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26 de fevereiro de 2007

Irã lança foguete e aumenta tensão

TEERÃ, Irã – O Irã anunciou ontem que realizou “com sucesso” seu primeiro teste para lançar ao espaço um foguete de fabricação nacional, segundo a emissora de TV iraniana Alalam. A fonte citada pela televisão iraniana informou que o foguete transporta “equipamentos para pesquisa”, dizendo que foi fabricado por cientistas iranianos. A agência de notícias Isna informou, por sua vez, que o lançamento do foguete foi possível graças à cooperação entre os ministérios de Defesa e Ciência e Tecnologia da República Islâmica. O diretor do Instituto de Aeroespacial do Irã, Mohsen Bahrami, qualificou o teste de “ponto de partida na marcha do desenvolvimento iraniano nas pesquisas sobre o espaço”. “Tanto o material de pesquisa espacial quanto o foguete foram desenhados e fabricados pelos especialistas iranianos”, destacou Bahrami durante uma conferência aeroespacial inaugurada ontem, no Irã. Bahrami, no entanto, não informou a hora do lançamento do foguete ou a natureza de sua missão. Além disso, não foram mostradas imagens do lançamento ou outros detalhes técnicos que dariam à informação maior credibilidade. A BBC relata que nenhuma das potências com satélites de espionagem detectou indícios do lançamento iraniano, o que reforça a possibilidade de o Irã estar blefando, ou, então, de o teste ter envolvido um lançador ainda incapaz de colocar algum objeto em órbita. Controvérsia Segundo a agência de notícias estatal iraniana, citando um funcionário da agência espacial, o Irã teria lançado “um foguete sub-orbital, para pesquisas científicas, e não um míssil capaz de chegar ao espaço”. Ali Akbar Golrou, a autoridade do centro de pesquisa aeroespacial iraniano, disse à agência de notícias Fars que o foguete não permaneceria em órbita – mas poderia subir 150 km na atmosfera antes de cair com pára-quedas de volta à Terra. “O que foi anunciado pelo chefe do centro de pesquisa (Mohsen Bahrami) tem relação com este mesmo foguete de sondagem”, disse Golrou, negando a informação sobre o míssil. As informações foram reveladas um dia depois do ministro da Defesa iraniano, Mostafa Mohammad Najjar, ter afirmado que o país planejava construir um satélite e um lançador de foguetes. Tensão O suposto lançamento é feito em um momento de crescente tensão entre o país e o Ocidente, por causa de seu programa nuclear e, segundo Harrison, tem um objetivo claro de confronto. Hoje, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha vão se reunir para discutir mais sanções contra o Irã por ignorar o prazo, esgotado na semana passada, para suspender o seu programa de enriquecimento de urânio – o Irã assegura que sua finalidade seja a produção de eletricidade. Ontem, o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, afirmou que o programa nuclear de seu país é irreversível, pois “o trem nuclear já não tem freios”, informou a agência Fars. “O Irã controla a tecnologia da produção do combustível nuclear. É um trem que anda e já não tem freios”, declarou Ahmadinejad. Em resposta, no início da tarde, os ministros de Relações Exteriores de sete países muçulmanos pediram uma solução diplomática ao “perigoso” enfrentamento pelo programa nuclear do Irã em comunicado conjunto. Cheney vai a Omã discutir impasse no Oriente DUBAI, Emirados Árabes – O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, desembarcou ontem em Omã, uma monarquia árabe aliada dos EUA no Oriente Médio, e foi diretamente para uma reunião com o chanceler local, informaram autoridades do governo. Um porta-voz da embaixada norte-americana em Omã declinou comentar sobre os assuntos que serão tratados por Cheney, mas um representante do governo local, que pediu para não ser identificado, disse que o vice de Bush deveria discutir a segurança na região, incluindo o impasse nuclear com o Irã com o ministro de Relações Exteriores, Yousuf bin Alawi bin Abdullah. Omã está localizado no lado oposto ao Irã no Estreito de Ormuz, por onde passa 40% de todo o petróleo comercializado no mundo. Um representante do governo omaniano afirmou que Bin Alawi pedirá o apoio americano para a retomada do processo de paz entre palestinos e israelenses. A parada de Cheney em Omã veio depois de ele deixar a Austrália e fazer uma pequena parada em Cingapura, para reparos em seu avião. Omã, um país isolado na extremidade sudeste da Península Arábica, tem sido um discreto aliado militar dos EUA nas últimas décadas. A parada de Cheney poderá ser vista como uma tentativa norte-americana de aumentar a pressão militar sobre o Irã, antes de uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas que discutirá um aprofundamento das sanções contra Teerã em vista de sua negativa em suspender o enriquecimento de urânio em seu programa nuclear. O emirado permite que os EUA usem quatro bases aéreas para reabastecimento, logística e armazenagem de suprimentos. A cooperação militar omaniana com os EUA parece ter se reduzido recentemente, mas um novo acesso norte-americano às bases seria uma importante vantagem para eventuais ações no Irã. { cOSTA }

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