EFE
Londres, 1 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, abriu uma entrevista coletiva anterior à Cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) atacando o protecionismo, justamente o fator mais criticado de seu próprio pacote econômico.
Na coletiva em Londres -junto a Gordon Brown, primeiro-ministro do Reino Unido-, Obama fez uma chamada contra o protecionismo ao assegurar que "quando os países deixam de cooperar, e se voltam para eles mesmos, os problemas só crescem".
Um pedido paradoxal, já o próprio plano de estímulo econômico de Obama incluía a cláusula "Buy American", estimulando a preferência pela compra de minério americano de ferro e aço, criticada em todo o mundo, justamente por seu caráter protecionista.
O presidente americano afirmou hoje que os membros do G20 devem atuar com "sentido de urgência" na cúpula de quinta-feira, para enfrentar a crise que, segundo ele, só poderá ser resolvida com uma ação conjunta.
Ele disse que não vai à cúpula -sua primeira após tomar posse- "para dar lições, mas para escutar" e por isso consultou os países-membros nas semanas prévias à reunião.
"Estou convencido de que há um enorme consenso sobre a necessidade de atuar em uníssono para resolver os problemas", sustentou Obama, a respeito das diferentes posições de EUA e Reino Unido e os demais países europeus.
Enquanto os primeiros optam por planos para estimular a economia, os outros países europeus querem pôr ênfase na regulação do sistema financeiro.
O presidente americano minimizou a importância das informações sobre diferenças entre os países-membros.
Segundo ele, "nossa meta é que cada país, de acordo com sua mentalidade política e suas circunstâncias econômicas, faça o necessário para que cresça a economia".
Perguntado sobre as acusações européias de que a responsabilidade da crise começou nas práticas do sistema financeiro dos EUA, Obama respondeu que está "menos interessado em jogar culpas que em resolver o problema".
Brown destacou que, entre os assuntos que devem ser abordados, estão o de conseguir uma maior supervisão do sistema bancário, medidas para restabelecer o crescimento, reforço das instituições financeiras internacionais, rejeição ao protecionismo, ajudas aos países pobres e respaldo a economias com baixa emissão de carbono.
"Devemos estar juntos para fazer tudo o que seja necessário para encontrar soluções globais a estes problemas econômicos que o mundo todo enfrenta", ressaltou.
Além de repassar os preparativos para a cúpula, Obama e Brown abordaram também a situação no Oriente Médio, o programa nuclear iraniano e a estratégia para o Afeganistão.
O presidente americano apresentou na sexta-feira seu novo plano para o Afeganistão e Paquistão, que mostrará aos aliados na cúpula da Otan nos próximos 3 e 4 em Estrasburgo, na França, e Kehl, Alemanha -cidades na fronteira desses dois países. EFE mv/jp
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/04/01/obama+ataca+protecionismo+que+marcou+seu+proprio+pacote+economico+5249915.html
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