemas de direitos humanos do país. Atrasos no sistema de Justiça contribuem para a superlotação", completa o documento.
De acordo com as estatísticas oficiais, o número de presos subiu para 440 mil (um crescimento de 40% em cinco anos). Aproximadamente 43% desses presos ainda não foram devidamente julgados. A ONG salienta que o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, solicitou intervenção federal em Rondônia por causa das sucessivas violações de direitos humanos no Presídio Urso Branco, na capital Porto Velho (RO).
Trabalho forçado e violência agrária
A Human Rights Watch frisa que o governo federal brasileiro vem dando passos para erradicar o trabalho forçado desde 1995, com iniciativas como a criação do grupo móvel de fiscalização que monitora as áreas rurais. No entanto, a ONG lembra que a Comissão Pastoral da Terra (CPT) coletou denúncias referentes a 8,6 mil pessoas submetidas a condições de trabalho forçado em 2007. No mesmo ano, houve 5.974 (o Ministério do Trabalho e Emprego depois corrigiu esse número para 5.999) libertações.
"O governo federal promoveu avanços positivos nos esforços de combate ao trabalho forçado, mas a responsabilização criminal pelo crime de exploração dos trabalhadores continua rara", analisa o relatório.
Povos indígenas e camponeses sem-terra continuam enfrentando ameaças e violências como resultado de conflitos agrários. Nas contas da mesma CPT, 28 pessoas foram assassinadas e 428 foram presas em 2007. Em março de 2008, Welinton da Silva, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foi ferido com um tiro na perna durante ocupação da Usina Hidrelétrica de Estreito, na divisa do Maranhão com o Tocantins.
Segundo a ONG, defensores de direitos humanos, particularmente aqueles que trabalham com questões de violência policial e conflitos agrários, ainda sofrem intimidação e violência no Brasil.
Impunidade e direito reprodutivo
"Garantir a responsabilização pela violação de direitos humanos permanece como um grande desafio", atesta o relatório, que menciona o caso de Vitalmiro Bastos de Moura (Bida). O fazendeiro acusado de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang em 2005 foi absolvido por júri popular em maio de 2008. Em outro caso, a investigação criminal com relação à morte do acampado Sétimo Garibaldi foi arquivada formalmente, sem que ninguém fosse responsabilizado pelo crime.
O Brasil continua sem submeter a julgamento os responsáveis pelas atrocidades cometidas durante o período de ditadura militar (1964-1985). Na visão da entidade estrangeira, "a Lei de Anistia de 1979 tem sido interpretada para barrar processos contra agentes do Estado"
O aborto, por sua vez, é legal apenas quando se trata de indicação médica por causa do risco de morte da gestante ou quando a gravidez é resultante de estupro. "Investigações criminais em clínicas de saúde femininas em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do Sul levantaram sérias preocupações com relação á privacidade", adiciona a ONG. No bojo de um processo criminal de 2007 que avança no Mato Grosso do Sul, registros médicos privados de milhares de mulheres - que foram inclusive indiciadas - se tornaram públicos em cumprimento à ordens judiciais.
www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=1487

13 de jan. de 2009

Médico de SP é suspeito de abuso sexual contra pacientes mulheres

Roger Abdelmassih é investigado pela polícia e pelo Ministério Público. Médico alega inocência; mais de 20 mulheres se queixaram dele.

Do G1, em São Paulo

Fachada da clínica de Roger Abdelmassih, na Zona Sul de São Paulo (Foto: Eduardo Anizelli/Folha Imagem)

O médico Roger Abdelmassih, um dos maiores especialistas em reprodução assistida do Brasil, é alvo de uma investigação da Polícia Civil de São Paulo e do Ministério Público, que apuram denúncias de atentado violento ao pudor supostamente feitas por ex-pacientes e uma ex-funcionária. Em nota divulgada pelo seu advogado, o médico informou que “é o maior interessado na elucidação total dos fatos".

As investigações começaram a ser feitas no início do ano passado quando algumas ex-pacientes procuraram o Gaeco, um grupo especial do Ministério Público. Desde sexta-feira (9), após as primeiras informações sobre o caso serem divulgadas, além das oito ex-pacientes que já haviam sido ouvidas, outras 14 entraram em contato com os promotores se identificando como vítimas do médico. Segundo o promotor José Reinaldo Carneiro, até a tarde desta segunda-feira (12), três dessas novas reclamantes já haviam sido ouvidas pela polícia.

O Ministério Público espera a conclusão do inquérito policial para poder denunciar o médico à Justiça. “São depoimentos extremamente coerentes, de pessoas que nunca se viram, que não se conhecem e que têm o mesmo conteúdo do ponto de vista de perfil de ataque sexual. Os depoimentos são extremamente graves”, afirmou o promotor.

As pacientes têm idades entre 30 e 45 anos e são de vários estados do país. O relato mais antigo, segundo o promotor, é de 1994 e há outros de 2005, 2006 e 2007. Algumas chegaram a procurar a polícia na época, mas a maioria só se manifestou após ver os relatos na imprensa.

De acordo com a Promotoria, os relatos das pacientes são muito parecidos quanto à forma de abordagem no consultório. Segundo o promotor, os ataques ocorriam quando as pacientes estavam voltando da sedação ou até mesmo sem estarem sedadas e em momentos quando não havia outra pessoa na sala. Os promotores tentaram denunciar o médico no ano passado, mas a Justiça não aceitou a denúncia justificando que os promotores não tinham poder para investigar. O caso foi encaminhado para a polícia, naquela ocasião.

O médico foi chamado para ser ouvido no Ministério Público em agosto do ano passado, mas pediu adiamento justificando motivo de doença dele e da esposa. Cerca de 15 dias depois foi chamado novamente e mais uma vez não se apresentou, segundo a promotoria.

Outro lado

Procurado pelo G1, o médico informou, por meio de nota assinada por seu advogado, Adriano Vanni, e enviada por sua assessoria de imprensa, que “é o maior interessado na elucidação total dos fatos, quando certamente será constatada a sua inocência”, diz o texto.

Ainda segundo a nota, a defesa do médico não conseguiu ter acesso integral ao conteúdo investigado pelo Ministério Público, apesar de ter requisitado isso vários vezes. “Evidentemente é impossível prestar esclarecimentos sem saber o exato teor das acusações”, diz o texto.

“A defesa do dr. Roger sequer conhece a identidade das pessoas que o denunciam, com exceção de uma ex-funcionária que confessadamente é autora de uma tentativa de extorsão”, acrescenta. O promotor diz que a informação não procede. "Desde o primeiro momento em que o médico foi chamado, tudo que o advogado pediu ele obteve, exceto a identidade das vítimas, que serão preservadas", informa a nota.

A nota diz ainda que o médico está indignado com as acusações: “O dr. Roger manifesta sua indignação com os relatos divulgados, que sem uma única prova tentam atingir a reputação de um médico com relevantes serviços prestados à sociedade, inclusive no campo da pesquisa científica, com mais de sete mil crianças nascidas após o trabalho de sua clínica”.
O G1 também entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública para comentar a investigação no âmbito policial. O órgão informou que havia casos sendo investigados no 78º DP, nos Jardins, e na 1ª e 2ª Delegacia da Mulher na capital paulista. A secretaria disse que não pode dar mais detalhes porque as investigações correm sob segredo de Justiça.
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL952553-5605,00-MEDICO+DE+SP+E+SUSPEITO+DE+ABUSO+SEXUAL+CONTRA+ PACIENTES+MULHERES.html