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20 de maio de 2008

Agripino diz que CPI viveu 'um festival de mentiras' nesta terça

Envie um e-mail para mim! CPI viveu 'um festival de mentiras' nesta terça
Líder do DEM no Senado, José Agripino (RN) disse não acreditar nos dois depoimentos. Assessor de senador e ex-servidor da Casa Civil prestam depoimento à CPI dos Cartões.
JEFERSON RIBEIRO EDUARDO BRESCIANI Do G1, em Brasília

O líder do Democratas no Senado, senador José Agripino (RN), disse nesta terça-feira (20) que não acredita nos depoimentos do assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-AM), André Fernandes, e do ex-secretário de controle interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires. Segundo ele, a CPI dos Cartões Corporativos viveu hoje "um festival de mentiras".

"Estamos vivendo um festival de mentiras aqui. E, sinceramente, não sinto firmeza em nenhuma das partes [nos dois depoentes] e prefiro reservar minha expectativa ao laudo da Polícia Federal", comentou.

Um pouco mais cedo, o deputado Carlos Willian (PTC-MG) pediu que a Polícia Federal indiciasse o assessor André Eduardo da Silva Fernandes, que trabalha para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Para o deputado, o assessor mentiu em depoimento na CPI nesta terça-feira (20). Willian apresentou um requerimento, assinado por parlamentares da base aliada, solicitando que seja enviada à PF a íntegra do depoimento do assessor na comissão.

Para o deputado do PTC, o assessor mentiu ao negar ter pedido emprego no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ele se baseia na informação dada no depoimento do ex-funcionário da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires de que teria recebido um currículo de Fernandes em 2003 quando este almejava um posto no Ministério do Planejamento.

Na visão de Willian, o dossiê não passa de um “factóide” criado por Fernandes a partir do e-mail enviado “por engano” por José Aparecido. “Não existe dossiê, isso está comprovado. O que existe é um factóide criado por seu André Fernandes.”

Não foi ela

O ex-secretário da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, negou que tenha dito para o assessor do senador Álvaro Dias (André Fernandes), em almoço no Clube Naval, em Brasília, que Erenice Guerra, braço-direito de Dilma Rousseff, tenha dado ordens para fazer o suposto dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Essa conversa não houve, eu não falei isso a ele", desmentiu.

Pires desmentiu outra parte do depoimento de Fernandes. O assessor parlamentar negou que tivesse pedido emprego ao ex-secretário para ingressar no governo. "Ele cogitou a possibilidade de ser secretário-executivo adjunto do Ministério do Planejamento e enviou o currículo para mim", revelou o ex-funcionário da Casa Civil.

Por causa dos desmentidos, o deputado Maurício Quintela Lessa (PR-AL), chegou a pedir a prisão de Fernandes.

O deputado Índio da Costa (DEM-RJ) afirmou que, pelas divergências dos depoimentos de José Aparecido e Fernandes, há a necessidade de acareação. Para ele, somente com os dois frente a frente seria possível esclarecer a história do vazamento do dossiê.

Em mais contradições entre os dois depoentes, José Aparecido afirmou que quem estava nervoso no almoço entre eles no clube Naval era André Fernandes. "Nesse almoço, quem estava apavorado era o André. Ele queria que eu falasse com a revista 'Veja'", afirmou Aparecido.

O assessor de Álvaro Dias havia afirmado que o funcionário da Casa Civil estava irritado com a divulgação do dossiê e negou ter pedido que José Aparecido falasse com a revista, que publicou a matéria contendo o dossiê no dia 20 de março.

Por engano

O ex-secretário de controle interno da Casa Civil reafirmou que enviou por engano uma planilha com dados do Sistema de Suprimento de Fundos (Suprim) para o assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) André Fernandes. A oposição e Fernandes alegam que esses dados eram um dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Pires disse ainda que não sabia que Fernandes estava trabalhando no gabinete de Dias. "Ele era consultor legislativo do Senado. Não me constava inclusive que ele trabalhasse com o senador Álvaro Dias", afirmou.

O ex-secretário disse ainda que, se tivesse intenção de vazar as informações, usaria outra forma, e não o e-mail. "Se eu tivesse intenção de fazer essa divulgação eu faria por CD, cópia impressa ou pen-drive", salientou.

Ele disse que pediu a planilha do Suprim para saber o andamento do trabalho. "Eu queria saber como estava o trabalho, mas não tinha curiosidade sobre os dados, porque eu os conhecia desde 2005, quando começamos a trabalhar com o Suprim", disse. Pires disse que só teve ciência do envio do e-mail para Fernandes no dia 5 de maio, quando a reportagem da TV Globo entrou em contato com ele pedindo informações sobre o vazamento do Suprim.

Nega participação

Pires negou com veemência que tenha participado da elaboração das planilhas que chegaram ao computador de Fernandes e que tenha debatido o tema com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ou a secretária–executiva da pasta, Erenice Guerra. "Não digitei sequer um dado para as planilhas" afirmou.

"Nesse período todo, enquanto estive na Casa Civil, conversei com ela [Dilma Rousseff] três vezes. Com a Erenice falei mais vezes. Mas nunca tratei sobre o banco de dados", comentou.

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL488216-5601,00-AGRIPINO+DIZ+QUE+CPI+VIVEU+UM+FESTIVAL+DE+MENTIRAS+NESTA+TERCA.html

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