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27 de fevereiro de 2007
Em Moscou, Hamas promete suspender ataques a Israel
O líder supremo do Hamas, Khaled Meshal, prometeu durante visita a Moscou que o grupo islâmico suspenderá os disparos de mísseis e outros ataques contra Israel, declarou hoje o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov. "O Hamas deveria usar sua autoridade para conter a violência, inclusive os disparos de mísseis na direção de Israel", prosseguiu Lavrov em entrevista coletiva conjunta concedida ao lado de Meshal. "Recebemos a informação de que isso será feito", afirmou.
"Nossa recomendação ao Hamas, que hoje foi transmitida a Meshal, é que o grupo siga na direção dos princípios do Quarteto, que incluem o reconhecimento de Israel", concluiu Lavrov. Entretanto, Meshal comentou numa entrevista coletiva em separado que o Hamas ainda não está pronto para reconhecer Israel. A renúncia à violência e o reconhecimento ao direito de Israel são condições impostas ao Hamas por mediadores de paz estrangeiros.
"Acima de tudo, Israel precisa encerrar a ocupação dos territórios palestinos e parar de provocar sofrimento ao povo palestino", justificou Meshal. "Quando Israel o fizer, o povo palestino deixará clara sua posição", assegurou. Antes da reunião, Lavrov afirmou que o governo russo buscará apoio internacional ao acordo de partilha de poder fechado recentemente entre o Hamas e o Fatah e pela suspensão de um embargo político e econômico imposto pelo Ocidente à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
A Rússia, integrante do chamado Quarteto de mediadores da paz no Oriente Médio, é a favor do acordo de partilha de poder entre as duas facções palestinas rivais porque o documento demonstra "sabedoria, razão e responsabilidade ante o povo palestino", declarou Lavrov. Os comentários do chanceler russo foram feitos antes do início da reunião entre ele e líder supremo do Hamas. A visita de Meshal a Moscou reflete a posição declarada do Kremlin de que a melhor forma de lidar com o Hamas é por meio de negociações, e não sanções.
A Rússia tem buscado incrementar sua participação no Oriente Médio e responde mais positivamente quanto ao plano de governo de unidade nacional do que os Estados Unidos e a União Européia (UE). "Estamos em contato com os integrantes da comunidade internacional para apoiar este processo e torná-lo irreversível, inclusive os esforços pela suspensão do embargo", declarou Lavrov.
Os Estados Unidos, principais aliados de Israel, lideram um embargo ocidental à ANP desde março de 2003, quando o Hamas assumiu o governo palestino dois meses depois de ter vencido por ampla margem as eleições gerais nos territórios palestinos. O Quarteto - integrado por EUA, Rússia, UE e Organização das Nações Unidas (ONU) - exige que qualquer governo palestino reconheça o direito de existência de Israel, o que o Hamas recusa-se a fazer.
Apesar disso, o acordo de partilha de poder fechado este mês na Arábia Saudita parece ter começado a influenciar a posição de alguns países europeus com relação ao Hamas. O presidente da França, Jacques Chirac, comentou recentemente que pedirá em março, durante reunião de cúpula da UE, o apoio do bloco ao plano de governo de unidade nacional nos territórios palestinos. Miri Eisin, porta-voz do primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, rejeitou a declaração de Lavrov. "Esta não é a posição da comunidade internacional nem a posição do Quarteto", assegurou ela.
Fonte: Agencia Estado - AE-AP
{Costa }
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