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13 de janeiro de 2009

Médico de SP é suspeito de abuso sexual contra pacientes mulheres

Roger Abdelmassih é investigado pela polícia e pelo Ministério Público. Médico alega inocência; mais de 20 mulheres se queixaram dele.

Do G1, em São Paulo

Fachada da clínica de Roger Abdelmassih, na Zona Sul de São Paulo (Foto: Eduardo Anizelli/Folha Imagem)

O médico Roger Abdelmassih, um dos maiores especialistas em reprodução assistida do Brasil, é alvo de uma investigação da Polícia Civil de São Paulo e do Ministério Público, que apuram denúncias de atentado violento ao pudor supostamente feitas por ex-pacientes e uma ex-funcionária. Em nota divulgada pelo seu advogado, o médico informou que “é o maior interessado na elucidação total dos fatos".

As investigações começaram a ser feitas no início do ano passado quando algumas ex-pacientes procuraram o Gaeco, um grupo especial do Ministério Público. Desde sexta-feira (9), após as primeiras informações sobre o caso serem divulgadas, além das oito ex-pacientes que já haviam sido ouvidas, outras 14 entraram em contato com os promotores se identificando como vítimas do médico. Segundo o promotor José Reinaldo Carneiro, até a tarde desta segunda-feira (12), três dessas novas reclamantes já haviam sido ouvidas pela polícia.

O Ministério Público espera a conclusão do inquérito policial para poder denunciar o médico à Justiça. “São depoimentos extremamente coerentes, de pessoas que nunca se viram, que não se conhecem e que têm o mesmo conteúdo do ponto de vista de perfil de ataque sexual. Os depoimentos são extremamente graves”, afirmou o promotor.

As pacientes têm idades entre 30 e 45 anos e são de vários estados do país. O relato mais antigo, segundo o promotor, é de 1994 e há outros de 2005, 2006 e 2007. Algumas chegaram a procurar a polícia na época, mas a maioria só se manifestou após ver os relatos na imprensa.

De acordo com a Promotoria, os relatos das pacientes são muito parecidos quanto à forma de abordagem no consultório. Segundo o promotor, os ataques ocorriam quando as pacientes estavam voltando da sedação ou até mesmo sem estarem sedadas e em momentos quando não havia outra pessoa na sala. Os promotores tentaram denunciar o médico no ano passado, mas a Justiça não aceitou a denúncia justificando que os promotores não tinham poder para investigar. O caso foi encaminhado para a polícia, naquela ocasião.

O médico foi chamado para ser ouvido no Ministério Público em agosto do ano passado, mas pediu adiamento justificando motivo de doença dele e da esposa. Cerca de 15 dias depois foi chamado novamente e mais uma vez não se apresentou, segundo a promotoria.

Outro lado

Procurado pelo G1, o médico informou, por meio de nota assinada por seu advogado, Adriano Vanni, e enviada por sua assessoria de imprensa, que “é o maior interessado na elucidação total dos fatos, quando certamente será constatada a sua inocência”, diz o texto.

Ainda segundo a nota, a defesa do médico não conseguiu ter acesso integral ao conteúdo investigado pelo Ministério Público, apesar de ter requisitado isso vários vezes. “Evidentemente é impossível prestar esclarecimentos sem saber o exato teor das acusações”, diz o texto.

“A defesa do dr. Roger sequer conhece a identidade das pessoas que o denunciam, com exceção de uma ex-funcionária que confessadamente é autora de uma tentativa de extorsão”, acrescenta. O promotor diz que a informação não procede. "Desde o primeiro momento em que o médico foi chamado, tudo que o advogado pediu ele obteve, exceto a identidade das vítimas, que serão preservadas", informa a nota.

A nota diz ainda que o médico está indignado com as acusações: “O dr. Roger manifesta sua indignação com os relatos divulgados, que sem uma única prova tentam atingir a reputação de um médico com relevantes serviços prestados à sociedade, inclusive no campo da pesquisa científica, com mais de sete mil crianças nascidas após o trabalho de sua clínica”.
O G1 também entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública para comentar a investigação no âmbito policial. O órgão informou que havia casos sendo investigados no 78º DP, nos Jardins, e na 1ª e 2ª Delegacia da Mulher na capital paulista. A secretaria disse que não pode dar mais detalhes porque as investigações correm sob segredo de Justiça.
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL952553-5605,00-MEDICO+DE+SP+E+SUSPEITO+DE+ABUSO+SEXUAL+CONTRA+ PACIENTES+MULHERES.html

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