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22 de maio de 2015

Deus não olha a aparência




 
 
 
Muito se tem discutido, ultimamente, sobre a aparência de Jesus. Até mesmo computadores com modernos programas de construção facial foram utilizados em um suposto crânio do primeiro século de um suposto palestino para sugerir a possibilidade de Jesus ser um homem de tez morena e aparência tosca. Era uma primorosa tentativa de mostrar que Jesus não era o bonitão que há séculos os artistas pintam em suas telas ou que os filmes hollywoodianos mostram.
Sem entrar no mérito da questão, porque jamais iremos resolvê-la a contento, Jesus tinha, de fato, uma aparência comum. Para identificá-lo entre os discípulos, Judas teve de lhe dar um beijo no rosto. É no mínimo curiosa a descrição que Dele fez o profeta Isaías: “Não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse” (Is 53.2). Alguns afirmam que isso era devido ao seu sofrimento na cruz. Outros defendem que se aplicava à própria aparência pessoal do Messias como um homem comum do povo.
Se Jesus era de compleição atraente ou se não correspondia a um belo espécime de masculinidade, não importa. O que contava para Jesus era a Sua fidelidade ao Pai, não a Sua aparência. Em vez de buscar ser aceito e medido por valores mundanos arbitrários, se entregou totalmente à vontade de Deus, pois isso era tudo o que realmente lhe importava na vida.
O problema é que vivemos em um mundo absolutamente tomado pela idéia de que o que importa não é o que você é, mas sim aquilo com que se parece. A conexão entre beleza e felicidade é tão evidente que se alguém tem algum defeito ou não possui beleza seu destino é ser tratado como “sucata da humanidade”.
Hoje, há drogas injetáveis para quem se recusa a envelhecer. Há abundantes programas de dieta, nem tanto pela saúde, mas para ter um belo corpo. Academias de ginástica proliferam e prometem esculpir corpos malhados e bonitos. Cirurgias plásticas se tornaram imensamente acessíveis aos endinheirados, e são o caminho mais fácil para, sob encomenda, refazer o corpo.
Vivemos numa cultura intoxicada pelo culto da beleza e pela divinização do corpo. Essa obsessão pela aparência física gera o subproduto da “epidemia de inferioridade”, acometendo pessoas que, por serem comuns e não terem nascido com uma confluência maravilhosa de genes, gostariam de estar do outro lado. É esse filão que os profissionais da publicidade e propaganda exploram.
