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26 de fevereiro de 2007

Potências se reúnem hoje para discutir novas sanções ao Irã

Agência Estado A Organização de Energia Atômica do Irã, a Empresa de Eletricidade de Mesbah, a Kala-Electric, a Pars Trash Company, a Farayand Technique, a Organização de Indústrias de Defesa e a Sétimo de Tir estão entre as empresas iranianas impedidas de receber materiais e tecnologia do Brasil após as sanções aplicadas na semana passada pelo governo brasileiro. Todas são entidades envolvidas no programa nuclear de Teerã. Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia devem se reunir hoje em Londres para discutir novas sanções ao governo iraniano. A medida segue a resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) adotada em 23 de dezembro passado, que determinava as sanções caso o Irã não interrompesse as atividades de enriquecimento de urânio. O prazo dado pela ONU expirou na quarta-feira passada, sem resposta satisfatória do governo iraniano. O decreto do governo brasileiro proíbe “a transferência de quaisquer itens, materiais, equipamentos, bens e tecnologia que possam contribuir para atividades levadas a cabo pela República Islâmica do Irã relacionadas a enriquecimento, reprocessamento e a projetos de água pesada, bem como para o desenvolvimento de vetores de armas nucleares, e estabelece o congelamento de fundos, ativos financeiros e recursos econômicos de indivíduos e entidades envolvidos no programa nuclear iraniano”. Além dessas entidades, companhias envolvidas no programa de mísseis balísticos também foram vetadas. Entre elas, o Grupo Industrial Shahid Hemmat (SHIG), o Grupo Industrial Shahid Bagheri (SBIG) e o Grupo Industrial Fajr. Na sexta-feira passada, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani disseram que os críticos do programa nuclear estão tentando intimidar Teerã. Ahmadinejad também pediu à população que não demonstre fraqueza e resista às pressões internacionais. Na última quinta-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgou um relatório revelando que o Irã não suspendeu o enriquecimento de urânio, conforme havia exigido o Conselho de Segurança da ONU. Os comentários de Ahmadinejad e Rafsanjani mostram que o governo iraniano está unido para fazer frente às possíveis novas sanções que os países pretendem discutir. Em dezembro, quando sanções limitadas foram impostas a Teerã, houve divergências dentro do governo iraniano com relação à forma como Ahmadinejad tem conduzido o assunto.Em seu discurso na última sexta-feira, Ahmadinejad cobrou união e resistência do povo iraniano. “Se demonstrarmos fraqueza diante do inimigo, as expectativas vão aumentar, mas se nos unirmos contra eles, por causa dessa resistência, eles vão se retirar.” O presidente iraniano voltou a afirmar que o programa nuclear tem fins pacíficos e não será empregado na fabricação de bombas atômicas. “Os inimigos se tornaram tão descarados que querem que nós sigamos completamente essas regras que eles mesmos não seguiram”, disse. Rafsanjani também criticou os países que têm pressionado o Irã. “Exercer pressões sobre o Irã por seu programa nuclear só ocasionará problemas para todo o mundo”, disse Rafsanjani. Ontem, o Irã anunciou a realização “com sucesso” de seu primeiro teste para lançar ao espaço um foguete de fabricação nacional, segundo a TV iraniana Alalam. A fonte citada pela TV informou que o foguete transporta “equipamentos para pesquisa” e teriam sido fabricados por cientistas iranianos. Segundo a correspondente da BBC na capital iraniana, Teerã, Frances Harrison, peritos militares dizem que o foguete amplia a tecnologia do míssil balístico Shahab-3. Sanções rigorosas EUA, Reino Unido e França já deixaram claro que buscarão sanções mais rigorosas contra o Irã. Os três países, somados à China e à Rússia, compõem o Conselho de Segurança da ONU, que deve se reunir com a Alemanha hoje. No entanto, as discussões multilaterais tendem a ser difíceis, pois a Rússia e a China preferem tentar possíveis negociações antes de recorrerem às sanções. Na sexta-feira passada, o ministro chinês das Relações Exteriores, Li Zhaoxing, disse ao seu colega iraniano, Manouchehr Mottaki, que procura uma solução diplomática e pacífica. Em Viena, na Áustria, o representante iraniano da AIEA, Ali Asghar Soltanieh, reforçou o coro contra o relatório da ONU. Ele afirmou que o Irã não teme ataques como represália. { Costa }

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