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7 de fevereiro de 2007

Pedofilia na rede ( de computadores )

2361 suspeitos. Vítimas dos 5 aos 14 anos. O ministro austríaco do Interior anunciou ontem o desmantelamento de uma rede internacional de distribuição de material pedófilo através da internet, com clientes em pelo menos 77 países. Mais de dois mil pedófilos foram identificados e a maioria poderá vir a enfrentar acusações criminais, naquela que foi uma das maiores operações do género na Europa. Os vídeos disponibilizados pela rede mostravam crianças entre os cinco e os 14 anos a serem submetidas aos “piores abusos sexuais imagináveis”.O material pedófilo estava alojado num site russo, ao qual os clientes acediam mediante um pagamento trimestral de 68 euros. As autoridades austríacas acreditam que a maior parte dos pedófilos que acederam ao site não só viram o material como também o descarregaram para os seus computadores e o redistribuíram a outros pedófilos.A investigação foi coordenada pelas autoridades austríacas, pois foi naquele país que surgiram, em Julho, as primeiras pistas. No caso, uma denúncia de um servidor de internet austríaco, que informou a polícia de que hackers teriam alojado material suspeito no seu servidor. As autoridades puseram-se em campo, e no período de 24 horas, registaram mais de oito mil visitas ao site, provenientes de 2361 computadores em 77 países.Todos estes suspeitos foram identificados e no, caso da Áustria, 14 dos 23 pedófilos que acederam ao site já foram interrogados e confessaram ter descarregado material pornográfico com crianças.“Podíamos ouvir os gritos”O perito da polícia austríaca que coordenou as investigações, Harald Gremel, informou que os milhares de fotos e vídeos apreendidos mostram crianças entre os cinco e os 14 anos a serem submetidas “aos piores abusos sexuais imagináveis”. “Vimos imagens de meninas pequenas a serem violadas, e podíamos ouvir os seus gritos”, afirmou o responsável, adiantando que os vídeos aparentam ter sido realizados na Europa de Leste e colocados no site russo a partir de um servidor no Reino Unido.O ministro austríaco do Interior, Guenther Platter, afirmou que esta foi a maior operação do género contra a pedofilia na internet realizada no seu país, e uma das maiores de sempre a nível mundial. A investigação contou com a colaboração da Interpol e da Europol, bem como a ajuda preciosa das polícias dos 77 países envolvidos.Segundo as autoridades austríacas, 607 dos suspeitos identificados residem nos Estados Unidos, 466 na Alemanha e 114 em França. A rede tinha ainda clientes em Espanha, Argélia, África do Sul, Brasil, Islândia e Venezuela, entre dezenas de outros países. Fonte da Polícia Judiciária disse ao CM que não há qualquer informação sobre o envolvimento de portugueses.No âmbito da investigação, a polícia austríaca apreendeu 31 computadores pessoais, sete portáteis, 23 discos rígidos e outros dispositivos de armazenamento de dados, 1233 DVD, 1428 disquetes e 213 cassetes de vídeo com um total de sete terabytes de material pedófilo.O mais novo dos suspeitos de descarregar material pedófilo tem 17 anos e o mais velho 69. O grupo inclui estudantes, professores, funcionários públicos e reformados. CRIME EM CRESCIMENTO Segundo dados da Interpol, a difusão e venda de pornografia infantil representa cerca de metade dos crimes cometidos através da internet, mais ainda que a pirataria digital, as fraudes financeiras ou o roubo de identidade. O relativo anonimato do consumidor de pornografia infantil e a crescente sofisticação dos fornecedores deste tipo de material são algumas das causas apontadas para um crescimento que a Interpol estima em cerca de dez por cento ao ano. Costa

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