O fato é que nascemos com um desejo legítimo de ter significação. Isso é uma bênção de Deus. E deveria nos levar ao equilíbrio entre a ênfase apropriada no caráter e o cuidado conveniente pelo corpo. Mas como nossa cultura prima pela apreciação da beleza acima do caráter, muitos procuram se empenhar em satisfazer seus padrões de aceitação, pois desejam desesperadamente a aprovação dos outros.
É tudo uma questão de valores. Afinal de contas, não é hora de voltarmos aos valores cristãos fundamentais de que somos criados por Deus, temos um valor intrínseco conferido por Ele, que somos amados pelo Senhor a partir do que somos e não pelo que parecemos?
Quando o profeta Samuel foi enviado por Deus para ungir um rei para Israel entre os filhos do belemita Jessé, seus sete filhos mais velhos e bem-apessoados desfilaram com suas melhores roupas diante do velho profeta. Porém, o Senhor não indicou nenhum deles para ser o futuro rei. Logo no primeiro, diante da perplexidade de Samuel, Deus lhe respondeu: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Sm 16.7).
Essa verdade deveria estar totalmente impregnada em nossa mente e coração, sabedores que Deus privilegia e recompensa o comportamento, o caráter e a fidelidade, não a aparência física. Temos de bradar que é injusto competir no mundo da beleza física, principalmente no universo feminino. Apregoemos que há coisas mais importantes que a aparência física, como está escrito: “A formosura é uma ilusão, e a beleza acaba, mas a mulher que teme ao Deus Eterno será elogiada” (Pv 31.30).
Tim Hansel conta a história de um adolescente que tinha uma enorme marca de nascença no rosto. Em vez dele se sentir inseguro ou com vergonha de si mesmo, mostrava uma inabalável segurança em sua autoestima e mantinha um bom relacionamento com os outros estudantes. Ele parecia não ter consciência de sua aparência, de modo que alguém lhe perguntou o porquê disso.
Ele respondeu: “Desde que eu era pequenino, meu pai começou a dizer-me que eu tinha a marca de nascença por dois motivos: primeiro, porque um anjo me beijou; segundo, para que Papai do céu pudesse me achar no meio de uma multidão”. E acrescentou: “Meu pai me contou essa história tantas vezes e com tanto amor que, quando cresci, comecei a ter pena das outras crianças que não tinham sido beijadas por um anjo como eu”.
Embora seu filho não tenha sido beijado por um anjo e nem Deus precise pôr um sinal em alguém para reconhecê-lo, aquele pai tinha um discernimento teologicamente correto em um ponto. Ele fez o seu filho entender que marcas de nascença ou deficiências físicas não provêm de um julgamento divino; antes, porém, podem se tornar em bênção, quando admitimos que Deus não olha para a aparência física e pode nos dotar de abundante graça na própria vida.
 

