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23 de fevereiro de 2007
Sexualização na mídia afeta saúde de meninas, diz estudo
As meninas podem acabar se sentindo desconfortáveis com o próprio corpo, tendo problemas de auto-estima, distúrbios alimentares e depressão
LONDRES - A representação de jovens mulheres como objetos sexuais, na mídia, prejudica a saúde mental de adolescentes, dizem especialistas americanos.
A exposição em revistas, televisão, videogames, videoclipes, filmes, letras de música, revistas e internet tem um efeito danoso para o desenvolvimento de garotas adolescentes, diz um relatório da Associação Americana de Psicologia, divulgado nesta segunda-feira, 19.
A sexualização - que, segundo a associação, ocorre quando uma pessoa é vista como um objeto sexual e quando alguém é valorizado apenas por seu apelo ou comportamento sexual - pode levar à perda de auto-estima, depressão e anorexia.
Segundo o relatório, há exemplos da sexualização de jovens em todos esses veículos.
Os casos teriam aumentado com o surgimento de novas mídias, como a internet, e com a popularização do acesso à informação.
Entre os exemplos usados pelo relatório está um comercial de tênis que mostra a cantora Christina Aguilera vestida com uniforme escolar com a camisa desabotoada, lambendo um pirulito.
Efeitos negativos
“As conseqüências da sexualização de meninas na mídia hoje são muito reais e provavelmente terão uma influência negativa no desenvolvimento saudável das jovens”, disse Eileen L. Zurbriggen, presidente da força-tarefa da Associação Americana de Psicologia que preparou o relatório, e professora de psicologia da Universidade da Califórnia.
“Nós temos amplas evidências para concluir que essa sexualização tem efeitos negativos em uma série de áreas, incluindo o funcionamento cognitivo e físico, a saúde mental e o desenvolvimento sexual saudável”, afirmou.
As meninas podem acabar se sentindo desconfortáveis com o próprio corpo, tendo problemas de auto-estima, distúrbios alimentares, depressão e uma auto-imagem sexual pouco saudável.
“Como uma sociedade, nós precisamos substituir todas essas imagens ‘sexualizadas’ com outras que coloquem as meninas em cenários positivos, que mostrem como são competentes e especiais”, disse Zurbriggen.
Segundo os psicólogos, os pais podem acabar contribuindo para o problema, ou podem assumir uma posição protetora e educativa.
Responsabilidade
A associação fez um apelo para que os pais, educadores e profissionais de saúde fiquem atentos para o potencial impacto da sexualização sobre os adolescentes.
“O objetivo é levar para todos os adolescentes, meninos e meninas, mensagens que levem a um desenvolvimento sexual saudável”, afirmou Zurbriggen.
O relatório recomenda ainda que as escolas tenham programas de educação sexual que mostrem aos alunos o impacto da exposição de jovens como objetos sexuais.
Andrew Hill, professor de psicologia médica da Universidade de Leeds, na Inglaterra, disse: "Se você olhar as revistas para meninas, é tudo sobre sexo. Nós somos uma sociedade visualmente absorvida, nossa visão das pessoas é dominada pela aparência delas".
"Uma das chaves aqui é a responsabilidade social. Os anunciantes e outras mídias precisam estar cientes de que os produtos que produzem e as imagens associadas a eles têm um impacto, e esse impacto não é sempre bom."
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