Bruxelas, 10 Dez (Lusa) - O presidente do Conselho de Ministros da União Européia (UE), Luís Amado, afirmou que foi dado "mais um passo" para uma posição convergente entre os 27 países do bloco em relação ao futuro estatuto do Kosovo.
A Presidência portuguesa da UE não confirmou se o Chipre é o único Estado-membro do bloco que se recusa a reconhecer de forma coordenada uma eventual proclamação unilateral de independência por parte da província sérvia do Kosovo.
"O debate de hoje serviu para desenvolver ainda mais esse processo de convergência de posições, de partidas diferentes em muitos casos, mas que têm vindo a aproximar-se na perspectiva de uma posição comum da UE, que será um instrumento de estabilização fundamental", afirmou o chefe de diplomacia portuguesa.
As declarações de Luís Amado foram feitas após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores dos 27 países do bloco. Nesta segunda-feira, o grupo de negociações internacional para o Kosovo (UE, Estados Unidos e Rússia) entregou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o relatório sobre a sua intermediação nas negociações entre as autoridades sérvias e kosovares, que fracassaram.
Estatuto
Manifestando-se "certo" de que a UE deu "mais um passo" para uma posição comum sobre o estatuto final do Kosovo, Amado afirmou que ainda é preciso dar "mais alguns passos nas próximas semanas".
A questão do futuro estatuto do Kosovo, uma das mais sensíveis do panorama político internacional, entra agora numa fase decisiva, mas o momento das grandes decisões deverá acontecer depois do término da presidência portuguesa da União Européia, que se encerra em 31 de dezembro.
Apesar da entrega do relatório das negociações entre Belgrado e Pristina, fontes diplomáticas consideram improvável que aconteça proclamação unilateral de independência por parte da província sérvia sem o consentimento da Sérvia aconteça até o final da Presidência portuguesa da UE.
Em 19 de dezembro, o estatuto do Kosovo deverá ser discutido no Conselho de Segurança das ONU. Até essa data, a UE deverá manter uma posição relativamente discreta, mesmo com a cúpula de chefes de Estado e de Governo.
Na reunião do Conselho de Segurança, deverão ser expostas mais uma vez as divergências existentes na questão. A Rússia apóia a Sérvia, que apenas admite conceder uma autonomia ampliada à sua província, enquanto os Estados Unidos e alguns países europeus apóiam os kosovares albaneses, que não cedem na sua reivindicação de independência.
Na ausência da adoção de uma resolução, poderá ser marcada nova reunião para janeiro, e apenas nesse mês as autoridades de Pristina deverão tomar uma decisão, que poderá passar pela definição da data de proclamação unilateral da independência.
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