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9 de julho de 2008

Criança que recebeu córnea de menino baleado na Tijuca passa bem

O transplante foi realizado na manhã desta quarta-feira (9), em um hospital particular.
O segundo órgão será doado a uma outra criança, que passará por cirurgia na quinta.
Do G1, no Rio com informações do RJ TV
Foto: Ricardo Leoni / Agência O Globo
Ricardo Leoni / Agência O Globo
João Roberto morreu após ser baleado em tiroteio na Tijuca. (Foto: Ricardo Leoni /Ag. O Globo)

Uma das córneas de João Roberto Amorim Soares, de 3 anos, morto após ser baleado em um tiroteio na Tijuca, na Zona Norte do Rio, foi recebida pela menina Larissa, de 8 anos. O transplante foi realizado na manhã desta quarta-feira (9), em um hospital particular, em Piedade, subúrbio do Rio. Larissa passa bem.

Segundo a Secretaria estadual de Saúde, a segunda córnea também será doada a uma criança, que passará pela cirurgia na quinta-feira (10).

PM foram transferidos

Nesta madrugada, os dois policiais militares suspeitos de atirar contra um carro e em que estava João Roberto, sua mãe e o irmão foram transferidos para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, subúrbio do Rio.

O governador Sérgio Cabral declarou que os dois policiais militares envolvidos na morte do menino João Roberto Amorim Soares “estão fora da PM”. “Não tem conversa. Tem que expulsar. São dois assassinos”, disse o governador durante uma reunião na Secretaria estadual de Segurança com o Secretario Estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, o comandante geral da PM, Gilson Pitta Lopes e outros representantes da equipe de segurança do estado. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, para ser expulso da corporação, o policial deve passar por um IPM (Inquérito Policial Militar) e, depois, por uma comissão que irá avaliar se ele deve ou não ser banido da PM. O G1 tentou entrar e contato com a Associação dos Policiais Militares (Assinap), mas nenhum representante foi encontrado.

Decretada prisão temporária dos policiais

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou, na noite desta terça-feira, a prisão temporária por 30 dias dos dois policiais militares suspeitos de atirar contra o carro onde estava o menino João Roberto Amorim Soares. A decisão atende a um pedido do Ministério Público Estadual. O MP recebeu o pedido do delegado responsável pelo caso, Walter Alves, indiciando os PMs, do 6º BPM (Tijuca), por homicídio doloso qualificado (com intenção de matar e sem dar chance de defesa à vítima). A prisão foi decretada pelo juiz de plantão Ricardo Rocha. No Inquérito Policial Militar (IPM), os dois militares mantiveram a versão de que estavam perseguindo criminosos e que o carro de Alessandra Soares, mãe de João Roberto, ficou no meio do fogo cruzado.

O crime

Alessandra voltava de uma festa de aniversário com os dois filhos em seu carro, um Palio Weekend cinza chumbo, que foi confundido e alvejado pelos policiais militares como se fosse o carro usado por suspeitos de assaltos.

O carro que teria sido usado pelos perseguidos foi encontrado na madrugada desta terça. Segundo a polícia, o veículo Fiat, modelo Stilo, era roubado e está envolvido em quatro ocorrências de roubos de pertences.

O proprietário do carro esteve na delegacia, mas não conseguiu identificar por fotos os dois assaltantes que o renderam usando pistolas. A perícia encontrou quatro cápsulas de pistola deflagradas dentro do Stilo.

Enterro

O corpo do menino João Roberto foi sepultado nesta tarde no Cemitério do Caju. No momento do sepultamento, acompanhado por cerca de 300 pessoas e marcado por emoção e revolta, o pai da criança, Paulo Roberto Barbosa Soares, pediu uma salva de palmas em homenagem ao filho.

Durante o cortejo, o grupo parou duas vezes para que a mãe, Alessandra Soares, bebesse água. Muito debilitada e sob efeito de calmantes, Alessandra tinha um curativo na cintura, do lado esquerdo, marca da noite em que perdeu o filho para a violência.

Fonte

http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL641107-5606,00-CRIANCA+QUE+RECEBEU+CORNEA+DE+MENINO+BALEADO+NA+TIJUCA+PASSA+BEM.html

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