Brasil
Operação desarticulou 4 quadrilhas de tráfico que agiam no aeroporto. Traficantes, diz PF, agiam com a complacência de funcionários do governo.
Uma auditora da Receita Federal, um funcionário da Infraero e dois policiais civis estão entre as 32 pessoas presas até o final da manhã desta terça-feira (10) pela Polícia Federal em São Paulo na Operação Carga Pesada. A operação foi deflagrada no início desta manhã no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, com o objetivo de desarticular e prender integrantes de quadrilhas de tráfico internacional de cocaína.
Foram presos integrantes de quatro quadrilhas que agiam no aeroporto enviando a droga para países da África e da Europa. Segundo o procurador da República Vicente Mandetta, que participa das investigações do caso, os traficantes subornavam funcionários dos setores de fiscalização de Cumbica, que permitiam a entrada da droga nos aviões.
O esquema de três das quadrilhas, que foi divulgado nesta manhã durante entrevista coletiva na sede da Polícia Federal, na Zona Oeste de São Paulo, funcionava da seguinte forma: funcionários do setor de transporte de cargas saiam com veículos exclusivos do aeroporto e recolhiam a droga, que era colocada dentro de malas com, em média, 50 kg cada. Eles retornavam para o aeroporto. Como os veículos não passavam por fiscalização, porque eram do setor de segurança, a droga era colocada então em contêineres de bagagens e, em seguida, direto na área de cargas das aeronaves.
As investigações das quadrilhas tiveram início em 2007 com um pedido de cooperação da polícia da África do Sul. Até esta terça-feira tinham sido presas 26 pessoas (completando com as 32 detidas até o final desta manhã um total de 58 pessoas) apreendidos 540 kg de cocaína: metade da quantidade no Brasil e a outra metade na Holanda, Portugal, Espanha e África do Sul. Também foram expedidos nesta terça 35 mandados de busca e apreensão.
Policiais
Além dos dois policiais presos nesta terça, outros dois policiais civis fazem parte do grupo de 26 presos anteriormente. Um deles, de acordo com Mandetta, teria participação ativa como traficante. Os outros três foram detidos por tentativa de extorsão contra os traficantes. Também foram presos mais de dez funcionários de diversas companhias aéreas. A Polícia federal não quis especificar, porém, de quais companhias.
Além das prisões em São Paulo foram expedidos outros dois mandados nas cidades de Campo Grande a Ponta Porã (MS). Os dois suspeitos desse estado fariam parte da única das quatro quadrilhas desarticuladas que usavam “mulas”, pessoas que transportam a droga, para o tráfico. Além de brasileiros, nigerianos participavam do esquema de tráfico como donos da droga.
Embora a polícia não tenha citado valores, o procurador Mandeta informou que as quadrilhas enviavam sempre remessas de 50 kg e que recebeu a informação de que cada quilo chegava a ser vendido por cerca de 40 mil euros na Europa. Além disso, o procurador informou ainda que uma pessoa que participava do esquema apenas empurrando as malas com droga chegava a ganhar R$ 5 mil.
Mandetta afirmou ainda que não está descartada a possibilidade de envolvimento de outros agentes do aeroporto no tráfico de drogas. Para coibir isso, serão tomadas medidas de prevenção em Guarulhos. A polícia não especificou, porém, que medidas seriam essas.
A reportagem do G1 entrou em contato com as assessorias da Receita Federal, Infraero e Secretaria da Segurança Pública de São Paulo e todas ficaram de se pronunciar posteriormente.Fonte: Portal G1
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