Manifestantes queimam cartazes durante protesto, em Paris, contra o bombardeio israelense contra a Faixa de Gaza |
PARIS (AFP) — Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado nas grandes cidades européias para pedir o fim da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, entre elas mais de 20.000 em Paris, onde jovens entraram em confronto com a polícia.
Na capital francesa, entre 21.000 e 25.000 manifestantes se reuniram para expressar apoio à população de Gaza, gritando frases como "somos todos palestinos", "Israel assassino" e "Gaza, estamos todos com você".
"A comunidade internacional é hipócrita. A política de (o presidente francês) Nicolas Sarkozy é totalmente cúmplice", declarou Olivier Besancenot, líder da Liga Comunista Revolucionária (LCR), presente na manifestação junto com a dirigente do Partido Comunista francês, Marie-George Buffet.
Já no fim da manifestação, 200 a 300 pessoas tentaram se dirigir para a embaixada de Israel, mas foram impedidas pela polícia. Vários carros foram incendiados, e a situação continuava tensa no fim da tarde, segundo um correspondente da AFP.
Manifestações foram registradas em várias outras cidades da França. Entre 8.000 e 15.000 pessoas foram às ruas em Lyon (centro-leste) e entre 4.000 e 15.000 protestaram em Marselha (sudeste).
Em Londres, 12.000 pessoas, segundo a polícia, e mais de 60.000, segundo a coalizão pacifista Stop the War, formaram a maior manifestação de rua já vista na capital britânica desde os protestos contra a guerra no Iraque. Várias personalidades, como a cantora Annie Lennox e o ex-prefeito trabalhista de Londres Ken Livingstone, lideraram o cortejo.
Os manifestantes atiraram sapatos velhos contra a grade que impede o acesso a Downing Street, a rua da residência do primeiro-ministro Gordon Brown, em sinal de repúdio à atitude britânica nesta crise.
Eles também quiseram imitar o gesto do jornalista iraquiano que lançou seus sapatos contra o presidente americano, George W. Bush, em dezembro passado, durante uma coletiva em Bagdá.
Manifestações também foram convocadas em Manchester (noroeste da Inglaterra) e Glasgow, na Escócia.
Na Alemanha, cerca de 7.500 se manifestaram em Berlim, e outras 4.000 foram às ruas em Düsseldorf (oeste).
Em Amsterdã, entre 1.500 e 5.000 pessoas foram às ruas para pedir o boicote dos produtos israelenses.
Houve também manifestações em Salzburgo (oeste da Áustria) e Madri.
Na Itália, 2.000 a 3.000 pessoas foram às ruas em Roma, e mais de mil protestaram em Turim e Milão (norte), onde militantes ostentaram bandeiras anti-semitas e queimaram bandeiras de Israel, constatou um fotógrafo da AFP.
Os protestos também chegaram à América do Norte. Neste sábado, milhares de pessoas protestaram nas principais cidades do Canadá contra a ofensiva israelense na Faixa de Gaza e denunciaram a posição de Ottawa a favor das ações de Israel.
Os manifestantes, que enfrentaram temperaturas abaixo de zero em Ottawa, Toronto e Vancouver, pediram o fim das hostilidades.
Pelo menos 452 palestinos, entre elas 75 crianças e 21 mulheres, morreram desde sábado passado na ofensiva israelense na Faixa de Gaza, que também deixou quase 3.000 feridos.
No mesmo período, cerca de 500 foguetes palestinos disparados desde a Faixa de Gaza deixaram quatro mortos em Israel, entre eles um soldado, e cerca de 15 feridos, segundo o Exército e a Polícia do Estado hebreu.
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