Agencia Estado
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que entregou o cargo nesta semana, reiterou que a decisão de deixar o Ministério do Meio Ambiente tem o propósito de abrir caminho a um "novo acordo" e reposicionamento da pauta ambiental, de modo a dar continuidade às medidas anunciadas desde o início de sua gestão, há mais de cinco anos.
Em entrevista concedida neste sábado à rádio CBN, Marina evitou criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que "não poderia cometer injustiças". Mas reconheceu que, neste momento, não estava tendo "sustentação" para avançar com a agenda.
"Saí porque não conseguia mais reunir as condições necessárias para continuar com a agenda no patamar que ela merece", comentou, destacando que conhece Lula há cerca de 30 anos e tem "imensa gratidão" por ter sido escolhida para o cargo.
Questionada sobre a reação do presidente ao receber uma carta de demissão sem aviso prévio, Marina observou que ainda não teve a oportunidade de conversar com Lula e repetiu que sua decisão visa "muito mais ajudar a agenda de meio ambiente do País".
Contudo, ela disse que já havia enviado ao chefe de Estado, na transição para o segundo mandato, uma carta pedindo para deixar o cargo. "Aquela carta foi, de certo modo, um primeiro aviso", explicou, ressaltando que, naquela ocasião, o Ministério havia acertado alguns pontos com o governo para a pauta ambiental.
"Caminho errado"
Durante a entrevista, a ministra destacou que o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, "foi para o caminho errado" ao dizer que os dados sobre desmatamento coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estavam errados.
"Fico triste com o Maggi, que em vez de dar continuidade a este trabalho, quer revogar as medidas já anunciadas e suspender a agenda", afirmou, em referência à decisão que bloqueou financiamentos rurais em cidades campeãs de desmatamentos.
Marina, que retoma agora sua cadeira no Senado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), fez elogios ao seu sucessor, Carlos Minc, secretário de Meio Ambiente no Rio de Janeiro, a quem disse admirar e chamou de "amigo". "Retira-se a aluna, entra o professor", comentou Marina. "A sociedade precisa dar um crédito de confiança ao nosso deputado e agora ministro Carlos Minc. Naquilo que eu puder ajudar, vou ajudá-lo."
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