Com mandado de prisão nos Estados Unidos, ele deve ser extraditado após decisão do Supremo
Eduardo Kattah, de O Estado de S. Paulo
Ele vivia ilegalmente Brasil e estava sendo investigado pela Policia Federal havia cinco meses. Martinez e a mãe retornavam do Rio de Janeiro, onde solicitou cidadania brasileira por ter se casado com uma brasileira. Os PMs apreenderam na casa do mexicano um computador portátil e equipamentos de informática. Após a prisão, o delegado federal Robinson Fuchs, da Superintendência Regional da PF em Minas - que responde pela Interpol no Estado -, seguiu para São Sebastião do Paraíso.
A investigação foi iniciada a partir de uma denúncia anônima. A PF apurou que não há registro da entrada do mexicano no País e que contra ele havia o mandado de prisão. Como é naturalizado norte-americano, Martinez possui também um passaporte com o nome de George Alexander Reed. Conforme a PM, o mexicano pretendia retornar para seu país de origem no início de outubro. Com ele foi encontrada uma passagem para o México, com embarque marcado para o próximo dia 8.
Ele foi levado para a sede da PF em Belo Horizonte e seria transferido para uma unidade prisional do Estado nesta segunda-feira, 8. Embora seja casado com uma brasileira, com quem tem um filho recém-nascido, a expectativa é que o mexicano seja extraditado. A decisão caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Ele vai aguardar agora a determinação do Supremo", observou Fuchs.
Martinez era policial nos EUA e combateu na guerra do Iraque em 2003. Ele se estabeleceu há pelo menos um ano e meio na cidade mineira, onde trabalhava numa escola de idiomas.
Pena
Em São Sebastião do Paraíso, enquanto aguardava a chegada de uma equipe da PF, o mexicano se defendeu da acusação de pedofilia em entrevista a emissoras de TV. Ele afirmou que já cumpriu pena de três meses nos Estados Unidos. "Eu já paguei por isso".
Na PF, porém, apresentou outra versão. "Primeiramente, ele disse que cometeu o fato, mas foi condenado a três meses e já cumpriu. Posteriormente, ele disse que apenas confessou porque o advogado assim o orientou", disse o delegado.
www.estadao.com.br/cidades/not_cid237915,0.htm
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