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28 de abril de 2009

Alunos de baixa renda são os 'campeões do Enem' no estado de SP

Escola mantida pela Embraer obteve o melhor desempenho no estado. Estudantes são oriundos da rede pública de ensino no interior de SP.

Silvia Ribeiro Do G1, em São Paulo

'Tenho grande chance de alcançar meu objetivo', diz Celice Rocha, estudante da escola com melhor desempenho no Enem, que vai prestar direito (Foto: Reprodução)

As melhores notas no Enem no estado de São Paulo foram obtidas por alunos de baixa renda de São José dos Campos, a 97 km de São Paulo. O Colégio Eng. Juarez de Siqueira Britto Wanderley, mantido pela Embraer, alcançou a média 76,02, o que lhe rendeu a 8ª posição no ranking nacional das escolas de ensino médio. A escola seleciona todos os anos, por meio de prova, 200 estudantes que cursaram da 5ª a 8ª série do ensino fundamental na rede pública.

Confira a planilha com todas as escolas do país (o arquivo está em .xls)

“Aqui você sonha em conjunto. A escola ajuda a levar seu sonho a frente. O estímulo surge daí, do interesse de conseguir uma vaga na faculdade”, diz a aluna Celice Rocha, de 17 anos.

Os estudantes, que enfrentam concorrência de 25 a 30 alunos por vaga para ingressar na escola, não pagam mensalidade e têm uniforme, transporte e alimentação gratuitos. A escola, de período integral, investe em atividades fora do currículo acadêmico, como programas de alternativas sustentáveis e visitas a museus e teatros na capital paulista.

“São alunos de destaque, com capacidade intelectual alta e que estariam desperdiçados se continuassem nas escolas que estavam estudando. Estamos formando cidadãos, pessoas melhores e autônomas que terão presença de destaque na comunidade”, diz o diretor do Instituto Embraer de Educação e Pesquisa, Pedro Ferraz. Segundo ele, a proposta pedagógica é construída juntamente com a Rede Pitágoras de Ensino.

Para recuperar possível deficiência herdada de escolas públicas, o colégio investe em reforço e carga horária ampla, das 7h30 às 17h30. A orientação vocacional, com laboratórios que mostram ao aluno o que ele encontrará na faculdade, é outra preocupação. Exemplo disso é o projeto elaborado pelo Instituto Sírio Libanês que introduz os estudantes a conceitos da medicina.

“Dentro da escola a gente tem várias atividades extra-aula com os professores. E a aula é mais dinâmica. Enfoca tanto o vestibular quanto o conhecimento que a gente precisa ter na vida, como cidadãos”, afirma José Henrique Oliveira, de 17 anos.

Líder das escolas públicas

A direção do Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo (Cefet-SP), instituição melhor colocada entre as escolas públicas do estado (média de 73,38), atribui a posição no ranking à qualificação dos professores e aos investimentos federais em reformas e melhorias dos laboratórios.

“Por ser um colégio público (federal), é claro que temos problemas, mas tenho um gosto especial pelos laboratórios e equipamentos de ponta que podemos utilizar aqui”, diz Bruno Napoli, de 16 anos.

Para os alunos, a liberdade de poder escolher entre assistir ou não às aulas desenvolve senso de responsabilidade. “Eu acho que o melhor da Cefet é que a gente tem liberdade, quem entra na sala de aula quer mesmo estudar e se esforça”, diz Guilherme Bortolini, de 17 anos.

As 'lanterninhas'

O Colégio Seta, de Osasco, na Grande São Paulo, teve o pior desempenho entre as escolas particulares de ensino médio regular no estado de São Paulo (média de 46,72). A assessoria de imprensa da escola preferiu não se manifestar.

Já a Escola Estadual Mário Guilherme Notari, de Sorocaba, no interior de São Paulo, obteve a menor média entre as escolas públicas (32,29). A direção do colégio não quis conceder entrevista, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação.

http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1102012-5604,00-ALUNOS+DE+BAIXA+RENDA+SAO+OS+CAMPEOES+DO+ENEM+NO+ESTADO+DE+SP.html

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