Integrantes do governo brasileiro afirmaram na quinta-feira que não tiveram contato com os integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O suposto envolvimento de assessores do governo com o grupo terrorista foi denunciado na própria quinta pela revista colombiana Cambio. O Palácio do Planalto não comenta o tema, mas assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério das Relações Exteriores desmentiram o diálogo com as Farc.
Segundo a revista, representantes das Farc tiveram contato com autoridades do governo Lula, da Justiça brasileira e também com líderes do PT. A reportagem foi feita com base em 85 e-mails encontrados no computador de Raúl Reyes, o número 2 das Farc, morto em março deste ano. A correspondência é do período entre fevereiro de 1999 e fevereiro de 2008, afirma a revista. Foram citados cinco ministros, cinco deputados e um juiz brasileiros, entre outras autoridades.
O Ministério das Relações Exteriores informou que "nunca houve qualquer forma de contato direta ou indireta", do ministro Celso Amorim com "qualquer representante das Farc". O chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, também citado, garantiu que o governo tem "relação zero" com as Farc. "A posição brasileira é claramente contra os seqüestros e os métodos" do grupo, disse ele. A oposição sempre cobrou Lula pela posição em relação às Farc.
Colaboração - O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, também disse que "não há nenhuma cooperação do governo brasileiro com as Farc". Segundo ele, "houve uma certa tentativa de aproximação" do grupo terrorista com o governo, mas ela foi rejeitada. De acordo com reportagem publicada nesta sexta pelo jornal O Estado de S. Paulo, assessores do Planalto criticaram o fato de a revista não ter publicado todos os e-mails do episódio.
Os assessores dizem que o material continha também mensagens que mostravam que os integrantes do governo não apóiam as ações das Farc. A deputada Erika Kokay, do PT, foi a única a admitir que colaborou -- ainda que de forma indireta -- com um integrante das Farc. A petista afirmou ter ajudado na concessão do status de refugiado a Oliverio Medina, representante dos terroristas no país, há dois anos. "Nunca tive qualquer relação com as Farc", afirmou a deputada.
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