Somália. Libertado superpetroleiro saudita
Pirataria de costa mantém 13 navios e 250 tripulantes como reféns
Seis piratas somalis afogaram-se ontem quando tentavam regressar à costa, após recolherem o resgate pela libertação do superpetroleiro saudita Sirius Star. O naufrágio, confirmado pelo líder dos piratas, Mohammed Said, terá sido causado por excesso de velocidade, pois o grupo fugia de navios de guerra ocidentais. Um décimo do resgate afundou com a embarcação.
Pouco antes deste incidente, o pagamento de três milhões de dólares (por um contentor enviado de pára-quedas, o que se pode ver na imagem) assegurara a libertação do superpetroleiro, o maior navio jamais capturado por piratas somalis. Aliás, o Sirius Star foi abordado bastante a sul, ao largo de Nairobi, o que equivale a dizer que as actividades de pirataria se estendem neste momento a um quarto do Oceano Índico, impossibilitando a vigilância da crescente frota internacional.
O navio ontem libertado foi capturado a 15 de Novembro. Tem 330 metros de comprimento e transportava dois milhões de barris de petróleo. Seguiu viagem, em rota não divulgada, com a sua tripulação de 25 homens. O Sirius Star pertence à Vela International, a companhia de transporte marítimo da petrolífera saudita Aramco.
Entretanto, foi igualmente libertado o Delight, um navio iraniano com pavilhão de Hong Kong, capturado a 18 de Novembro e que transportava 36 mil toneladas de trigo. Não se sabe se foi pago resgate.
O drama da libertação do Sirius Star e posterior afundamento da lancha rápida ocorreu em Harardhere, 300 quilómetros a norte de Mogadíscio, um dos principais portos onde operam os piratas. Contactado pela AFP, o líder local, Mohammed Said, explicou que outros oito tripulantes tinham sobrevivido ao naufrágio. A embarcação "tinha peso a mais e navegava a grande velocidade, com receio de estar a ser perseguida", explicou Said. Outra testemunha disse que os piratas "estavam eufóricos com o resgate e tentavam fugir de navios estrangeiros".
Com a libertação destes dois navios, os piratas têm agora 13 embarcações na sua posse, com um total de 250 tripulantes. Só em 2008, houve 111 ataques a navios e 42 capturas. Além do superpetroleiro (valor de 150 milhões de dólares, mais a carga de 100 milhões), os piratas apoderaram-se de um cargueiro ucraniano que transportava armas, incluindo carros de combate.
As autoridades marítimas estão preocupadas com a situação, que tem impacto nos seguros e nos preços dos transportes, sem mencionar os perigos para as tripulações. A marinha americana vai liderar uma nova frota internacional, mais poderosa, à qual se deverão juntar pelo menos 20 países, incluindo europeus.
http://dn.sapo.pt/2009/01/11/internacional/corrida_pelo_dinheiro_resgate_mata_s.html
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