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6 de maio de 2008

Presidente do PSDB diz que decisão foi democrática

Executiva aprovou realização da reunião que indicou Alckmin. E comprometeu-se a acatar decisão do diretório municipal.
Roney Domingos Do G1, em São Paulo

O presidente do diretório municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, disse que a escolha do nome do ex-governador Geraldo Alckmin como pré-candidato a prefeito de São Paulo obedeceu a um amplo processo de consulta ao partido e a uma resolução do diretório nacional do PSDB. "Fizemos cerca de 40 reuniões com as várias instâncias", afirmou.

Lobo contou que a Executiva do partido aprovou na semana passada (28) a reunião realizada nesta segunda-feira (5) em que foi anunciado o nome de Alckmin com o pré-candidato a prefeito.

Segundo ele, na votação realizada no dia 28 foi colocada a idéia de uma reunião do diretório municipal para indicar o nome do candidato do partido. A proposta obteve apoio de 15 dos 17 integrantes. Os vereadores Gilberto Natalini e Adolfo Quintas - defensores da aliança com o Democratas - se ausentaram. "Houve votação na executiva no sentido de que deveríamos convocar o diretório e a executiva apoiaria a decisão que nós tomássemos", disse Lobo.

Acusado por 11 vereadores e pelo secretário municipal Walter Feldman de ter tomado medida autoritária ao indicar o nome de Alckmin para a convenção, Reis Lobo recomendou aos que se opuseram ao resultado da reunião que leiam a resolução do diretório nacional do PSDB. Segundo ele, essa resolução diz expressamente que cabe à executiva do partido submeter à convenção o nome do candidato a prefeito.

Agora, Alckmin figura como pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo. Seu nome terá de ser confirmado na convenção , em junho. Militantes do PSDB insatisfeitos com a candidatura Alckmin podem tentar apresentar nova tese para ser debatida e votada durante a convenção. Há possibilidade também do lançamento de uma nova candidatura, alternativa à de Alckmin.

Durante discurso emocionado, ao final do qual foi carregado no colo pelos militantes, Reis Lobo afirmou que não cedeu às pressões das alas do partido a favor e contra a candidatura própria, com Alckmin à frente.

"Eu sempre disse, embora alguns fingissem não entender, que esgotada a fase de conversação com o Democratas, o PSDB anunciaria a sua decisão a respeito da posição do partido relativamente à questão sucessória no âmbito municipal." O presidente do PSDB pregou a unificação do partido em torno da candidatura Alckmin e pediu "respeito à hierarquia."

Pouco antes de o presidente do diretório municipal do PSDB anunciar oficialmente a candidatura Alckmin , militantes pró e contra a candidatura própria se revezaram ao microfone. Boa parte da militância concentrada do 19º andar do antigo edifício Joelma, no centro da cidade, hostilizou os vereadores e o secretário de Esportes, Walter Feldman, que se colocaram contra a candidatura própria.

Cálculo político

Um dos últimos a falar foi deputado federal José Aníbal, pró-Alckmin. O deputado afirmou que a aliança com Kassab e a aceitação do acordo que colocaria Alckmin como candidato a governador em 2010 seria "excesso de cálculo político". E complementou: "Nós perdemos duas eleições por causa disso. O cálculo político fica com um olho aqui, outro em 2010 e outro em 2014 e não nos leva a lugar nenhum. Nós perdemos duas eleições por causa disso."

O encontro foi agitado. Em um dos momentos mais tensos, o presidente Lobo deslocou-se até o centro de uma roda de militantes pró-Alckmin que impedia o vereador Dalton Silvano de falar. "Quem falou de holerite aí?", perguntou Silvano, que defendia a aliança com o Democratas. Após a intervenção de Lobo, que pediu silêncio aos militantes, o vereador voltou a falar. "Tô feliz porque faz tempo que não vejo um debate caloroso desse", afirmou.

O vereador Tião Farias, único que posicionou-se a favor da candidatura própria, afirmou que a conversa com o Democratas ia bem até que o prefeito Gilberto Kassab fechou aliança com o PMDB do ex-governador Orestes Quércia. "Estávamos em um bom nível, mas colocaram o Quércia na sala. Estamos perdendo tempo", afirmou.

O secretário municipal Walter Feldman tentou convencer os militantes de que se o PSDB não tiver candidatura forte em 2010, com Alckmin para governador, não será possível alcançar projeção nacional. Mas foi vaiado ao dizer que a "unidade do PSDB se dá em torno da desistência da candidatura de Geraldo Alckmin."

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL454479-5601,00-PRESIDENTE+DO+PSDB+DIZ+QUE+DECISAO+FOI+DEMOCRATICA.html

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