da Folha de S.Paulo
A edição deste ano do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi mais trabalhosa e densa do que as provas anteriores, avaliam os professores.
O ambiente foi o tema principal tanto da parte objetiva do exame (com 63 questões) quanto da redação. "Havia enunciados gigantescos. Foi uma prova mais densa e cansativa", afirmou a coordenadora do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi.
A mesma impressão teve a coordenadora do Objetivo, Vera Lucia da Costa Antunes. "A prova estava cansativa. O aluno teve de ler, reler e concluir. Algumas questões, por exemplo, apresentavam leis federais. São situações difíceis para boa parte dos estudantes."
"As questões enfatizaram a compreensão de textos nos enunciados. Algumas tiveram enunciados trabalhosos. Em outras, o aluno podia usar os dados da própria questão para responder", disse o coordenador dos simulados do Enem do Curso Anglo, Cezar Fasson.
Apesar de também considerar que a prova foi mais longa, com mais tabelas, o coordenador do Etapa, Edmilson Motta, disse que a base segue a mesma, de compreensão de textos. "O Enem está firmando sua cara".
Já o professor de geografia do Cursinho da Poli Yadyr Figueiredo Filho disse que uma questão sobre pecuária (3 da versão amarela) não tinha resposta. Pelo gabarito oficial, a alternativa correta (E) dizia que "a recuperação de áreas desmatadas (...)" pode "contribuir para a redução do desmatamento". "Como recuperar áreas já desmatadas diminui o desmatamento? É questão de lógica", disse.
Histórico
O Enem foi criado para que o formando do ensino médio pudesse fazer uma avaliação de seu nível de aprendizado.
Com o passar do tempo, porém, a prova passou a valer pontos nos vestibulares e selecionar calouros para o Prouni (programa do governo federal que concede bolsas em universidades particulares).
Na edição deste ano, mais de 4 milhões se inscreveram, maior número desde a criação do exame, há dez anos.
Redação
A redação sofreu uma alteração. Ao apresentar a questão do desmatamento na Amazônia, a prova restringia a três as opções para solucionar o problema: suspensão total do desmatamento; pagamento a proprietários que parem de desmatar; e aumento da fiscalização.
Após fazer a escolha, o aluno deveria apontar as possibilidades e as limitações da ação escolhida. "Nas provas anteriores, o aluno podia escrever o que dava na telha. Neste ano, ele teve de escolher uma das soluções predeterminadas e mostrar os prós e os contras. É interessante, mas mais complicado. O aluno teria de contar com um bom conhecimento escolar para ir bem", disse a professora de redação do Objetivo Elizabeth de Melo Massaranduba.
O MEC estendeu até amanhã a inscrição para o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes).
www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u439996.shtml
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