 
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém




20 de maio de 2015

Como valorizar o seu voto





O Brasil é um país relativamente jovem, tanto no aspecto da idade democrática, como pelo perfil etário dos eleitores, na sua maioria com menos de trinta anos. Talvez por isso muitos não consigam avaliar o quanto custou às gerações passadas os direitos que nos foram legados, principalmente o de poder escolher livremente os nossos governantes. Essa liberdade é uma grande bênção de Deus, que levantou e inspirou, no decorrer da História, as pessoas certas para o encaminhamento da luta democrática que pôs fim às inomináveis tiranias com as quais o mundo foi obrigado a conviver por muito tempo.
O escocês Samuel Rutherford (1600–1661) foi um desses homens. Ele viveu numa época em que não havia democracia, quando o máximo que se podia aspirar era sonhar por dias menos piores. Ele escreveu uma obra intitulada “Lex Rex” (1644), cujo significado é: “A Lei é rei”, que defendia a superioridade da lei sobre a realeza. A frase foi absolutamente perturbadora para a sua época. Antes disso tinha sido “Rex Lex”, ou seja, “o rei é a lei”. Desse modo, nessa obra magnífica ele escreveu que a Lei, e ninguém mais, reina e estabelece todas as estruturas de poder e autoridade. Depois desse libelo que propugnava pelo governo baseado no império da Lei é que a democracia realmente tomou fôlego e se estabeleceu em muitos países do mundo, inclusive, a muitas custas, no Brasil.
       Na definição de Abraham Lincoln, “democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo”. Ou seja, o povo escolhe, pelo voto, não somente os seus representantes, mas, principalmente, o seu próprio destino político. É por isso que o modo como cada eleitor trata o seu voto é importante. Se o mesmo tem consciência política e exerce plenamente o seu direito de cidadão, saberá valorizar o seu voto na mesma proporção da sua dignidade como ser humano responsável. Se não, apenas o venderá por um bocado, um trocado, um agrado.
A estatura de cada cidadão é medida pela valoração que dá ao seu voto, pelo modo como expressa a sua vontade política. E o nosso país, embora ainda esteja em plena infância democrática, já é rico em bons e maus exemplos de como se deve ou não deve tratar essa questão.
Para alguns, a consciência parece estar no estômago, pois vendem os seus votos por uma cesta básica, por exemplo. Para outros, a consciência está no bolso, e por um dinheirinho vendem o seu impagável direito de cidadania, mesmo que tal ajudinha seja travestida de programa social em suposto benefício dos pobres. Não sou contra ajudar os pobres, e nossa Igreja faz isso muito bem há mais de 100 anos. Mas quando um programa social mantém os pobres atrelados e imobilizados socialmente a uma eterna dependência, ele se transforma em um grande e imoral estelionato eleitoral. Isto porque obriga os pobres a votar num determinado candidato “oficial” pelo simples medo de virem a perder as parcas migalhas que caem da mesa dos donos do poder.
Outros ainda votam por simpatia, se deixam levar por emoções da hora, porque o candidato tem charme ou fala bonito. Há os que praticam o voto útil, traindo as próprias convicções pelo simples temor de fazer parte do time de perdedores. Um outro grupo está incluído na categoria do “tanto faz”, pois votar é apenas uma outra chatice de que é obrigado a participar. Esses são apenas alguns exemplos negativos, dentre muitos outros. Mas há os que realmente se importam e fazem grande diferença com o seu voto.
E aqui, cabe-nos adicionar que, se há um grupo que pode e deve fazer alguma diferença na hora de votar, é o que se chama de cristão, o que inclui a todos os que se dizem seguidores de Jesus. Como “sal da terra e luz do mundo”, precisamos influir na escolha daqueles que governarão sobre nós. Como “sal”, podemos contribuir para “temperar” os destinos da sociedade ajudando a colocar nos centros do poder homens e mulheres não somente aptos, mas também tementes a Deus e comprometidos com a Justiça e a Verdade. Como “luz”, podemos utilizar todo o equilíbrio de uma consciência esclarecida para não nos deixar ludibriar por propostas enganadoras, e também para pedir sabedoria do Alto para nos ajudar a estabelecer a vontade de Deus quanto aos destinos de nosso país.
Portanto, essa é a tônica: se o voto é tão importante, que diferencial o nosso voto, como cristãos, adiciona a estas eleições? Em outras palavras, que valor agregaremos no instante do voto e que diferença isso fará? Cada cristão deve ter em mente que é cidadão brasileiro, mas também é cidadão do reino dos céus. Por isso não deve de modo algum votar em candidatos corruptos, ou ligados a grupos sabidamente comprometidos com a injustiça da corrupção.
O cristão agrega valor ao seu voto na medida em que faz a sua escolha com a consciência limpa diante de Deus, velando sobre o seu voto com oração para o Senhor guiar e abençoar os candidatos que ajudou a eleger.
Tenho por certo que Deus quer o melhor para o Brasil. Mas sei também que essa é uma tarefa que Ele quer fazer com a nossa cooperação. Portanto, o meu desejo é que saibamos valorizar o nosso voto, e que neste Domingo, 5 de Outubro, façamos uma grande diferença.



Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

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6 de maio de 2015

Política: Missão ou Negócio?




No próximo dia 5 de Outubro, teremos mais uma oportunidade de ajudar o Brasil a melhorar, sabendo que o nosso voto cidadão e missionário fará toda diferença para eleger: Presidente do Brasil, Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual. Pesa sobre os nossos ombros uma imensa responsabilidade de colocar, com o nosso voto, as pessoas certas nos lugares certos, sabendo igualmente que essas mesmas pessoas governarão sobre nós, farão leis e as executarão, e isso definirá em grande medida a nossa vida. Que grande responsabilidade a nossa!
A maneira de cada eleitor tratar o seu voto fornece uma boa pista para sinalizar se o mesmo tem consciência política e exerce plenamente o seu direito de cidadão, ou não. Desse modo, a estatura de cada cidadão é medida pela valorização que confere ao seu voto, pelo modo como expressa a sua vontade política.
Por isso, o voto é não somente intransferível e inegociável, mas também precisa refletir a compreensão que o eleitor tem do momento histórico do seu país e do seu estado. Em função disso, o eleitor não deve, em hipótese alguma, violar a sua consciência política, principalmente no que diz respeito à sua maneira de ver a realidade social. Deve, portanto, discernir se o candidato que pede o seu voto é uma pessoa lúcida e comprometida com as causas da Justiça e da Verdade, e não um oportunista de plantão, que só aparece em época de eleição.
Devemos ter em mente que o nosso voto é, de algum modo, um instrumento revolucionário e pacífico de transformação social. E essa é uma característica única e essencial de democracias sólidas e estáveis, cuja ação só pode ser realizada por um ato responsável da vontade e da consciência de cada cidadão.
Quer queiramos admitir ou não, estaremos caminhando para uma situação que pode melhorar ou piorar o nosso país, dependendo da nossa atitude, da nossa escolha. Se formos omissos ou desinteressados, ajudaremos a piorar a situação; se formos responsáveis e diligentes, solidários e participativos, com o voto consciente e de qualidade, daremos um grande passo para melhorar o que pode ser melhorado. Se não der para mudar tudo de uma só vez e fazer o bem mais amplamente, poderemos ao menos tentar evitar que o mal prospere, em votando e elegendo os candidatos sérios e de melhores propostas.
Procure avaliar a vida dos candidatos, informe-se a respeito, veja se é um bom caráter, se é uma pessoa séria, se tem propostas coerentes, e prime por escolher o seu candidato num elenco que traga essas legítimas características.
É preciso entender a política como a nobre missão de governar produzindo o bem-estar comum, e não um meio de negócio. Quando a política deixa de ser missão para se transformar em negócio, perde sua função precípua de produzir o bem comum, passando a servir aos interesses individuais, tornando indistinta e promíscua a relação entre o público e o privado.
O que se pode esperar de um país com essa cultura política? A alienação do eleitor cresce pela desilusão, a degradação da democracia via corrupção, os partidos sem ideologia, os parlamentos sem identidade e sintonia com o povo, a burocracia da administração governamental criando dificuldades a fim de negociar facilidades.
Mudar essa cultura política não é coisa fácil, todavia se impõe como desafio a ser enfrentado para que um futuro melhor possa vir. Outras nações já alcançaram esse estagio e nós poderemos fazê-lo também. O desafio é grande, e no dizer do Ministro Joaquim Barbosa: "O Brasil precisa se livrar dos resquícios de autoritarismo, do nepotismo, da cultura dos privilégios, do jeitinho e de resquícios da escravidão".
Veja que não são poucos os candidatos que tentam passar a impressão de que são mais virtuosos que todos os outros. Fazem-nos pensar que, uma vez eleitos, a vida será transformada num mar de rosas. Embora saibamos que não existe candidato perfeito, não podemos nos deixar cair no extremo de deplorar constantemente a classe política, sem fazer absolutamente nada para mudar a situação. Essa é uma atitude negligente e cômoda de quem vive criticando, mas nada faz. As pessoas responsáveis, porém, têm de fazer algo a partir do seu próprio voto.
O que temos de entender adequadamente é que, a despeito da imperfeição dos candidatos, a operação da graça de Deus, mediante as nossas orações e vigilância, pode ajudar a brotar o melhor da sua humanidade. O candidato que for eleito, embora imperfeito, poderá agir decente e racionalmente para o bem comum e contribuir para resolver os intrincados problemas sociais que acometem a nossa sociedade.
Como seguidores de Cristo e cidadãos brasileiros, devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para que a nossa sociedade melhore, principalmente em votando nos candidatos que defendem princípios que se harmonizam com a Palavra de Deus, a nossa regra de fé e prática. Vote especialmente em nossos irmãos que exercem o seu sacerdócio na política, fazendo do exercício de seu mandato uma grande missão cristã e cidadã, diferentemente daqueles que têm a política como um grande negócio e deste se locupletam.
Escrevamos esta história com o nosso voto, e que Deus nos abençoe nisto!
Feliz é a nação cujo Deus é Senhor!



Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém


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17 de março de 2015

Cristãos verdadeiros ou apenas fingindo




Vez por outra, ouve-se a história de um motorista que bateu em outro carro num estacionamento e, diante do olhar de testemunhas, fingiu identificar-se e colocar o seu endereço e o número do telefone em um bilhete pregado no para-brisa do carro abalroado, para posterior contato, quando na verdade escreveu: “Acabei de bater em seu carro. As pessoas que viram estão me observando, talvez achando que eu estou a escrever o meu endereço e telefone... mas não estou”. Ele estava apenas fingindo, dissimulando, encobrindo com astúcia um malfeito. Embora provavelmente todos pudessem pensar em seu gesto como algo honesto, o fingido bem sabia que estava apenas fingindo.
Como estou tratando de cristãos, se tomarmos apenas as aparências e os estereótipos, assim de cara, nunca saberemos quem realmente está sendo verdadeiro ou apenas fingindo. Mas cada pessoa, indubitavelmente, sabe se está sendo verdadeiro ou apenas fingindo. E Deus, acima de todos, sabe tão bem quanto.
Lembro-me do caso de um jovem que foi participar de uma entrevista para ocupar um cargo em uma empresa. Ele apresentou-se bem vestido e causou, de primeira, uma boa impressão ao diretor de recursos humanos. Ele também apresentou um excelente currículo, onde listou como referência o pastor da igreja onde frequentava, assim como o seu professor da escola bíblica e um diácono.
O diretor, após analisar o currículo por alguns minutos, então falou: “Aprecio as recomendações de seus amigos da igreja. Mas eu gostaria realmente de saber a opinião de alguém que se relaciona com você durante a semana”.
É lamentável dizer, mas a posição tomada pelo diretor parece revelar que há um nítido contraste na forma como alguns cristãos agem na igreja e o seu comportamento no mundo. Quando na igreja, diante da vista do Deus onisciente, que tudo vê e tudo conhece, todos deveriam ser verdadeiros – porque o próprio Deus está em busca de adoradores que o adorem em espírito e em verdade –, parece que o ambiente se torna muito mais propício ao fingimento de uma espiritualidade quase perfeita do que a uma expressão de fé genuína de gente imperfeita mas sincera.
Não pretendo desmerecer ou julgar ninguém, mas, como pastor, trato diariamente com questões dessa natureza. Não são poucos os cristãos que, mesmo sendo assíduos na igreja, embora parecendo quase perfeitos, na realidade não podem ser tomados como modelo de vida cristã autêntica, tanto na sua relação com Deus como em seu relacionamento com as pessoas.
Alguns cristãos vivem um padrão duplo, pois sua conduta diária teima em ser inconsistente com os valores espirituais; sua caminhada no mundo mostra-se francamente em desarmonia com sua suposta caminhada com Deus. São cristãos dissimuladores, que apenas fingem certos aspectos de sua fé.
Um bom teste para sabermos se estamos sendo coerentes é nos perguntarmos: Será que os nossos amigos da igreja se chocariam se observassem nossas ações e ouvissem o que falamos no trabalho ou em casa? As pessoas de nossa casa se impressionariam ao observarem o nosso comportamento no ambiente da igreja?
Há outras questões que não querem (e não podem) calar. Na verdade, que exemplo é deixado para as pessoas com as quais convivemos e que rotineiramente nos observam? Um bom cristão aos domingos não deveria também ser um bom cristão durante a semana toda?
Jesus nos ensinou que temos o dever de ser tanto “sal da terra” como “luz do mundo”. E isso todo dia, não só aos domingos; e o dia todo, não só na hora do culto. Isso quer dizer que o nosso testemunho deve ser efetivamente produtivo e verdadeiramente sincero. Mas Jesus também advertiu quanto ao perigo de o nosso testemunho vir a tornar-se improdutivo e incoerente, exemplificando isso com a possibilidade de o sal perder o sabor e a luz ficar escondida (Mt 5.13-20).
Há, porém, duas coisas que devemos considerar sobre esses elementos. Primeiro, o sal só é útil para dar sabor se estiver em contato com a comida, misturado a ela. Jesus nos chama para darmos “sabor” à sociedade em Seu nome, por meio do nosso envolvimento com as pessoas, obviamente com o nosso testemunho condizente com os valores espirituais que professamos. Assim, temos de viver, “acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo” (Fp 1.27).
Segundo, a luz deve ser sempre visível, senão perde o seu papel e importância. Cristãos que vivem como “agentes secretos” de Deus precisam sair do esconderijo e ser conhecidos como discípulos. Em vez de “povo encolhido”, precisamos ser vistos como “povo escolhido” de Deus, cuja profissão de fé deve ser evidenciada por meio das boas obras, “as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).
O sal se imiscui na comida sem alarde e lhe dá sabor. Quando ele não está lá, logo se nota. Assim também a luz, quando fata, que falta faz. Moody disse: “Um farol não precisa fazer alarido para atrair a atenção dos navios. Ele apenas brilha”.
Assim, cada um de nós precisa responder: sou um cristão verdadeiro ou estou apenas fingindo?



Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém


Publicação
 

Domingos Teixeira Costa






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